Cadernos Pagu | Campinas, n.61, 2021.

 


Edição n. 61 (2021)

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Sanitarismo e Interpretações do Brasil / História Ciências Saúde — Manguinhos / 2009

Em 2009 comemora-se o centenário de uma das grandes realizações da ciência brasileira: a descoberta, por Carlos Chagas (1878-1934), jovem pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, da doença que leva seu nome.

A tripanossomíase americana atinge, atualmente, cerca de 12 milhões de pessoas na América Latina e integra o grupo das chamadas ‘doenças tropicais negligenciadas’, intimamente relacionadas à pobreza neste continente. Apesar dos notáveis avanços na compreensão científica da doença, e nas ações voltadas a combatê-la, muito há ainda por fazer, alertam os especialistas, os governos dos países afetados e as agências internacionais.

Como em outros momentos comemorativos, as atenções se voltam para a história, na expectativa de reconstituição dos fatos e de melhor celebrar a efeméride. A pesquisa histórica, entretanto, vai muito além da celebração, ao buscar respostas para perguntas fundamentais: como seu deu este ‘feito único’ da medicina nacional? Quais foram as circunstâncias sob as quais ele se viabilizou? Qual foi o seu impacto no Brasil e no exterior? Por que depois de tantos anos a doença permanece um problema importante de saúde pública? Os historiadores, municiados com os documentos de época e com as questões e metodologias próprias à disciplina, debruçam-se sobre o tema, em diálogo com os pesquisadores da área biomédica e de saúde.

O centenário desta descoberta traz à reflexão o longo caminho pelo qual a ciência brasileira – mais especificamente a ciência médica do início do século XX, impulsionada pelas ‘conquistas’ da microbiologia e da medicina tropical – instituiu-se como atividade social legítima, com espaços institucionais próprios, reconhecida pela sociedade como importante para identificar e solucionar os problemas da tão sonhada ‘civilização brasileira nos trópicos’.

A perspectiva de associar as reflexões sobre a descoberta de Carlos Chagas como emblema de uma ciência a serviço da saúde e da modernização levou-nos a situá-la, neste número comemorativo, no contexto histórico-social mais amplo que lhe deu sentido como fato histórico e símbolo nacional. Trata-se do debate sobre os ‘males’ deste país que, apesar da confiança no progresso materializado em sua capital da Belle Époque, constituía-se, em seus desconhecidos ‘sertões’, como um ‘imenso hospital’. A célebre expressão de Miguel Pereira, proferida em outubro de 1916, sintetizou discussão vigente no meio médico brasileiro desde a descoberta, no sertão mineiro de Lassance, de que ali grassava um importante ‘flagelo’ do interior do país. Essa discussão ecoaria por muitas décadas com a repercussão da campanha pelo saneamento rural.

O chamado movimento sanitarista da Primeira República constituiu um marco no processo de construção do Estado-Nação no Brasil. A produção historiográfica que o tomou como objeto contribuiu fortemente para a institucionalização da Casa de Oswaldo Cruz e do próprio campo de pesquisa em história da ciência e da saúde no Brasil. Tal produção vem sendo continuada, por meio de novas perspectivas de análise sobre a relação entre ciência, saúde e sociedade, em distintos momentos históricos.

Reunimos, neste número, textos que abordam a descoberta e as pesquisas sobre a doença de Chagas no Brasil e no exterior – alguns deles apresentados na mesa-redonda que a Casa de Oswaldo Cruz organizou (mediante comitê composto por Simone Kropf, Nara Azevedo, Nísia Trindade Lima e Magali Romero Sá) no âmbito do Simpósio Internacional do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas (http: / / www.chagas2009.com.br), promovido pela Fiocruz – e trabalhos relacionados ao debate mais geral em torno das idéias e propostas para o saneamento do Brasil. Cabe lembrar que em 2009 também celebramos os 90 anos de importante reforma no aparato sanitário federal do país. Em dezembro de 1919 foi aprovada a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, do qual Chagas foi o primeiro diretor, numa forte evidência do entrecruzamento entre ciência, saúde e política. A metáfora do ‘imenso hospital’ produziu, e continuaria a produzir, não apenas imagens do país, mas ações, políticas e instituições.

Além de artigos escritos por historiadores, o número conta com textos de importantes médicos que atuaram na pesquisa sobre a doença de Chagas: o de Joffre Rezende, na seção artigos; e o depoimento de Francisco Laranja, concedido em 1986, e que integra o acervo de história oral da Casa de Oswaldo Cruz. Enriquecido pela análise de fontes iconográficas relacionadas aos temas da descoberta e do saneamento, o número traz ainda o documento-chave para a criação da imagem do Brasil como ‘imenso hospital’: o discurso de Miguel Pereira. Muito citado, mas pouco acessível aos leitores, esse texto está agora reproduzido na íntegra e analisado em seus múltiplos sentidos.

Convidamos o leitor a nos acompanhar nos caminhos desta história, que, por sua vez, nos leva não apenas a conhecer o passado, mas a refletir sobre os novos desafios e o muito que há por ser feito nos campos da ciência e da saúde.

Simone Petraglia Kropf

Dominichi Miranda de Sá


KROPF, Simone Petraglia; SÁ, Dominichi Miranda de. Cartas das editoras. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.16, supl.1, jul., 2009. Acessar publicação original  [DR]

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Trabalho Educação e Saúde | FOC | 2003

Trabalho Educacao e Saude1 2 Trabalho Educação e Saúde

Trabalho, Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 2003- ) é uma revista científica editada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz. Destina-se à publicação de debates, análises e investigações, de caráter teórico ou aplicado, sobre temas relacionados à educação no campo da saúde. Publica os artigos apenas na versão eletrônica online, na modalidade de publicação contínua.

A formação e a qualificação profissional e o processo de trabalho na saúde constituem temáticas centrais à revista. Neste sentido, busca atuar na consolidação da Educação como uma área de conhecimento no campo da saúde, além de contribuir para qualificar as práticas educativas específicas desse campo.

Trabalho, Educação e Saúde tem como missão publicar contribuições originais com o intuito de desenvolver o estudo sobre temas relacionados à educação profissional em saúde e discutir esta área sob a ótica da organização do mundo do trabalho, de uma perspectiva crítica, sistemática e interdisciplinar.

Seu público-alvo é formado por pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais vinculados aos serviços de saúde, e docentes e gestores do campo da educação profissional em saúde.

O conteúdo integral dnúmero atual e dos números anteriores da Trabalho, Educação e Saúde  está disponível online aos leitores em acesso aberto e gratuito, nas seguintes plataformas: homepage da revistaPortal de Periódicos Fiocruz e SciELO.

Para submissão de textos pelo sistema online de avaliação (http://www.sistemas.epsjv.fiocruz.br/revtes), é imprescindível a leitura das instruções aos autores. Todos os artigos e ensaios são avaliados com base no sistema de revisão por pares. Não cobramos nenhum tipo de taxa de submissão, processamento ou publicação.

Periodicidade quadrimestral

ISSN 1981-7746

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História Ciências Saúde Manguinhos | FOC | 1994

Historia Ciencia Saude1 Trabalho Educação e Saúde

História, Ciências, Saúde – Manguinhos (Rio de Janeiro, 1994-) é uma publicação trimestral da Casa de Oswaldo Cruz , uma divisão da Fundação Oswaldo Cruz dedicada à pesquisa, ensino e comunicação da história da ciência e da saúde, que também gerencia e preserva patrimônio cultural e memória da Fundação.

História, Ciências, Saúde – Manguinhos foi lançado em julho de 1994 e, desde 1998, também está disponível na versão digital. Em 2000, a revista passou a fazer parte do portal SciELO. Os artigos são aceitos em português, espanhol e inglês através de envio online. Nenhuma taxa é cobrada. Desde 2006, alguns artigos aceitos para publicação em português e espanhol foram traduzidos para o inglês e publicados no e-journal. Além de quatro edições regulares, a revista publica uma a duas edições especiais a cada ano, nos formatos impresso e digital.

História, Ciências, Saúde – Manguinhos apresenta artigos que exploram a produção de conhecimentos e práticas nas ciências da vida e saúde a partir de uma perspectiva histórica, abrangendo as diversas dimensões sociais, políticas e culturais dos campos. A revista também publica artigos sobre comunicação científica e preservação e gestão do patrimônio cultural no campo da ciência e da saúde.

Periodicidade trimestral.

Acesso livre.

ISSN 0104-5970 (Impresso)

ISSN 1678-4758 (Online)

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Pagu | Unicamp | 1993

Pagu3 Trabalho Educação e Saúde

Cadernos Pagu (Campinas, 1993-), publicação quadrimestral interdisciplinar, tem como objetivo contribuir para a ampliação e o fortalecimento do campo interdisciplinar de estudos de gênero, dando visibilidade à produção realizada no Brasil e promovendo o intercâmbio de conhecimento internacional sobre a problemática. Publica artigos inéditos com contribuições científicas originais, que colaborem para a inovação teórica, metodológica e/ou agreguem conhecimento empírico inovador, e debates em torno de textos teóricos relevantes no campo dos estudos de gênero, viabilizando, assim, a difusão de conhecimentos na área e a leitura crítica da produção internacional.

Tem publicado contribuições das seguintes áreas: Antropologia, Sociologia, História, Ciência Política, Letras e Linguística, História da Ciência, Educação. Mais recentemente, também de áreas como Direito, Psicologia, Comunicação, Saúde Coletiva e Serviço Social. Estimula a publicação de artigos de diferentes áreas disciplinares, desde que estabeleçam uma discussão com as teorias de gênero e feministas, buscando articulações entre gênero e outras diferenças (raça/etnia, cultura, classe, idade/geração, sexualidade e outras). São bem-vindas contribuições em língua portuguesa, espanhola ou inglesa.

A publicação dos cadernos pagu iniciou-se em 1993 e desde então vem contribuindo para a constituição do campo de estudos de gênero no Brasil. A revista foi criada em um momento em que os estudos de gênero já contavam com alguma legitimidade acadêmica no país e a intenção era ampliar sua visibilidade, difundindo e estimulando a produção de conhecimento na área.

A criação do cadernos pagu foi resultado de mais de dois anos de leituras, pesquisas e debates, nos quais integrantes do Núcleo de Estudos de Gênero – Pagu mapeavam os avanços na produção sobre gênero e seus impasses. O primeiro número foi inteiramente redigido por integrantes do Núcleo, cujos artigos esboçavam essas inquietações. Entre o segundo e o terceiro número, a publicação redefiniu sua política editorial e, simultaneamente, abriu para contribuições de pesquisadoras/es brasileiras/os e estrangeiras/os. Para tanto, constituiu-se um corpo de pareceristas ad-hoc e foram criados o Comitê e o Conselho Editorial. A partir do quinto número, a revista contou com financiamento externo à universidade.

De fato, há dois momentos na história da publicação, visíveis em diversos aspectos da revista, que estão ligados à obtenção do apoio de diversas agências -FAPESP, FAEPEx (Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão, da Unicamp) e, sobretudo, CNPq, que concedeu o apoio mais relevante em termos de recursos e de continuidade a partir de 1996. Esses financiamentos foram cruciais para o crescimento da publicação, não apenas no que se refere à melhoria da qualidade gráfica e à incorporação de maior número de textos, mas também à adequação às normas editoriais, à ampliação do Conselho Editorial, ao registro em diversos indexadores nacionais e internacionais.

Periodicidade quadrimestral.

Acesso livre.

ISSN 1809 4449 (Impresso)

ISSN 0104-8333 (Online)

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