The Foreign Policy of Russia: changing system/ enduring interests | Robert H. Donaldson e Joseph L. Nogee

Próximo a completar dois anos de gestão, o presidente russo Dmitri Medvedev, à frente do Kremlin desde maio de 2008, herdou, juntamente com sua equipe de governo, o debate característico do século XIX sobre o futuro da Federação Russa e a melhor ordem social e política que incorpore o espírito nacional. Tal debate se intensificou nos anos 1990, quando o mundo se tornou mais complexo a partir do fim da Guerra Fria e as transformações globais e nacionais pelas quais passou a antiga União Soviética (URSS). A nova Rússia que emergiu lidava com problemas estruturais como a perda de seu espaço geopolítico e influência diante dos Estados Unidos (EUA) e a desintegração do seu bloco soviético em 1991. Tal situação culminou, em dias recentes, com a percepção de um plano político-social incipiente e uma dinâmica russa combinada em sucessos e falhas dos governos de Boris Yeltsin, Vladimir Putin e, hoje, o citado Medvedev. Com isso, essas questões vieram à tona novamente, devido à necessidade de redefinir a identidade e os padrões da Rússia na era pós-soviética.

Assim, para compreender a procura russa por novos caminhos e os seus dilemas contemporâneos, faz-se necessário remontar ao seu passado recente, reconstituindo as variáveis de sua trajetória e os fatores que influenciaram e modelaram a política do país, como os culturais, econômicos, geográficos, demográficos, dentre outros. Frente a tal contexto e somada a uma ausência de fórmulas ou modelos que elucidem com precisão a política externa de uma nação, a obra “The Foreign Policy of Russia: changing system, enduring interests”, já em sua quarta edição (2009), publicada pela M.E.Sharpe de New York e escrita pelos norte-americanos Robert Donaldson e Joseph Nogee, se aventura a analisar essas mencionadas variáveis que, de acordo com os autores, influenciaram na mudança de direção da política do país ao longo de sua historia. Leia Mais