Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.13, n.1, 2024.

 

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.12, n.2, 2023.

 

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.12, n.1, 2023.

 

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.11, n.2, 2022.

 

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.11, n.1, 2022.

Historia da Midia

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Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.10, n.2, 2021.

Revista Brasileira de História da Mìdia

DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.1022021

Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mìdia

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#vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo | Revista Brasileira de História da Mídia | 2021

O ano de 2021 foi marcado pela crise sanitária provocada pela Covid-19. Mesmo assim, destacamos a centralidade do conhecimento científico em momento tão crucial para a história da Humanidade. Apesar das dificuldades, tivemos a oportunidade de conviver e aprender com as atividades remotas, inclusive aulas, assegurando o acesso à educação no ensino superior e na pós-graduação. Houve uma atenção à cultura científica em termos de produção acadêmica, com a continuidade das pesquisas, e quanto a sua divulgação, por meio de congressos e eventos ocorridos on-line.

Foi nesse contexto que a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) realizou, de forma remota, o XIII Encontro Nacional de História da Mídia, com a temática #vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo. A ideia para a temática era possibilitar que os participantes do evento refletissem sobre o racismo estrutural e as suas interfaces com a mídia. Leia Mais

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.10, n.1, 2021.

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Dossiê Temático: História da mídia e saúde (parte 2, v. 10, n. 1, 2021)

Artigos Gerais

 

História da Mídia e Saúde (Parte 2) | Revista Brasileira de História da Mídia | 2021

No primeiro semestre de 2021, continuamos enfrentando a maior crise sanitária que o Brasil já teve. Foram cerca de 500 mil vidas perdidas e o processo de imunização da população brasileira continua lento. Mesmo assim, temos esperança de que todos possam ter acesso à vacina. Diante de situação tão grave, a Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM) se solidariza com as famílias que perderam entes queridos, alguns dos quais familiares dos pesquisadores do campo da Comunicação.

A edição compartilha dessa dor coletiva e publica a segunda parte do dossiê “História da Mídia e Saúde”, contendo abordagens a respeito da doença e suas reverberações no campo social e cultural. São artigos contendo estudos que indicam a pluralidade de pesquisas que se relacionam à temática da saúde no tempo e em variados espaços. Leia Mais

História da Mídia e Saúde | Revista Brasileira de História da Mídia | 2020

Em plena pandemia do coronavírus, que completou mais de um ano e já vitimou mais de 2 milhões pessoas no mundo todo, discutir as relações entre a saúde e os processos comunicacionais é fundamental. Com o objetivo de aprofundar o debate sobre o assunto, a Revista Brasileira de História da Mídia publica, nesta edição, a primeira parte do dossiê História da Mídia e Saúde, que tem como editores convidados os professores Igor Sacramento e Wilson Couto Borges. O conjunto de textos selecionados lança luz sobre a história do presente, problematizando e analisando a pandemia do novo coronavírus, assim como desvela as relações entre mídia e saúde em momentos importantes do nosso passado recente.

Para pensar a pandemia do coronavírus em contraste com epidemias do passado, como a gripe espanhola, o artigo de Paulo Vaz, Nicole Sanchotene e Amanda Santos, que estudam a articulação entre sofrimento e futuro, traz relevantes contribuições. Em uma discussão metodológica, Maria Lívia de Sá Roriz observa as aproximações e distanciamentos entre as histórias de vida na pesquisa em comunicação e a abordagem de escuta realizada na clínica analítica. Leia Mais

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.9, n.2, 2020.

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Dossiê Temático: História da mídia e saúde (v. 9, n. 2, 2020).

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Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.9, n. 1, 2020.

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Dossiê temático: Três décadas de crítica de mídia no jornalismo diário brasileiro (v. 9, n. 1, 2020)

Entrevistas

 

Três décadas de crítica de mídia no jornalismo diário brasileiro / Revista Brasileira de História da Mídia / 2020

Primeiro semestre de 2020. A 17ª edição da Revista Brasileira de História da Mídia (BHM) é lançada em meio à pandemia do coronavírus. Quando divulgamos a chamada para o dossiê que compõe esta edição, sobre crítica da mídia, não imaginávamos que ele seria publicado em momento tão doloroso e sensível para o mundo e para o Brasil, que já contabiliza mais de 70 mil mortes por covid-19. E nesse cenário de tantas incertezas, o papel dos meios de comunicação é fundamental: a informação correta, em um cenário de tanta desinformação, pode salvar vidas.

O dossiê Três décadas de crítica de mídia no jornalismo diário brasileiro tem como editores convidados o professor Sérgio Luiz Gadini (UEPG) e a professora Elaine Javorski (UNIFESSPA). O conjunto de textos selecionados reúne temas, personagens, períodos e produtos midiáticos diversos, muitos deles emblemáticos desses 30 anos. A crítica da cobertura jornalística desde a criação da coluna de ombudsman no jornal Folha de S. Paulo é analisada na pesquisa de Diana Azeredo e Gislene da Silva. Marcelo Bronosky e Daniela Borcezi estudam os valores-notícia pelas lentes dos ombudsmen nos jornais brasileiros. Leia Mais

A mídia e os estratos do tempo / Revista Brasileira de História da Mídia / 2019

O XII Encontro Nacional de História da Mídia – Alcar 2019 reuniu pesquisadores do Brasil e do exterior na Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o objetivo de discutir a mídia e os estratos do tempo. Foram três dias de intensos debates e trocas. Uma parte das contribuições do evento foi reunida para esta edição da Revista Brasileira de História da Mídia – RBHM, no dossiê temático A mídia e os estratos do tempo.

A conferência de abertura foi ministrada por Roger Chartier, diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, professor do Collège de France, em Paris, e um dos mais importantes representantes da Escola dos Annales na contemporaneidade. O texto resultante da conferência, com o título Entre memória e esquecimento: as temporalidades da história, dos media e das experiências, integra o dossiê. Durante o evento, Chartier concedeu longa entrevista à professora Karina Janz Woitowicz, editora da RBHM. A conversa, que contempla questões relacionadas ao encontro, mas também abrange a obra do autor de modo mais amplo, é um dos destaques desta edição. Leia Mais

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.8, n.2, 2019.

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Dossiê temático: A mídia e os estratos do tempo (v. 8, n. 2, 2019)

Entrevistas

 

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.8, n.1, 2019.

Revista Brasileira de História da Mídia

DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.812019

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José Marques de Melo / Revista Brasileira de História da Mídia / 2018

Em junho de 2018, a área da Comunicação perdeu um de seus maiores expoentes. O professor José Marques de Melo, criador, fundador e incentivador de tantas iniciativas fundamentais para a constituição e consolidação de nosso campo de atuação profissional nos deixou, mas deixou conosco também um importante legado. Suas pesquisas continuam a iluminar as nossas. As instituições que criou, a exemplo da Alcar, continuam sendo os principais pontos de encontro e de disseminação das investigações da área. Os tantos pesquisadores formados por Marques de Melo seguem os caminhos apresentados pelo mestre.

Nesta edição da Revista Brasileira de História da Mídia-RBHM, tem destaque o Dossiê José Marques de Melo, reunindo um conjunto de textos que abordam as contribuições de Marques de Melo para os estudos de história da imprensa, para a construção e consolidação do pensamento comunicacional brasileiro e ibero-americano, para as pesquisas sobre folkcomunicação e para a organização das instituições de pesquisadores da área. Os trabalhos são de autoria de Ana Regina Rêgo, Cremilda Medina, Guilherme Moreira Fernandes, Jorge Pedro Sousa, Karina Janz Woitowicz, Maria Cristina Gobbi e Ranielle Leal. Leia Mais

A televisão em tempos de convergência | Soraya Ferreira

O livro “A televisão em tempos de convergência”, escrito pela professora Dra. Soraya Ferreira, lançado em 2014, pela editora UFJF, apresenta uma reflexão sobre como a televisão é influenciada pela constante renovação tecnológica em sua dinâmica produtiva. Traz também uma análise da introdução das novas tecnologias e dos processos de comunicação nas emissoras mineiras TV Alterosa, TV Assembleia, TV Integração, e Rede Minas.

O livro é subdividido em capítulos denominados ”A expansão da TV Panorama e as mudanças na linguagem para enfrentar a convergência”; “A convergência nas TVs públicas e comerciais da Zona da Mata Mineira e de Belo Horizonte”; “Mudanças no conteúdo dos portais das TVs nacionais, dos canais abertos e fechados” e “Repetição e reconfigurações estéticas”. Leia Mais

Manipulações midiáticas em perspectiva histórica / Revista Brasileira de História da Mídia / 2018

A Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM), agora em sua 13ª edição, é parte do importante legado do professor José Marques de Melo, que nos deixou no último dia 20 de junho, cinco dias após completar 75 anos. Um dos criadores da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar), Marques de Melo foi protagonista na construção e consolidação desse campo de pesquisa no Brasil.

São inúmeras as suas contribuições para a área: a vasta e qualificada bibliografia, referência obrigatória para quem deseja estudar o tema; a criação de instituições de referência – além da Alcar, a Intercom, a Folkcom, entre outras tantas sociedades e grupos; a formação de professores e pesquisadores espalhados pelo Brasil e atuando também no exterior; e a internacionalização das pesquisas brasileiras são apenas algumas delas. Leia Mais

História da mídia regional / Revista Brasileira de História da Mídia / 2017

A temática regional é muito rica e explorada em suas múltiplas facetas nos estudos em Comunicação brasileiros. A hibridização de nossa cultura, as características peculiares das produções de mídia no país e as diferentes práticas comunicacionais representam uma vertente importante das pesquisas realizadas na área. Nesta edição da Revista Brasileira de História da Mídia investigam os aspectos regionais da mídia e da comunicação em uma perspectiva histórica.

Ao todo, são dez textos que se propõem a analisar enfoques diversos da história da mídia regional: da identidade cultural do gaúcho à história da imprensa no Mato Grosso do Sul; do centenário popular do Boletim Ferramenta O Sonho, no Rio Grande do Norte, ao jornal do Cariry e O Rebate ao mercado sergipano de televisão; da revista satírica do século XIX, no Pará, à cobertura do centenário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, no Mato Grosso do Sul. Leia Mais

História da mídia e consumo / Revista Brasileira de História da Mídia / 2016

Os processos comunicacionais relacionados ao consumo têm despertado o interesse dos pesquisadores da área – o tema é cada vez mais estudado por grupos de pesquisa, abordado em livros, artigos, congressos e eventos diversos, além de ter motivado a criação de cursos específicos em diferentes níveis. Nesta edição da RBHM, o dossiê História da Mídia e Consumo, editado por Sandra Rúbia da Silva, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e João Anzanello Carrascoza, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), lança o olhar sobre esses processos, através de uma perspectiva histórica. Ao todo, recebemos mais de 20 artigos, dentre os quais foram selecionados oito pelos editores convidados.

Ao longo das duas últimas décadas, o estudo do consumo tem conquistado crescente espaço na academia brasileira. Se, por muito tempo, a produção foi considerada eixo analítico fundamental para o entendimento da sociedade, na contemporaneidade o consumo tem sido reconhecido em sua centralidade para a compreensão das dinâmicas sociais e culturais. Os artigos constantes neste dossiê, dessa forma, revelam como o consumo, antes considerado objeto de estudo pouco produtivo, pode ser investigado em profundidade através de uma ampla gama de representações, discursos, narrativas e práticas sociais, nas quais a influência da mídia não pode ser ignorada. Leia Mais

Os sentidos do impresso | Simone Antoniaci Tuzzo

Os sentidos do impresso são explorados de modo minucioso e atual neste livro, que apresenta um ângulo analítico dos jornais impressos, tensionando-os com a realidade dos meios digitais. A obra é uma evolução investigativa sobre opinião pública calçada nas lógicas do jornal impresso dentro do panorama contemporâneo, executado pela professora Dra. Simone Antoniaci Tuzzo. Trata-se ainda do quinto volume da coleção Rupturas metodológicas para uma leitura crítica da mídia, desenvolvido pelos Programas de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Goiás – UFG e Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Dentro desse projeto, uma série de investigações foi executada no Laboratório de Leitura Crítica da Mídia, aglutinando reflexões em trabalhos apresentados e publicados, na experiência de sala de aula e no próprio intercâmbio da autora, que se mudou para Portugal durante uma etapa da pesquisa para agregar mais propriedade ao olhar subjetivo desenvolvido. A elaboração das reflexões foi, assim, fruto de quatro anos de trabalho intensivo e dedicação às etapas sugeridas pelas próprias inquietações, desencadeadas ao longo do processo metodológico. A autora esclarece, logo na apresentação, que foi a partir desse processo cumulativo e gradativo de conhecimento e das próprias assimilações adquiridas em cada etapa que as questões foram se delineando e formando a rota do trabalho que compõe o livro. Leia Mais

Império Português e comunicações / Revista Brasileira de História da Mídia / 2016

A Revista Brasileira de História da Mídia chega a sua nona edição. Nesse momento, ao publicar o dossiê temático Império Português e Comunicações, evidenciamos que o “brasileira” que traz em sua designação reflete o seu lugar, mas não limita suas reflexões. Se desde o primeiro número temos recebido e publicado artigos de pesquisadores estrangeiros e / ou que tratam de objetos empíricos da mídia de outros países, nesse nos voltamos, como perspectiva privilegiada, para aspectos históricos e historiográficos de outro país e de sua imprensa.

Para isso, pela segunda edição consecutiva, contamos com o apoio de editores convidados. Participaram desse número 9 os pesquisadores Filipa Subtil, da Escola Superior de Comunicação do Instituto Politécnico de Lisboa; Alexandra Santos, da Universidade Europeia; Chandrika Kaul, da Universidade de St. Andrews; e José Luís Garcia, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O dossiê Império Português e Comunicações está bastante coeso e conta com sete reflexões importantes de diferentes aspectos do momento sócio-histórico a que se volta. Leia Mais

Imagem Contestada – A construção da história pela escrita do Diário da Tarde (1912-1916) | Karina Janz Woitowicz

A obra Imagem Contestada – A construção da história pela escrita do Diário da Tarde (1912-1916), publicada em 2014 pela Editora UEPG, é resultado da dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, defendida pela jornalista Karina Janz Woitowicz em 2002. O livro, que recebeu o segundo lugar no 57º Prêmio Jabuti, na categoria Comunicação, é dividido em nove capítulos e tem como objetivo fazer a análise discursiva do jornal paranaense Diário da Tarde durante os anos de 1912 a 1916, período que envolve a Guerra do Contestado, ocorrida entre os estados de Santa Catarina e Paraná.

Por meio da Análise de Discurso procurou-se perceber, em cerca de 170 exemplares do jornal, quais as vozes e os posicionamentos tomados pelo periódico durante o acontecimento citado, reconhecendo um trabalho simbólico cotidianamente desenvolvido pela imprensa, em seu processo de construção do real e em seu “dizer” jornalístico. Leia Mais

Diários de Berlim, 1940-1945 | Marie Vassiltchikov

Há seis anos começava a guerra.

Parece o tempo de

uma vida

Missie Vassiltchikov, Berlim, setembro de 1945

Mestre no escutar e no escrever, Truman Capote legou ao mundo da Cultura uma participação indelével, baseada na sua incrível capacidade de ver, mentalizar e, na sequência, descrever detalhadamente fatos havidos, por ele percebidos no instantes em que aconteciam ou recriados tempos depois. Entrou para a História assim.

O século 20 tem mais destes autores – muitos dos quais compõem o que hoje conhecemos por New Journalism, por exemplo -, tão ou mais famosos que Capote. Mas, singular que ele só, o século 20 tem gentes que não atingiram (nem almejavam isso) o que podemos chamar de Grande Mídia – nem eram jornalistas. Marie Vassiltchikov é uma dessas figuras. Princesa russa (bem nascida, portanto), poliglota, viajada, Missie (como era conhecida) também foi refugiada de guerra civil, funcionária de serviços diplomáticos e, o mais impressionante, um olhar atento voltado e situado no coração do Nazismo, essa chaga da Humanidade da qual tanto já lemos, tanto já expurgamos, tanto já discorremos e, paradoxalmente, tanto ainda temos a descobrir. Leia Mais

História do livro e da leitura / Revista Brasileira de História da Mídia / 2015

Ao revisar a oitava edição da Revista Brasileira de História da Mídia, nós, editores, sentimos muito orgulho do material que estava, naquele momento, prestes a ser entregue aos leitores regulares e eventuais do periódico. Pela primeira vez, nos quatro anos da revista, contamos com a colaboração de um editor-associado, o professor-pesquisador Aníbal Bragança, que teve papel decisivo para o irrepreensível dossiê sobre História do Livro e da Leitura.

A discussão sobre a temática apresentada nesse número da RBHM conta com onze artigos, destes três são de pesquisadores estrangeiros – um francês (JeanFrançois Botrel) e dois portugueses (João Luís Lisboa e Nuno Medeiros). As ideias apresentadas pelos artigos – e seus autores – são, como a própria História do Livro e da Leitura, multi e transdisciplinares, tratando, entre outros temas, sobre o livro e a circulação de ideias, a circulação e o consumo de livros, as práticas sociais de leitura, o colecionismo e, também, a reconfiguração do livro a partir das novas tecnologias. Leia Mais

Pensamento Comunicacional Brasileiro: o legado das Ciências Humanas | José Marques de Melo e Guilherme Fernandes Moreira

Quem conhece o professor José Marques de Melo sabe de sua preocupação com o resgate da memória em torno do que foi produzido no âmbito das Ciências da Comunicação. Desde seu primeiro livro – “Comunicação Social: teoria e pesquisa” (Vozes, 1970) já podemos perceber sua preocupação em traçar amplas referências bibliográficas que podem ser utilizadas para aprofundar determinado assunto. Outra característica do professor, assumida já na década de 1960, é o compartilhamento de sua experiência com alunos. Neste livro de estreia, o professor apresenta resultados de pesquisas que foram desenvolvidos por alunos no âmbito do curso de Jornalismo da Cásper Líbero. E, nota-se, são temas ousados para a época. Como a importância da História em Quadrinhos e a recepção da telenovela. Os anos se passaram e essas características permaneceram. Não é difícil de encontrar obras do professor com grandes indicações bibliográficas e, uma análise mais atenta, revela que autores não oriundos do campo comunicacional também fazem parte desta lista. Leia Mais

Telejornalismo em questão | Alvredo Vizeu e Edna Mello

O livro “Telejornalismo em questão” foi lançado em 2014 e é o terceiro volume da Coleção Jornalismo Audiovisual, um projeto da Rede de Pesquisadores em Telejornalismo (TELEJOR). Organizado pelos professores Alfredo Vizeu, Edna Mello, Flávio Porcello e Iluska Coutinho, contém 15 capítulos, divididos em quatro seções, de pesquisadores que se dedicam ao estudo do telejornalismo e de áreas adjacentes.

Muitos dos trabalhos tratam de temáticas contemporâneas do jornalismo brasileiro, como o texto de Ana Carolina Temer que se propõe a uma reflexão sobre os conceitos de jornalismo, telejornalismo e televisão. Ela destaca questões presentes na radiodifusão nacional, como a dependência do jornalismo de setores empresariais – cabendo, assim, ao Estado a fiscalização Ao caracterizar o jornalismo, citando as problemáticas, a dependência da audiência e os desafios, considera que o jornalismo não é um serviço público, no sentido de serviço essencial, mas sim, um serviço ao público – devido ao dever de informar de acordo com preceitos éticos e de forma imparcial, tudo o que afeta a sociedade. Entretanto, a afirmação pode ser contestada a partir da perspectiva de que a comunicação deveria ser incluída em políticas de governo como um serviço necessário, e portanto, ser considerada um serviço público, como acontece em países desenvolvidos. Leia Mais

Conceitos na (para) a história da comunicação / Revista Brasileira de História da Mídia / 2015

Parece que foi ontem que preparávamos a primeira edição da Revista Brasileira de História da Mídia (RBHM), que circulou em janeiro-junho de 2012. De lá para cá, já são três anos e, agora, estamos lançando nossa sétima edição. Momento pra nós, editores, muito importante. Afinal, estamos discutindo a questão central de nossa proposta editorial, isto é, os Conceitos na / para a História da Comunicação. Aliás, História da Comunicação ou da Mídia? Esse é um dos pontos abordados na ementa do nosso dossiê temático e, também, na entrevista com a professora e pesquisadora Marialva Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atual presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom). Marialva, aliás, discorre com propriedade sobre o tema, a partir de sua dupla formação – Jornalismo e História.

Nestes três anos, por assim dizer, passeamos pelo mundo. De Saint-Quentin-en-Yveline, nos arredores de Paris (França), veio uma das primeiras contribuições internacionais, pela prosa fácil do professor Jean-Yves Mollier. Mais próximo de nós, Reynaldo Castro, poeta, escritor, jornalista e professor, contribuiu com um artigo sobre Comunicação, ditadura política & memórias silenciadas, desde a cidade de San Salvador de Jujuy, no montanhoso Norte argentino. A RBHM andou bastante pelo Brasil também, tendo recebido submissões de trabalhos de praticamente todos os Estados da Federação. Submissões essas rigorosamente avaliadas no sistema de parecer cego, isto é, quem avalia não tem acesso prévio ao(s) nome(s) do autor(es). Leia Mais

Companheiros em luta: a greve dos jornalistas de 1979 | Marco Roxo

[Ser jornalista] é um estado de espírito, é uma disposição existencial. Eu já disse em outra entrevista que o jornalismo é uma das últimas profissões românticas

– Alberto Dines

Combatemos [na Folha de S. Paulo] muito essa ideia missionária. […] Procuramos fazer uma desromantização da maneira de encarar a profissão – Otávio Frias Filho

Duas ideias literalmente opostas em relação ao papel do jornalista expõem a fratura que existe em relação à identidade desse grupo. É uma profissão romântica que atrai vocacionados? São funcionários de instituições midiáticas? Numa ponta deste fio, está uma concepção de jornalismo que o considera uma atividade feita por intelectuais imbuídos da missão de levar informação à sociedade; na outra, a noção de que jornalistas são profissionais ou, ainda, trabalhadores. As duas ideias foram materializadas nos depoimentos, publicados em 2003, de dois reconhecidos jornalistas2. Se, por um lado, isso mostra que ambas são contemporâneas, por outro, pode-se pensar se há tanto uma clivagem temporal quanto uma identitária: existiu um momento histórico a partir do qual uma das concepções sobre ser jornalista se sobressaiu? Ou existem apenas momentos em que interessa mais, pelas disputas em questão, reivindicar tal ou qual identidade?

Marco Roxo, em seu livro “Companheiros em luta: a greve dos jornalistas de 1979”, fruto de sua dissertação de mestrado, relaciona as questões colocadas acima com a greve dos jornalistas de São Paulo no período de abertura da ditadura militar brasileira. O acontecimento se complexifica ao se considerar o contexto político do país, de redemocratização, que inclui o fortalecimento dos sindicatos (a partir do novo sindicalismo) e uma profusão de greves de diferentes categorias, mas marcadamente a dos metalúrgicos do ABC paulista. Desse modo, o livro busca, além de contar e interpretar a greve de 1979, avaliar seu impacto na formação identitária de jornalistas e as imbricações políticas (inclusive partidárias) do movimento.

O livro aborda um tema pouco estudado, utilizando como fontes primárias depoimentos de líderes sindicais e jornalistas engajados na greve, ouvidos pelo autor ou, em sua maioria, publicados pelo jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo. Além deste periódico, também foram pesquisados os veículos sindicais Unidade Jornalística; Mural; Boletim do Comitê Unidade, Participação e Liberdade; e Unidade Sindical. Edições de veículos da imprensa conservadora e da alternativa também compõem o corpus utilizado para a análise da greve de 1979. A pesquisa abrange, na verdade, o período de maio de 1978 (momento de sucessão no sindicato e de greve dos metalúrgicos do ABC), até dezembro de 1980, para procurar compreender os efeitos da greve para a categoria.

Os depoimentos citados pelo livro podem se tornar importantes fontes primárias para pesquisadores de temas correlatos. Ali, encontram-se posicionamentos institucionais do sindicato e de seus líderes, mas também de figuras proeminentes no período e, posteriormente, famosos jornalistas ou figuras públicas cruciais na história do país. Esse trabalho empírico de fôlego é respaldado teoricamente em autores da História Cultural, como Robert Darnton, e em marxistas que também dialogam com questões culturais, como E. P. Thompson e Antonio Gramsci.

O livro se divide em cinco capítulos. O primeiro, de contextualização mais geral, aborda a ditadura do governo Geisel, a esquerda do período e o novo sindicalismo. O segundo trata da imprensa, com um apanhado sobre veículos e mercado de trabalho em São Paulo, e do sindicato e seu jornal institucional. O capítulo 03 diz respeito à classe e sua representação, fazendo um retrospecto da greve anterior, de 1961, e seu uso como elemento de construção de uma identidade dos jornalistas como uma categoria de luta. Também aborda a criação e atuação do Conselho Consultivo de Representantes de Redação. Os dois últimos tratam dos antecedentes da greve e da greve em si, ambos colocando em discussão a identidade jornalística.

Nos estertores da ditadura, uma greve de jornalistas tem diferentes camadas de significados e implicações. Era mais uma das diversas categorias que entraram em greve naquele ano. Era uma categoria que, para se ver como classe trabalhadora, precisava reivindicar certa memória da greve de 1961. Era ainda o fim, segundo o autor, de um pacto entre jornalistas e proprietários de veículos, possível de ser mantido enquanto a censura de Estado foi uma inimiga comum.

Como consequência da derrota do movimento grevista, Marco Roxo aponta a demissão dos jornalistas mais politizados que, contrariando o senso comum, em sua maioria tinham passado por uma formação universitária. A política parecia ser empurrada das redações para os sindicatos, onde a disputa que acontecia em diferentes âmbitos da esquerda entre o velho Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT) também dava o tom das divergências e composições. Assim, situado numa lacuna que é a bibliografia sobre a atuação sindical de jornalistas, o livro traz à tona esses aspectos políticos pouco abordados na historiografia da imprensa brasileira.

Além do caráter histórico da temática principal, a publicação aborda questões que permanecem atuais e, de tempos em tempos, voltam à pauta. No dia seguinte ao lançamento do livro, em 2013, trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que reúne emissoras públicas de rádio e televisão, entraram em greve. Como reivindicação, melhores salários, condições de trabalho e o fortalecimento da comunicação pública no Brasil. Em outro contexto macropolítico e diferente dos jornais privados, ainda assim podia-se ouvir – como eco de 1979, quem sabe? – que jornalistas eram trabalhadores.

Já em agosto de 2014, disputas entre os jornalistas do Rio de Janeiro em torno da atuação do seu Sindicato Municipal de Jornalistas Profissionais, acusado de apoiar pessoas que praticaram atos violentos contra profissionais da imprensa, gerou, entre outros encontros, uma assembleia em que a disputa de identidade transparecia em meio a pedidos de renúncia, de um lado, e de manutenção da diretoria, de outro. Quem são os jornalistas profissionais? Quais os limites de atuação de midiativistas, comunicadores populares e coletivos de comunicação, cujo número cresceu exponencialmente a partir das manifestações de junho de 2013?

Com questões impensáveis em 1979 ou disputas antigas com nova roupagem, o jornalismo e o papel social do jornalista seguem desafiando pesquisadores e comunicadores. Clamam por olhares, abordagens, interpretações. Este é um trabalho constante, que se “Companheiros em luta” não pode responder, por sua limitação temporal, certamente se constitui num importante ponto de partida.

Nota

2 In ABREU, Alzira Alves de; LATTMAN-WELTMAN, Fernando; ROCHA, Dora (org). Eles mudaram a imprensa: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

Referência

ABREU, Alzira Alves de; LATTMAN-WELTMAN, Fernando; ROCHA, Dora (Orgs.). Eles mudaram a imprensa: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003


Resenhista

Mônica Mourao – Doutoranda em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. E-mail: monicamourao@gmail.com


Referências desta Resenha

ROXO, Marco. Companheiros em luta: a greve dos jornalistas de 1979. Niterói: Editora da UFF, 2012. Resenha de: MOURAO, Mônica. Jornalistas: últimos românticos, trabalhadores de luta ou profissionais da objetividade? Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.4, n.1, p.97-98, jan./ jun. 2015. Acessar publicação original [DR]

Ser jornalista no Brasil: identidade e formação acadêmica | Fernanda Lima Lopes

Ler o livro Ser jornalista no Brasil. Identidade profissional e formação acadêmica é, sem dúvida, muito estimulante para quem estuda o jornalismo no país. A busca da autora por respostas sobre esse grupo de agentes sociais com lugar privilegiado no ambiente midiático é a de muitos estudantes e pesquisadores da área. A investigação foi desenvolvida ao longo de seis anos, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e a publicação abarca parte dos resultados encontrados. Fernanda Lopes tem se dedicado ao eixo do ensino em suas pesquisas empíricas e faz teoria e prática dialogarem em vários tópicos essenciais para responder a essa pergunta tão pouco esclarecida: “Afinal, quem é o jornalista brasileiro?”.

Para justificar sua pesquisa, Lopes lembra que as prerrogativas profissionais do bacharel em jornalismo estão sempre sob tensão e problematizadas. Sua intenção é, entre outras questões, investigar por que a formação acadêmica do jornalista é tão questionada. No caminho para essas respostas, muitos atores sociais dessa polêmica são colocados em diálogo pela autora, como os membros da academia, de entidades de classe, do mercado de trabalho, empresários, enfim, todos esses que ajudam a construir a identidade profissional do jornalista. Segundo a autora, nos momentos em que os sentidos que permeiam a identidade desse profissional, sobretudo devido a tensões entre esses atores, ficam mais evidentes, os valores que ajudam na investigação também sobressaem. Leia Mais

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.4, n.1, 2015 / v.7, n.2, 2018.

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.7, n.2, 2018.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.7, n.1, 2018.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.6, n.2, 2017.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.6, n.01, 2017.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.5, n.2, 2016.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.5, n.1, 2016.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.4, n.2, 2015.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.4, n.1, 2015.

Revista Brasileira de História da Mídia

50 anos do Golpe Militar de 1964 / Revista Brasileira de História da Mídia / 2014

Em um país dado a esquecimentos, meio século é muito tempo. A presente edição da RBHM se dedica, por meio de dossiê, à passagem de 50 anos do Golpe Militar de 31 de março de 1964. São 11 artigos que trazem luzes distintas a um assunto tão caro (no bom sentido) a muitos, tão irrelevante para outros (aí incluindo adolescentes e novos adultos de agora). Tomemos como exemplo André Bonsanto Dias, que escreve acerca do horizonte de expectativa e as políticas de memória da grande Imprensa brasileira acerca desta efeméride. Já Rodolfo Rorato Londero tomou para si a tarefa de discorrer sobre o que chama de ‘surto censório’ do governo Geisel (1974-1979) contra os livros pornográficos. É, portanto, mais uma edição rica em análises da RBHM. Sim, caros leitores, estamos diante de um auto-elogio mas com razão de ser.

Vejamos outro material disponível na presente Revista Brasileira de História da Mídia: Patrícia Machado e Thaís Blank entrevistaram o cineasta Eduardo Escorel, o qual lembra um caso emblemático do período ditatorial verde-amarelo: o cortejo fúnebre e o enterro do estudante Edson Luís, assassinado pela polícia em 1968. Naquele ano, Escorel produzira as imagens, que acabaram desaparecidas por quase quatro décadas. Recuperadas em 2008, as cenas agora são objeto central da conversa entre as pesquisadoras e Escorel, em uma situação que podemos classificar como ‘leia a entrevista, veja as cenas’. Leia Mais

Depois da revolução/a televisão: cineastas de esquerda no jornalismo televisivo dos anos 1970 | Igor Sacramento

Uma mídia instigante sob análise, um tema polêmico posto à luz do dia também e um escritor com domínio sobre a prosa. Igor Sacramento dá as tintas do que vêm a seguir logo nos primeiros parágrafos do seu livro: ‘Aqui, então, o que importa são as diferentes pressões e determinações que permitiram o ingresso daqueles cineastas na TV Globo e que também estiveram presentes no cotidiano do trabalho deles e nos documentários que dirigiram’, escreve o autor na Introdução de ‘Depois da revolução, a televisão: cineastas de esquerda no jornalismo televisivo dos anos 1970’, publicado pela Pedro & João Editores (2011, 258 páginas). Leia Mais

História da comunicação: experiências e perspectivas | Igor Sacramento e Letícia Cantarela Matheus

História da Comunicação: experiências e perspectivas é uma coletânea, organizada por Igor Sacramento – da Universidade Federal do Rio de Janeiro – e Letícia Cantarela Matheus – da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, composta de 14 capítulos advindos da contribuição de pesquisadores renomados de universidades norte-americanas e brasileiras do Rio de Janeiro e de São Paulo. A obra está dividida em duas partes. A primeira, denominada Sistemas, traz 6 capítulos. A segunda – Meios – traz 8, a que se segue um conjunto de minicurrículos dos autores e dos organizadores. A coletânea se constitui num panorama bastante útil para quem busca adentrar nas discussões acerca das investigações referentes a práticas jornalísticas ou midiáticas e seus modos de enunciar, pois faz circular diferentes abordagens cujas contribuições aos estudos do campo da comunicação merecem divulgação. Leia Mais

A história do rádio – técnicas, história, personagens / Revista Brasileira de História da Mídia / 2014

A forte internacionalização tem sido uma das constantes da Revista Brasileira de História da Mídia, a RBHM, desde seu nascedouro. Na presente edição, você confirmará este quesito: desde a Argentina, Enrique Santiago Martinez Luque e Ramón Burgos enviam suas contribuições. E, transitando no circuito Portugal / Moçambique, Isadora Fonseca e José Luís Garcia. No caso de Burgos, a participação se dá pela realização de uma entrevista com um dos mais importantes jornalistas esportivos latinos, Ariel Scher, premiado profissional e autor de livros como La pasión según Valdano (2006).

É por características como esta que a RBHM está se consolidando rapidamente no cenário brasileiro de revistas científicas. Outra que vale menção está na abertura de espaço para graduandos, algo igualmente presente desde o número 1. Desta vez, quem marca presença é o trabalho vencedor da edição 2013 do Prêmio José Marques de Melo de Incentivo à Memória da Mídia, com o título ‘Nos trilhos do MetrôRio: mídia, narrativa e paisagem comunicacional na cidade subterrânea’, de Claudia Teixeira Bianco, Marina Brandão e José Ferrão Neto. Leia Mais

História da comunicação no Brasil | B

Fazer um consolidado de uma longa duração histórica, tendo um eixo temático como guia, não é tarefa fácil. Especialmente quando não se quer cair na tentação de fazer justamente o que se critica: pontuar datas, fatos e personagens, dando a impressão de que eles são os balizadores da verdade histórica. Marialva Barbosa, em sua obra sobre a história da comunicação no Brasil, tem plena consciência do caráter interpretativo que está embutido na abordagem histórica: não há uma verdade, mas – citando Paul Ricouer – cristalizações operadas pelo esforço científico do pesquisador em iluminar o passado a partir de uma hermenêutica dos vestígios que lhe estão disponíveis no presente. Tudo isso sem cair no anacronismo.

A aproximação do livro História da comunicação no Brasil com essa temática tão abrangente e prolongada ecoa uma postura teórica prévia da autora, que tradicionalmente aponta os perigos teóricos de uma narrativa da história feita a partir da exaltação de “grandes feitos”, considerados pontos de rompimento abrupto e transformador em relação ao passado, seja nos regimes de poder, seja nos costumes, seja nos valores, nos saberes, nos modos de vida, enfim, no próprio tempo. A autora faz questão de reiterar que a ênfase no poder individual de um único elemento na pesquisa histórica acaba por negligenciar a compreensão dos contextos e das continuidades, os quais estão necessariamente imbricados com o entendimento dos processos de mudança, sempre múltiplos e multifacetados. Leia Mais

Intelectuais partidos: os comunistas e as mídias no Brasil | Marco Roxo e Igor Sacramento

Os comunistas guardavam sonhos

Os comunistas! Os comunistas!

(…) Vida sem utopia

 Não entendo que exista

Assim fala um comunista.

(Caetano Veloso, 2012)

Os sonhos e a utopia são traços formadores da identidade comunista, entendida aqui da forma mais simples, como a imagem que um grupo cria e projeta de si, levando a ele mesmo e aos demais a reconhecê-lo de tal maneira. O caráter onírico presente no ideário comunista mistura-se com o materialismo também típico dos seguidores do marxismo. Essa conjunção entre a crença num futuro justo e a consciência das condições materiais e históricas para se alcançá-lo nem sempre se dá de forma harmônica. Sua dissonância fica ainda mais aguda quando se trata de intelectuais comunistas, acossados entre a independência da atuação intelectual e a disciplina militante.

“Intelectuais partidos”, organizado por Marco Roxo e Igor Sacramento, traz em seu título as pistas para que se perceba que o dilema entre a liberdade criadora e a subordinação às diretrizes partidárias é um dos temas que perpassa os artigos reunidos nesta coletânea. Seu subtítulo, “Os comunistas e as mídias no Brasil”, avisa aos leitores que se trata de um tipo bem específico de intelectuais: aqueles comunistas partidos (também) entre a mídia conservadora e a militante; entre a mídia partidária e a tentativa de atuação massiva.

O tema se sobressai num momento em que já se passam dos 90 anos de fundação do primeiro partido comunista no país, o PCB2 , que, segundo Ferreira Gullar, “não se tornou o maior partido do ocidente, nem mesmo do Brasil. Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem que falar dele”. Não é no sentido de heroicizar seus feitos, contudo, que a coletânea se desenvolve. Ela busca dar vazão justamente a “outro lado” dos comunistas: a realização de diversas expressões artísticas, intelectuais e até profissionais, às vezes com o necessário pragmatismo para a sobrevivência econômica, em meio a crises de ordem política e estética.

A fragmentação que marca a trajetória do PCB chegou ao ponto máximo em 1992, quando se decidiu pela dissolução do partido – não aceita por parte de seus militantes – e criação do Partido Popular Socialista (PPS). Apesar disso e do enfraquecimento do poder de influência do PCB na política brasileira desde a ditadura militar até o surgimento do Partido dos Trabalhadores (PT), inicialmente como nova força aglutinadora das esquerdas, a inserção de militantes e de ideias comunistas na esfera cultural foi bastante relevante. Se as portas da política institucional estiveram fechadas durante a maior parte da história do Partidão, frestas e janelas receberam os ares de sua atuação cultural em momentos cruciais da história recente do país. Discutir como esse fenômeno se desenrolou é uma chave de interpretação que ajuda a compreender como um todo o livro “Intelectuais partidos”, nesse desafio de se escrever sobre uma obra composta por doze textos distintos, assinados por doze autores diversos.

Esses autores vêm de diferentes instituições de ensino e áreas do conhecimento, especialmente da História e da Comunicação. A coletânea se divide em três partes: 1) “Os intelectuais e as políticas culturais comunistas”; 2) “As mídias comunistas”; 3) “Os comunistas nas mídias”. Em sua primeira parte, o artigo que abre o livro situa o leitor, de forma mais geral, no terreno da cultura comunista. Assinado pelo historiador Muniz Gonçalves Ferreira, abrange um largo período histórico, iniciando-se no século XIX (para dar conta das bases da imprensa periódica comunista, feita por Marx e Engels) e chegando até o golpe de 1964, no Brasil.

Os demais textos da primeira parte trazem aspectos particulares da relação dos intelectuais com as políticas culturais comunistas: a historiadora Ana Paula Palamartchuk aborda os romances e romancistas da geração de 1930 e sua relação com o PCB. Na sequência, o jornalista e doutor em Comunicação Dênis de Moraes, dentro deste mesmo tema, trata especificamente do escritor Graciliano Ramos, no fio da navalha entre as exigências do realismo socialista para a produção cultural, consubstanciadas na política djanovista, e o desejo de liberdade de criação e de contestação. A primeira parte se encerra com um artigo que foca o período de 1964 a 1968, que corresponde à instalação e início do recrudescimento do regime militar. Assinado pelo historiador Marcos Napolitano, o texto tem um recorte temporal, mas não por expressão artística ou personagem histórico, tratando da resistência comunista à ditadura no campo cultural.

A segunda parte, “As mídias comunistas”, apresenta artigos que abordam aspectos específicos, principalmente, da imprensa partidária: sua relação com a formação de quadros; com o cotidiano e a cultura carioca; com a cultura popular, expressa através do futebol. Os artigos são assinados respectivamente pelos historiadores Marcelo Badaró Mattos, Jayme Lúcio Fernandes Ribeiro e Valéria Lima Guimarães. Apenas o último texto dessa parte não se refere à imprensa, mas ao mercado editorial. Com enfoque sobre a Revista Civilização Brasileira, o sociólogo Rodrigo Czajka dá uma importante contribuição para que se compreenda a atuação cultural da esquerda no período ditatorial e sua relação com o mercado de livros e revistas.

Os artigos da terceira parte, “Os comunistas nas mídias”, dividem-se de acordo com as expressões midiáticas: jornalismo; teatro; cinema; rádio e televisão. O primeiro, assinado pelo doutor em Comunicação Marco Roxo, aborda o trânsito de jornalistas comunistas entre os veículos conservadores e os partidários. No segundo, a historiadora Rosangela Patriota trata da dramaturgia feita por comunistas ou autores próximos ao Partidão, da década de 1930 ao golpe de 1964. O comunicólogo Arthur Autran é responsável pelo texto que trata da atuação dos cineastas comunistas de 1945 a 1981. O livro se encerra com o artigo do doutor em Comunicação Igor Sacramento sobre o trabalho de intelectuais comunistas no rádio e na televisão a partir da trajetória de Dias Gomes.

A coletânea busca dar conta de um aspecto pouco estudado dos comunistas no Brasil. Sua relação com a mídia, em geral, é abordada a partir da atuação deles em veículos partidários ou na mídia alternativa. (O primeiro caso ainda aparece em “Intelectuais partidos”, porém com recorte inovador.) Quando se trata da grande mídia, é mais comum que se trate de como ela retratou os comunistas, como é o caso do livro “O PCB e a imprensa: os comunistas no imaginário dos jornais (1922-1989)”, publicado por Bethania Mariani em 1998. A atuação dos comunistas nos veículos conservadores têm recebido pouca atenção das pesquisas, com exceção de alguns artigos e do livro “Depois da revolução, a televisão: cineastas de esquerda no jornalismo televisivo dos anos 1970”, de Igor Sacramento, um dos organizadores da coletânea.

Quando se trata de comunistas e mídia, o material mais encontrado refere-se à imprensa. “Intelectuais partidos” procurou fugir disso, abordando também o cinema, o teatro, a literatura, o rádio, a tevê e o mercado editorial. Contudo, um terço dos artigos ainda tratam de imprensa, um número grande se lembrarmos que há também os textos que não são recortados por linguagem ou veículo, porém um número que reflete a maior produção existente sobre o assunto. Uma lacuna é o papel dos publicitários comunistas, tema quase desconhecido, mas que é mencionado pela socióloga Maria Eduarda da Mota Rocha em seu livro “A nova retórica do capital: a publicidade brasileira em tempos neoliberais”.

Já o aspecto cultural da atuação comunista não apresenta exatamente uma novidade no universo das pesquisas brasileiras. Ainda assim, estão dispersas em livros, teses e artigos, por vezes sobre certas figuras intelectuais e artísticas, como Oduvaldo Vianna Filho, Graciliano Ramos ou Jorge Amado. Em outros casos, podem ser encontrados textos em coletâneas já consagradas e que tem temática mais geral, como em “História do marxismo no Brasil”. Nesse ano, foi lançada mais uma colaboração sobre cultura e comunismo: o livro “Comunistas brasileiros: cultura política e produção cultural” (organizado por Marcos Napolitano, Rodrigo Czajka e Rodrigo Patto Sá Motta).

Mesmo sendo alvo de mais publicações, a cultura comunista relacionada à mídia ainda está pouco presente em livros. Dos doze artigos de “Intelectuais partidos”, apenas quatro já tiveram seus temas ou temas correlatos publicados em livros individuais por seus respectivos autores (incluindo o de um dos organizadores, Igor Sacramento, já citado nesta resenha). Dessa forma, mesmo com suas lacunas – que sempre existirão em qualquer obra –, “Intelectuais partidos” é fundamental tanto para os que pretendem compreender o papel dos comunistas na esfera midiática e cultural quanto para a História da Comunicação no Brasil.

Nota

2 Em 1922, foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB) e, em 1962, a organização mudou de nome para Partido Comunista Brasileiro, mantendo a mesma sigla.


Resenhista

Mônica Mourão – Doutoranda em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense. Contato: monicamourao@gmail.com


Referências desta Resenha

ROXO, Marco; Sacramento, Igor (Orgs.). Intelectuais partidos: os comunistas e as mídias no Brasil. Rio de Janeiro: E-Papers, 2012. Resenha de: MOURÃO, Mônica. Entre o pão e a poesia: dilemas da atuação comunista nas mídias brasileiras. Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.3, n.1, p.165-166, jan./jun. 2014. Acessar publicação original [DR]

História da fotografia / Revista Brasileira de História da Mídia / 2013

O dossiê “Fotografia e História” apresenta onze artigos de alguns dos mais importantes pesquisadores de diversas instituições de ensino e pesquisa brasileiras e do exterior. O resultado não poderia ser melhor: reflexões densas e profundas sobre a imagem como cultura visual a partir de uma multiplicidade de olhares que vê a fotografia como produto da história e como possuindo particularidades que permite a construção de uma história da fotografia.

A quantidade de artigos recebidos para o dossiê mostra de maneira incontestável a importância que assume a reflexão sobre a fotografia numa civilização cada vez mais repleta de imagens. Multiplicação de olhares que produziram análises fundamentais para se pensar não apenas a dimensão histórica da fotografia, mas, sobretudo numa particular história da fotografia no Brasil. Leia Mais

Fronteiras e diversidades culturais no século XXI: desafios para o reconhecimento no estado global | Tania Barros Maciel, Maria Inácia D’Ávila Neto e Regina Gloria Nunes Andrade

Em junho de 2011 foi realizado no Rio de Janeiro o Colóquio Internacional “Fronteiras e Diversidades Culturais no século XXI: desafios para o reconhecimento do Estado Global”, com a participação de convidados brasileiros e estrangeiros que durante dois dias discutiram um cenário que poderíamos classificar como ultra-contemporâneo. O resultado dessas discussões foi publicado no livro com mesmo título, organizado pelas também organizadoras do Colóquio: Tania Barros Maciel, Maria Inácia D’Ávila Neto, ambas do Programa de Estudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social (EICOS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Regina Glória Nunes Andrade, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

No livro, em 19 capítulos, os autores refletem de maneira diversa e plural sobre as novas tessituras do mundo contemporâneo e os grandes dilemas produzidos num tempo que construiu “identidades globalizadas” como uma forma de arquitetar uma solidariedade apregoada aos quatro ventos como numa espécie de super slogan do mundo em que vivemos. Leia Mais

Dramaturgia do telejornalismo: a narrativa da informação em rede e nas emissoras de televisão de Juiz de Fora- MG | Iluska Coutinho

Uma CPI da corrupção, irregularidades no judiciário, o afundamento de uma plataforma de petróleo. Estes e outros cenários e personagens estão inseridos na “Dramaturgia do telejornalismo” título e conceito-chave da obra da pesquisadora Iluska Coutinho. No livro, a autora aponta para uma estrutura narrativa característica do drama nas notícias televisivas, favorecida por uma tendência intrínseca ao veículo, à sua forma de ordenamento das informações: a serialidade. Tendo como conceito base a concepção de “drama” proposta por Aristóteles, a autora observa, demarca e anuncia, por meio da análise dos telejornais de rede e regionais, uma distribuição de “papéis” e conseqüente categorização de personagens em vilões, mocinhos e heróis estereotipados, cuja frequência vai além das obras ficcionais.

De acordo com a pesquisa, na estruturação de notícias e reportagens ancoradas numa narrativa dramática, tanto em nível local quanto nacional, as ações se desenrolam na medida em que nos são dados a conhecer os personagens e ainda outros elementos daquela estória, tais como cenário, contextos, referências temporais. Tais fatores permitem observar fronteiras- se não demarcadas- ao menos próximas entre telejornalismo e show, com a conversão de tecnologia e tradição em estratégias comerciais ou editoriais que tentam posicionar cada edição no campo do “jornalismo”. Para Coutinho, embora diante das definições clássicas de jornalismo possa soar como heresia, não figura como algo forçoso o paralelo entre notícia e drama caracterizando uma “dramaturgia do telejornalismo brasileiro”. A convergência não apenas é possível como pode ser considerada um modelo hegemônico nos telenoticiários nacionais veiculados em rede, tanto os de caráter público quanto naqueles veiculados em televisões de âmbito privado. Leia Mais

Comunicação e História: interfaces / Revista Brasileira de História da Mídia / 2013

Se, na Carta aos Leitores da edição passada, havia a aposta dos editores da RBHM de que o dossiê temático da 03 seria bastante fértil, então as próximas páginas desta Revista Brasileira de História da Mídia são a consolidação da expectativa havida. Em um de seus livros (O percurso do olhar), Marialva Barbosa (uma das editoras da RBHM) escreveu que a História, “ao tentar recuperar o passado e trazê-lo para o presente, cria uma espécie de terceiro tempo, entre o tempo cronológico e o tempo vivido – e o calendário funciona como matriz deste terceiro tempo. (…) Instaura-se a data inicial, ponto zero, considerada evento fundador que cruza o instante cosmológico e o presente vivido”.

Pois a RBHM que chega até você por agora opera com este terceiro tempo, ao promover debates coletivos ou reflexões individuais das interfaces entre Comunicação & História. Nove artigos compõem este espaço privilegiado da RBHM 03 – Aline Strelow nos aponta que é possível fazer uma certa história de um tempo que há pouco esteve aqui. Neste número, ela apresenta um panorama sobre a pesquisa em História do Jornalismo no Brasil entre 2000 e 2010. Já Fernanda Lima Lopes, Marcio de Souza Castilho, André Bonsanto Dias, Larissa Reale Cestari, Camila Barros e Rogério Almeida (estes dois últimos, escrevendo a quatro mãos) retrocederam um pouco mais e centraram forças na Ditadura Militar que assolou o País entre 1964 e 1985. Leia Mais

História do Jornalismo. Itinerário crítico, mosaico contextual | José Marques de Melo

Contar a História do Jornalismo, trazendo novos atores, acontecimentos e perspectivas é um mérito para poucos. Quanto vislumbrei o livro, a princípio acreditei tratar-se de mais uma publicação que trazia basicamente dados sobre o desenvolvimento da Comunicação Social, da imprensa ou mais diretamente dos estudos midiáticos, tendo o jornal como foco, evidenciando a confusão que alguns estudiosos engendram com a história do jornalismo.

Porém, caracterizar os fatos históricos que dão identidade ao jornalismo brasileiro, a partir de itinerários próprios, personagens e polêmicas que nascem das demandas sociais é um desafio que exige muito além de tempo e de dedicação, mas maturidade acadêmica. Os apontamentos, análises, comentários e informações dos textos do professor José Marques de Melo reunidos nesta obra representam a socialização de um conhecimento construído ao longo de, até então, mais de cinquenta anos dedicados à prática e aos estudos do Jornalismo e quase setenta anos de vida. Leia Mais

O olhar e a palavra – Fotojornalismo de José Medeiros na revista O Cruzeiro | Ranielle Leal

A fotografia produzida pelo fotojornalista José Medeiros durante sua passagem na revista O Cruzeiro termina por construir uma determinada memória histórica que nos remete ao Brasil de meados do século passado. Um Brasil de profundos contrastes e de uma rica diversidade cultural, característica desconhecida por boa parte dos brasileiros, em especial nos chamados grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. Neste momento de reconhecimento nacional, que perpassa todo período da Era Vargas até a criação de Brasília, é possível afirmar que as lentes de Jose Medeiros foram fundamentais no desbravamento destes Brasis, em especial, durante sua fase na revista O Cruzeiro. É a partir deste prisma que navega o livro da piauiense Ranielle Leal, e ao discutir a análise das imagens coletadas pelo fotógrafo José Medeiros nos desvela parte do Brasil deste período, um Brasil anônimo e pouco conhecido pelo grande público. É neste quadro que a revista O Cruzeiro se inscreve no panteão das grandes publicações nacionais, assim como a norte-americana Life que também teve o mérito de apresentar os Estados Unidos e o mundo e para boa parte dos norte-americanos, a revista O Cruzeiro tornou acessível a multiplicidade do Brasil para milhões de brasileiros das chamadas camadas médias. Leia Mais

História da televisão / Revista Brasileira de História da Mídia / 2012

Se o princípio da reação em cadeia é válido quando se trata da publicação de revistas científicas, então a RBHM está diante deste fenômeno, no melhor aspecto positivo possível: o número 2 da publicação está espetacular, como uma certa consequência da qualidade atingida na edição inaugural (jan-jun 2012). As boas repercussões atingidas na estreia parecem mesmo ter impactado este número 2, que recebeu um elevado volume de artigos e resenhas para apreciação, propiciando bastante trabalho para vários pareceristas (a lista está na página 06).

Naturalmente, fez-se uma seleção, sendo contemplados desde novos autores – como a pesquisadora Luciana Grande, uma das vencedoras do Prêmio José Marques de Melo de Estímulo à Memória da Comunicação 2011 – até figuras consagradas, como o professor português Jorge Pedro Sousa (Universidade Fernando Pessoa). Outra contribuição valiosa vem da Espanha, por uma entrevista especial concedida à professora Ana Regina Rêgo (da Universidade Federal do Piauí) pelo professor Manuel Pares i Maicas, da Universidad Autónoma de Barcelona (UAB). E estes são apenas três exemplos possíveis. Leia Mais

História da Mídia | ABPHM | 2012

Historia da Midia

A Revista Brasileira de História da Mídia -RBHM (São Paulo, 2012-) é uma publicação em formato eletrônico com periodicidade semestral da Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (São Paulo-SP). Lançada em 2012, tem como objetivo principal divulgar pesquisas que enfoquem a relação mídia e história de forma a incentivar a pesquisa nesta área do conhecimento.

Publica a produção acadêmica de pesquisadores da área da comunicação, da história e outras visando também aprimorar as discussões em torno de questões históricas dos meios de comunicação em geral.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN 2238-5126

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Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.1, n.1, 2012 / v.3, n.2, 2014.

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.3, n.2, 2014.

Revista Brasileira de História da Mídia

DOI: https://doi.org/10.26664/issn.2238-5126.322014

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.3, n.1, 2014.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.2, n.2, 2013.

Revista Brasileira de Historia da Midia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.2, n.1, 2013.

Revista Brasileira de História da Mídia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.1, n.2, 2012.

Revista Brasileira de Historia da Midia

Revista Brasileira de História da Mídia. São Paulo, v.1, n.1, 2012.

Revista Brasileira de História da Mídia

História Cultural da Imprensa – Brasil 1800-1900 | Marialva Barbosa

Marialva Barbosa faz um passeio investigativo minucioso e criterioso, em sua obra “História Cultural da Imprensa – 1800-1900”(2010), partindo da chegada da família real em território nacional, que em fuga à eminente invasão de Napoleão de Portugal, inaugura no Brasil a imprensa, com mais de trezentos anos de atraso, já que Gutenberg criou a prensa de tipos móveis, em meados do século XV, na Mogúncia, Alemanha, sendo rapidamente expandida por toda Europa e chegando, inclusive, ao México poucos anos depois. (GIOVANINNI, 1987).

Com a fundação da Impressão Régia em terras brasileiras, é também criado o primeiro jornal oficial brasileiro “Gazeta do Rio”, em 10 de setembro de 1808, ressaltando que a imprensa no Brasil chega em meio à polêmica, uma vez que dois meses antes já circulava em terras brasileiras um jornal, clandestino e opositor à Coroa, produzido em Londres por Hipólito da Costa chamado Gazeta Braziliense. Leia Mais

Alô, Alô, Joinville! Está no ar a Rádio Difusora! A radiodifusão em Joinville/SC (1941-1961) | Izani Mustafá

O livro da jornalista e professora Izani Mustafá é resultado de sua dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-graduação em História da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), em 2009. Nele, a autora narra a implantação do rádio em Joinville, SC, detendo-se nas três primeiras emissoras que se instalaram na cidade, a Rádio Difusora AM, em 1941, e as rádios Colon, em1958, e Cultura, em 1959.

Com o objetivo de “estudar a radiodifusão em Joinville para conhecer e compreender as motivações pessoais, políticas, sociais e culturais que contribuíram para que as três primeiras emissoras funcionassem”, Mustafá recorre a uma metodologia que combina pesquisa em fontes primárias com história oral, que se complementam na tarefa de reconstituir o período de 20 anos – entre 1941 e 1961 – em que as rádios foram implantadas. É neste recorte temporal que são inventariados os passos dos pioneiros do rádio joinvilense em busca da concretização de suas ambições; também nestes vinte anos identificam-se as alianças políticas e empresariais que permitiram tornar realidade os sonhos destes precursores. Leia Mais

História da televisão no Brasil. Do início aos dias de hoje | Ana Paula Goulart Ribeiro, Igor Sacramento e Marco Roxo

História da televisão no Brasil

Do início aos dias de hoje, como o nome diz, trata dos primórdios da televisão no Brasil, dividindo sua trajetória em décadas em seis partes, de 1950 até os anos 2000. A obra, porém, não se prende à ordem cronológica, pois tanto aprofunda temas específicos quanto discute problemas e objetos relativos à televisão pertinentes a período mais largo, tais como as telenovelas, o telejornalismo e sua interpelação pela matriz popular, os formatos híbridos, a relação com outros meios, tais como o rádio e o cinema, a formação do público e o recente processo de digitalização. O leitor pode transitar pelas seis primeiras décadas de nossa relação como esse novo meio de se comunicar, analisando, junto com os autores, a experiência audiovisual televisiva no Brasil.

Organizado pelos professores Ana Paula Goulart Ribeiro, Igor Sacramento e Marco Roxo, a publicação reúne trabalhos de 15 pesquisadores, além da participação dos próprios organizadores em dois dos capítulos. Ao mesmo tempo em que fornece um panorama geral da História da Televisão, o livro abre várias frentes. Ele permite atualizar o leitor de modo rápido, pois mapeia diferentes vertentes de estudo e ainda fornece novas ideias e abordagens para pesquisadores dedicados ao tema. Leia Mais

Histórias íntimas: sexualidade e erotismo na história do Brasil | Mary Del Priore

Recentemente a teledramaturgia brasileira protagonizou o primeiro beijo lésbico: representada em Amor e Revolução, a cena durou aproximadamente cinqüenta minutos. Os pontos a mais na audiência que a cena garantiu para o SBT mostram como este gênero televisivo, bem como os demais meios de comunicação, sempre funcionou como termômetro da sexualidade brasileira. Se em Amor e Revolução a temperatura subiu, em 2005 a temperatura despencou devido ao que deveria ser o primeiro beijo gay da televisão brasileira: a Rede Globo chegou a gravar a cena, mas não a levou ao ar no último capítulo de América. Caso se volte mais de duas décadas, contudo, o termômetro registrou novamente elevada temperatura: em 1979 o seriado Malu Mulher, também da Rede Globo, apresentou o primeiro orgasmo da televisão brasileira. Leia Mais