LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.8, n.3, set./dez., 2022.
Voces masculinas en la Querella de las mujeres (siglos XIII-XVIII)
Nota Editorial
- Presentación – volumen 8, número 3
- Francisco José Rodríguez-Mesa, Cristina Rodríguez-Faneca
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
Artigos – Dossiê Temático
- “Per ciò che l’uomo de’ essere adiutato e consigliato da la femina”: Il lodo delle femmine di Andrea da Grosseto
- Daniele Cerrato
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- The letter of Lauro Quirini to Isotta Nogarola: on the right training of the mind
- Maria Vardalá
- PDF (ENGLISH)
- “Creada a imagen y semejanza divina” Sobre Defensione delle donne (Alegato en defensa de las mujeres) de Agostino Strozzi
- María Dolores Ramírez Almazán, Ana Vargas Martínez
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- L’influenza dell’intellettualità femminile nella stesura de Gli Asolani: Pietro Bembo, Maria Savorgnan e Lucrezia Borgia
- Anna Suadoni
- PDF (ITALIANO)
- La agudeza de ingenio en las damas según Galeazzo Flavio Capra
- María Belén Hernández González
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Diego Sandoval de Castro: Voz filógina silenciada del Renacimiento italiano
- Salvatore Bartolotta
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- I ragionamenti di Lodovico Dolce sulla “Institution della Vedova”
- Ada Boubara
- PDF (ITALIANO)
- Le Fort inexpugnable de l’Honneur du sexe Femenin de François de Billon en la Querelle des femmes. Tradición e influencias
- Gloria Ríos Guardiola
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Los hombres también sacan pecho: maternidad y lactancia según el pensamiento de Aonio Paleario
- José García Fernández
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Interlocutoras femeninas y filosofía del amor en el Dialogo d’amore de Lodovico Domenichi
- María Dolores Valencia
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- La audaz defensa de las mujeres ingratas en el amor en Dieci paradosse degli Accademici Intronati
- Milagro Martín-Clavijo, Ioannis Dim. Tsolkas
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Dieci paradosse degli Accademici Intronati: il ruolo delle donne e l’uguaglianza tra uomini e donne
- Milagro Martín-Clavijo, Ioannis Dim. Tsolkas
- PDF (ITALIANO)
- Del Giuoco piacevole al Ragionamento in lode delle donne: el ideal femenino cortesano en la obra de Ascanio de’ Mori
- Victoriano Peña
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- La prima conclusione Dell’eccellenza della donna di Hercole Filogenio
- Spiros Koutrakis
- PDF (ITALIANO)
- “Por estallo la puta deseando”: La naturaleza insaciable de la mujer como topos en la poesía erótica española (siglos XVI-XVII)
- Andrea Chamorro Cesteros
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Dignità, Nobiltà ed Eccellenza: le donne illustri nell’opera di Cristoforo Bronzini
- Caterina Duraccio
- PDF (ITALIANO)
- La Dichiaratione di Cristoforo Bronzini in difesa del Dialogo della dignità e nobiltà delle donne (1622)
- Clara Stella
- PDF (ITALIANO)
- Voces masculinas en la querella de las mujeres dentro de las academias literarias sicilianas del siglo XVIII: la Apologia filosofico-storica (1737) de Vincenzo di Blasi y La morta viva (1737) de Orlando Libertà y la reinterpretación de la Sagradas Escrituras
- Giuliana Antonella Giacobbe
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
Fontes Primárias
Gold, Festivals, and Music in Southeast Brazil: Sounding Portugueseness | Barbara Alge
Barbara Alge | Imagem: Goethe Universität
O livro da etnomusicóloga Barbara Alge, Gold, Festivals, and Music in Southeast Brazil: Sounding Portugueseness, baseia-se numa etnografia da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do pequeno vilarejo de Morro Vermelho, um distrito de Caeté, Minas Gerais, e antigo centro de mineração que remonta ao início do século XVIII. Por meio de seu relato, a autora aborda diversos temas relacionados a debates contemporâneos na etnomusicologia e ciências sociais de modo geral, tais como: conceitos de raça e relações raciais; colonialidade e pós-colonialidade; patrimonialização; processos civilizatórios entre outros. Estas discussões têm, como pano de fundo, uma festa popular católica celebrada, em Morro Vermelho, supostamente a mais de 300 anos.
Desde quando Francisco Curt Lange fez suas primeiras investidas nas cidades históricas de Minas, a música colonial mineira tem sido investigada por diversos pesquisadores, como Paulo Castagna, José Maria Neves, Maurício Monteiro, Maurício Dottori entre outros. No entanto, talvez por sensibilidades musicais análogas às de Mário Andrade quando se deparou com os corais e orquestras das cidades históricas, a performance contemporânea de repertórios sacros ainda preservados por músicos locais foi, de modo geral, ignorada, com raras exceções (ver, por exemplo, LARA MELO, 2001; NEVES, 1987; REILY, 2006; 2011). É verdade que muitas destas corporações musicais envolvem participantes sem ou com pouco treinamento musical formal, evidenciando particularidades nas afinações e técnicas performativas. Mas, como este livro revela, estas performances apontam para valores estéticos e para a forma como estes valores estão implicados nas relações de classe e raça locais, relações estas implementadas e enraizadas, junto com o projeto civilizatório da colonização. Leia Mais
Patrimônio Musical Brasileiro | LaborHistórico | 2022
Brasão da Orquestra Lira Sanjoanense
O dossiê temático “Patrimônio Musical Brasileiro” reúne artigos relacionados tanto ao patrimônio musical histórico acumulado em fontes musicográficas e gravações, quanto ao patrimônio musical transmitido pela memória e pelas tradições comunitárias, além das intersecções entre esses dois campos. A proposta visa estabelecer conexões entre esses campos de estudo e contribuir para a integração do conhecimento de todas as formas de patrimônio musical relacionadas ao Brasil, evitando assim sua separação estanque, ainda que se reconheça a especificidade de transmissão e da pesquisa de cada uma delas.
Com este dossiê, desejamos fortalecer o conceito de patrimônio musical e estimular o desenvolvimento de linhas pesquisas a partir dessa ideia nuclear, porém considerando sua diversidade intrínseca, nas representações, celebrações, expressões, construção e uso de instrumentos musicais, manifestações, grupos e lugares associados à memória musical, bem como ao estudo dos conjuntos documentais, organológicos, fonográficos, iconográficos, hemerográficos, bibliográficos e afins, ainda que, do ponto de vista metodológico, predominem na atualidade os trabalhos referentes a estas duas abordagens: Leia Mais
Labor Histórico. Rio de Janeiro, v.8, n.1, 2022.
Patrimônio musical brasileiro
Nota Editorial
- Apresentação – volume 8, Número 1 – Patrimônio Musical Brasileiro
- Paulo Castagna, Carlos Sandroni
Artigos – Dossiê Temático
- As três dimensões do patrimônio musical: uma teoria em progresso
- Paulo Augusto Castagna
- Mas o choro já não é patrimônio? Ressonâncias e desafios do processo de patrimonialização do choro
- Lúcia Campos, Pedro Aragão, Rafael Velloso
- Memórias das Bandas de Goiás: tradições, imaginários e identidades nas entrevistas nas cidades históricas de Goiás do acervo do BandaLab
- Marcos Botelho
- A Sociedade Musical União XV de Novembro como Patrimônio Cultural: da prática musical ao arquivo vivo
- Manuela Areias Costa
- “Santa Cecília ressurge” – considerações preliminares sobre a atividade musical do Seminário de Mariana na primeira metade do século XX
- Josineia Godinho
- O arquivo musical da Orquestra Lira Sanjoanense no tempo da Companhia de Muzica
- Modesto Flávio Chagas Fonseca
- Schola Cantorum “Santa Caecilia”: atribuição de repertório e proposta de cronologia
- Matheus Theodorovitz Prust
- Documentos Musicográficos de Francisco Fonseca (1884-1970): a trajetória de um músico compositor através dos acervos de Formiga/MG
- Vinícius Eufrásio
- O fundo documental do Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro e a pesquisa sobre as relações sociais de produção musical no Brasil: dualidade no trato com fontes primárias para a pesquisa musicológica brasileira
- Luciana Requião
- Música para a Quaresma na Primeira Capital de Sergipe: os Motetos dos Passos em São Cristóvão Oitocentista
- Thais Fernanda Vicente Rabelo Maciel
- As Aberturas, Elogios Dramáticos e Peças de Circunstância do Pe. José Maurício Nunes Garcia: Abordagem Crítica de suas Fontes – Libretos e Manuscritos Musicais
- Sérgio Dias
- Celebrando uma identidade: os usos do passado para enaltecimento da paraibanidade na música Paraíba Joia Rara
- Glauber Paiva da Silva, Ana Lúcia do Nascimento Oliveira
- A solfa do Romance da Bela Infanta: uma melodia italiana do século XVII teria sobrevivido na tradição oral brasileira?
- Daniel Issa Gonçalves
- A canção folclórica em sua essência: uma análise etnomusicológica de duas canções populares tradicionais brasileiras
- Pedro Razzante Vaccari
- Difusão do legado musical brasileiro: a disponibilidade de partituras pela Web
- Rosana Saldanha da Gama Lanzelotte, Nivia Gasparini Zumpano
- Resenhas
- Festa da Padroeira, Patrimonialização e Portuguesidade em Minas Gerais
- Suzel Ana Reily
Fontes Primárias
- “Biblioteca Universal”: saberes necessários para a boa educação segundo monges da Ordem de Cister
- Davi Bretas
- Edição semidiplomática da Caderneta de estudos e exercícios de latim-português e português-latim de Carlota Joaquina
- Marcelle Mayne Ribeiro da Silva
Voces masculinas en la Querella de las mujeres (siglos XIII-XVIII)/LaborHistórico/2022
Cada vez con más frecuencia en los últimos tiempos se ha insistido en la idea de que el feminismo está abocado al más rotundo de los fracasos si los hombres no se involucran en sus demandas. Como sucede con tantos otros aspectos, esta llamada de atención a la participación masculina en aras de la obtención de una sociedad igualitaria que redunde en una sociedad más justa para todos y para las futuras generaciones hunde sus raíces en épocas muy remotas – y, en la mayor parte de las ocasiones, muy olvidadas (intencionadamente o no) – de nuestra civilización. Con el objetivo, precisamente, de reivindicar las obras de algunos de los autores que demandaron la igualdad entre hombres y mujeres en las letras europeas de las seis centurias que separan el nacimiento de la literatura italiana de los preludios del romanticismo se ideó, hace ya más de un año, el volumen que aquí se presenta. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v. 7, Especial, 2021.
Número Especial – Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva
Nota Editorial
- Apresentação – volume 7, Número Especial
- Juliana Soledade, Mailson Lopes
Artigos
- A variação -e / -i átono final no galego-português: o testemunho dos Diálogos de São Gregorio
- Henrique Monteagudo
- Los contactos de lengua y el español medieval
- Carlos Felipe Pinto
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Do Período Arcaico à ilustração: compreendendo a escolarização linguística do português à luz de Mattos e Silva
- Emília Helena Portella Monteiro de Souza, Álvaro César Pereira de Souza
- A origem da acepção negativa de você no português europeu: os contextos de uso de Vossa Mercê em cartas oitocentistas
- Célia Regina dos Santos Lopes, Ana Luiza Neves Martins, Janaina Pedreira Fernandes de Souza
- O verbo “parabenizar” no português brasileiro: etimologia, neologia e o problema do quasi-hápax em morfologia
- Bruno Oliveira Maroneze, Natival Almeida Simões Neto, Mário Eduardo Viaro
- A redução no quadro de clíticos de terceira pessoa no português brasileiro: um estudo diacrônico
- Maria Eugenia Lammoglia Duarte, Antonio Anderson Marques de Sousa, Ulli Santos Bispo Fernandes, Marianna Maroja Confalonieri Cardoso
- Notícias sobre um estudo cognitivo sócio-histórico da polissemia de “vacina”
- Ariadne Domingues Almeida, Elisângela Santana dos Santos, Neila Maria Oliveira Santana
- A maçonaria e os movimentos de insurreição do período colonial do Brasil: a questão da difusão social da escrita
- André Luiz Alves Moreno
- Acerca da posição do adjetivo no sintagma nominal: variação e/ou mudança?
- Dinah Callou, Márcia Cristina de Brito Rumeu
- Desafios do português ‘popular’ do Brasil no século XXI
- Graça Rio-Torto
- O sequestro da História? Discurso oficial e práticas de ensino sobre a história linguística do Brasil e a historicidade do português brasileiro
- Tânia Lobo, Ana Sartori, Pedro Daniel Souza
- CE-DOHS: um banco de dados sociolinguísticos para a história do português brasileiro
- Huda da Silva Santiago, Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda, Rosana Carvalho Brito, Zenaide de Oliveira Novais Carneiro
- Para um estudo da formação do português brasileiro: descrição, representatividade e potencialidades do corpus colonial do CE-DOHS
- Lara da Silva Cardoso, Zenaide de Oliveira Novais Carneiro, Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva | LaborHistórico | 2021
O nome de Rosa Virgínia Mattos e Silva (1940-2012) e a área da Linguística Histórica confundem-se no Brasil, sendo praticamente impossível fazer remissão a uma desconsiderando a outra. Quando quase ninguém mais no país estudava de modo sistemático a história da língua portuguesa e o seu período arcaico (séculos XIII a XVI), impulsionada pelo seu grande mestre, o Prof. Nelson Rossi, despontava já nos anos 60 essa linguista baiana na tessitura de laços entre o labor filológico e a análise linguística historicocêntrica, colaborando na edição do Livro das Aves (séc. XIV)1.
Durante uma carreira de mais de 40 anos, lançou-se, sem pausa, a uma perscrutação da língua portuguesa em seus primórdios, projetando-se como a estudiosa, por antonomásia, das sincronias mediévicas do português. Primeira linguista a obter o título de Pioneira da Ciência no Brasil, pelo CNPq (em 2015)2 -autora de diversos livros, capítulos de livros e artigos; orientadora de dezenas de teses de doutorado, dissertações de mestrado e projetos de iniciação científica3 – foi e continua sendo uma referência obrigatória para os que se debruçam sobre a Linguística Histórica e sobre o fluxo temporal constitutivo do português, por ser ela, nas palavras de Carlos Faraco (2021)4 , uma figura especial, um verdadeiro “[…] elo entre a tradição filológica e as tendências correntes na linguística contemporânea.” (FARACO, 2021, p. 8) 5. Não é por acaso que a sobredita pesquisadora é considerada como um dos principais agentes envolvidos no processo de ressurgimento da fênix — a Linguística Histórica — no domínio da língua portuguesa (CASTILHO, 2012 6; FARACO, 2018 7, 20098 ). Daí a afirmação de Castilho (2012)9 de que celebrar tal linguista é, em outras palavras, celebrar a Linguística Histórica no Brasil. Leia Mais
Caminhos da Paleografia | LaborHistórico | 2022
Vivemos na era da emergência do digital. As relações humanas, assim como os registros de sua interação, transformam-se pressionados pelos meios de comunicação, pelos processos e pelas formas de documentar os acontecimentos.
Com o olhar sempre a frente, as sociedades, por vezes, esquecem-se do trajeto já percorrido. Pelo caminho, estão os documentos a lembrar-nos dos fatos e de seus contextos, dos indivíduos e das comunidades, das instituições e dos Estados. Contudo, apesar de conterem em si informações textuais, não textuais e subliminares de valor inestimável para a compreensão da ação do homem em seu tempo, sem o emprego de metodologias apropriadas para a leitura e interpretação de fontes, o conhecimento sobre elas torna-se limitado. Leia Mais
Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam | LaborHistórico | 2021
Ao longo do tempo, os sons de uma língua podem mudar de diferentes formas. Por ser o tipo de mudança linguística mais facilmente perceptível e fartamente observado, a mudança sonora tem sido objeto de estudo mesmo antes do advento da Linguística moderna e do que, atualmente, se entende por Fonologia.
Desde o século XIX, o debate sobre questões sonoras nas línguas – desde a reconstrução das línguas “originais”, a partir do emprego do método histórico-comparativo, até a querela sobre o locus da mudança sonora (o som ou a palavra) – ganha espaço na literatura. Tanto na abordagem estruturalista quanto nos quadros teóricos pós-saussereanos, a proposta de métodos para a descrição de aspectos sonoros das línguas ganha relevo. Assim, a pluralidade de enfoques é uma marca registrada dos estudos em Fonética e Fonologia. Leia Mais
Línguas e variedades em contato no âmbito românico | LaborHistórico | 2021
Miña lingua le saca la lengua al disionario baila uma cumbia insima dus mapa i faz com a túnica i a moña uma cometa pra voar livre i solta pelo seu. (SEVERO, 2017, p. 19)1
Si bien la historia de los contactos lingüísticos se fusiona con la propia historia de las lenguas, la génesis de la investigación científica sobre el tema se remonta tan sólo al siglo XIX (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005, p. 6-7)2. Entre sus precursores se encuentran nombres como los del austríaco Hugo Schuchardt –cuyos estudios contribuyeron a sentar las bases, por ejemplo, de la criollística como rama de la lingüística3 – y el estadounidense William Whitney, quien trató el problema de los préstamos como uno de los factores del cambio lingüístico4. Sin embargo, fue solamente a mediados del siglo XX, con la publicación de Languages in contact: Findings and Problems (1953) de Uriel Weinreich5, que empezó a consolidarse una nueva disciplina en el ámbito de la sociolingüística dedicada a los contactos entre lenguas –o entre sus dialectos y variedades6 –.
El contacto entre lenguas –como hecho cotidiano y universal– tiene múltiples causas: el desplazamiento masivo de personas –forzado o voluntario– como consecuencia de los procesos de conquista y colonización o de las sucesivas oleadas migratorias provocadas por los cambios sociales, políticos y económicos del mundo a lo largo de los siglos7 ; la interacción entre individuos en las zonas fronterizas8 ; la convivencia de grupos etnolingüísticos distintos –uno de los cuales por lo general minoritario– en un mismo territorio9 , etc. Son, asimismo, relevantes los contactos que se producen durante los procesos de adquisición o aprendizaje de una lengua segunda o extranjera10, así como los que propicia la práctica de la traducción11. Por último, se debe señalar que los contactos también pueden darse de forma virtual. En ese ámbito sobresale el papel de los medios de comunicación y, sobre todo, de la internet en la difusión de textos escritos y orales en lenguas “extranjeras” –especialmente las lenguas globales, como el inglés y, hasta cierto punto, el español12–. Así pues, el bi-/multilingüismo13 –y, por ende, las situaciones de contacto– pueden tener carácter individual o social, y presentar diferentes grados de simetría –o sea, dominio más o menos similar de ambas lenguas por parte de un mismo individuo, o función y prestigio más o menos similares de diferentes lenguas (o dialectos) al interior de una dada comunidad, en el caso de que el bi- /multilingüismo sea social– (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005 14; KABATEK; PUSCH, 2011, p. 185 15). Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.7, n. 1, 2021.
Línguas e variedades em contato no âmbito românico
Nota Editorial
Apresentação – volume 7, número 1
- Sarah Bürk, Vicente Álvarez Vives, Virginia Sita Farias
- Artigos – Dossiê Temático
- Migración y contacto de lenguas: nuevas variedades y reestructuración del diasistema
- Klaus Zimmermann
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- El portuñol en la triple frontera amazónica: del déficit al translenguar
- Alessio Chinellato Díaz
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Palabras que trascienden fronteras en dos áreas iberorromances: la raya hispano-lusa y la del catalán peninsular
- José Enrique Gargallo Gil, José Antonio González Salgado
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Vestigios portugueses en el español atlántico: revisión lexicográfica
- Dolores Corbella
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Aspectualidad en el castellano de Cochabamba
- Carina Redel
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Adstrato cultural por comercialización. Acerca de un anglicismo del español de Chile divulgado en las tiendas
- Carsten Sinner, Constanza Gerding Salas
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- El judeo-español en contacto. Préstamos e interferencias como señal de vivacidad
- Rafael David Arnold
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Lexias neolatinas: empréstimos nas línguas bantu
- Rosa Maria de Lima Ribeiro, Jacky Maniacky, Alzenir Mendes Martins de Menezes, Michela Araújo Ribeiro
Artigos – Varia
- Narrativas da demência em gêneros judiciários do século XIX
- Maysa de Pádua Teixeira Paulinelli
- A filologia e os documentos do século XX: cartas e prontuários do Sanatório Pinel
- Antonio Ackel
- Fontes Primárias
- Ata de instalação da Congregação da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Ubirajara Carvalheira Costa
- As roupas e as mulheres no século XVIII: transcrição paleográfica do documento “Ordem régia à Mesa da Inquisição decretando que não fossem castigadas aleatoriamente as mulheres que comparecessem aos autos religiosos sem as vestimentas adequadas”
- Ana Carolina Alves Caetano
- Escritos do século XVIII: uma leitura de carta de comércio de 1798
- Juliana Cristina Vasconcellos Garcia
- “Não há necessidade alguma de comunicação telefônica entre os dois estabelecimentos”: da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) para o Ministério do Império
- Solange Ribeiro Viegas
- Popularização do Conhecimento
- Memórias de uma Diacronia Particular
- Paulo Osório
Labor Histórico. Rio de Janeiro, v.7, n.3, 2021.
Caminhos da Paleografia
Nota Editorial
- Apresentação – volume 7, Número 3 – Caminhos de uma ciência em constante renovação
- Sonia Troitiño
Artigos – Dossiê Temático
- Um estudo da autoria de quatro manuscritos jesuíticos do século XVIII
- Maycon Henrique dos Santos Pereira, Bruno Oliveira Maroneze
- A morfologia da letra manuscrita: considerações terminológicas voltadas à descrição da minúscula caligráfica
- Eduardo Henrik Aubert
- A análise crítico-paleográfica em escritos de Caio Prado Jr
- Maria Eugênia Duque Caetano
- Entre os Fólios do Livro do Gado (XVIII-XIX): Descrição Paleográfica dos Punhos dos Senhores do Brejo
- Elaine Brandão Santos, Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
- Abordagens digitais para estudos de paleografia: desafios, atualidade, desdobramentos
- Antonio Ackel
- “[…] mas na lua seguinte se tornou a desconcertar […]”: aspectos paleográficos e sociohistóricos relativos à saúde mental em uma correspondência oficial do século XVIII
- Norma Suely Silva Pereira, Carla Carolina Ferreira Gomes Querino, Rose Mary Souza de Souza
- Uma análise diplomático-paleográfica no Brasil setecentista: quem escreveu os pasquins sediciosos da Conjuração Baiana?
- Alícia Duhá Lose, Libania da Silva Santos
- O projeto GATE do Arquivo Histórico da Pontifícia Universidade Gregoriana: considerações sobre o trabalho com documentos digitalizados em um ambiente online colaborativo
- Carolina Vaz de Carvalho
- Paleográfico em manuscrito digitalizado do Projeto Resgate Barão do Rio Branco
- Edivania Granja da Silva Oliveira, Carlos Fernando dos Santos Júnior
- A construção do Forte de Ponta das Canas, Ilhabela, SP. Paleografia das correspondências entre Joachim da Silva Coelho e Morgado de Mateus
- Cintia Bendazzoli
- Para uma paleografia linguística: aspetos históricos, práticos e normativos
- Rolf Kemmler, Susana Fontes, Sónia Coelho
- Da 1.0 até a 3.0: a jornada da Paleografia no mundo digital
- Lívia Borges Souza Magalhães
- Escavar a camada paleográfica do texto: as letras como vestígios materiais em uma tradição textual
- Sílvio de Almeida Toledo Neto
- Entre caudas e prolongamentos: os desafios da leitura paleográfica
- Marcelo Módolo, Helena de Oliveira Belleza Negro
- Análise paleográfica e comentários ortográficos sobre a Carta do Ill.mo e Ex.mo Sñr Conde de Azambuja, ao de Val de Reys
- Mariane Soares Torres
- Registros da última expedição do Coronel P. H. Fawcett no Brasil: a análise paleográfica de um bilhete (1925)
- Deborah Lavorato Leme
- Uma análise paleográfica do calendário do livro de horas 50,1,016 da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
- Maria Izabel Escano Duarte de Souza
- Paleografia e Transcrição do Processo de Manuel Rodriguez
- Ramon Alberto Machado Costa
- Análise do Processo Inquisitorial do negro Pedro João: um resultado do projeto Várias Mãos e Muitas Penas
- Antonieta Buriti de Souza Hosokawa, Cassiano Borowsky Braz, Cláudia Coimbra do Espírito Santo, Fabio Melo Minervini, João Guilherme Veloso Andrade dos Santos, Julia Freitas Pinto Santana, Leonardo Augusto Silva Fontes, Leonardo Coelho Marques de Jesus, Lívia Borges Souza Magalhães, Lucia Furquim Werneck Xavier, Rafael Marques Ferreira Barbosa Magalhães, Yuri Teixeira Pires
Artigos – Varia
- Marcas de inabilidade em escrita alfabética em uma documentação epistolar de Coração de Maria (Bahia): aspectos da escriptualidade e aspectos da escrita fonética
- Patrícia Santos de Jesus Brito, Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
- Aproximación á colocación dos clíticos en galego: variación e cambio nunha comarca rural
- Eduardo Louredo
- PDF (GALEGO)
Clássicos
- Dinâmica do Livro na Universidade Medieval
- Heloísa Liberalli Bellotto
Traduções
- DE RE DIPLOMATICA, I, 11, de Jean Mabillon: uma breve história da escrita
- Danilo Oliveira Nascimento Julião
- “Ductus, la formation de l’alphabet moderne”, de Jean Mallon
- Stephanne Martini Pastore
Fontes Primárias
- “Thamaris, mujer griega e noble por la industria de sus manos e de su ingenio”: la traducción castellana de la biografía boccaccesca de una pintora
- Francisco José Rodríguez-Mesa
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Fragmenta latina operis Isaaci Ninivitae II: códs. 406 e 593 da Biblioteca do Sacro Convento de São Francisco de Assis
- César Nardelli Cambraia
- Edição semipaleográfica e fac-similar do Tratado de Haia (1641)
- Eliabe Procópio, Lodewijk Hulsman (in memoriam)
- PDF PDF
- As habilitações especiais de Pedro Américo de Figueiredo e Melo para a cadeira de História das Belas Artes
- Flora Pereira Flor
Popularização do Conhecimento
- Ser paleógrafo
- Marcelo Nogueira de Siqueira
- Nociones sobre Paleografía, esa ciencia autónoma que estudia la escritura… escrita no sólo sobre materia blanda
- Leonor Zozaya-Montes
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
The Oxford Handbook of Names and Naming | Carole Hough
No primeiro semestre de 2016, estudiosos e entusiastas da onomástica tiveram acesso a uma obra ímpar acerca de nomes próprios e de processos de nomeação em geral, The Oxford Handbook of Names and Naming, coletânea que faz parte da série The Oxford Handbook in Linguistics, com 32 volumes já publicados até o fim de 2019. Escrito integralmente em língua inglesa, pode ser adquirido em três formatos: e-book, cujo valor de aquisição é mais econômico; paperback, que se trata de uma versão com capa comum em um valor aproximado do e-book; e hardcover, versão com capa dura, num total de 832 páginas. Esta resenha se constituiu a partir da versão paperback, um manual de 774 páginas cuja excelência editorial da Oxford University Press se destaca.
Esse volume é composto por pesquisas onomásticas, majoritariamente numa perspectiva eurocêntrica, mesmo que se confirmem descrições e análises de línguas e de culturas ao longo da obra, da família indo-europeia a línguas/dialetos e culturas minoritários dos cinco continentes. Isso pode ser atestado com o exame de duas seções pós-textuais: o Index of Languages, que lista um total de 145 línguas ou dialetos – a língua portuguesa é referida em quatro artigos e não há menções específicas a línguas autóctones brasileiras –, e o Subject Index, na qual o item Brasil é mencionado em três artigos. A editoria da obra ficou a cargo da professora britânica Carole Hough, ex-presidente do International Council of Onomastic Sciences (ICOS) e atual docente na Universidade de Glasgow, na Escócia, com a contribuição de Daria Izdebska como sua assistente nessa empreitada. Leia Mais
Voces de la ausencia. Las cartas privadas de los emigrantes asturianos a América (1856-1936) | Laura Martínez Martín
As cartas privadas e, em particular, as escritas pelos emigrantes de longas distâncias, receberam atenção de numerosos historiadores, linguistas e cientistas sociais de várias gerações. Desde a publicação, em 1918, de The Polish Peasant in Europe and America, dos sociólogos William Thomas e Florian Znaniecki, para citar a obra mais importante no seu gênero, publicaram-se inúmeras recompilações e estudos de documentos pessoais relacionados aos grandes movimentos migratórios, especialmente do velho ao novo continente. Os historiadores atuais das épocas moderna e contemporânea sabem muito bem que a correspondência epistolar não é uma fonte que se possa desprezar inadvertidamente, e não são poucos os que lhe concedem uma importância central para descrever e explicar processos históricos complexos, como os conflitos bélicos e as migrações em massa, por exemplo. Nesse contexto epistemológico, vale a pena conhecer o livro Voces de la ausencia, com o qual Laura Martínez coroa vários projetos de pesquisa coordenados pelo professor Antonio Castillo Gómez na Universidad de Alcalá1. Leia Mais
Morfologia Histórica | LaborHistórico | 2020
Com o advento do paradigma estruturalista e, dentro dele (e a partir dele), embora com algumas exceções1 , a aceitação de uma leitura a-histórica do fenômeno linguístico (MARTÍNEZ, 1993 2 ; CARVALHO, 2008 3), o peso quantitativo e qualitativo dos estudos histórico-diacrônicos sobre a língua sofreu uma séria obnubilação (KABATEK, 2007 4; MATTOS E SIVA, 2008 5; ANDERSON, 2016 6; SIMÕES NETO; OLIVEIRA; SANTOS, 2019 7), só parcial e timidamente recuperado a partir das décadas de 70 e 80 do século passado, processo que continua em marcha até os dias atuais.
A morfologia histórica, como subdisciplina da linguística histórica, não foi poupada de tal descenso, tendo o seu cultivo quase que fenecido, na Ibero-România e em outras plagas (cf. PENA, 2009 8; cf. também BUENAFUENTES DE LA MATA, 2017 9). Não obstante, parece ela experimentar o reinício de uma discreta vitalidade nos últimos anos (BASILIO, 2009 10), talvez pela redescoberta (ou ênfase) de que a estruturação e o comportamento do componente morfológico (tal como os demais âmbitos do fenômeno linguístico) moldam-se em conformidade com as características enraizadas no fluxo temporal da língua (RIO-TORTO, 2014 11). Leia Mais
Arte, História e Escrita | LaborHistórico | 2020
A proposta de organização de um dossiê sobre as diversas relações possíveis entre arte, história e escrita responde ao interesse da revista LaborHistórico, publicação semestral on-line dos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas e Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, um periódico que tem como foco estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do historiador diante de seu material de trabalho. Focada nas áreas de Filologia e Linguística Histórica, a revista busca cada vez mais a interdisciplinaridade, promovendo números relacionados com áreas diversas, como a paleografia, a história, a literatura, a história social da cultura escrita, dentre outras.
Assim, este dossiê, intitulado Arte, História e Escrita, reúne vinte artigos de pesquisadores filiados a instituições do Brasil, Espanha, Argentina, Itália, México, Chile e Estados Unidos, principalmente relacionados com a História da Arte, que refletem sobre o labor do historiador da arte diante de suas fontes de trabalho. O próprio conceito de fonte escrita, sua definição, suas diferentes tipologias e caraterísticas se constituem como elementos vertebradores da reflexão, assim como os diferentes modos possíveis de tratamento destas fontes na Historia da Arte e sua importância para a construção da disciplina. Leia Mais
História e histórias do léxico: diferentes perspectivas | LaborHistórico | 2020
“[…] o léxico representa a janela através da qual uma comunidade pode ver o mundo, uma vez que esse nível de língua é o que mais deixa transparecer os valores, as crenças, os hábitos e costumes de uma comunidade […]” (OLIVEIRA; ISQUERDO, 2001, p. 9)1
Justamente por vermos o mundo de uma forma singular, através de janelas diferentes, este dossiê recebeu muitos textos sobre temas das ciências do léxico em diferentes perspectivas. O presente número da revista LaborHistórico inclui um dossiê temático sob o mote de “História e histórias do léxico: diferentes perspectivas”. A esse dossiê se somam, sob o mesmo tema, um glossário relativo a uma fonte linguística e, também, a resenha de uma obra de referência na área da Lexicologia.
No dossiê temático são reunidos 22 artigos que representam vários âmbitos, domínios e abordagens das chamadas “ciências do léxico” − lexicologia, lexicografia e terminologia, com as suas sub-especialidades −, abrangendo quer uma perspectiva diacrônica quer uma perspectiva sincrônica. Plasmada no índice, a organização dos textos obedeceu a uma dupla lógica: arrolar, por um lado, os trabalhos que tratam de problemáticas ou assuntos de cariz geral em algumas das três áreas acima mencionadas e considerar, por outro, tanto quanto possível, o arco cronológico contemplado em cada trabalho.
Assim, o dossiê abre com um artigo de Susana Maria Duarte Martins (Universidade Nova de Lisboa) sobre A definição enquanto elemento nuclear na organização do conhecimento: das teorias epistemológicas à formulação de definições em Língua Natural (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35130), trabalho no qual a autora tece considerações epistemológicas a propósito do conceito de “definição”, que é fundamental na investigação desenvolvida no âmbito das ciências do léxico.
A seguir, no trabalho intitulado Ideofones e realia em um dicionário bilíngue Santome/Português (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33700), Gabriel Antunes de Araújo (Universidade de Macau, Universidade de São Paulo) detém-se na aplicação de dois conceitos linguísticos (“ideofone” e “realia”) a uma obra lexicográfica bilingue que confronta o crioulo sãotomense e o português.
Fenômeno transversal e comum às várias disciplinas que estudam o léxico, a variação lexical coloca problemas de várias naturezas não só aos lexicógrafos como a outros estudiosos do léxico, seja este considerado numa perspectiva histórica, seja numa perspectiva sincrônica. O artigo de Américo Venâncio Lopes Machado Filho (Universidade Federal da Bahia), Ivan Pedro Santos Nascimento (Universidade Federal da Bahia) e Lisana Rodrigues Trindade Sampaio (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) contribui precisamente para a reflexão e problematização sobre a Variação lexical no contexto das obras lexicográficas (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33469).
O contato entre línguas é outro aspecto transversal às disciplinas específicas do estudo do léxico, já que todas elas lidam com os efeitos do contato interlinguístico, vale dizer, da influência das línguas sobre outras. Desse fenômeno trata o artigo Vías de entrada de los lusismos al léxico español (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35098), de Alejandro Fajardo (Universidad de La Laguna), cujo foco está na influência do português sobre o léxico espanhol.
No âmbito da lexicografia, inscreve-se igualmente o trabalho Questões diacrônicas das Ciências do Léxico: a dicionarização de brasileirismos no campo semântico da fauna e flora (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.31887), de Manoel Messias Alves da Silva (Universidade Estadual de Maringá) e Luana Vitoriano (Universidade Estadual de Maringá), que, retomando um tema já clássico nos estudos lexicológicos e lexicográficos do português do Brasil – os “brasileirismos” –, se debruçam sobre o campo semântico da fauna e da flora.
Em seguida, no artigo Tendências metafóricas no léxico português: o que os dicionários não dizem (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35048), Esperança Cardeira (Universidade de Lisboa) e Alina Villalva (Universidade de Lisboa) tratam das tendências metafóricas no léxico português e trazem uma contribuição sobre um tópico candente nos estudos lexicológicos e lexicográficos do português.
Inscrito no domínio da morfologia lexical, o artigo O método histórico-comparativo e a sua validade para o estudo da morfologia lexical: síntese de uma proposta de aplicação ao galego-português e ao castelhano (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35118), de Mailson Lopes (Universidade Federal da Bahia), questiona o método histórico-comparativo como modelo para uma proposta de aplicação a duas línguas, o galego-português e o castelhano, procurando mostrar a validade do referido método.
Na área da lexicologia e, em concreto, no domínio da neologia técnico-científica e no da neologia expressiva (expressiva, humorística e lúdica), insere-se o estudo Renovação do Léxico no Português brasileiro e europeu. Da neologia técnico-científica à neologia expressiva, humorística, lúdica (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33323), de Graça Rio-Torto (Universidade de Coimbra), que atenta no processo de renovação lexical tanto no português brasileiro como no português europeu.
No âmbito da lexicologia histórica, o artigo Léxico e História da Escravatura: reflexões críticas a partir de documentos históricos (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35125), de Eliana Correia Brandão Gonçalves (Universidade Federal da Bahia), trata do léxico relacionado com a história da escravatura no Brasil, baseando-se em documentos históricos relativos ao Brasil.
Exemplo de uma abordagem histórica em lexicologia, o trabalho Histórias de famílias de palavras: o caso de “laranja” e “cidra” (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35389), de Alina Villalva (Universidade de Lisboa), centra-se no estudo da história de famílias de palavras e, em concreto, nos casos das unidades “laranja” e “cidra”, constituindo um exemplo de investigação de microssistemas lexicais.
No âmbito da lexicologia inscreve-se também o estudo The magic words: Lexicon of the associative field of magic in the medieval cantigas (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35283), de Sandro Marcío Drumond Alves Marengo (Universidade Federal de Sergipe) e de Rafael Marques Ferreira Barbosa Magalhães (Universidade Federal da Bahia), que trata das palavras do campo da magia em cantigas medievais.
Ainda nessa área de especialidade, na interface filologia e ciências do léxico, integra-se a análise realizada por Fidel Pascua Vílchez (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Sermo de vinculis sancti Petri apostoli: un estudio sobre los folios 165v y 166r del manuscrito Ms528 de Cambrai (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34383), sobre alguns fólios de um manuscrito latino do século XII de autoria desconhecida.
Também no domínio da lexicologia, o artigo de Renata Ferreira Costa (Universidade Federal de Sergipe), de Larissa Pinheiro Santos (Universidade Federal de Sergipe) e de Letícia Santos (Universidade Federal de Sergipe) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35305) aborda um campo semântico específico, o do curandeirismo, com base inquéritos policiais do século XIX.
Tomando o jornal “A Tarde” (1914-2014) como corpus lexical, Liviane Gomes Ataíde Santana (Universidade Estadual de Feira de Santana) estuda a variação lexical e a implementação da mudança no campo semântico do roubo no material em apreço. O artigo A variação lexical e a implementação da mudança no campo semântico do roubo no jornal “A Tarde” (1914-2014) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34021) expõe os resultados do referido estudo.
O trabalho intitulado De “toxicomania” a “dependência química”: uma análise na perspectiva da lexicologia sócio-histórica (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.31526), de autoria de sete pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais – André de Sousa Figueiredo Freitas, Bárbara Vieira de Oliveira, Daiane Soares Bertolino, Leopoldina Aparecida Lopes, Mayta Ferreira Machado, Vinícius Ramede de Paula Pinto e César Nardelli Cambraia –, é um exemplo da uma perspectiva sóciohistórica no âmbito da lexicologia. Nesse artigo, os autores analisam o processo que, da “toxicomania”, conduziu à “dependência química”.
Centrado no romance “Cascalho”, o texto de Antonio Marcos de Almeida Ribeiro (Universidade Estadual de Feira de Santana) – Os tabus linguísticos no romance “Cascalho” de Herberto Sales (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35108) – trata de um problema linguístico e cultural que envolve a sexualidade: os “tabus linguísticos”.
De caráter lexicológico e dialetológico, o trabalho Pelos caminhos do Ceará, por meio das frestas do léxico (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35141), de Expedito Eloísio Ximenes (Universidade Estadual do Ceará) e de Ticiane Rodrigues Nunes (Universidade Estadual do Ceará), explora as “frestas do léxico” no território do Ceará por meio de duas fontes documentais de período distintos.
Da perspectiva dialetológica nos estudos do léxico, temos outro exemplo no trabalho As marcas regionais lexicais do português falado em Colíder – MT (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34945), de Maria José Basso Marques (Universidade Federal de Mato Grosso) e de Manoel Mourivaldo Santiago-Almeida (Universidade de São Paulo), no qual os autores recenseiam e estudam os regionalismos do português falado em Colíder, no estado do Mato Grosso.
Em seguida, apresenta-se um trabalho sobre um outro campo das Ciências do Léxico. Da antroponímia, como especialidade no âmbito da onomástica, é exemplo o artigo Recuperando a história do léxico antroponímico brasileiro (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35110), de Juliana Soledade (Universidade de Brasília), que visa recuperar a história de parte do léxico antroponímico brasileiro.
Ainda na esfera da Onomástica, explorando a relação entre antroponímia e toponímia, Jeander Cristian da Silva (Universidade Federal de Minas Gerais) estuda a origem do nome “Betim”, um (antropo)topônimo (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35087).
O artigo Contributos para o estudo da potamonímia portuguesa a norte do Mondego (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33930), de Carlos Rocha (Ministério da Educação Portugal, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa), também traz contribuições para os estudos onomásticos, de forma particular para os estudos sobre a potamonímia portuguesa a norte do Mondego, texto que representa o domínio especializado dos nomes de rios.
Por fim, Thyago José da Cruz (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) apresenta um trabalho Fraseografia: perspectivas históricas, contemporâneas e grau de autonomia (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34767), que considera as unidades lexicais no plano fraseográfico, avaliando o seu grau de autonomia e trazendo achegas tanto históricas como contemporâneas.
Além dos artigos ora apresentados, o dossiê “História e histórias do léxico: diferentes perspectivas” inclui um glossário e uma resenha. O Glosario de términos astronómicos y astrológicos del Lybro de magyka (Ms. 5.2.32, Biblioteca Colombina, Sevilla) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34263), elaborado por Aléxia Teles Duchowny (Universidade Federal de Minas Gerais) e Giovana Figueiredo Santos (Universidade Federal de Minas Gerais), cuja função é registrar e popularizar itens lexicais, compõe-se de unidades extraídas do manuscrito quinhentista “Lybro de magyka”, da Biblioteca Colombina em Sevilha, Espanha. Já a resenha de Cezar Alexandre Neri Santos (Universidade Federal de Alagoas) apresenta e comenta, de forma crítica, a obra “The Oxford Handbook of Names and Naming”, editada por Carole Hough e publicada pela Oxford University Press, em 2016 (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.32696).
Para realçarmos os temas abordados neste volume, a partir da multiplicidade de domínios e de perspectivas no âmbito das ciências do léxico incluídos neste dossiê, elaboramos uma nuvem com todas as palavras-chave dos trabalhos aqui publicados, sendo que essas palavras foram visualmente hierarquizadas em função do número de ocorrências.
Esse infográfico nos permite reafirmar a diversidade temática de que o léxico é objeto, em “diferentes perspectivas” e, ao mesmo tempo, perceber as múltiplas convergências e cruzamentos possíveis/necessários nessa área de estudo.
Nota
1 OLIVEIRA, A. M. P. P. de; ISQUERDO, A. N. Apresentação. In: OLIVEIRA, A. M. P. P. de; ISQUERDO, A. N. (Orgs.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. 2. ed. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2001.
Organizadores
Maria Filomena Gonçalves – Universidade de Évora.
Marcus Vinícius Pereira das Dores – Universidade de São Paulo.
Referências desta apresentação
GONÇALVES, Maria Filomena; DORES, Marcus Vinícius Pereira das. Apresentação. LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.6, n.3, p. 10-15, set./ dez. 2020. Acessar publicação original [DR]
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.6, n. 1, 2020.
Morfologia Histórica
Nota Editorial
Apresentação – volume 6, número 1
- Natival Almeida Simões Neto, Mailson dos Santos Lopes
Artigos – Dossiê Temático
- Suffixal changes in Middle Portuguese
- Graça Rio-Torto
- PDF (ENGLISH)
- Esquemas construcionais no português arcaico: um estudo sobre X-ada1, X-ada2, X-ado, X-do, X-da
- Juliana Soledade
- Sobre o estatuto de -nte: evidência de um continuum flexão-derivação para a mudança morfológica do latim ao português
- Carlos Alexandre Gonçalves, João Carlos Tavares da Silva
- Do latim [[X]-ūtus]a ao português -[[X]-udo]a: considerações sobre a trajetória de um esquema morfológico adjetival
- Natival Almeida Simões Neto
- Desaparecimento de -ádig- / -ádeg- e -idão do sistema sufixal do português
- Maria do Céu Caetano
- “Não me aquenta, nem me arrefenta”: considerações a propósito da origem e evolução dos verbos terminados em -entar em português
- Rui Abel Rodrigues Pereira
- A combinação de prefixos no galego-português
- Mailson dos Santos Lopes
- Uma abordagem ampliada da reduplicação no Vocabulario Portuguez, e Latino de Bluteau (séc. XVIII)
- Antonia Vieira dos Santos
- Perspectivas onomasiológica e semasiológica nos estudos de neologia
- Bruno Oliveira Maroneze, João Henrique Lara Ganança
Artigos – Varia
- “Que cousa he virgula?”: a mudança nas funções da vírgula em doutrinas gramaticais do século XVII ao XIX
- Aline de Azevedo Rodrigues, Maria Filomena Gonçalves
- O uso escrito do romance nos reinos de Afonso X o Sabio e no reino de Portugal desde o século XII ata finais do XIII: estado da cuestión
- Ramón Mariño Paz
- PDF (GALEGO)
- O pó da memória: acervo literário de Josué Guimarães e patrimônio cultural
- Luana Maria Andretta
- Fontes Primárias
- O Livro de Naturas, uma fonte manuscrita para o estudo da medicina medieval em Portugal
- Ana Marta Silva Pinto
- Ideia Geographica dos territorios portuguezes que comprehende o Governo e Capitania General do Matto Grosso e Cuiabá. Confinantes as Provincias Castelhanas de Chiquitos e de Mojos
- Carmem Marques Rodrigues
- Termo de Alinhamento e Vistoria: testemunho do arrendamento do uso do espaço público na Praça São João, Cidade Baixa de Salvador, em 1849
- Jan Maurício van Holthe
Resenhas
- DEL PRIORE, Mary. D. Maria I: as perdas e as glória da rainha que entrou para a história como “a louca”. São Paulo: Benvirá, 2019, 224 p. ISBN: 978-85-5717-316-3
- Marcelo Módolo, Helena de Oliveira Belleza Negro, Nathalia Reis Fernandes, Narayan Pereira Porto, Fábio Garcia Dias
- Popularização do Conhecimento
- Pesquisar, ensinar, mas também divulgar
- Marcos Bagno
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.6, n. 3, 2020.
História e histórias do léxico: diferentes perspectivas
Nota Editorial
Apresentação – volume 6, número 3
- Maria Filomena Gonçalves, Marcus Vinícius Pereira das Dores
Artigos – Dossiê Temático
- A Definição enquanto Elemento Nuclear na Organização do Conhecimento: das Teorias Epistemológicas à Formulação de Definições em Língua Natural
- Susana Maria Duarte Martins
- Ideophones and realia in a Santome/Portuguese bilingual dictionary
- Gabriel Antunes de Araujo
- PDF (ENGLISH)
- Variação lexical no contexto das obras lexicográficas
- Américo Venâncio Lopes Machado Filho, Ivan Pedro Santos Nascimento, Lisana Rodrigues Trindade Sampaio
- Vías de entrada de los lusismos al léxico español
- Alejandro Fajardo
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Questões diacrônicas das Ciências do Léxico: a dicionarização de brasileirismos no campo semântico da fauna e flora
- Manoel Messias Alves da Silva, Luana Vitoriano
- Tendências metafóricas no léxico português: o que os dicionários não dizem
- Esperança Cardeira, Alina Villalva
- O método histórico-comparativo e a sua validade para o estudo da morfologia lexical: síntese de uma proposta de aplicação ao galego-português e ao castelhano
- Mailson Lopes
- Renovação do Léxico no Português brasileiro e europeu. Da neologia técnico-científica à neologia expressiva, humorística, lúdica
- Graça Rio-Torto
- Léxico e História da Escravatura: reflexões críticas a partir de documentos históricos
- Eliana Correia Brandão Gonçalves
- Histórias de famílias de palavras: o caso de ‘laranja’ e ‘cidra’
- Alina Villalva
- The magic words: Lexicon of the associative field of magic in the medieval cantigas
- Sandro Marcío Drumond Alves Marengo, Rafael Marques Ferreira Barbosa Magalhães
- PDF (ENGLISH)
- Sermo de vinculis sancti Petri apostoli: un estudio sobre los folios 165v y 166r del manuscrito Ms528 de Cambrai
- Fidel Pascua Vílchez
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Campo lexical do curandeirismo em inquéritos policiais do século XIX
- Renata Ferreira Costa, Larissa Pinheiro Santos, Letícia Santos
- A variação lexical e a implementação da mudança no campo semântico do roubo no jornal A Tarde (1914-2014)
- Liviane Gomes Ataíde Santana
- De ‘toxicomania’ a ‘dependência química’: uma análise na perspectiva da lexicologia sócio-histórica
- André de Sousa Figueiredo Freitas, Bárbara Vieira de Oliveira, Daiane Soares Bertolino, Leopoldina Aparecida Lopes, Mayta Ferreira Machado, Vinícius Ramede de Paula Pinto, César Nardelli Cambraia
- Os tabus linguísticos no romance Cascalho de Herberto Sales
- Antonio Marcos de Almeida Ribeiro
- Pelos caminhos do Ceará, por meio das frestas do léxico
- Expedito Eloísio Ximenes, Ticiane Rodrigues Nunes
- As marcas regionais lexicais do português falado em Colíder – MT
- Maria José Basso Marques, Manoel Mourivaldo Santiago-Almeida
- Recuperando a história do léxico antroponímico brasileiro
- Juliana Soledade
- A origem do (antropo)topônimo Betim
- Jeander Cristian da Silva
- Contributos para o estudo da potamonímia portuguesa a norte do Mondego
- Carlos Rocha
- Fraseografia: perspectivas históricas, contemporâneas e grau de autonomia
- Thyago José da Cruz
Glossário
- Glosario de términos astronómicos y astrológicos del Lybro de magyka (Ms. 5.2.32, Biblioteca Colombina, Sevilla)
- Aléxia Teles Duchowny, Giovana Figueiredo Santos
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
Resenhas
- HOUGH, Carole (ed.). The Oxford Handbook of Names and Naming. Oxford: Oxford University Press, 2016. 774 p. ISBN: 978-0198815532.
- Cezar Alexandre Neri Santos
Fontes Primárias
- L’«Esordio al Illustrissimo et Virtuosissimo S. Lo S. Don Federico de Aragona» di Rustico Romano: il prefazio a un canzoniere della Napoli aragonese
- Francisco José Rodríguez-Mesa
- PDF (ITALIANO)
- Cathalogo de alguns Escritores desta Capitania do Graõ Parâ
- Jean Gomes de Souza
- O engatinhar das ciências no Brasil: a Ata da Primeira Congregação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, 1842
- Vitória Luyza Cardoso Barbosa
- Palavras de amigo: carta de Francisco Schettino a Lima Barreto sobre concurso literário promovido pela Academia Brasileira de Letras
- Luciano Correa de Moraes Junior
- Popularização do Conhecimento
- Precisamos de falar sobre a língua
- Marco Neves
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.6, n. 2, 2020.
Arte, História e Escrita
Nota Editorial
- Apresentação – volume 6, número 2
- Alberto Martín Chillón
Artigos – Dossiê Temático
- Uma história não-verbal: a arte como ferramenta analítica
- Tamara Quírico
- Apontamentos sobre a prática da H(h)istória da arte
- Ivair Reinaldim
- Repensar a escrita pela arte e pela poesia: Mallarmé, Fenollosa e Mira Schendel
- Ana de Gusmão Mannarino
- Ilustração em cartas: uma expansão do pensamento entre desenhos e escrita
- Renata Oliveira Caetano, Débora Bastos Fioravante Pereira
- “Cada letra isolada era um desenho”: caligrafia, estética e iconografia em Baú de Ossos
- Maria Alice Ribeiro Gabriel
- O uso do Arquivo Histórico da Escola de Belas Artes da UFRJ para o estudo da História da Arte brasileira: o caso da Exposição Geral de 1884 da Academia
- Sonia Gomes Pereira
- Por que estudar a literatura artística brasileira? Considerações sobre as artes de tradição europeia nos séculos XIX e início do XX
- João Victor Rossetti Brancato
- Palavra-experiência e os panoramas oitocentistas britânicos
- Carla Hermann
- Golpes e perseguição: como Homero chega para sua desventura socrática na República
- Antonio Leandro Barros
- Imagens, Fontes e Manuscritos: o conhecimento médico-astrológico nos calendários astronômicos de Nicholas de Lynn e John Somer
- Jefferson de Albuquerque Mendes
- Nuevas fuentes sobre la rueda de la Fortuna y su aparición en el arte efímero hispánico: de la alegoría del buen gobierno al conflicto interreligioso frente al islam
- Borja Franco Llopis
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- A incerteza como método nos escritos e na arte de Jacopo Pontormo
- Alexandre Ragazzi
- O “Discorso” de Paleotti e o desejo por uma teoria Tridentina da imagem
- Clara Habib de Salles Abreu
- Biblioiconografía y evangelización: la relación entre texto e imagen en libros impresos novohispanos
- Guadalupe Rodríguez Domínguez, Elvia Estefania Lopez Vera
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Americanus pinxit: os artistas da Real expedição botânica do Novo Reino de Granada (1783-1816) desde a epistemologia visual
- Juan Ricardo Rey-Márquez
- Imágenes para la gauchesca: una genealogía
- Juan Albin
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Nós que aqui estamos por vós esperamos. Aproximaciones entre el Cine y la Historia
- María Silvina Sosa Vota
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- (Hi)Story in the Margins: Jose Rizal’s Footnotes to Antonio Morga’s Chronicle
- Ninel Valderrama Negron
- PDF (ENGLISH)
- Giulio Carlo Argan e Eugenio Battisti: Novas Diretrizes para a Crítica de Arte Italiana
- Fernanda Marinho
- Algumas considerações sobre a presença da epigrafia em latim no Rio de Janeiro
- Danilo Oliveira Nascimento Julião
Artigos – Varia
- A singularidade do discurso trobadoresco de Alfonso X
- Esther Corral Diaz
- PDF (GALEGO)
- Líderes eclesiásticos do primeiro bispado mineiro: 1749 a 1904
- Marcus Vinícius Pereira das Dores
Fontes Primárias
- Instruções de viagem a Europa ao primeiro pensionista da Academia Imperial de Belas Artes
- Paola Matheus dos Santos, Beatriz Dias Mikhail
- Reflexões sobre o ensino na Academia Imperial de Belas Artes a partir das Instruções para o pensionista de Pintura Histórica em Roma Francisco Antonio Nery
- Flora Pereira Flor, Maria Elisa Lima de Souza
- Rodolpho Amoêdo e seu pensionato em Paris
- Débora Poncio Soares
- Dinorá de Simas Enéas: uma pensionista de Gravura de Medalhas em Roma durante a 1ª Guerra Mundial
- Lindley de Oliveira Corrêa, Millena Cassim Rodrigues Guedes
Resenhas
- MARTÍNEZ MARTÍN, Laura. Voces de la ausencia. Las cartas privadas de los emigrantes asturianos a América (1856-1936). Gijón: Trea, 2019.
- José Ignacio Monteagudo
- Popularização do Conhecimento
- Popularizar em tempos de isolamento: o caso do Museu D. João VI (Escola de Belas Artes/UFRJ)
- Alberto Martín Chillón
Crítica textual: volume 1 | Marlene C. Gomes Mendes e Silvana dos Santos Ambrosili
Crítica textual: volume 1, disponível, em formato pdf, no endereço eletrônico https://bit.ly/34csVGe, foi escrito pelas professoras Marlene C. Gomes Mendes, coordenadora e docente, e Silvana dos Santos Ambrosoli, tutora a distância, para os alunos que cumprem a disciplina Crítica Textual, ministrada no quinto semestre do curso de Licenciatura de Letras a distância da Universidade Federal Fluminense. Trata-se de material que acompanha as dez aulas que compõem a disciplina e vem estruturado, por isso mesmo, em dez pontos.
A consulta ao material é aberta na Internet, agilizando sua utilização por todos os potenciais interessados, em busca de noções elementares sobre a ciência da curadoria de um texto, mas principalmente de confiabilidade, dado o enquadramento institucional da obra em tela. O Consórcio CEDERJ – Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro, projeto de graduação a distância da fundação CECIERJ – Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro, reúne universidades e instituições de ensino superior públicas, como a Universidade Federal Fluminense, com o objetivo de levar educação superior pública, gratuita e de qualidade para todo o Estado do Rio de Janeiro, por meio de cursos na modalidade EaD (Educação a Distância). A fundação e o consórcio são as instituições responsáveis pela publicação do referido material didático. Leia Mais
Diferentes olhares sobre a mudança linguística | LaborHistórico | 2019
É com grande honra que apresentamos, dentro do primeiro número do volume 5 da Revista LaborHistórico, o dossiê intitulado Diferentes olhares sobre a mudança linguística, tema de grande abrangência e que perpassa, de modo mais ou menos direto, o interesse de todos os que se aventuram a ter a língua como objeto de estudo. Os leitores encontrarão, ao longo dos trabalhos, subsídios importantes para enriquecer suas reflexões acerca da mudança linguística, deparando-se com o tratamento do tópico a partir de pressupostos teóricos distintos e verificando sua aplicabilidade na análise de fenômenos da língua portuguesa.
Um fato empírico conhecido a respeito de todas as línguas naturais é o de que elas mudam ao longo do tempo. Entender por que mudam e como essa mudança se dá reside na essência dos interesses de investigação de linguistas históricos, que assumem a árdua tarefa de descrever fenômenos e propor teorias de mudança, a partir de dados de diferentes línguas do mundo. Leia Mais
Cabalgando nas ondas do Atlántico. Estudos sobre léxico galego e português | LaborHistórico | 2019
A Suzana Cardoso, amante da diversidade. Amiga e mestra inesquecible, sempre no noso corazón e na nosa memoria.
Este volume recolle un ramallete de traballos sobre a variación léxica no espazo galegoportugués, desde distintas perspectivas de estudo e con olladas lanzadas desde Galicia e Portugal, en Europa, e desde O Brasil, na América, cunha paradiña, en tránsito, desde o arquipélago das Canarias. Por iso o seu primeiro título, que lembra a galegos e portugueses incitados por igual a sucar os mares do mundo, e en particular este océano que nos une co Brasil, en permanente viaxe de ida e volta. E por iso, tamén, a dedicatoria a Suzana Cardoso, mestra inesquecible, sempre cos brazos abertos e as dúas mans tendidas, en sinal perpetuo de irmandade.
Non pretende este volume trazar un estado da arte nos estudos de variación léxica neste amplo espazo lingüístico nin moito menos sintetizar os aspectos máis salientables daqueles que merecen ou deberan merecer a atención dos especialistas. Foi concibido, máis ben, con outra dobre intención, máis modesta pero ao noso xuízo igualmente importante: dun lado, mostrarmos o vizo e variedade alcanzados por esta liña de estudo no amplo espazo das ciencias do léxico dentro do noso ámbito lingüístico; doutro, mostrarmos e reafirmarmos un espazo de encontro entre especialistas de aquén e alén mar, na certeza de que os nosos estudos do léxico –sexan a propósito da lingua galega sexan sobre a lingua portuguesa– só alcanzarán o seu máximo nivel contemplando a rica variación no conxunto deste bloque lingüístico. A ninguén se lle escapa, con todo, que no volume que ofrecemos non están representadas amplas áreas de expansión da lingua portuguesa: outras ocasións haberá! Leia Mais
Encontros com a Filologia | LaborHistórico | 2019
Somos muito solitários nas inúmeras horas de pesquisa com manuscritos velhos (por vezes empoeirados), nas frustrantes tentativas de compreensão das caligrafias, nas leituras interrompidas pelas rasuras, nas dificuldades de acesso aos documentos de processo e de sua publicação […].
(GAMA, 2017, p. 135)1
A Filologia é uma área multidisciplinar com interfaces com diferentes áreas científicas. Prova disso é que não encontramos uma única definição para essa área. Em um sentido lato, o qual nem utilizamos muito no Brasil, Bluteau em seu Vocabulario Portuguez e Latino apresenta a seguinte definição:
Philologia. He palavra Grega composta de Philos, Amigo, e Logos, discurso; e Philologia val o mesmo que Estudo das letras humanas, começando da Grammatica, (que antigamente era a parte principal da Phililogia,) e proseguindo com a eloquencia Oratoria e Poetica, com as noticias da Historia antiga, e moderna, com a intelligencia, interpretação, e Critica dos Authores, com a erudição sagrada, e profana, e géralmente com a comprehensaõ, e aplicação de todas as cousas, que podem ornar o engenho, e discurso humano. Rigorosamente fallando, Philologia he a parte das sciencias, que tem por objecto as palavras, e propriedade dellas. (BLUTEAU, ano, p. 482)2.
Já o Dicionário Houaiss traz, no verbete Filologia, algumas definições com graus de diferenças umas das outras:
Filologia é (1) estudo rigoroso dos documentos escritos antigos e de sua transmissão, para estabelecer, interpretar e editar esses textos; (2) estudo científico do desenvolvimento de uma língua ou de famílias de línguas, baseado em documentos escritos nessas línguas; (3) estudo científico de textos e estabelecimento de sua autenticidade através da comparação de manuscritos e edições; (4) lat. philologìa,ae ‘amor às letras, erudição, literatura’, do gr. philología,as ‘necessidade de falar, conversação’; (5) parte da linguística diacrônica que trata do estudo comparado das línguas, através de sua origem e evolução, e do confronto com línguas modernas; gramática comparada, linguística comparada. (HOUAISS; VILLAR, 2009, eletrônico, s/p)3.
Castro (1992, p. 124)4, por sua vez, define Filologia como
a ciência que estuda a gênese e a escrita dos textos, a sua difusão e a transformação dos textos no decurso da sua transmissão, as características materiais e o modo de conservação dos suportes textuais, o modo de editar os textos com respeito máximo pela intenção manifesta do autor.
Ao compararmos as definições ora apresentadas encontramos um ponto de convergência: a Filologia como estudo dos textos e dos documentos. Tendo em vista o foco da revista LaborHistórico – estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho – sem excluir as outras definições, tomamos a Filologia como ciência que se ocupa do estudo dos textos e dos documentos para delimitar esse dossiê temático que apresentamos.
O número 2 do volume 5 da LaborHistórico traz a público 16 artigos, três fontes primárias – seção que inauguramos este ano – uma resenha, uma tradução e um trabalho de popularização do conhecimento científico – seção que publicamos pela primeira vez neste número. Contamos com a participação de investigadores de diferentes instituições nacionais e internacionais: Arquivo Nacional (AN/Brasil), Fundação Biblioteca Nacional (FNB/Brasil), Universidade da Beira Interior (UBI), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Universidade Federal Fluminense (UFF).
O primeiro trabalho deste número (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.22954), de autoria do filólogo César Nardelli Cambraia (UFMG), traz uma importante reflexão acerca da proteção dos direitos autorais de um trabalho de edição de fontes documentais. Segundo Cambraia, trata-se de “uma atividade de criação, conferindo o estatuto de autor ao editor e de obra intelectual à sua edição”.
O segundo artigo, de autoria de Elisa Hardt Leitão Motta e Vanessa Martins do Monte (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29110), apresenta a edição e algumas interessantes reflexões sobre “A carta de Françisca Maria Xavier de Castro Castro”. Esse documento é custodiado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo e faz parte do corpus do Projeto M.A.P. – Mulheres na América Portuguesa.
No terceiro artigo (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25097), Juliana Pereira Guimarães disponibiliza, por meio de uma edição diplomático-interpretativa de cartas de comércio do século XVIII, informações de sua pesquisa de Iniciação Científica – ainda em andamento. A autora apresenta alguns comentários paleográficos e diplomáticos que enriquecem o seu trabalho e nos dão mais informações das fontes documentais com as quais trabalha.
No artigo seguinte, de Beatriz Dias Mikhail (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.28873), temos a edição e o estudo paleográfico de um contrato matrimonial do século XVIII. Trata-se de um recorte do trabalho de conclusão de curso da autora que se debruçou sobre parte do registro matrimonial – hoje sob responsabilidade do Museu Imperial (Petrópolis, Rio de Janeiro) – de Dona Maria Ana Vitória de Bragança com Dom Gabriel de Bourbon.
Felipe Veras Andrade e Stephanne Martini Pastore, no artigo “Comparando edições de ‘Senhora’, de José de Alencar: um exercício de Crítica Textual” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29067), realizam um trabalho de comparação – seguindo as etapas de recensio, collatio codicum e estemática. Os autores fazem uso de dez edições distintas, disponíveis em diferentes suportes, do romance urbano “Senhora”, publicado em 1875 por José de Alencar.
Em “Análise filológica e histórica do Acervo Família Benjamin Constant” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25039), Catarina da Silva Romeiro e Ana Beatriz Resende de Oliveira apresentam uma etapa metodológica do trabalho que desenvolveram, dentro do projeto “Posição do sujeito e estrutura informacional da sentença na história do Português Brasileiro”. Trata-se de uma pesquisa realizada no Laboratório de História da Língua Portuguesa (HistLing/UFRJ), com algumas cartas pessoais trocadas entre os familiares de Benjamin Constant.
No artigo seguinte, “A Paleografia em prática: a leitura da escrita antiga na contemporaneidade” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26450), Carolina de Oliveira compartilha um uso efetivo da Paleografia no Arquivo Nacional, mais particularmente no serviço de emissão de certidões e de outros documentos realizado pelo setor de transcrição. Por meio da leitura e transcrição de documentos dos séculos XIX e XX, profissionais que trabalham nessa instituição federal atestam o valor de verdade de informações registradas nessas fontes.
Ana Lúcia Merege, autora do artigo “Desafios e perspectivas frente aos manuscritos da Biblioteca Nacional” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.24922), compartilha com os leitores um incômodo que teve durante o I Colóquio Luso-Brasileiro de Paleografia, realizado no Arquivo Nacional em maio de 2017. Segundo a autora, um palestrante, ao elencar as “várias instituições mantenedoras de documentos antigos ou modernos cuja leitura exige conhecimentos de Paleografia”, deixou de fora a Fundação Biblioteca Nacional, importante instituição custodiadora de uma vasta documentação. Mais que manifestar esse incômodo, Ana Lúcia Merege propõe uma reflexão sobre os possíveis motivos dessa invisibilidade e apresenta algumas relações que a Biblioteca Nacional estabeleceu com outras instituições nacionais e extrangeiras.
O próximo artigo foi escrito por Cila Verginia da Silva Borges, Solange Ribeiro Viegas e por Rosângela Coutinho da Silva (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31099). Essas autoras, de forma a popularizar informações da Biblioteca José de Alencar, na Faculdade de Letras/UFRJ, escrevem o artigo “A Biblioteca José de Alencar: sua história, memória e patrimônio”, que apresenta um histórico da fundação dessa instituição, da inclusão de alguns relevantes acervos e da realização de alguns projetos importantes.
Daví Lopes Franco, Letycia Dias Mallet e Maria Elisa Lima de Souza escrevem o artigo “O Trabalho Filológico de Edição de Textos desenvolvido no Laboratório de Estudos Filológicos da UFRJ” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.30481) com o intuito de divulgar os trabalhos quem vêm sendo desenvolvidos no LabEFil. Esse laboratório, coordenado pelo Prof. Dr. Leonardo Marcotulio, é “um espaço destinado ao exercício e reflexão da prática filológica de edição de textos”5.
“Um Laboratório de Ecdótica no Estado do Rio de Janeiro ou Transmissão e Inovação de uma Tradição Filológica” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25060), trabalho de autoria de Ceila Maria Ferreira, corresponde a uma apresentação da autora sobre o seu percurso acadêmico e sobre a criação do Laboratório de Ecdótica da Universidade Federal Fluminense no I EnFil: Encontros com a Filologia. Nesse texto, com um certo perfil autobiográfico, Ceila também apresenta uma proposta metafórica de Walter Benjamin, com a qual ela, como filóloga, trabalha: “escovar a história a contrapelo”.
Na sequência, temos o artigo de Maria Gabriela Gomes Pires: “Considerações léxico-culturais da Vila de Catalão (GO): uma análise de Autos de partilhas manuscritos do século XIX” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31083). Nesse trabalho, Maria Gabriela, por meio da análise de dois processos de partilha e inventário de bens e de um processo de conto de testamento de bens, estabelece uma relação indissociável entre léxico e cultura.
O artigo “Amostras históricas do português escrito nos séculos XIX e XX: orientações metodológicas” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.24452), de autoria de Márcia Cristina de Brito Rumeu e seus orientandos – Ana Luisa Póvoa de Souza, Erenildo Queiroz de Souza, Igor dos Reis Alcântara, Gabriela Vilela Souza Martins, Juliana Sander Diniz, Marcos Alexandre dos Santos, Natália Figueiredo Silva, Natália Gontijo Alves, Nayara Domingues Cardoso, Raissa Figueiredo – apresenta o trabalho de construção de corpora históricos. Por receberem um tratamento filológico fidedigno, esses materias podem ser usados como fontes de investigações de diferentes áreas como, por exemplo, pesquisas sobre a “língua portuguesa em terras mineiras no decorrer dos séculos XIX e XX”.
O artigo de autoria de Álvaro Alfredo Bragança Júnior (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26580 ) apresenta a importância dos estudos de filologia germânica na formação do profissional de Letras. Segundo o autor, é essencial que profissionais das áreas de Letras – em especial de Língua e Literaturas de Língua Alemã e de Língua e Literaturas de Língua Inglesa – tenham uma sólida formação nesse campo dos estudos diacrônicos.
No artigo “O nacionalismo linguístico em obras didáticas do Maranhão do século XIX” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26901), Yasmine Louro propõe um estudo historiográfico com destaque para os quatro principais materiais didáticos que circularam no Maranhão durante o século XIX. A autora reflete, também, por meio da seleção de alguns vocábulos, sobre a presença de nacionalismo linguístico nas obras analisadas.
O último artigo deste dossiê temático é de autoria do crítico literário e historiador da literatura brasileira, o Professor João Adolfo Hansen. Em “Francisco Suárez e Antônio Vieira: metafísica, teologia-política católica e ação missionária no Brasil e no Maranhão e Grão Pará” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29834), Hansen estabelece uma relação entre alguns discursos do padre Antônio Vieira e dois tratados do jesuíta Francisco Suárez sobre “a doutrina do poder da política católica contra as teses do poder político de Lutero, Calvino e Maquiavel”.
Na seção Fontes Primárias, contamos com um trabalho de Leonardo Fontes e Genílcia Silva (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31413) – com um manuscrito de uma carta de brasão de 1563, pertencente ao Arquivo Nacional –; Alberto Martín Chillón (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31134) – com um manuscrito de 1838 conservado no Arquivo Histórico da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro –; e, por fim, um trabalho de Anttony Patrick Dantas da Cruz (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.30735) – que apresenta duas Cartas de chamada, de 1911, pertencentes ao Arquivo Público de São Paulo.
Há, também, neste número, a tradução do texto clássico Diógenes Laércio, livro X: Epicuro, elaborada por Reina Marisol Troca Pereira (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29961) e a resenha, de autoria de Marcelo Módolo e Maria de Fátima Nunes Madeira (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31061), do volume 1 do livro Crítica textual, de Mendes e Ambrosili, publicado em 2015 pela Fundação CECIERJ.
Fecha este número da LaborHistórico um trabalho de popularização do conhecimento científico, elaborado pelo Professor Carlos Alberto Faraco (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31122). Nessa seção – pela primeira vez publicada na LaborHistórico – divulgamos o depoimento de relevantes pesquisadores que, por meio de uma linguagem acessível, compartilham um pouco sobre a sua vida como professor-pesquisador e sobre os seus principais trabalhos.
Este número e alguns trabalhos nele publicados foram inspirados no I EnFil: Encontros com a Filologia. Trata-se de um evento acadêmico organizado por alunos de graduação da Faculdade de Letras da UFRJ – todos eles, atualmente, integrantes da equipe editorial da LaborHistórico, que viabilizou “o diálogo entre pesquisadores das diversas áreas do conhecimento em torno ao trabalho filológico e suas interfaces”6.
Quem acompanha a LaborHistórico percebeu que, em 2019, a revista passou por diversas modificações. Com o auxílio de organizadores convidados, publicamos em 2019, em quatro números, 62 trabalhos em seções variadas. Homenageamos duas importantes pesquisadoras brasileiras: a Profa. Dra. Célia Lopes – por ocasião de sua promoção a Professora Titular de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro – e a Profa. Dra. Suzana Cardoso (UFBA) – in memoriam.
Isso tudo dá testemunho de como estamos de fato preocupados com a popularização das pesquisas desenvolvidas “a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho”7 e com a valorização dos pesquisadores dessas áreas inter e transdisciplinares. Fechamos esse embaraçoso e fatigante ano para a ciência – sobretudo humanas – e para a educação, com um saldo positivo. Se isso que fazemos é “balbúrdia”, precisamos, se já não o fizemos, atribuir um novo significado a essa palavra.
Notas
1 GAMA, M. Como ter leitores para sua pesquisa com manuscritos?. Manuscrítica – Revista de Crítica Genética, n. 32, 2017. p. 135-135. Disponível em: http://revistas.fflch.usp.br/manuscritica/article/view/2813/2391.
2 BLUTEAU, R. Vocabulario portuguez, e latino. Coimbra : Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713, v. 4.
3 HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. (Eletrônico).
4 CASTRO, I. Enquanto os escritores escreverem… Atas do IX Congresso Internacional da Associação de Lingüística e Filologia da América Latina. Campinas: UNICAMP, 1992, v. I – Conferências Plenárias.
5 Apresentação do laboratório, disponível em: https://labefil.letras.ufrj.br.
6 Apresentação do evento, disponível em: https://encontroscomafilologia.wordpress.com/.
7 Apresentação da revista LaborHistórico, disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/lh.
Organizadores
Marcus Vinícius Pereira das Dores
Leonardo Lennertz Marcotulio
Referências desta apresentação
DORES, Marcus Vinícius Pereira das; MARCOTULIO, Leonardo Lennertz. Apresentação. LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, n.2, p. 10-16, jul./ dez. 2019. Acessar publicação original [DR]
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, n. 2, 2019.
Encontros com a Filologia
Nota Editorial
- Marcus Vinícius Pereira das Dores, Leonardo Lennertz Marcotulio
Artigos – Dossiê Temático
- Tutela dos direitos autorais: o que a lei protege em uma edição?
- César Nardelli Cambraia
- A carta de Françisca Maria Xavier de Castro: edição e reflexões sobre o imaginário social de mulheres na América Portuguesa
- Elisa Hardt Leitão Motta, Vanessa Martins do Monte
- Cartas de comércio do século XVIII: visão documental a partir de uma edição diplomático-interpretativa
- Juliana Pereira Guimarães
- Contrato matrimonial luso-espanhol setecentista: edição e estudo paleográfico
- Beatriz Dias Mikhail
- Comparando edições de ‘Senhora’, de José de Alencar: um exercício de Crítica Textual
- Felipe Veras Andrade, Stephanne Martini Pastore
- Análise filológica e histórica do Acervo Família Benjamin Constant
- Catarina da Silva Romeiro, Ana Beatriz Resende de Oliveira
- A Paleografia em prática no Arquivo Nacional: a leitura da escrita antiga na contemporaneidade
- Carolina de Oliveira
- Desafios e perspectivas frente aos manuscritos da Biblioteca Nacional
- Ana Lúcia Merege
- A Biblioteca José de Alencar: sua história, memória e patrimônio
- Cila Verginia da Silva Borges, Solange Ribeiro Viegas, Rosângela Coutinho da Silva
- O Trabalho Filológico de Edição de Textos desenvolvido no Laboratório de Estudos Filológicos da UFRJ
- Daví Lopes Franco, Letycia Dias Mallet, Maria Elisa Lima de Souza
- Um Laboratório de Ecdótica no Estado do Rio de Janeiro ou Transmissão e Inovação de uma Tradição Filológica
- Ceila Maria Ferreira
- Considerações léxico-culturais da Vila de Catalão (GO): uma análise de Autos de partilhas manuscritos do século XIX
- Maria Gabriela Gomes Pires
- Amostras históricas do português escrito nos séculos XIX e XX: orientações metodológicas
- Márcia Cristina de Brito Rumeu, Ana Luisa Póvoa de Souza, Erenildo Queiroz de Souza, Igor dos Reis Alcântara, Gabriela Vilela Souza Martins, Juliana Sander Diniz, Marcos Alexandre dos Santos, Natália Figueiredo Silva, Natália Gontijo Alves, Nayara Domingues Cardoso, Raissa Figueiredo
- Filologia Germânica e formação de professores: algumas reflexões
- Álvaro Alfredo Bragança Júnior
- O nacionalismo linguístico em obras didáticas do Maranhão do século XIX
- Yasmine Louro
- Francisco Suárez e Antônio Vieira: metafísica, teologia-política católica e ação missionária no Brasil e no Maranhão e Grão Pará
- João Adolfo Hansen
- Fontes Primárias
- Carta de brasão de armas do fidalgo de cota de armas Rui Gago da Câmara (1563)
- Leonardo Augusto Silva Fontes, Genílcia Cunha da Silva
- Escândalo na Academia Imperial de Belas Artes: uma expulsão por manifesta desobediência
- Alberto Martín Chillón
- Cartas de chamada em português e em espanhol: declaração de residência e notícias de família
- Anttony Patrick Dantas da Cruz
- Traduções
- Diógenes Laércio, livro X: Epicuro – Notas Preliminares e Tradução
- Reina Marisol Troca Pereira
Resenhas
- MENDES, M. G.; AMBROSILI, S. S. Crítica textual: volume 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2015, 198 p. ISBN: 978-85-458-0002-6
- Marcelo Módolo, Maria de Fátima Nunes Madeira
- Popularização do Conhecimento
- Vivendo entre a teoria e a prática
- Carlos Alberto Faraco
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, Especial (2), 2019.
Número Especial 2 – Cabalgando nas ondas do Atlántico. Estudos sobre léxico galego e portugués
Nota Editorial
- Limiar
- Rosario Álvarez, Eduardo Louredo Rodriguez
- PDF (GALEGO)
Artigos – Dossiê Temático
- O léxico brasileiro em dois espaços e em dois momentos
- Suzana Alice Marcelino da Silva Cardoso (in memoriam), Marcela Moura Torres Paim, Ana Regina Torres Ferreira Teles
- Construyendo la memoria: el origen madeirense de la terminología azucarera atlántica
- Dolores Corbella
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Variação semântico-lexical em Santana de Parnaíba: amostra dialetal contrastiva
- Selmo Ribeiro Figueiredo Junior, Manoel Mourivaldo Santiago-Almeida
- Variações no léxico disponível de ‘A Fala’: plantas e animais
- Tamara Flores Pérez
- Algúns exemplos de variación léxica espazo-temporal no galego moderno fornecidos pola xeografía lingüística
- David Rodríguez Lorenzo
- PDF (GALEGO)
- O léxico agropastoril no corpus do Tesouro do Léxico Patrimonial Galego e Português
- Marcelo Pires Dias
- Variación léxica en la frontera hispano-portuguesa: vocabulario compartido y elementos constitutivos
- José Antonio González Salgado
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Locuções no universo lexical pantaneiro: em busca de marcas de idiomaticidade
- Elizabete Aparecida Marques, Aparecida Negri Isquerdo
- Padrões de formação de palavras em mirandês: processos derivacionais na formação de nomes eventivos e de qualidade na escrita de tipo académico
- Isabel Almeida Santos, Cristina Martins, Isabel Pereira
- Como nos movemos nos dois lados da fronteira – Reflexão sobre variação lexical entre o português e o galego
- Ana Rita Carrilho, Ignacio Vázquez Diéguez
- Análise lexicológica dos itens lexicais “manicômio” e “hospital psiquiátrico”: um estudo comparado do léxico da língua portuguesa sob o ponto de vista sócio-histórico
- Eduardo Lacerda Faria Rocha, Maíra Borges Laranjeira
- O TLPGP do léxico patrimonial galego e português como complemento de informação aos atlas linguísticos
- João Saramago, Fernando Brissos
Fontes Primárias
- “Que concluam esta pia e necessária negociação”: um manuscrito sobre a escravidão no Império Português (1764)
- Beatriz de Freitas Cardenete, Vanessa Martins do Monte
- O mapa da Capitania de Minas Gerais produzido por José Joaquim da Rocha (1777)
- Marianna de Franco Gomes
- Carta do 2º Marquês do Lavradio escrita ao Governador da Capitania de São Paulo, ano de 1777
- Daví Lopes Franco
- Um testemunho da produção escrita brasileira no século XIX (1858): a validade social e histórica das cartas familiares destinadas ao Barão de Cocais
- Márcia Cristina de Brito Rumeu, Ana Luísa Póvoa de Souza
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, Especial (1), 2019.
Número Especial 1 – Uma homenagem à professora Célia Lopes
Este número é uma homenagem à pesquisadora e professora Célia Regina dos Santos Lopes, por ocasião de sua promoção para Professor Titular de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nota Editorial
- Apresentação
- Leonardo Lennertz Marcotulio, Márcia Cristina de Brito Rumeu
Artigos
- A inserção do você no português brasileiro escrito dos séculos XIX e XX: reflexos nas construções imperativas de 2SG
- Márcia Cristina de Brito Rumeu
- O português falado em Nova Iguaçu: proposta de constituição de uma amostra de língua oral
- Juliana Segadas Vianna
- O papel das TDs em cartas na caracterização do sistema de relativização do PE nos séculos XVII e XVIII
- Bianca Graziela Souza Gomes da Silva
- O estudo da variação teu/seu: atuação do fator grau de parentesco
- Rachel de Oliveira Pereira Lucena
- “Esta humilde e fraca pena” registra a tradição das cartas de amor do casal N e Z (1949)
- Valéria Severina Gomes
- A trajetória de mudança dos pronomes tu e você em Santa Catarina: análise de cartas pessoais (1880-1990)
- Izete Lehmkuhl Coelho
- A história das interrogativas parciais in-situ no português brasileiro em uma perspectiva baseada no uso
- Malte Rosemeyer
- Norma padrão versus norma culta: o uso dos pronomes átonos de terceira pessoa O(S) e A(S) como objeto indireto no português brasileiro
- Ana Paula Antunes Rocha
Fontes Primárias
- “Quando quizer carta escreva, esta vale por 5”: correspondência de Brandão Neto ao embaixador Heitor Lyra
- Janaina Pedreira Fernandes Souza
- Quatro cartas da emigração portuguesa na década de 1950
- Rafael Rodrigues da Silva Cardoso
- Histórias que as cartas pessoais contam: notícias de um casamento
- Letycia Dias Mallet
Conferência
- A formação dos sistemas de tratamento em português: mudança e avaliação
- Célia Regina dos Santos Lopes
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, n. 1, 2019.
Diferentes olhares sobre a mudança linguística
Nota Editorial
Apresentação
- Karen Sampaio Braga Alonso, Priscilla Mouta Marques
Artigos – Dossiê Temático
- A mudança linguística sob a ótica da Linguística Funcional
- Maria Angélica Furtado da Cunha, José Romerito Silva
- Um olhar sobre as construções adverbiais qualitativas e modalizadoras nos séculos XIX e XX
- Deise Cristina de Moraes Pinto, Ester Moraes Gonçalves
- Conectores advindos da construção [Xque]conect no português: uma visão construcional de mudança
- Monique Petin Kale dos Santos, Thiago dos Santos Silva
- Um belo dia resolvi mudar: uma análise dos usos da microconstrução um belo dia no português brasileiro
- Vânia Cristina Casseb-Galvão, Michele Denise da Silva
- O hibridismo de ser e a distinção ser/estar em português do séc. XIII
- Maria Ribeiro
- Um monte de mudanças nessa construção: sintaxe e semântica do quantificador ‘um monte de’ no português
- Karen Sampaio Braga Alonso, Nuciene Caroline Amphilophio Fumaux
- A implementação da próclise na escrita de missivistas brasileiros nascidos entre os séculos XIX e XX
- Silvia Regina de Oliveira Cavalcante, Diana Silva Thomaz, Leandro Candido Rocha
- Mudança linguística e gramática gerativa: uma perspectiva de aquisição da linguagem
- Eloísa Maiane Barbosa Lopes, Danniel da Silva Carvalho
Artigos – Varia
- Toponímia galega e brasileira. Similitudes e diferenças históricas à luz do conflito linguístico
- Guillermo Vidal Fonseca
- Os pronomes clíticos nos testemunhos da “Crónica do Xarife Mulei Mahamet e del-Rey D. Sebastião” – Um estudo comparativo
- Elena Lombardo
Fontes Primárias
- Nada a declarar: as Atas da Câmara de Jundiaí de 1663 a 1669
- Kathlin Carla Morais
- Testamento do Rei Dom Pedro II, de Portugal, ano de 1704
- Christiane Benones Oliveira, Soélis Teixeira do Prado Mendes
- Relação dos trastes de prata e ornamentos da extinta capela de Santo Antônio (1856)
- Marcus Vinícius Pereira das Dores
Laboratórios de História. Rio de Janeiro, n.2, jun. 2018.
Expediente
- Revista Laboratórios de História
Apresentação
Dossiê: Africanos e seus descendentes no Brasil
- A África Antiga e o Ensino de História: Uma entrevista com a prof.ª Maria Regina Candido
- Cristiane da Rosa Elias
- De comércio a tráfico: as mudanças na província do Rio de Janeiro a partir de 1831.
- Leila Cristina Gibin Coutinho
- As irmandades: um estudo bibliográfico sobre as associações leigas na colônia e Império do Brasil
- Moisés Silveira Ibiapina
- As críticas às festas religiosas do Império por liberais e reformadores católicos: o caso do jornal O Apóstolo
- Raphael Garcia Pinto Barros
- Poder e medo: a importância das festas negras
- Rebeca Dantas de Oliveira
- Entrudo: manifestações das classes populares no Rio de Janeiro no fim do Império
- Jean de Oliveira Quinelato
- Escravas urbanas do Rio de Janeiro: símbolo da luta pela liberdade na emancipação gradual da escravatura
- Roberta Senra Silva
- Vida Simplícia
- Marco Túlio Freire Baptista
- A cidade do Rio de Janeiro e o Cais do Valongo
- Roberta Ribeiro Moreira
- A afro-brasilidade: um estudo de caso a partir da Feira de Yabás
- Leandro da Silva
- Ações político-pedagógicas do Movimento Negro no Brasil
- Roberta Rodrigues Rocha Pitta
- Considerações sobre racismo e branqueamento: a lei 10.639/03 como um dos mecanismos de autoafirmação da identidade negra.
- Rhuann Fernandes, Suzan Stanley, Flávio Rocha
- Minha palavra vale um tiro: uma análise dos discursos sobre resistência negra no Capão Redondo de 1990 a 1997 através da arte dos Racionais MC’s.
- Marcelo Ribeiro
Depoimento
- Ádila Marciano Leite
Artigos livres
- O culto dos santos e a memória na Gália Merovíngia: Childeberto I e a Igreja Saint-Germain-des-Prés
- Tomás de Almeida Pessoa
- O significado de Estado para John Murra: uma investigação conceitual
- Carlos Eduardo Nicolette
- Entre demônios de saias e rosas com espinhos: o ser mulher em periódicos femininos da segunda metade do XIX
- Isadora de Melo Costa
- Às armas! 75 anos da entrada e participação brasileira na Segunda Guerra Mundial
- Éden Pereira Lopes da Silva
- História e materiais didáticos: abordagens e diferentes linguagens do PNLD de 2014
- Elaine Maria da Silva Mesquita
Resenhas
- A Queda da Bastilha, o começo da Revolução Francesa
- Maria das Dores Gomes Sales, Jizar Marques
- Uma breve análise da obra de Gilberto Freyre no contexto atual: pensando em raça, gênero e classe
- Renata Coutinho Ferreira
Publicado em: 23 06 2018
Por mãos alheias: usos da escrita na sociedade colonial | Silvia Rachi
Um ponto interessante de se refletir é que todos os indivíduos saudáveis expostos à linguagem falam, mas apenas uma parcela da população global escreve. Vivemos em uma cultura altamente grafocêntrica; dominar a técnica da escrita gera um prestígio e licencia algumas pessoas a participarem de certas atividades e as registrem. Se assim o é atualmente, muito mais o era em períodos pretéritos.
O livro Por mão alheias: uso da escrita na sociedade colonial, de Silvia Rachi, professora do curso de história da PUC-MG, revela expressivas questões sobre a prática da escrita no período setecentista. Essa obra, fruto das pesquisas realizadas pela autora durante a sua carreira, sobretudo, em seu doutorado, vem contribuir diretamente para história da escrita, bem como para a historiografia mineira. Para dar conta de tanta informação, o texto foi dividido em quatro capítulos de conteúdo. Leia Mais
Tradições Discursivas: faces e interfaces da historicidade da língua e do texto | LaborHistórico | 2018
Atendendo ao convite do Editor da Revista LaborHistórico, professor Leonardo Lennertz Marcotulio, para organizarmos um dossiê temático sobre estudos na perspectiva das Tradições Discursivas (TD), agradecemos a oportunidade de divulgar alguns trabalhos em uma área temática que vem se expandindo no âmbito dos estudos filológicos e sócio-históricos, ao relacionar a historicidade do texto e da língua. No âmbito do Projeto Nacional Para a História do Português Brasileiro (PHPB)1, coordenado pelo Professor Ataliba de Castilho, as pesquisas em TD têm contribuído consideravelmente com a sistematização de corpora e com as investigações em diferentes níveis de descrição linguística. Tal contribuição tem recebido o reconhecimento de pesquisadores, a exemplo de Mattos e Silva (2008, p. 146)2, ao considerar que “sem dúvida, a mais recente orientação nos estudos histórico-diacrônicos é a das tradições discursivas (TD)”. Dentro desta perspectiva, no cenário nacional e internacional, há várias teses e dissertações finalizadas e em andamento.
O conceito de Tradição Discursiva teve origem na Filologia Pragmática da Linguística alemã. Esse modelo de análise partiu dos três níveis proposto por Eugênio Coseriu (1987)3: o nível universal do falar em geral; o nível histórico das línguas e o nível dos textos ou discursos concretos. Posteriormente, Peter Koch (1997) 4 distinguiu dois domínios no nível histórico: as tradições discursivas e as línguas históricas. Dessa historicidade, Kabatek (2006, p. 512) entende por TD “a repetição de um texto ou de uma forma textual ou de um modo particular de escrever ou falar que adquire valor de signo próprio”. Naturalmente, como todo conceito, o de TD vem passando por reflexões, discussões, ampliações e esclarecimentos que vão se consolidando ao longo do tempo. Assim, não causa estranheza o fato de as primeiras abordagens no modelo de TD feitas em “terras brasilis”, por exemplo, apresentarem incompletudes que, certamente hoje, com as frutíferas e frequentes discussões nessa área temática, são continuamente revisitadas, ampliadas e redimensionadas. Leia Mais
Interseções entre a historicidade da língua e a historicidade do texto sob a ótica das Tradições Discursivas | LaborHistórico | 2018
Neste segundo número do dossiê temático sobre estudos na perspectiva das Tradições Discursivas (TD), veiculado pela Revista LaborHistórico, agradecemos mais uma vez ao professor Leonardo Lennertz Marcotulio, Editor da Revista, por viabilizar a publicação da segunda parte de textos sobre TD, e aos autores dos artigos, que constantemente têm estabelecido parcerias para socializar e difundir os estudos sócio-histórico-diacrônicos que estabelecem a interseção entre a historicidade do texto e a historicidade da língua. Considerando que ainda há uma escassa difusão do conceito de Tradição Discursiva no cenário nacional, este dossiê pretende contribuir com outras obras de referência1, já em circulação, para que possam auxiliar teórica e metodologicamente pesquisas nessa área.
Para tanto, é preciso compreender que, da gênese da noção de Tradição Discursiva como paradigma teórico (COSERIU, 1987 2; KOCH, 1997 3) até as pesquisas atuais em TD, o conceito pode ser aplicado a diferentes dimensões de análise: a) a tradicionalidade dos gêneros; b) a tradicionalidade estrutural; c) a tradicionalidade dos tipos; c) a tradicionalidade dos estilos; d) a tradicionalidade linguística (dos modos de dizer). Essas dimensões, apesar de distintas, são complementares uma vez que uma determinada finalidade comunicativa atravessa o filtro das línguas históricas (regras idiomáticas) e o filtro das tradições discursivas (regras discursivas) no momento em que são construídos enunciados falados ou escritos (KABATEK, 2006) 4. Por exemplo, a finalidade de agradecer uma gentileza feita por alguém requer do falante uma seleção lexical e gramatical e uma escolha do melhor modo de dizer, que atenda às condições de produção. Nesse caso, o modo tradicional de dizer mais adequado ao contexto pode variar entre enunciados como: “Agradecida”; “Obrigada”, “Valeu”, “Tô devendo essa”. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.4, n. 2, 2018.
Interseções entre a historicidade da língua e a historicidade do texto sob a ótica das Tradições Discursivas
Nota Editorial
Apresentação
- Cleber Alves de Ataíde, Valéria Severina Gomes
Artigos – Dossiê Temático
- Como formar um público culto? Necrológio para a Tradição Discursiva Guia de Parque Zoológico
- Iryna Gaman, Konstanze Jungbluth
- Cartas oficiais dos séculos XVIII e XIX: aspectos pragmáticos, textuais e linguísticos
- Maria Cristina de Assis, Maria das Graças Carvalho Ribeiro
- Tradições Discursivas em anúncios de fugitivos nos jornais do Recife
- Ana Karine Pereira de Holanda Bastos
- O anúncio publicitário na escatologia dos folhetos de cordel
- Linduarte Pereira Rodrigues
- Um estudo das formas verbais imperativas em cartas pessoais dos séculos XIX e XX
- Aldeir Gomes da Silva
Artigos – Varia
- A variação diatópica dos pronomes pessoais Tu e Você em cartas de amor do sertão pernambucano do século XX
- Cleber Alves de Ataíde, Tallys Júlio Souza Lima
- Variação sociolinguística e dialetológica: um estudo contrastivo entre Cuiabá e Covilhã
- Jussara Maria Pettenon Dallemole, Paulo Osório, Maria de Jesus Carvalho Patatas
- Toponimia menor e conservadorismo lingüístico: algúns exemplos contemporáneos da cidade da Coruña
- Xosé Manuel Sánchez Rei
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.4, n. 1, 2018.
Tradições Discursivas: faces e interfaces da historicidade da língua e do texto
Nota Editorial
Apresentação
- Cleber Alves de Ataíde, Valéria Severina Gomes
- Artigos – Dossiê Temático
- La relación entre Tradiciones Discursivas y la dinámica de variedades de lengua
- Alfonso Gallegos Shibya
- A adjetivação como marca de Tradição Discursiva do editorial de O Mossoroense
- Ângela Cláudia Rezende do Nascimento Rebouças
- Tradições Discursivas: conceitos e métodos para a análise diacrônica de gêneros
- Jorge Luis Queiroz Carvalho, Aurea Zavam
- Variação e Tradição: uma análise do Tu e Você na posição de sujeito em cartas de pernambucanos (1860-1989)
- Elizabhett Christina Cavalcante da Costa, Valéria Severina Gomes, Cláudia Roberta Tavares Silva
- Por uma Filologia do discurso: Latinidade, Ethos, Tradições Discursivas e um exercício analítico transdisciplinar
- Lucineudo Machado Irineu
- Polifonia e modalização na Tradição Discursiva “Aviso de cobrança” nos jornais do século XIX
- Roseane Batista Feitosa Nicolau
Artigos – Varia
- A expressão da posse na terceira pessoa em cartas escritas por homens brasileiros: uma análise diacrônica e histórica
- Elaine Alves Santos Melo, Janaína Pedreira Fernandes Souza, Luan Alves Alonso Martins
- As estruturas clivadas do galego
- Xavier Frias Conde
Resenhas
- Rachi, S. Por mãos alheias: usos da escrita na sociedade colonial. Belo Horizonte: Editora PUC MINAS, 2016.
- Marcus Vinícius Pereira das Dores
Galego e Português Brasileiro: história, variação e mudança | LaborHistórico | 2017
Dando continuidade ao trabalho iniciado no primeiro número de 2017, os artigos presentes neste dossiê da revista LaborHistórico (v. 3, n. 2, 2017) são resultado de um projeto de pesquisa amplo, desenvolvido em 2015 e 2016, por uma equipe brasileira (da Universidade Federal Fluminense, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo) e uma equipe galega (da Universidade de Santiago de Compostela), sobre história, variação e mudança do galego e do português brasileiro: projeto “Galego e Português Brasileiro: história, variação e mudança”, financiado pelo Ministerio de Educación e Ciencia do Goberno de España (PHBP14/00049) e pela CAPES/DGPU do Ministério de Educação do Brasil (040/2014), coordenado por Xoán Carlos Lagares (Brasil) e Henrique Monteagudo (Galicia, España). O início desse trabalho se situa em 2010, quando foram realizados, com apoio da CAPES, seminários internacionais, na UFF e na USC, para delimitar um projeto conjunto que estudasse comparativamente essas duas variedades linguísticas do grupo portugalego, termo que define, precisamente, os (sub)sistemas linguísticos que mantêm uma relação de filiação genética com as falas galegas medievais. Como consequência desses seminários internacionais se formou também um grupo de pesquisa no CNPq: “Grupo de Pesquisa Galego e Português (PE e PB)”, constituído por professores e estudantes da rede de universidades galegas e brasileiras que participam do projeto. Leia Mais
Lingüística Galega a contribución do Instituto da Lingua Galega | LaborHistórico | 2017
No curso da súa estadía como investigador no Instituto da Lingua Galega (ILG) da Universidade de Santiago de Compostela (USC), o profesor Leonardo Marcotulio propuxo ás persoas que asinan este limiar coordinar unha sección monográfica – un dossiê – da revista dixital LaborHistórico sobre a traxectoria do dito Instituto, enfocado cara á súa achega ao desenvolvemento da Lingüística Galega actual. O propósito era dar a coñecer o labor do ILG e os avances no coñecemento científico da lingua galega ao público académico brasileiro, e en xeral nos ámbitos de expresión portuguesa. Despois de deliberar entre nós e cos nosos colegas do Instituto, nomeadamente co seu director, Ernesto X. González Seoane, sobre a proposta do profesor Marcotulio, que unanimemente consideramos moi xenerosa e oportuna e merecente da nosa máis profunda gratitude, decidimos re-propoñerlle abrir o foco: parecíanos preferible presentar o contributo do ILG como parte dunha visión panorámica máis ampla dos avances da Lingüística Galega nas últimas décadas, salientando o papel que xogara o noso Instituto en cada un dos ámbitos considerados, e dedicando un artigo específico ao propio ILG. O Editor-Chefe de LaborHistórico acolleu positivamente a reorientación que propuñamos e puxémonos a elaborar un esquema de traballo.
A partir das liñas de pescuda que se contemplan no espazo web oficial do ILG (http://ilg.usc.gal/) e da nosa propia percepción, como investigadores, de cales foron os ámbitos da Lingüística que máis se desenvolveron en Galicia en relación co idioma galego, decidimos encargar traballos específicos sobre as seguintes áreas: Sociolingüística, Dialectoloxía e Xeografía Lingüística, Edición de Textos, Fonética e Fonoloxía, Gramática, Historia da Lingua e Lexicografía. A partir de aí, solicitamos a colaboración dos e das colegas do ILG especialistas en cada unha das áreas. A resposta que obtivemos foi inmediata e entusiasta, o que queremos agradecer encarecidamente desde estas páxinas. Algúns dos colegas que inicialmente manifestaron a súa intención de colaborar víronse imposibilitados para facelo, pero isto non impediu que completaramos o programa previsto. Como resultado, na nómina de autores do dossiê que presentamos figura unha nómina moi representativa do corpo principal de investigadores e investigadoras do ILG, mesmo que por unhas ou outras razóns quedaran fóra colegas igualmente acreditados. Por parte, temos a satisfacción de contar coas valiosas colaboracións no mesmo volume (próximo número) – que se publican fóra do dossiê por motivos estritamente editoriais – dos prezados colegas e colaboradores do ILG, Anik Nandi (Queen’s University / Belfast) e Xoán Lagares (Universidade Federal Fluminense/ Niterói), que completan magnificamente os seus contidos. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.3, n. 2, 2017.
Galego e Português Brasileiro: história, variação e mudança
Nota Editorial
Apresentação
- Xoán Carlos Lagares, Leonardo Lennertz Marcotulio
Artigos – Dossiê Temático
- Norma e autoridade linguística no galego e no português brasileiro
- Henrique Monteagudo, Xoán Carlos Lagares
- Language Policies and Linguistic Culture in Galicia
- Anik Nandi
- Considerações sobre os conceitos de língua e variedade: uma discussão com base no galego
- Melina Souza
- Dêixis de lugar e esquemas imagéticos em amostras de fala do português brasileiro e do galego contemporâneos
- Maria Jussara Abraçado de Almeida, Rachel Maria Campos Menezes de Moraes
- As construções de foco no galego é o que eu estou tentando entender
- André Felipe Cunha Vieira
- Convergência do léxico por contato entre o português brasileiro e o galego modernos
- Valéria Gil Condé
Artigos – Varia
- Por que reeditar (e reler) “O tratamento você em português: uma abordagem histórica”
- Christiane Maria Nunes de Souza
- Clássicos
- O tratamento “você” em português: uma abordagem histórica
- Carlos Alberto Faraco
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.3, n. 1, 2017.
Lingüística Galega. A contribución do Instituto da Lingua Galega
Nota Editorial
Limiar
- Henrique Monteagudo, Rosario Álvarez
Artigos – Dossiê Temático
- Lingua e Sociedade en Galicia
- Henrique Monteagudo
- Investigar, elaborar, divulgar. O Instituto da Lingua da Universidade de Santiago de Compostela
- Serafín Alonso Pintos
- A investigación sobre a variación lingüística do galego: desde o ALGa ata a actualidade
- Rosario Álvarez, Xulio Sousa
- A edición de textos en Galicia (da Idade Media aos Séculos Escuros)
- Ana Boullón
- Situando o galego no terreo da investigación lingüística: os traballos de fonética e fonoloxía
- Elisa Fernández Rei, Xosé Luís Regueira
- A gramática galega, un río de curso curto e sinuoso. Panorama histórico dos estudios gramaticais sobre o galego
- Francisco Cidrás, Francisco Dubert-García
- Panorama actual da lingüística histórica galega
- Xavier Varela Barreiro, Ricardo Pichel
- Avances e tendencias actuais en lexicografía galega
- Ernesto González Seoane, Antón Santamarina
Atas da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia (1869 a 1879) e da Irmandade Nossa Senhora do Rosario, São Benedicto e Sant’Anna (1933) | Alícia Duhá Lose e Vanilda Salignac Mazzoni || Manuscritos do antigo Recolhimento dos Humildes: documentos de uma história |Alícia Duhá Lose e Vanilda Salignac Mazzoni
O escritor malês Amadou Hampâté Bâ enfatiza, em uma frase já conhecida, o aspecto efêmero da cultura oral e a importância de sua conservação: “cada vez que um ancião morre na África, uma biblioteca é incendiada”. Entretanto, também o registro escrito possui suas dificuldades. Crer que ele, por si só, pode perpetuar conhecimentos e informações é uma falácia; quando registrado em texto escrito, o conhecimento existe em estado latente. Na era da informação, em que o acesso e o armazenamento digital se tornaram lugar comum, talvez não se calcule a importância do exercício da Filologia para o resgate da história social brasileira. Tal lacuna é preenchida por trabalhos como os dois volumes aqui apresentados, pertencentes à série Uma história escrita à mão.
A própria relevância dos documentos fornecidos, cujos pormenores serão abordados nas páginas seguintes, e as pesquisas realizadas sobre o contexto no qual se inserem justificam a leitura, pois são registros de valor inestimável que retratam a história social da Bahia e que podem servir a pesquisadores de áreas tão variadas como a Teologia, a História e a Sociologia. Contudo, as autoras não se limitam a fornecer as edições, pois os volumes possuem capítulos introdutórios que narram os percalços de um amplo e meticuloso trabalho filológico, mostrando as diversas áreas que tiveram de ser desbravadas para disponibilizar os documentos ao grande público. Consequentemente, a publicação realça a importância e a urgência do trabalho filológico para a preservação e disseminação de documentos, bem como sua vocação multidisciplinar. Leia Mais
Estudos de Crítica Textual | LaborHistórico | 2016
A jovem revista LaborHistórico – periódico especializado na área de Linguística Histórica Românica e áreas afins, como a Filologia/Crítica Textual e a História – chega ao segundo número do volume dois apresentando um dossiê temático sobre Crítica Textual, organizado pelos professores Alícia Duhá Lose, da Universidade Federal da Bahia, e Sandro Marcío Drumond Alves Marengo, da Universidade Federal de Sergipe.
A proposta do dossiê se pauta na premissa de que a Linguística Histórica, História da Língua e Historiografia linguística têm em seu cerne o mesmo objeto de estudo: os textos escritos de documentação remanescente. Sendo assim, podemos afirmar que uma má formulação e/ou alterações significativas de características dos textos originais podem ocasionar problemas em pesquisas realizadas nestas áreas. Assim, a Crítica Textual ocupa um lugar relevante nesse contexto. Realizar edições de textos, principalmente dos pertencentes aos períodos antigos da história de uma civilização, é uma necessidade de que se ressentem os historiadores da língua e os linguistas. Surge daí a importância da atuação da Crítica Textual nessa seara científica. Leia Mais
Cultura escrita moderna: entre múltiplos saberes | LaborHistórico | 2016
Nas últimas décadas os referenciais teóricos e metodológicos que abrangem os estudos da cultura escrita no período moderno vem passando por pontos de inflexão, motivados, sobretudo, pelo diálogo entre os distintos campos do conhecimento. A questão central tornou-se o aprofundamento da problematização da escrita como objeto de reflexão, em meio às distintas especificidades desta prática social e cultural que agrupa letrados e iletrados. Diante da ebulição da temática, o primeiro número de 2016 da revista LaborHistórico apresenta o dossiê “Cultura escrita moderna: entre múltiplos saberes” e reúne um grupo de especialistas, filiados a diferentes saberes – Filologia, Linguística Histórica, Paleografia e História –, que refletiram as atuais inquietações das análises concernentes à Cultura Escrita moderna no Brasil, na Península Ibérica e em algumas partes da América hispânica. Além disso, a revista apresenta a tradução ao português de um texto clássico de Antonio Castillo Gómez em parceria com Carlos Sáez – renomados especialistas sobre a temática – intitulado Paleografía versus Alfabetización. Reflexiones sobre Historia Social de la Cultura Escrita, publicado originalmente na Revista SIGNO (Revista de Historia de la Cultura Escrita), Universidade de Alcalá de Henares, 1994, pp. 133-168.
Ler e analisar a escrita como ampla fonte de informação sobre os tempos pretéritos, na busca por responder a demandas variadas, é uma metodologia já consagrada em muitos meios científicos. No entanto, tê-la como a centralidade da pesquisa é um método que vem se aprimorando desde a segunda metade do século passado – período no qual grande parte das ciências sociais e humanas redirecionou seus temas, métodos e interesses de estudo. Entre disputas por privilégios de apreciação, nas quais alguns saberes eram considerados mais auxiliaristas e técnicos do que outros, a história da cultura escrita emergiu de forma renovada e demandou, acima de tudo, um viés de análise que integrou diferentes áreas1. Deste modo, os atuais estudos voltados ao tema têm se apresentado fora do domínio de um único saber, pois os atos de ler e escrever são múltiplos e envolvem variados setores de uma sociedade, especialmente quando se intenciona problematizar o acesso e a difusão de tais práticas sociais que são permeadas por relações díspares de poder e controle que incluem ou excluem, de modo parcial ou integral, os sujeitos. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.2, n. 2, 2016.
Estudos de Crítica Textual
Nota Editorial
Apresentação
- Alícia Duhá Lose, Sandro Marcío Drumond Alves Marengo
Artigos – Dossiê Temático
- Livro das Meditações (cód. alc. CCLXXIV/212): edição
- César Nardelli Cambraia, Leonardo Mordente
- Crítica Textual e Terminografia Diacrônica: bases para preparação da socioterminologia histórica
- Sandro Marcío Drumond Alves Marengo
- Aloglossia e Diacronia: motivações para erros por substituição no Libro dell’Abate Isaac di Siria
- Cynthia Elias de Leles Vilaça
- Regularidades em mudança semântica: um estudo de caso no domínio da junção
- Sanderléia Roberta Longhin
- Breve análise de fenômenos linguísticos presentes no manuscrito eclesiástico setecentista: De Genere, Vitae Et Moribus
- Christiane Benones de Oliveira, Soélis Teixeira do Prado Mendes
- Implicações gráficas e autorais no processo de produção e circulação de manuscritos no Brasil colonial
- Phablo Roberto Marchis Fachin
- Sobre a Noticia Geral de toda esta Capitania da Bahia, apenas uma crônica de José Antônio Caldas?
- Alícia Duhá Lose, Célia Marques Telles
- Documentos Baianos: Autos de curandeirismo sob a lente filológica
- Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz
- Os sentidos dos textos ou algumas considerações sobre Filologia, Hermenêutica e Análise de Discurso
- Ceila Maria Ferreira
- Construção de corpora para estudo da norma gráfica: seleção de textos representativos em periódicos oitocentistas
- Alexandre Xavier Lima
Resenhas
- Lose, Alícia Duhá; Mazzoni, Vanilda Salignac (2015; 2016). Coleção Uma história escrita à mão. Volumes I e II.
- Deise Cristina de Moraes Pinto, Karen Sampaio Braga Alonso, Rafael Rodrigues da Silva Cardoso
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.2, n. 1, 2016.
Cultura Escrita Moderna: entre múltiplos saberes
Nota Editorial
Apresentação
- Adriana Angelita da Conceição
Artigos – Dossiê Temático
- Ordenar el universo de los signos. Bandos, pregones y espacio urbano en España y América durante la Edad Moderna
- Isabel Castro Rojas
- “E para verdade passo este de minha letra e sinal” — uma breve análise sobre cultura escrita e os recibos assinados por Antônio Francisco Lisboa (1772-1802)
- Márcia Almada
- Papeis em travessia: o bibliotecário Luís Joaquim dos Santos Marrocos e os Manuscritos da Coroa — século XIX
- Adriana Angelita da Conceição, Juliana Gesuelli Meirelles
- Saibham quantos este estormento de contrato virem: análise das terminações nasais em contratos dos séculos XV e XVI
- Vanessa Martins do Monte, Phablo Roberto Marchis Fachin
- El Ciego Callejero en la España Moderna: balance y propuestas
- Abel Iglesias Castellano
- Brasil e Portugal no Antigo Regime: a correspondência pessoal como veículo da cultura iluminista (1808-1817) – uma abordagem a partir do arquivo pessoal do Conde da Barca
- Abel Rodrigues, Renata Munhoz
- Procedimentos de retextualização para o disfarce da cópia no século XVIII: o caso da Memória Histórica da Capitania de São Paulo
- Renata Ferreira Costa
- “Por ser nova de grande alegria para este reino, se pôs nessa Gazeta”: A circulação de notícias e a Gazeta ‘da Restauração’ em Portugal (1641-1647)
- Caroline Garcia Mendes
- A retórica da história no século XVII
- André Sekkel Cerqueira
- Edição filológica e digital do Livro do Gado e do Livro de Razão do arquivo do Sobrado do Brejo (Bahia setecentista e oitocentista)
- Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda, Zenaide de Oliveira Novais Carneiro
Traduções
- Paleografia versus Alfabetização. Reflexões sobre História Social da Cultura Escrita
- Antonio Castillo Gómez, Carlos Sáez
A norma brasileira em construção: a vez das classes populares | LaborHistórico | 2015
A revista LaborHistórico apresenta, neste segundo número, o dossiê temático A norma brasileira em construção: a vez das classes populares, que reúne distintos estudos feitos a partir de um material homogêneo e bastante representativo do português popular brasileiro da primeira metade do século XX.
A documentação, analisada em quatro estudos individuais, é constituída por 96 cartas de amor escritas por um casal de noivos, Jayme e Maria1, residentes no estado do Rio de Janeiro nos anos de 1936 e 1937. Trata-se de um material ímpar e de grande relevância para a sociolinguística histórica do português do Brasil por ser constituído de manuscritos pessoais do início do século passado que refletem o discurso de indivíduos comuns em sua vida cotidiana. Da noiva, dispomos de 29 cartas escritas, em sua maioria, na cidade de Petrópolis. Do noivo há 68 cartas remetidas da cidade do Rio de Janeiro, sendo duas dessas missivas, poemas. Leia Mais
História dos Pronomes de Tratamento no Português Brasileiro | LaborHistórico | 2015
É com grande satisfação que apresentamos o primeiro número da Revista LaborHistórico: Revista de Linguística Histórica Românica, um periódico semestral, mantido pelo antigo Laboratório de História do Português e pelo atual Projeto HistLing – Projeto de História da Língua Portuguesa, ambos instalados na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A versão anterior e o novo projeto de História do Português originaram-se da demanda criada pelo projeto integrado Para uma História do Português Brasileiro (PHPB). O seu principal objetivo era organizar e tornar disponível um acervo documental para estudos sobre mudança linguística do português brasileiro. Para tanto, o projeto tem disponibilizado edições semidiplomáticas de cartas particulares escritas por brasileiros e por portugueses, nos séculos XVIII, XIX e XX, localizadas em acervos cariocas, como o Arquivo Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Os documentos são apresentados ao lado do seu fac-símile para que qualquer pesquisador interessado possa conferir, meticulosamente, o texto transcrito com a versão original digitalizada, fazendo sua leitura própria e pessoal dos documentos.
Diante da escassez de periódicos científicos que se dediquem exclusivamente à questão da mudança linguística, trazemos a lume a revista LaborHistórico, que tem como missão fomentar a produção científica na área de Linguística Histórica e áreas afins, como a Filologia e a História, e divulgar pesquisas científicas de pesquisadores do Brasil e do exterior, de modo a contribuir para o debate e o progresso da área. Tem como foco estudos dedicados a línguas românicas como o português, o galego, o espanhol, o francês e o italiano. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.1, n. 2, 2015.
A norma brasileira em construção: a vez das classes populares
Nota Editorial
Apresentação
- Leonardo Lennertz Marcotulio, Célia Regina dos Santos Lopes, Valéria Severina Gomes
Artigos – Dossiê Temático
- Cartas amorosas de 1930: um casal não-ilustre do Rio de Janeiro
- Érica Nascimento Silva
- O amor em fragmentos: intertexto nas cartas de amor suburbano nos anos 30
- Emilio Gozze Pagotto
- Variação das vogais pretônicas em cartas de um casal não-ilustre de 1930
- Fabiane de Mello Vianna da Rocha
- O grau de letramento de um casal carioca: uma análise da grafia “r”
- Karilene da Silva Xavier
Artigos – Varia
- Topics, Subjects and Grammatical Change: from Classical to Modern European Portuguese
- Silvia Regina de Oliveira Cavalcante, Charlotte Galves, Maria Clara Paixão de Sousa
- Ordem V2 no português arcaico: revisitando a problemática da periodização
- Carolina Salgado Lacerda Medeiros
- A concordância verbal em ibero-românico
- Xavier Frias Conde
- O século XIX e sua crise de identidade: PB ou PE? Uma questão de competição de gramáticas
- Elaine Alves Santos Melo
- Estudo diacrônico da colocação pronominal em complexos verbais na escrita do PB e do PE (séculos XIX e XX)
- Carla da Silva Nunes
- Quão cortês é você? O pronome de tratamento você em Português Europeu
- Ana Rita Bruno Guilherme, Víctor Lara Bermejo
- Aspectos diacrônicos nos estudos sufixais
- Érica Santos Soares de Freitas
Didáticos
- Tópicos de história do português pelo viés da gramaticalização
- Célia Regina dos Santos Lopes
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, 2015.
História dos Pronomes de Tratamento no Português Brasileiro
Sumário
Nota Editorial
Apresentação
- Leonardo Lennertz Marcotulio, Célia Regina dos Santos Lopes, Silvia Regina de Oliveira Cavalcante
Artigos
- A difusão do você pelas estruturas sociais carioca e mineira dos séculos XIX e XX
- Célia Regina dos Santos Lopes, Márcia Cristina de Brito Rumeu
- Para um panorama sócio-diacrônico das formas de tratamento na função de sujeito na região Nordeste
- Marco Antonio Martins, Aroldo Leal de Andrade, Kássia Kamilla de Moura, Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda, Valéria Severina Gomes, Zenaide de Oliveira Novais Carneiro
- Caminhos para a investigação da alternância de pronomes de segunda pessoa em Santa Catarina
- Christiane Maria Nunes de Souza, Izete Lehmkuhl Coelho
- TE e LHE como clíticos acusativos de 2ª pessoa em cartas pessoais cearenses
- Francisco Jardes Nobre de Araújo, Hebe Macedo de Carvalho
- Os pronomes dativos de 2ª pessoa na escrita epistolar carioca
- Thiago Laurentino de Oliveira
- A variação teu/seu: um estudo diacrônico e sincrônico
- Rachel de Oliveira Pereira
- A categoria socioprofissional: uma proposta de abordagem para o estudo das formas de tratamento
- Vanessa Martins do Monte
- Fotografias como estratégia metodológica: perscrutando formas de tratamento pronominais brasileiras, moçambicanas e angolanas
- Sabrina Rodrigues Garcia Balsalobre
- A dinâmica do jogo de linguagem das formas de tratamento
- Cacilda Vilela de Lima
LaborHistórico | UFRJ | 2015
LaborHistórico (Rio de Janeiro, 2015-) é uma revista quadrimestral on-line dos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas (PPGLEV) e Letras Neolatinas (PPGLEN), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Tem como foco estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho.
Nessa temática, são bem-vindas contribuições de distintas áreas do saber, como Filologia (Crítica Textual), Linguística (sobretudo Linguística Histórica), Literatura, História e Paleografia.
Além da publicação de artigos, agrupados eventualmente em dossiês temáticos, a estrutura da revista prevê seções dedicadas a resenhas, traduções de textos clássicos e publicação de fontes primárias.
A revista aceita contribuições em português, galego, espanhol, italiano, francês ou inglês.
Periodicidade quadrimestral
Acesso livre
ISSN 2359-6910
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