História Política e Cultura Política / Embornal / 2013

Caros leitores,

Estamos colocando a vossa disposição os números 07 e 08 da Embornal, Revista Eletrônica da ANPUH-CE. Neste número apresentamos o Dossiê História Política e Cultura Política. Foram recebidos vários artigos de todo o país e queremos agradecer de antemão a todos os que colaboraram para o sucesso desta edição.

Foram selecionados 15 artigos, que serão publicados em dois números deste periódico.

No primeiro número, dividido em 02 blocos. Num primeiro bloco temos os temas vinculados aos estudos Ibero-latino-americanos:

O primeiro venho do Rio Grande do Sul, de Gabriela Bercht intitulado “Quem canta a Nação? – Apontamentos de pesquisa para o caso da Ibero América”. Interessante estudo sobre as pesquisas histórica em torno da constituição dos estados nacionais na América Ibérica, colocando em discussão a validade da utilização e mesmo da existência de modelos históricos que buscam compreender a constituição da nação enquanto referencial político moderno a partir da análise do desenvolvimento de tal conceito para casos exclusivamente europeus;

Do Rio de Janeiro venho a colaboração de Marco Antonio Serafim de Carvalho sobre “As Representações na Obra Literária de Julio Cortázar Durante o Peronismo Clássico (1946-1955)”. Ele estuda a obra literária do referido escritor, publicada em 1951 na Argentina, presidida por Juan Domingo Perón (1946-1955), e busca analisar a leitura do fenômeno multidimensional conhecido como peronismo através da literatura.

Também do Rio de Janeiro é o trabalho de Thiago Pereira da Silva Magela, Alfonsus dei gratia Rex Portugalie, et judicatu de Bayam : Estado no Portugal do duzentos. O artigo propõe uma análise das relações de dominação no medievo português quando o Estado volta ao centro do debate como conceito analítico durante o reinado de Afonso III.

Já na temática de Estudos Nacionais temos quatro trabalhos:

De Minas Gerais, Marcelo Alves de Paula Lima, enviou O “Fascismo Cordial” de Gustavo Barroso, onde estuda os escritos integralistas de Gustavo Barroso. Em sua opinião, ao defender os valores familiares diante das ameaças comunista e capitalista, e ao propor que o Estado deveria ser uma expressão das famílias, Barroso foi um dos exemplos do que Sérgio Buarque de Holanda quis dizer ao afirmar que, no Brasil, a família moldava as demais esferas da vida;

Do Rio de Janeiro, Raimundo Helio Lopes contribuiu com o estudo O Norte no Combate aos Constitucionalistas: Articulações Políticas e outras Possibilidades de Participação Militar na Guerra de 1932. Ele analisa o envolvimento dos interventores do Norte na Guerra de 1932, para além das normas oficiais determinadas pelo Governo Provisório. As articulações nortistas não foram efetivas, por determinação, principalmente, das lideranças militares do Governo Provisório, o que mostra como o combate aos rebeldes paulistas nesse evento foi completo e sujeito a divergências entre os próprios aliados;

Nosso colega Allysson Bruno Viana, por sua vez, indicou sua pesquisa Memória e cultura política libertária: algumas notas sobre a história do anarquismo no Brasil, para abordar, por meio dos jornais libertários dos anos da “redemocratização” (1945-1964), aspectos da construção da memória do movimento anarquista nas páginas de sua imprensa, buscando compreender a auto-imagem que construíam como herdeiros e continuadores do legado das lutas sociais.

Edmilson Alves Maia Jr., também do Ceará nos agracia com o artigo “E Que Tudo Mais Vá Pro Inferno”: “Fãs-Militantes” e Circulação de Idéias em Canções do “Rei”, onde interpreta a circulação de idéias em três canções do artista Roberto Carlos: “Quero que tudo vá para o inferno”, “A Janela” e “O Divã”. Com a análise dessas canções a partir de fontes que as discutiram e com as narrativas de “fãs-militantes” do artista, fez uma discussão de como as idéias de juventude, rebeldia e reconciliação foram apresentadas pelo cantor e como foram apropriadas por diferentes atores em suas trajetórias e escolhas.

Portanto, desfrutem destes trabalhos e depois nos enviem opiniões, sugestões mais artigos para nossa revista.

Boa leitura para todos.

Altemar da Costa Muniz e João Rameres Regis

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