O que é Teoria da História? | Itamar Freitas

Ministrando cursos de pós-graduação, sou frequentemente questionado sobre títulos que eu indicaria para a leitura, em situações de formação continuada, acerca de Teoria e Método da História. Veiculados em livros e escritos ou organizados por autores brasileiros, os títulos desse tipo não chegariam a duas dezenas. No ano passado, reuni metade representativa desse conjunto e encarei a tarefa de resenhá-los como indicação de leitura de formação básica.

Não alimento a esperança de que os alunos adotem de imediato a compreensão historicista como estratégia de conhecimento da matéria, ou seja, que ao invés de questionar “o que é Teoria da História” (como ironicamente intitulei essa seção) interroguem sobre “o que vem sendo ou o que as pessoas tem dito, ao longo do tempo, sobre o que deveria ser Teoria da História”. Mas, continuo insistindo na estratégia que pode ser bem-sucedida a longo prazo, na carreira de cada profissional.

Nos dois textos que se seguem demonstro essa minha intenção. No primeiro, produzido em maio de 208, exploro diacronicamente algumas relações entre Teoria da História e Método Histórico, tal como são apresentadas em manuais brasileiros de formação de historiadores. No segundo, produzido em novembro de 2018, acrescento algumas referências de historiadores estrangeiros (abonados no Brasil) sobre a mesma matéria de modo comparado e apresento a urgência de abordamos uma definição operatória de Teoria da História. Uma definição operatória não prescreve o “ser” da Teoria da História”. Ela apenas oferece uma definição, limitando tal significação à determinada situação, auxiliando qualquer interessado na efetivação da sua respectiva pesquisa.

Darei por cumprida a empreitada dessa escrita se vocês se sentirem estimulados a refletir sobre as questões anunciadas ao final de cada texto.

Boa leitura!


Teoria da História e Método Histórico em manuais brasileiros

Neste texto, exploramos os significados Teoria da História e de Método Histórico quando postos em relação as duas conhecidas locuções em manuais produzidos com este fim. Como se trata de indicação de litura básica, evitamos a (fundamental) crítica ideológica sobre os impressos e o inventário de limitações ou contradições dos textos que seguem expostos em ordem cronológica de publicação.

Tomemos por suposto que a cientificidade da história deva ser justificada pela emergência do “método histórico”, presente em, praticamente, todos os livros didáticos de História para a escolarização básica em circulação na última década e positivado ou parcialmente negado nos manuais de Teoria da História destinados aos jovens universitários, publicados nos últimos 50 anos: que relações podemos capturar entre essas duas expressões? Qual o lugar “do Método Histórico” na “Teoria da História”? O que os autores querem significar ao escreverem “Teoria da História” e “Método Histórico” em seus manuais propedêuticos? Qual a contribuição dessas possíveis respostas para a formação continuada do professor de História? Tentemos recolher indícios para as respostas diacronicamente e a partir de títulos da literatura nacional especializada, publicada em livro.

Na década de 60 do século XX, dois manuais de Teoria da História disputavam espaço entre os poucos universitários de História, futuros, advogados, professores secundários de História, jornalistas e diplomatas que passavam por faculdades de Filosofia, Ciências, Letras ou Economia. De um lado estava José Piragibe da Fonseca,[1] que estruturou o seu Manual de Teoria da História em duas disciplinas da Filosofia: Metafísica e Lógica – ambas realizavam a Teoria da História stricto senso. A Metafísica professada era a “concepção católica da História”.[2] A Lógica, método de obtenção da “verdade” (para o ensino superior), seguia, de perto, mas não exclusivamente, as operações de heurística, análise e síntese de Langlois e Seignobos.[3] José Honório Rodrigues,[4] por seu turno, já não mais se ocupava de Filosofia especulativa da História, quando publicou a sua Teoria da História do Brasil. Ele preferiu discutir a “natureza da verdade histórica” e os “meios para descobri-la”, ou seja, “a técnica ou o método histórico”. Essa segunda parte da Teoria reproduzia as operações da heurística, análise e síntese, colhidas junto aos manuais de metodologia e de Introdução à História de Ernst Bernheim, Wilhelm Bauer e C. Langlois e C. Seignobos.[5]

Nos anos 70, duas concepções concomitantes tomariam distância da Teoria da História como objeto da (ou mesmo sinônimo de) Filosofia da História. Uma é prescritiva e tem caráter totalizante. Outra é apenas sugestiva e problematiza a existência de algo como “a Ciência”, a partir da qual muitos historiadores costumavam construir seus argumentos em defesa do caráter científico da História. A visão prescritiva foi divulgada por Ciro Flamarion Cardoso e Héctor Pérez Brignoli[6] que declaram não fazer um livro de “Teoria ou de Filosofia da História.[7] De fato, seu impresso ganhou o título: Os métodos da História. Com essa rubrica, Cardoso e Brignoli tomaram distância dos não citados manuais de Rodrigues e Piragibe, qualificados, indiretamente, como positivistas e anacrônicos. Tal crítica, herdada de Henry-Irinée Marrou e de Lucien Febvre, principalmente, deixa vazar para nós os autores descartados por Brignoli e Cardoso (os puros empiristas da crítica histórica de Langlois e Seignobos) e, também, os seus prováveis parceiros (os autores que seguiam a “escola francesa” de Marc Bloch e Lucien Febvre, dominantes entre as décadas 30 e 60 do século passado). O compromisso entre a “escola francesa” e o “marxismo” promoveria, segundo os autores, a renovação das visões de História na América Latina. Seria, agora, uma História nomotética, no interior das ciências Humanas (J. Piaget), dotada de novos campos de interesse e novos conceitos.[8] Novos métodos – quantitativos, estatísticos e comparativos –, por fim, selariam a configuração da nova ciência da História, sob o “progresso” atingido pelas Ciências Sociais, notadamente, a História Econômica, História demográfica e à História Social.

Em paralelo ao trabalho de Cardoso e Brignoli, Maria Beatriz Nizza Silva[9] divulgou a sua visão sugestiva da História na coletânea Teoria da História, que reunia mais de uma dezena de autores estrangeiros. Silva não define teoria, mas deixa indícios do seu entendimento: trata-se do estudo que reflete sobre a cientificidade da História. Teoria, portanto, ganha a forma de epistemologia. A discussão sobre “método”, a “técnica”, “Tecnologia” e “metodologia”, entretanto, está distribuída nas três partes do impresso, abordando, por exemplo: unicidade do método (1a parte), método da história serial (2a parte) e metodologia como “lógica do processo científico” que atravessa várias disciplinas científicas[10] (3a. Parte). A motivação de Silva é idêntica à motivação de Piragibe: combater o ceticismo em relação à cientificidade (e, consequentemente, à validade da Ciência da História para a vida prática). O distanciamento a ser estabelecido, ainda que marginalmente citado, se estabelece em relação à Literatura (velha inimiga do século XIX).[11] Mas a resposta à questão, segundo a autora (acompanhando as desconfianças do Michel Foucault da Arqueologia), deve ser mediada por outros parâmetros: 1. a  discussão do significado de ciência (A ciência em abstrato ou à ciência sob o modelo da Física?); 2. a sua tipificação de ciência (Ciências nomotéticas ou ideográficas?); 3. a natureza do objeto (critérios de historicidade, ênfase no evento ou ênfase na série); e 4. as definições de conceito, teoria e paradigma (principalmente, na Sociologia e na História Econômica).[12]

Uma década e meia depois, a mediação da “Epistemologia Histórica” (ou Filosofia Analítica da História) é reforçada com o livro Paradigmas do estudo da História – os modelos de compreensão da ciência histórica no pensamento contemporâneo (1991), de Francisco Ricardo Rüdiger.[13] Para ele, Epistemologia é o estudo da “estrutura lógica e conceitual” da produção do conhecimento histórico. Seu outro nome é “Metodologia”. Teoria da História e Filosofia da História tratam da interpretação do processo histórico, com a diferença que a Teoria o faz hipoteticamente e com base na empiria e a Filosofia procede ontologicamente, ou seja, determina “o sentido geral da História”, independentemente da empiria.[14] Rüdiger tenta enxergar a floresta de possibilidades de produção do conhecimento histórico e não as árvores. Situa-se em uma espécie de mirante, não se deixando (ao menos teoricamente) pautar por nenhum paradigma (ou modelo epistemológico de compreensão). Tal condição lhe possibilita classificar: 1. os três paradigmas fundamentais, emergentes na segunda metade do século XIX: o historicismo (G. Droysen, W. Dilthey), o positivismo (J. B. Buchez, S. Mill, D. Xenopol, H. Berr, Teggart) e o historicismo positivista (C. Langlois, C. Seignobos, E. Bernheim e W. Bauer); e 2. os paradigmas de compromisso com a ciência (K. Marx e M. Weber) e o que nada espera de tal ciência – o presentismo (B. Croce).[15]

Ao final da mesma década, duas coletâneas são lançadas para orientar professores e noviços atordoados, por exemplo, com a queda do Muro de Berlim, o fim do socialismo real da União Soviética, o anúncio do “fim da história” e o sucesso ou “a moda” da “nova história” no Brasil (eventos aparentemente apocalípticos). Uma das respostas à crise, segundo, Jurandir Malerba, seria o aprimoramento teórico das investigações centradas nos novos temas da nouvelle histoire, em suas interações com a Antropologia e, também, na ampliação do conhecimento sobre o labour history da Inglaterra.[16] Explícito no título, mas ausente na apresentação, o termo “método” está disperso nos artigos da coletânea, sem preocupação doutrinária, como nesse exemplo que discute as relações entre Antropologia e História:

Coloca-se aqui também um problema metodológico para o investigador ao lidar com as ‘teorias nativas’ ou se quisermos usar um termo mais familiar aos historiadores, as versões dos agentes de época, no que se convencionou chamar de “análises de discurso”. Sejam frutos de explicações e conceitos dos grupos estudados, sejam discursos produzidos com diferentes objetivos e enfoques, cabe refletir sobre a relação entre as representações aí mobilizadas e a construção da análise pelo investigador. Tomar essas representações da forma como veiculadas pelos que delas partilham leva a assumir suas próprias concepções como explicativas do que se observa, como aponta Mauss para o caso do dom. Construir uma nova versão, cunhada sob os cânones dos métodos científicos, ou para usar o termo consagrado por Geertz, propor-se a interpretar seus significados, implica desconstruir este ‘ponto de vista nativo’ através do contraste com as práticas observadas e mesmo com uma possível divergência de interpretações locais.”[17]

Método ou metodologia, portanto, é discussão do plano epistemológico. Já a Teoria, por sua vez, é matéria dispersa em “tópicos” dos quais Malerba seleciona os “itens clássicos” (fontes, espaço, tempo, estrutura/sujeito) e “as “entradas à questão da cultura e adjacências” (mito, imaginário, representação, narrativa e história da historiografia brasileira).[18]

Na coletânea de Malerba, observamos que a Teoria se ocupa de questões relativas aos paradigmas de compromisso ou das soluções à disputa entre as alternativas historicista e positivista apresentadas por Rüdiger. Marxismo inglês, nova história estão em confronto. Não sem razão, um dos mais respeitados representantes do marxismo no Brasil é o homenageado de Malerba na dedicatória da obra. É também esse mestre – Ciro Flamarion Cardoso –, quem vai oferecer a resposta, digamos, fluminense ao referido atordoamento de meados dos anos 90. Ele coordena coletânea intitulada Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia.[19] Mas não trabalha sozinho. Divide o espaço com vários autores fiéis ao paradigma rival, coordenados por Ronaldo Vainfas, empenhado defensor da nova histórica cultural. A Teoria está no subtítulo e ocupa, formalmente, dois terços da obra: 1) territórios do historiador (econômico, social, político, ideias, mentalidades, cultural); 2) objetos e problemas (nas áreas de história agrária, urbana, das paisagens empresarial, da família, demografia, cotidiano e vida privada, mulheres, sexualidade, etnia, religiões e religiosidades). A Teoria aparece explicitamente na descrição do marxismo – “teoria marxista do conhecimento” (p.5) e da “tendência” dos Annales (até 1969) que juntas constituem o “paradigma iluminista” ou “moderno” – opositor do historicismo de Collingwood, Croce… e do seu “método hermenêutico” (p.3). A metodologia, referida no título, recebe o mesmo tratamento reservado na coletânea de Malerba. Os autores, entretanto, deixam fugir a seguinte informação: a parte três “é uma seção, por assim dizer, prática” (p.vi), que orienta sobre “novos métodos”, “novas fontes”, “novos instrumentos de pesquisa” e (ironicamente), “modelos teóricos”. (p.vii).

A última coletânea do gênero foi lançada quase imediatamente após o impresso de Cardoso e Vainfas. Em Questões de teoria e metodologia da História (2000),[20] não há inventário de teorias. Em um dos textos, Carlos Fico aponta maior preocupação dos historiadores da década de 90 com a reflexão sobre o saber, a exposição de quadros teóricos, algo bem diferente dos anos 80, quando a teoria era demonizada como Filosofia da História e, também, como tentativa de a História ser considerada uma ciência.[21] Por vias diferentes das de Cardoso, mas chegando ao mesmo ponto, J. C. Reis inventaria as “macroteorias que orientaram a reflexão e a ação históricas do século XVIII ao XX”: o “projeto moderno” iluminista e o projeto “pós-moderno” (estruturalista e pós-estruturalista).[22]“Método” não figura como objeto específico em texto algum. Está disperso como relato de experiência na execução de uma pesquisa ou no planejamento de um programa de Teoria e Metodologia da História para alunos de graduação ou, ainda, revisão da literatura – a renovação da ideia de documento e investigação com a genealogia de Foucault.[23] Método também referido como “abordagem metodológica”, sinônimo de “especialidade” – História econômica, História cultural etc.[24]

O mais recente manual do gênero foi produzido por José D’Assunção Barros.[25] Ele define Teoria é como “modo de ver as coisas” e a remete a conceitos, campos (correntes e paradigmas):[26] positivismo, historicismo e materialismo histórico. Teoria é um “conjunto de proposições ligadas logicamente entre si e que possuem referentes em comum” (Bunge). Teoria da História difere de Filosofia da História. Para o autor, a primeira seria produzida coletivamente, demonstrando maior preocupação com a realidade e as fontes e com “menor carga de especulação filosófica”, enquanto a segunda nasceria e se encerraria no âmbito do seu criador individual, ocupando-se dominantemente do sentido e com maior “carga de especulação filosófica.”[27] Metodologia, por fim, é vista como “modo de fazer algo” que remete a métodos e técnicas e operações de delimitação do tema e constituição das fontes.[28] Para Barros, a principal diferença entre o historicismo e o positivismo está no fato de o segundo pregar a unicidade do método entre ciências humanas e ciências naturais e o primeiro defender a singularidade dos métodos de cada uma das ciências.

Depois dessa breve revisão dos modos de abordar Teoria e Método nos manuais de Teoria da História, você já se sente capaz de responder às questões iniciais? O que os autores querem significar quando grafam “Teoria da História” e “Método Histórico”? Qual o lugar do Método Histórico na Teoria da História? Aliás, o que vocês pensam ser o definidor da história como saber científico? Qual a contribuição dessas possíveis respostas para a formação continuada do professor de História?


Sobre os significados de “Teoria da História”

 O que os nossos contemporâneos produtores de livros-tese e de coletâneas sobre a matéria querem significar com o emprego dessa categoria?

A resposta aponta dispersão. Teoria da história é concebida como uma hipótese ou uma proposta de intervenção sobre os fatores e a mudança na experiência de determinado país ou do mundo;[29] um tipo-ideal que viabiliza a análise da obra histórica;[30] uma disciplina universitária fundamental à formação do profissional de História;[31] um campo de estudos sobre a realidade e o pensamento histórico e o uso que as pessoas fazem do seu passado;[32] e uma ciência sobre a Ciência da História.[33] E a dispersão aumenta quando questionamos aos estudiosos de Teoria da História sobre as coisas que privilegiam. Eles respondem: conceitos, matrizes, temas, questões, objetos, regras de pesquisa, métodos, critérios de validação, critérios de cientificidade, formas de representação, funções da história na vida prática, pensamento sobre o domínio,[34] especulação sobre o processo histórico, história da Historiografia e relação da História com outros domínios.

Em alguns casos, esses objetos reinam sozinhos, como métodos,[35] princípios ou fundamentos que constituem “a problemática epistemológica da História”.[36] Também isolados ou agrupados, no mesmo campo semântico, são referidos os conceitos, as concepções, as ideias ou matrizes,[37] em oposição ao “empirismo rústico”,[38] às “técnicas”,[39] à “Filosofia da História, à Epistemologia e à Metodologia”[40] ou associados aos domínios da Epistemologia, Lógica ou Ética.[41] Na maioria das iniciativas, entretanto, formam díades e tríades, explicitando novos domínios e revelando o caráter compósito da coisa designada. Assim, Teoria da História é realizada mediante conceitos / temas,[42] conceitos/história da historiografia,[43] método / temas, método / premissas,[44] especulação sobre o processo histórico / função na vida prática,[45] desafios / relação com outros domínios / estabelecimento de fronteiras,[46] critérios de cientificidade / objetos / problemas[47] e recursos de Erudição / Filosofia / Literatura.[48] Os textos que excedem a três objetos assumem os modelos e as matrizes como configuradores da Teoria da História. Esse é o caso muito particular de H. White,[49] que apresenta uma matriz para a obra histórica e outra correlata para a concepção de história dos autores analisados. São também os casos de J. Rüsen[50] e de W. Blanke,[51] que partem das ideias de “revolução científica” e “paradigma”, de T. Kuhn, e montam conjuntos semelhantes de objetos para a Teoria da História. Isso é o que conhecemos sobre a matéria no nosso tempo.

Quem lê os “teóricos” do século XIX não tem dificuldade de notar a semelhança na dispersão interna da configuração dos objetos e de estruturas de exposição de Teoria da História, no passado distante e no passado recente, mesmo considerando a institucionalização da Teoria da História, hoje, configurada como domínio de pesquisa, disciplina acadêmica e objeto exclusivo de Revistas, Associações e de congressos científicos (algo não generalizado na passagem do século XIX para o século XX). Sendo bem sensatos, deveríamos (mesmo hoje) conceber “teoria da História” apenas como reflexões sobre o “que fabrica o historiador quando faz história.[52] Contudo, tentando fugir à incômoda imprecisão dessa definição, vamos sedimentando proposições que convergem para um uma espécie de senso comum de que a Teoria da História é algo que completa 150 anos: “a Teoria da História é objeto disciplinar da formação de historiadores, desde que os cursos de licenciatura em História foram instituídos na Europa e nas Américas”; “a Teoria da História nasce em meados do século XIX, quando os historiadores desenvolvem sistematicamente a reflexão sobre a natureza do seu domínio”; “as teorias da História são originárias da Alemanha e da França”; “as teorias da História são um gênero designado pela palavra Historik”; “as teorias da História foram codificadas em tratados epistêmicos”; e, ainda, “a Teoria da História legitima a Ciência da História mediante a exclusão de domínios como a Retórica, a Filosofia e a Sociologia”. Para fazer frente a esse senso comum (e minimizar o estranhamento provocado pelas semelhanças entre objetos e configurações de discursos sobre o tema, no passado e no presente), é necessário pensar as classificações como resultante da maior ou menor ênfase atribuída a determinado critério e evitar unilateralidade da escala (macro).

Se nos afastarmos das proposições básicas de cada Teoria, pondo os olhos nos objetos, por exemplo (como sugerimos nesse exercício de experimentação do passado, efetuado entre o primeiro e o segundo parágrafo desta conclusão), perceberemos que os teóricos da História enfrentam os mesmos macroproblemas há 150 anos: a natureza de uma suposta capacidade humana de conhecer, as definições de realidade e de conhecimento sobre a realidade.[53] Apenas recentemente a relevância desses temas tem sido problematizada, sobretudo com as incipientes tentativas de historicização das ciências a partir de perspectivas não antropologizantes.[54] Sem esse exercício de alternância de escalas (permanecendo apenas em dimensão macro e desprezando as situações comunicativas sob as quais os escritores prescrevem as suas teorias), dificilmente poderemos formular juízos sobre Teoria da História em termos transnacionais diacrônicos para o período em análise (como teses sobre transnacionalização ou expansão do “modelo alemão” ou “modelo francês” de historiografia).

Em perspectiva sincrônica a dificuldade ainda é maior. Os exemplos bem-sucedidos de tipos ideais para o exame de iniciativas que tomam distância da transposição de modelos são de caráter nacional e, portanto, inadequados ao exame em escala continental ou mundial, por exemplo, quando importados integralmente.[55] Os tipos, apesar de construtos intelectuais, sabemos bem, são elaborados com elementos da experiência a ser analisada. Se quisermos, por exemplo, examinar as mudanças em termos de Teoria da História (sempre em significado ideal-típico),[56] teremos que considerar elementos do lugar (dos domínios, das comunidades linguageiras etc.). [57] Desprezando-os, correremos sempre o risco de concluir, pejorativamente, que os escritores de teorias de tal país foram “ecléticos”, “compiladores” ou usuários de “literatura de segunda classe” (quando encontramos, exatamente – ainda que não consideremos negativamente – essas mesmas características em muitos clássicos textos estrangeiros).

Depois dessas considerações demasiadamente abstratas, chegou a hora de pensarmos nos nossos problemas e objetos de pesquisa. O que queremos designar como quadro teórico do nosso projeto de pesquisa? De que maneira comunicar o que entendemos ser a Ciências Histórica e o que poderíamos elencar como elementos da mesma pelos quais o nosso projeto de investigação se orienta?


Notas

[1] Fonseca era professor de “propedêutica da História” na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, desde 1946. O manual foi destinado aos futuros professores de História e, também, aos jornalistas, advogados, legisladores e diplomatas, todos formadores de opinião pública. Faz relações de difícil compreensão, dado o esforço para somar verdades extraídas da crítica histórica e do desígnio da Providência.

[2] Fonseca, 1967, p.42, p.101.

[3] Piragibe cumpria, assim, uma demanda comum aos cursos de História de São Paulo, na década anterior. Há depoimentos de Jean Glenisson e de Jean Van den Besselaar de que os alunos de Introdução à História, na Pontifícia Universidade Católica e na Faculdade de Filosofia e Letras, ansiavam por preleções sobre Filosofia Especulativa da História.

[4] Rodrigues escreve para estudantes universitários de História e para professores da escola secundária. A primeira versão é fruto do aprendizado em cursos de metodologia da História nos EUA, com Charles W. Cole e Henry S. Commager. As notas de aula e, também, do curso que escreveu para o curso de aperfeiçoamento em História do Brasil, demandado pelo Instituto Rio Branco. Sua ideia era “mostrar como se investiga, como se manejam as fontes, como se aplicam os métodos e a crítica, como se doutrina e interpreta o material colhido e criticado, na tentativa de recriar o passado numa composição ou síntese histórica.” Rodrigues, 1967, p.15-16.

[5] Rodrigues, 1967 p.441-442.

[6] Cardoso e Brignole dedicaram o livro aos alunos de História e Ciências Sociais e, também, aos professores formados na “visão positivista e anacrônica da História” (crítica histórica e ciências auxiliares de Langlois e Seignobos – negativismo importado de Febvre e Marrou. (Cardoso, 1977, p.15-16). Eles identificam pontos comuns entre o marxismo (Marx) e a “escola francesa” (Febvre e Bloch): história total (não somente a política), estrutura, evolução distinta dos níveis da estrutura, história total (síntese explicativa) e engajamento do historiador com os problemas do seu entorno. Cardoso, 1977, p.478-479.

[7] Cardoso; Brignoli, 1997, p.41

[8] Cardoso; Brignoli, 1997, p.15-16, p.41-42.

[9] Beatriz Silva, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo, destinou sua coletânea ao “futuro historiador” e ao “pesquisador que nunca se preocupou com os problemas teóricos da sua prática” (Silva, 1976, p.7). São três as novidades: a tradução de textos completos (até então, os manuais de teoria e método sintetizavam posições), o entendimento de teoria da História como Epistemologia, e a inclusão de “não historiadores” entre os teóricos e a qualificação de Michel Foucault como “historiador”. A autora, contudo, não se posiciona a respeito, além da descrição acima.

[10] Como pensa R. Merton

[11] Silva, 1976, p.7-8.

[12] Silva, 1976, p.5.

[13] Na década de 1990, Rüdiger era professor da Pontifícia Universidade Católica e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Parece estar no meio do fogo cruzado entre cientificistas e pós-modernos, em relação à História. Busca sair da situação, enxergando a floresta, mas lamenta o afastamento dos historiadores em relação às questões filosóficas e epistemológicas que explicam a sua prática (Rüdiger, 1991, p.189-190).

[14] Essa exposição bem mais didática foi publicada seis anos após o livro, em formato de artigo, intitulado “Propedêutica à Teoria da História. Rüdiger, 1997, p.155-156.

[15] Para a segunda metade do século XX, Rüdiger apresenta três soluções epistemológicas que tentam dar respostas à oposição entre positivismo e historicismo: o materialismo dialético, o neo-historicismo e o paradigma crítico-dialético. Rüdiger, 1991, p.147-148.

[16] Malerba, 1996, p.11-14.

[17] Lima e Vianna, 1996, p.142.

[18] Malerba, 1996, p.12.

[19] A coletânea reúne textos de professores da UFF e da UFRJ e foi destinada aos alunos de graduação e pós-graduação em História, alunos de ciências sociais e docentes do ensino médio. Trata-se de uma versão do antigo “Os métodos da História”, com autoria ampliada. Mas a ênfase na mudança de métodos como fator de renovação no ofício do historiador na América Latina desaparece. Com a generalizada crise da razão histórica pós queda do muro e socialismo real etc., Cardoso tenta conciliar “paradigmas rivais” naquele período: paradigma moderno ou iluminista vs. paradigma pós-moderno ou irracionalista.

[20] O livro reúne as falas de professores universitários de uma dezena de instituições, durante evento sobre teoria e metodologia, promovido pelo programa de Pós-Graduação em História da UFRGS.

[21] Fico, 2000, p.29.

[22] Reis, 2000, p.182-183.

[23] Rago, 2000, p.44-45.

[24] Fico, 2000, p.30-31.

[25] Barros é professor universitário (UFRRJ/UFRJ) e escreveu para iniciantes na Ciência da História. Obra em cinco volumes, o primeiro é dedicado aos conceitos básicos de Teoria da História. Ele acredita que existe “a ciência”, caracterizada como “um conhecimento a ser produzido sistematicamente, com rigor metodológico”. Embora fale, às vezes, em “várias ciências”, refere-se a “posturas metodológicas que se singularizam nas várias ciências: a observação e a experimentação” (Barros, 2013, p.81). É incoerente com a posição anterior, quanto remete às “condições de possibilidade” e, também, quando usa a expressão “pensamento ocidental”. Outro problema está na frágil diferenciação entre teoria da História (positivismo, historicismo e materialismo histórico) e Filosofia da História (Voltaire, Kant, Hegel).

[26] Barros, 2013, p.68-69.

[27] Barros, 2013, p.106, p.126.

[28] Barros, 2013, p.68-69.

[29] Zhao, 2015, p.29; Heller, [1981] 1993, p.337-339.

[30] White, 1975, p.18.

[31] Rodrigues, 1969, p.440, p.444.

[32] Paul, 2015, p.14.

[33] Rüsen, 2015b, p.31-32.

[34] Megill, 2013.

[35] Método dialético, método genealógico e método hermenêutico em sequência. (Reis, 2011, p.23, p.25).

[36] Rüdger, 1991, p.11.

[37] Vainfas, 2010, p.7-9; Lopes, 2007, p.16-17.

[38] Fico, 2000, p.36-37.

[39] Guazzelli, 2000, p.11.

[40] Malerba, 2010, p.11.

[41] Reis, 2010, p.14; Wehling, 1994, p.98-99, p.101.

[42] Em composições como temas / ideias e temas / questões. (Malerba, 1996, p.14; Lopes; Munhoz, 2010, p.11-12).

[43] Dosse, [2010] 2012, p.2.

[44] Koselleck, 2006, p.112-115; Bentivoglio; Avelar, 2016, p.8-9.

[45] Martins, 2010, p.8-10.

[46] Vasconcelos, 2005, p.25, p.235-136.

[47] Silva, 1976, p.8, p.10, p.15.

[48] Dosse, 2010, p.21

[49] O objeto da teoria é a “estrutura típico-ideal da obra histórica” (p. 20). Toda obra histórica é estruturada em níveis de conceptualiação (crónica, estória, modo de elaboração de enredo, modo de argumentação e modo de implicação ideológica) no relacionamento entre dois fatos para responder “o que aconteceu?”, “como:” e “por que aconteceu?” Quanto o historiador trabalha com a “estória” concluída ou relaciona “estórias”, buscando responder “o que significa isso?” ele é classificável em três possibilidades: os tipos de elaboração de enredo (tragédia, comédia…), a argumentação nomológica e a implicação ideológica. (White, 1975, p.121-23).

[50] Na última versão portuguesa da sua Teoria da História, Rüsen define teoria da História como uma ciência sobre a ciência da história – uma metateoria (em alemão é Historik e em língua inglesa é metahistory). “Teorias são formas de saber com um alto grau de generalização enquanto proposições de fatos particulares” (p.31). Para Rüsen, o historiador faz história e o teórico da história diz como se faz história. (p.32). Essa versão apresenta ligeiras modificações em relação aos modelos empregados por Blanke e ao que empregou, junto a Blanke e Feischer, em 1984: carências/perspectiva de interpretação/conteúdos experienciais/forma historiográfica/motivação para a ação. (Rüsen, 2015b, p.31-36.

[51] Historik é o gênero de teoria da História. O termo indica “as reflexões que os historiadores fazem acerca da escrita da história, pesquisa da história e [história da] historiografia”. (p.331). Droysen é um modelo exemplar do gênero. Os livros de Histork de Chladenius, Gervinus, Burckhardt e Droysen (de teoria da História) “explicam sistematicamente os princípios metodológicos da pesquisa histórica; discutem a singularidade e função da historiografia; definem seu assunto, a história e assim por diante.” Blanke classifica os livros de Historik em tradições: “humanístico-retórica”, “auxiliar enciclopédica”, “histórico-filosófica” e “epistemológica ou histórica”. (Blanke; Fleischer; Rüsen, 1984, p. 335-336, p.339-340). Uma década depois, Blanke publicou sua tese de doutorado, onde expõe o modelo analítico de Teoria (que significa, consequentemente, a sua ideia de teoria): matriz disciplinar. Essa categoria, identificadora de uma obra de Historik, é composta por cinco elementos: função de orientação, interesse, teoria, método e forma de representação. (Blanke, 1991, p.29, p.37).

[52] De Certeau, 1982, p.65.

[53] É curioso, por exemplo, que as definições de dois professores de Teoria da História e também produtores de manuais sobre a matéria sejam tão semelhantes, apesar da distância temporal e cultural que os separa: José Honório Rodrigues, então professor do Instituto Rio Branco, em 1969, e Herman Paul, professor da Universidade de Leiden (Holanda), em 2015. O que difere nos dois enunciados dos dois escritores é a preocupação de Paul com os usos que as pessoas fazem do passado (Paul, 2015, p.14). No restante, são as questões do processo e do conhecimento sobre o processo que predominam: “Os problemas da interpretação do processo histórico, da natureza do conhecimento histórico, das explicações, das leis, das relações da história e das ciências sociais, dos problemas da convicção histórica, do julgamento histórico, da aceitação ou não da causalidade, entendida em termos físicos, das definições conceituais de fenômenos históricos gerais, constituem a temática da teoria da história como disciplina universitária.” (Rodrigues, 1960, p.144).

[54] Ver sobre o tema o recente trabalho de Victor Nascimento (2016) que recupera a possibilidade por meio da análise de parte da obra de Michel Foucault.

[55] As teses de C. Charbonell e de W. Blanke (teoria iluminista, historicista e da ciência social), respectivamente sobre a França e a Alemanha são inadequados ao exame em escala continental ou mundial, por exemplo, quando exportados integralmente. Do mesmo modo, são inadequados ao exame do nacional, quando transpostos da Alemanha, da França ou dos Estados Unidos para o Brasil. É algo óbvio, mas necessário repetir.

[56] A exemplo do que fez D. Lingelbach, quando examinou “Profissionalização” e “Institucionalização” entre França, Alemanha e Estados Unidos.

[57] Para o caso brasileiro, por exemplo, com os discursos de Silvio Romero, Capistrano de Abeu, Euclides da Cunha.


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