Outras Fronteiras. Cuiabá. v.8, n.2, 2021.

Outras Fronteiras

POVOS E CULTURAS DA REGIÃO AMAZÔNICA: IMIGRAÇÃO, TRABALHO E LUTA

Dossiê Temático

Artigos

Trabalhos de Iniciação Científica (PIBIC e VIC) e Docência (PIBID)

Publicado: 2022-04-07

Povos e culturas da região Amazônica: imigração, trabalho e luta | Outras Fronteiras | 2021

Itacoatiara AM Imagem Rede AmazonicaG1
Itacoatiara – AM | Imagem: Rede Amazônica/G1

O dom de despertar no passado as centelhas de esperança é privilégio exclusivo do historiador convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. 2

O momento atual é crucial para aprofundar o conhecimento sobre a Amazônia e refletir acerca do seu processo histórico através das muitas concepções teóricas à disposição. Como pensála de outro modo em História? Dos estudos culturais com enfoque nos inúmeros povos, etnias e identidades ali engendradas, aos estudos sociais e econômicos que compreendem a expansão das frentes pioneiras, os processos migratórios, as formas de exploração sob a égide e inserção do capitalismo predatório e rudimentar, é preciso abarcar outras possibilidades. O presente e o futuro requerem para a Amazônia estudos históricos do tempo presente, da história do clima, da história ambiental…

A partir do golpe de 1964 no Brasil, a expansão da fronteira Amazônica se processou dentro de uma lógica singular mediada pelo Estado por meio da Doutrina de Segurança Nacional, onde o Poder Público se colocou como mediador dos interesses da grande empresa privada e do capital internacional, no intuito de promover um crescimento econômico rápido e a qualquer preço. De acordo com Berta Becker,3 para realizar seu projeto, o Estado impôs uma nova malha técnico-política que incorpora as tendências expansionistas e transformadoras já existentes nas sociedades próximas dos grandes centros políticos e econômicos na Amazônia, por meio das concepções ideológicas trazidas pelos milhares de migrantes que chegavam à região a partir dos projetos de colonização autoritários. Na fronteira, desenvolveu-se um jogo simbólico denso e dramático da nação com seus propósitos. É preciso compreender e conhecer objetivamente a fronteira para além das concepções ideológicas simplificadoras do processo autoritário de ocupação, que é incapaz de captar a magnitude e a complexidade em curso na sociedade brasileira. Mais que uma definição geográfica, a fronteira é uma categoria histórica. De acordo com José de Souza Martins, a história contemporânea da fronteira no Brasil é marcada pelas lutas étnicas e sociais. Neste sentido, a Fronteira é eminentemente o lugar da alteridade. É o local de descoberta do outro e do desencontro. Desencontro de povos que vivem em regimes de temporalidade diferentes.4 Leia Mais

Ética e Estética do Tempo Presente | Outras Fronteiras | 2021

ÉTICA E ESTÉTICA DO TEMPO PRESENTE Ou da subjetividade como afazer político

[…] a arte é considerada política porque mostra os estigmas da dominação, porque ridiculariza os ícones reinantes ou porque sai de seus lugares próprios para transformar-se em prática social

A política é a atividade que reconfigura os âmbitos sensíveis nos quais se definem objetos comuns. Ela rompe a evidência sensível da ordem “natural” que destina os indivíduos e os grupos ao comando ou à obediência, à vida pública ou à vida privada, votando-os sobretudo a certo tipo de espaço ou tempo, a certa maneira de ser, ver e dizer2. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.9, n.1, 2021.

Dossiê Ética e Estética do Tempo Presente

Dossiê Temático

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Gênero, Interseccionalidade e Subjetividade | Outras Fronteiras | 2020

A proposta do presente dossiê surgiu a partir da evidenciação do impacto nacional e global da pandemia de Covid 19. Com a crise sanitária e as subsequentes instabilidades nos âmbitos econômico, político, médico, social e humano, nunca esteve tão proeminente a biopolítica e a necropolítica. Nos meses de março e abril de 2020, nos países europeus, e agora em 2021 também no Brasil, diante de hospitais precarizados e abarrotados vimos @s profissionais da saúde confrontad@s com a “Escolha de Thanatus ou Tânato”, isto é, com a necessidade de estabelecer critérios para determinar quem viveria e quem morreria, entre o “fazer viver e o deixar morrer”. Com o aval e um – grande – empurrãozinho, claro, dos Estados e sua política neoliberal. Essa situação extrema demonstra a rejeição e o abandono que isola determinados segmentos da sociedade, notadamente os velhos e os moribundos, escolhidos entre aquel@s deixad@s para morrer e, assim, mais uma vez, separad@s da comunidade dos vivos. Segundo Nobert Elias (2001), “a morte é um problema dos vivos”. O sociólogo alemão demarca assim a desimportância ocidental do velho e dos doentes crônicos, do moribundo, em uma sociedade que valoriza a juventude consumista e superficial. Podemos chamar de “velhofobia” ou simplesmente compreender que “a humanidade não deu certo”, conforme carta de suicídio do ator octogenário Flavio Migliacco, que tirou a própria vida em 4 de maio de 2020. Em território nacional, vivenciamos um colapso, um estado de crise, quase, um Estado de Exceção. O abandono e a desorganização deliberada por parte dos poderes públicos ao lidar com a pandemia implica no testemunho, atônito e às vezes passivo, de centenas de milhares de pessoas morrendo sem cuidados adequados, com a falta de recursos básicos, como oxigênio ou leitos em UTI. Familiares e profissionais da saúde acompanham cotidianamente a morte de milhares de brasileir@s afogad@s em terra firme, buscando inutilmente um suspiro, o último fôlego para viver. Angustiante. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.8, n.2, 2020.

Gênero, Interseccionalidade e Subjetividade

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Trabalhos de Iniciação Científica (PIBIC e VIC) e Docência (PIBID)

História, Mídia e Linguagens | Outras Fronteiras | 2020

História, Mídias e Linguagens representam formas pelas quais os seres humanos experienciam o tempo, narram eventos e fatos históricos. Nestes termos, citamos como exemplo a Segunda Guerra Mundial, o 11 de setembro 2001 e a primavera árabe1, ocorrida a partir de dezembro de 2010, eventos simbolicamente construídos em escala planetária, seja pela imprensa ou pela indústria cultural. Mais recentemente, as redes sociais foram determinantes nas eleições nacionais das principais democracias liberais do planeta, impactando assim o tempo político e as democracias representativas. De acordo François Hartog em Regimes de Historicidade2, a plasticidade do sistema capitalista e as mídias se retroalimentam.

Para Jean Noel Jeanneney estudar a História das mídias é compreender a representação que uma sociedade faz de si mesma, seja esta falsa ou verdadeira, bem como as influências dessas representações sobre os rumos em que determinada sociedade caminha, a partir das ações de seus diversos atores políticos. Assim como os atores, os objetos de análise de História das mídias são extremamente diversos e dispersos. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.7, n.1, 2020.

Dossiê: História, Mídia e Linguagens

  • Organizadoras
  • Luciana Coelho Gama
  • Rhaissa Marques Botelho Lobo

Dossiê Temático

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Transcrições Comentadas

O Estado na teoria política clássica: Platão, Aristóteles, Maquiavel e os contratualistas | Doacir Gonçalves de Quadros

Doacir Gonçalves de Quadros tem graduação em Ciências Sociais, mestrado em Sociologia Política e doutorado em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atualmente é professor do Centro Universitário Internacional (UNINTER) nos cursos de Ciência Política, Relações Internacionais, Direito, Comunicação Social e Secretariado Executivo. Como pesquisador atua nos seguintes temas: Teoria Política, Estado, Sociologia Política.

A obra intitulada O Estado na teoria política clássica: Platão, Aristóteles, Maquiavel e os contratualistas, contendo 139 páginas, se divide em três capítulos. O primeiro, nomeado O Estado na teoria política grega clássica, se fixa em levantar os pressupostos iniciais para pensar o Estado. Para tanto, retorna-se às formas de governo aplicadas pelas propostas dos filósofos Platão e Aristóteles, abordando de início a obra A república de Platão, em que são examinados os contornos de sua teoria e a posterior classificação das formas de governo. Leia Mais

O jardineiro de Napoleão. Alexander von Humboldt e as imagens de um Brasil, América (sécs. XVIII e XIX) | Thiago Costa e Adriadne Marinho

Não resta dúvida de que o naturalista alemão Alexander von Humboldt representa um marco fundamental na história das ciências no século XIX. Lido e adorado por quase todos os homens cultos de sua época, Humboldt serviu de inspiração intelectual para ninguém mais ninguém menos que Charles Darwin e despertou os ciúmes de um megalômano Napoleão Bonaparte. Foi comparado à Aristóteles, Arquimedes, Copérnico e Newton, e considerado um “segundo Colombo”, o “redescobridor da América”. De acordo com Laura Dassow Walls, a popularidade do pesquisador alemão era tão generalizada no interior dos Estados Unidos em meados do oitocentos que acabou por consolidar o que a pesquisadora chamou de “fenômeno Humboldt”. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.6, n.2, 2019.

Tema Livre

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Resenhas

Transcrições Comentadas

Formas de governabilidade e dominação durante a Antiguidade e a Idade Média | Outras Fronteiras | 2019

A historiografia que emerge, especialmente na França, ainda que não somente no Hexágono, no período que medeia as duas grandes guerra do século passado se realizou uma crítica contundente a uma forma de escrita da história que denominava de événementielle e profundamente identificada com aquilo de François Simand qualificava de ídolo do político.

O sucesso, em particular, da proposta historiográfica formulada por Marc Bloch e Lucien Febvre e que foi continuada e aperfeiçoada por diversos e deferentes historiadores que de uma forma ou outra se vincularam o que ficou conhecida como “Escola dos Annales” lançou a história política num ostracismo senão absoluto, bastante profundo. Leia Mais

Como se revoltar? | Patrick Boucheron

Em seu conhecido Sobre o conceito da história2, Walter Benjamin alertava para os riscos de uma percepção teleológica do tempo histórico — para ele, “articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como ele foi’” (BENJAMIN, 1987, p. 224). Nesse sentido, o afastamento do tempo presente carrega consigo, em geral, a dificuldade progressiva de exercitar a alteridade — quanto mais nos distanciamos daquilo que nos é familiar, maior é o movimento necessário para amenizar o estranhamento. Pensar a Idade Média, assim, exige um deslocamento por vezes impossível, dado que um imaginário escolar, impreciso e tortuoso, já há tempos coloniza nossas tentativas de aproximação ao Medievo.

A partir disso, num esforço de arejar a relação do contemporâneo com o medieval, o historiador francês Patrick Boucheron3, no ensaio-conferência Como se revoltar?4, publicado em 2016 na França e lançado em 2018 no Brasil, caminha no sentido de romper com esse imaginário — se não falso, ao menos incompleto — da dinâmica social medieval. À quase-abstração necessária para se pensar a Idade Média, Boucheron opõe a universalidade da experiência da juventude, a qual é indissociável, ele diz, da experiência da revolta. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.6, n.1, 2019.

Formas de governabilidade e dominação durante a Antiguidade e a Idade Média

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O Ensino de História frente às demandas sociais do século XXI | Outras Fronteiras | 2018

As discussões acerca da educação pública brasileira nunca foram tão intensas como hoje. O ensino público, em um período relativamente curto, passou por uma série de mudanças e de ataques. Entre aquelas, destacamos a reforma do ensino médio, expressa na Lei 13.415 de 16 de fevereiro de 2017, que flexibiliza o currículo e dissolve a disciplina escolar de história no itinerário formativo “ciências humanas e sociais aplicadas”; a aprovação em dezembro de 2018 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que define os direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio para escolas públicas e privadas; e os vários projetos de lei submetidos, desde 2014, seja no Congresso Nacional como em sedes de poderes legislativos locais, pela organização Escola sem Partido, com o objetivo de combater uma suposta “doutrinação ideológica” nas escolas. Leia Mais

História Regional, patrimônio e arquivo | Outras Fronteiras | 2017

Os debates historiográficos sobre História Regional, patrimônio e arquivos nos instigam a repensar várias questões sobre a escrita da história. Para realizar uma brevíssima reflexão sobre as temáticas desta natureza, irei me valer das discussões empreendidas pela micro-história ou microanálise1, enquanto campo metodológico que nos oferece amplas possibilidades a partir do jogo de escalas2.

Jacques Revel observa que a redução de escala e a escolha por uma análise que tem como fio condutor histórias individuais ou de grupos familiares possibilita outra leitura do social3 . Para Giovanni Levi4, uma análise exaustiva da documentação oferece pistas que viabilizam articulações mais amplas, instigando os historiadores a formularem questões que possam transitar neste jogo entre o micro e o macro, não apenas para a construção de uma simples interpretação, mas para formular explicações históricas sobre uma sociedade. Leia Mais

Corpo, gênero e sexualidade | Outras Fronteiras | 2017

Neste dossiê nossa proposta foi estabelecer uma ampla reflexão acerca do diálogo da história e as demais ciências, buscando dar visibilidade a uma temática que por muitas vezes foi negligenciada dos estudos acadêmicos: o corpo, a sexualidade e gênero. Busca-se, nesse sentido, uma discussão problematizadora das múltiplas relações que em nossa sociedade estabelecemos com o corpo, com a sexualidade e com o gênero, ora libertadora, ora excludente, às vezes anunciadoras de outras formas de existência e por muitas vezes assujeitadas a formas inauditas de violência física e simbólica.

Em, História do corpo2 , obra coletiva organizada por Georges Vigarelo, Alain Corbin e de Jean Jacques Courtine já vislumbrava estudos sobre a historicidade de problemas referentes às formas de controle e domesticação do corpo, às relações dissimétricas de poder que constrói assujeitamentos, às formas de sensibilidade para as quais o corpo é educado, para a percepção de que normas e preceitos sexuais são culturalmente construídos, o que, por fim, lançava luz questões políticas sobre as formas de coações e de luta pela conquista da posse do corpo, dos desejos, dos prazeres etc., o que curiosamente nos lança a olhar atentamente para nós mesmos, para uma relação de si consigo mesmo, pois a parte mais material de nossa existência que é o corpo, é a menos percebida. Leia Mais

“Tempo bom, tempo ruim: identidades, políticas e afetos” | Jean Wyllys

Não é novidade iniciar esse texto falando do momento assombroso pelo qual atravessamos, no Brasil e no mundo, onde a democracia representativa aparece em plena derrocada e as noções de Direitos Humanos, universais e fundamentais, presenciam uma verdadeira guerra de narrativas. Época onde a humanidade parece mais uma locomotiva desgovernada que se dirige rapidamente a um futuro que, de tão incerto, amedronta qualquer um que se proponha a pensar nas lições advindas da própria história, presenciamos o florescimento de espaços fugindo à regra. O mandato de Jean Wyllys, Deputado Federal pelo Psol do Rio de Janeiro, é um destes espaços.

Autor de “Tempo bom, tempo ruim: Identidades, políticas e afetos”, publicado em 2014 pela editora Paralela, Jean Wyllys de Matos Santos parece um sujeito que teima em nadar contra a correnteza. Seu livro é um relato da sua trajetória, construída sobre pilares sólidos, fincados no sertão da Bahia, onde a fome foi uma experiência real de inúmeras famílias, incluindo-se a sua. Composto de quarenta e dois textos, a obra se divide em “tempos de vida” e “tempos de luta”, não para marcar espaços distintos, mas sim para apresentar os entrecruzamentos de ambos. Logo no início, Jean afirma que sua vida foi uma luta cuja primeira batalha foi travada com a desnutrição. Leia Mais

História e Narrativas | Outras Fronteiras | 2016

Neste dossiê, nossa proposta foi estabelecer uma ampla reflexão acerca do diálogo da História com a narrativa, buscando evidenciar esta discussão que se fez tão recorrente, sobretudo a partir das últimas décadas do século XX, por meio das proposições proferidas por Lawrence Stone em seu celebre artigo “The revival of narrative” que estabeleceu as bases iniciais para este debate. Segundo Antônio Paulo Benatte este “repensar da narrativa”1 veio acompanhado da crescente influência da antropologia e da psicologia, em detrimento da economia e da sociologia na pesquisa histórica, isso atrelado ao que classificou como falência dos grandes modelos explicativos que eram caracterizados por suas narrativas totalizantes.

O debate em questão está em concomitância ao avanço das teorias pósestruturalistas, principalmente por intermédio de teóricos como Jacques Derrida e Michel Foucault, que suscitaram uma discussão sobre a inexistência de um sentido estático no próprio texto, sendo que o sentido só seria atribuído a partir das bases ontológicas de cada leitor. Leia Mais

História Oral e Memória | Outras Fronteiras | 2016

A memória é um elemento essencial do que

se costuma chamar de identidade,

individual ou coletiva, cuja busca é uma

das atividades fundamentais dos

indivíduos e das sociedades de hoje, na

febre e na angústia. (Le Goff, 1996, 476)

A história oral comemora sua maturidade. Olhando em perspectiva pode-se dizer que as primeiras dificuldades para a compreensão de suas diferenças foram superadas. Ela se consolidou e é respeitada, seja para quem a pratica como uma nova área da produção do conhecimento, seja para quem a entende como um método auxiliar de pesquisa histórica contemporânea. Para um ou outro grupo o resultado produzido pelo trabalho de história oral pode ser visto como narrativa que tem força para subverter a lógica estabelecida e que torna diferentes sujeitos protagonistas de suas histórias, no momento em que a vida ganha centralidade e destaca o papel dos sujeitos. Leia Mais

O Belo Perigo | Michel Foucalt

Uma pergunta sempre me intrigou ao tratar de Foucault em qualquer ocasião que eu tivesse a oportunidade: como rotular um autor como este dentro de caixas de conhecimento tão fechadas em si? Do que eu deveria chamar Michel Foucault? Historiador? Filósofo? Pensador?

Esta não é uma questão das mais fundamentais, mas é uma dessas questões que intriga alguém que mergulha sem medo na obra, na vida e no estilo de um determinado autor. Fica, inegavelmente, a curiosidade. Leia Mais

Outros olhares sobre a Antiguidade Tardia e Idade Média | Outras Fronteiras | 2015

O Dossiê Outros olhares sobre a Antiguidade Tardia e Idade Média traz artigos escritos por estudantes de Graduação e Pós-Graduação em História e Letras, interessados no estudo e na compreensão dos períodos comumente chamados de Antiguidade Taria e Idade Média. A ideia para a produção do Dossiê surgiu nos encontros do Grupo de Estudo “Poder, autoridade e heresias durante a Antiguidade Tardia e Idade Média” e ganhou corpo durante a realização do “Ateliê de Estudos sobre Antiguidade Tardia e Idade Média”, na Universidade Federal de São Paulo, em 2015. Os estudantes envolvidos com o projeto de escrita dos artigos são tanto pesquisadores que realizaram e realizam pesquisas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado na área, quanto alunos que, embora não dedicados a pesquisas sobre Antiguidade Tardia e Idade Média, tiveram, em algum momento de sua formação acadêmica, o interesse desperto para esses períodos históricos tão distantes e diversos da Contemporaneidade. Leia Mais

A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de | Michel Foucault

Resultado de sua aula inaugural no Collège de France em 1970, A Ordem do discurso, constitui a obra no qual Michel Foucault se debruçará, sobre a produção dos discursos que permeiam na sociedade, assim como quem pode atuar na produção dos mesmos. A obra pode ser dividida em duas partes, na primeira, Michel Foucault expõe como se dá a produção dos discursos, os procedimentos que atuam no controle de sua produção, assim como os procedimentos que visam delimitar, os sujeitos que podem atuar na produção discursa. Já na segunda parte, o pensador anuncia como se dará seus trabalhos de investigações no decorrer dos cursos no Collège de France, apontando para aquilo que ele denominará de “conjunto crítico” e “conjunto genealógico”. Exploraremos cada uma dessas duas partes.

Partimos no momento à análise da primeira parte da obra. Foucault percebe o discurso como “reverberação” de uma verdade que nasce diante dos olhos do próprio sujeito. São enunciados materialmente existentes, podendo ser tanto escrito como pronunciado, proposições que adquirem caráter de verdadeiras passando a constituir princípios aceitáveis de comportamento (FOUCAULT:2013). Leia Mais

As Primeiras-Damas de Roma: as mulheres por trás dos Césares | Annelise Freisenbruch

Annelise Freisenbruch possui formação em antiguidade clássica pela Universidade de Cambridge, como docente e pesquisadora, trabalhou com a produção de uma série de livros e filmes populares sobre o mundo antigo. O que talvez explique parte da sua narrativa objetiva, em que destaca inúmeras obras literárias contemporâneas, como também filmes e séries de grande sucesso no século XX, especialmente no Reino Unido.

Freisenbruch escreve de forma clara e agradável, o que traz uma sensação de tranquilidade para o tema um tanto complexo e cheio de homônimos, tanto masculinos como femininos (algo frequente no mundo antigo). Leia Mais

Pensar el Estado en las sociedades precapitalistas. Pertinencia/ límites y condiciones del concepto de Estado | Eleonora Dell’elicine

El estudio del Estado constituye, indudablemente, un campo de investigación sumamente amplio, dinámico, cambiante y polémico. De hecho, las cuestiones relativas al Estado siempre han despertado el interés de los especialistas en ciencias sociales por cuanto refiere a un concepto central del discurso político contemporáneo a la vez que representa a un importante actor político de la vida social. De igual manera, el estudio del Estado ha sido alentado por las polémicas recientes respecto de la crisis actual de soberanía y eficacia de los Estados nacionales en tanto pilares del lazo social y del desarrollo del capitalismo, tal como habían sido concebidos durante el siglo XIX. Sin embargo, no se trata simplemente del agotamiento del objeto Estado: en tanto ya no se trata del dispositivo de articulación simbólica por excelencia, ha dejado de suministrar los supuestos y el fundamento para la subjetividad y para el pensamiento, sin que ello signifique que ha perdido toda forma de legitimidad. Si nos encontramos dentro de un contexto en el cual el Estado ya no es una condición dada, entonces se abre la posibilidad de historizarlo y empezar a pensar los límites de su aplicabilidad conceptual. En consonancia con este escenario, los últimos años han asistido a una multiplicación de trabajos en libros y publicaciones especializadas en torno a la aplicabilidad de tal concepto a las sociedades previas al desarrollo del capitalismo, lo cual a su vez abrió el campo para poner en discusión la especificidad de las configuraciones políticas en aquellas formaciones sociales, en donde ni la ideología, ni la política, ni la economía constituían ámbitos discernibles. Justamente por este aspecto, resulta cada vez más difícil, para una sola persona, abarcar los numerosos escenarios espacio-temporales y el conjunto de disciplinas – filosofía política, sociología, antropología, historia, arqueología, etcétera– susceptibles de ser empleadas para el estudio del Estado. Leia Mais

O negro e o legado da escravidão | Outras Fronteiras | 2014

A escravidão foi uma forma de trabalho forçado que existiu em diversas sociedades, em diferentes tempos, sendo que no Brasil teve início com a chegada dos portugueses e durou por mais de três séculos. No regime escravista um grupo de homens, ou uma sociedade, assumem direitos de propriedade sobre outros homens, condição imposta por meio da força e mantida através da violência. Os escravizados são tratados como mercadoria, na medida em que são comprados, vendidos, alugados, usados para empréstimo e penhorados.

A partir do século XVI, após o fracasso no processo de escravização de nativos, os portugueses decidiram pela introdução, em maior volume, de trabalhadores escravizados africanos no Brasil. O tráfico de africanos transformou-se no mais lucrativo negócio do Atlântico Sul, atividade que foi proibida em 1850, mas que perdurou por algum tempo depois, proporcionando grandes fortunas aos traficantes. Estima-se que 4,5 milhões de africanos foram traficados para o Brasil. Leia Mais

Os Cinquenta Anos do Golpe Civil Militar no Brasil  | Outras Fronteiras | 2014

É com imensa satisfação que trazemos a público o primeiro número da Revista Outras Fronteiras, uma publicação discente do Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso. Este número da revista traz o dossiê temático intitulado “Os Cinquenta Anos do Golpe Civil Militar no Brasil”, o intuito ao propô-lo foi permitir o debate acerca do estado autoritário instalado no Brasil no pós 1964, resultante de um golpe que teve o apoio de amplas parcelas da população brasileira. O argumento utilizado pelos militares, diante da eminência de mudanças sociais conduzidas por João Goulart nos anos de 1960, era o de que o país estava sob os riscos de uma ameaça comunista, em um contexto de reformas de base propostas pelos economistas estruturalistas ou cepalinos, que dentre os argumentos para a defesa das transformações que tinham início naquele momento estava a criação de um programa de reforma agrária e de melhoria da distribuição de renda. Leia Mais

Tempos fraturados: cultura e sociedade no século XX | Eric Hobsbawm

Uma leva de acadêmicos brasileiros no século XX e interessados na produção inglesa sobre a História Social certamente se depararam com a comparação de que os integrantes da New Left e, em especial, Edward P. Thompson, estariam mais próximos da abordagem cultural do que Eric Hobsbawm que, graças a seu engajamento e continuidade no Partido Comunista pós-1956, priorizava uma vertente mais economicista e política em suas análises. As opções do mercado editorial brasileiro e as formas de difusão das obras no interior das instituições de ensino superior também contribuíram para essa visão. Acredito que a maioria de nossos pesquisadores pouco saiba dos escritos de Hobsbawm voltados à questão cultural, tendo o jazz como principal problemática de estudo. Talvez por isso, obras como Pessoas extraordinárias: resistência, rebelião e jazz e A história social do jazz não tiveram grande repercussão nos cursos e em trabalhos acadêmicos. Leia Mais

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.1, n.1, 2014 / v.5, n.2, 2018.

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.1, n.1, 2014.

“Os cinquenta anos do golpe civil militar no Brasil”

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.1, n.2, 2014.

“O Negro e o Legado da Escravidão”

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.2, n.1, 2015.

Volume 2, Número 1 – 1º Semestre de 2015

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.2, n.2, 2015.

Outros olhares sobre a Antiguidade Tardia e Idade Média

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.3, n.1, 2016.

História Oral e Memória

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.3, n.2, 2016.

História e Narrativas

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.4, n.1, 2017.

Corpo, gênero e sexualidade

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.4, n.2, 2017.

História Regional, patrimônio e arquivo

Outras Fronteiras. Cuiabá, v.5, n.2, 2018.

O Ensino de História frente às demandas sociais do século XXI

Outras Fronteiras | UFMT | 2014

Outras Fronteiras

A Revista Outras Fronteiras (Cuiabá, 2014-) é um espaço para divulgação de trabalhos científicos, estabelecimento de trocas e debates entre graduandos, mestrandos e doutorandos em História e áreas afins, de periodicidade semestral. Administrada por um conselho editorial formado por pós-graduandos da Universidade Federal de Mato Grosso, surgiu em virtude da grande demanda pela publicação de trabalhos desenvolvidos por discentes formados ou matriculados no PPGHIS/UFMT, além da necessidade de diálogo com a produção científica desenvolvida noutras universidades.

Outras Fronteiras publica artigos, dossiês temáticos, resenhas e a partir de sua 4ª edição iniciou as seguintes seções: entrevistas, transcrições comentadas, resumos de dissertações e teses e trabalhos de Iniciação Científica (PIBIC e VIC) e Docência (PIBID). As temáticas de interesse são atinentes às Ciências Humanas de maneira geral, mas sobretudo àquelas associadas aos territórios e fronteiras na História, em suas diferentes formas, realidades e dimensões.

Periodicidade semestral.

Acesso livre.

ISSN 2318-5503

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