História da Política Exterior do Brasil. Brasília | Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno

É fato que o pensamento brasileiro de relações internacionais conhece já há mais de duas décadas uma renovação que não encontra paralelos em outras áreas das ciências sociais, tocado de perto pela importância crescente do Brasil no cenário internacional mas, especialmente, arejado pelo dinamismo de uma produção científico-acadêmica que mostrou-se muito mais pujante do que a criação de programas de formação de recursos humanos para a área. Com efeito, ao longo desse período, a existência de duas únicas experiências de capacitação de quadros para a pesquisa e para o ensino (na forma dos programas de pós-graduação da Universidade de Brasília e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), poderia indicar que a reflexão especializada continuaria sendo por bom tempo ainda negócio entregue a diplomatas ociosos, a acadêmicos deslocados e a militares dedicados. Nesse sentido, não há dúvidas de que tal dinamismo é fruto especialmente da realização de visões estratégicas que se adiantaram ao surgimento de uma demanda que não era tão facilmente percebida, e que somente ganhou formas complexas no adiantar dos anos noventa. Leia Mais