Fragmentos do porvir | V. da Silva

Impossível dissociar o crescimento dos estudos em torno da decolonialidade dentro das Universidades públicas da demanda colocada pelas estudantes, um perfil substancialmente alterado ao longo de 14 anos de petismo e 10 anos de lei das cotas. É comum ouvir outras colegas de profissão afirmarem que começaram a ler sobre raça, gênero e sexualidade, após as estudantes apresentarem algum texto. Quando esse movimento acontece, pesquisadoras com mais de 40 anos de trajetória acadêmica estabelecem um primeiro contato com um grupo de autoras, com as quais as estudantes possuem íntima proximidade. Enquanto as professoras engatinham nas questões e precisam se empenhar durante algumas madrugadas insones para compor a ementa de uma disciplina, as estudantes parecem absorver o conteúdo de maneira intuitiva. A leitura de Fragmentos do porvir, do jovem artista, escritor e professor, Vinícius da Silva, foi um desses abalos no meu, ouso dizer, também jovem, percurso de 10 anos de pesquisa voltada para a história e a teoria da arte. Leia Mais