Ideologia Autoritária | Guido Rodriguez Alcalá

Um problema sempre recorrente quando se fala da integração latino-americana no plano cultural é a dificuldade de comunicação entre as metades de origem espanhola e portuguesa do continente. Os livros, revistas e jornais argentinos, mexicanos ou espanhóis circulam pelo imenso espaço entre o México e a Terra do Fogo, formando um conjunto que não é nem de longe homogêneo, mas se comunica através de uma língua comum. A produção cultural brasileira, em língua portuguesa, contudo, não tem esta repercussão fora do país, e nem mesmo entre nossos vizinhos mais próximos há uma real demanda por ela. Como contrapartida lógica, o que se produz na América hispânica nem sempre chega às estantes do Brasil, o que dificulta o diálogo e as trocas numa região que se aproxima, economicamente, cada vez mais.

Numa iniciativa do Itamaraty, surgiu a Coleção América do Sul, cujo objetivo é colocar à disposição do público brasileiro obras fundamentais, publicadas por conhecidos escritores e pesquisadores dos países da América do Sul, para o conhecimento destes países. Tais obras, devidamente traduzidas para o português, buscam estimular no leitor brasileiro o interesse pela nossa própria região do mundo e aproximar as duas metades do continente latino-americano. Tal idéia é mais do que meritória, nem tanto pela tradução dos livros (já que é impensável que um leitor culto de português seja incapaz de ler espanhol), mas pelo fato de disponibilizar, no Brasil, obras de interesse que dificilmente circulariam no país sem o apoio oficial. Leia Mais

Obstáculos ao crescimento das exportações: Sugestões para uma Política Comercial | Ricardo Markwald

A retomada do crescimento econômico, com base no esforço exportador e nos saldos comerciais positivos, parece ser uma estratégia que tanto o governo atual quanto o seu antecessor vem seguindo. É fato que, nas últimas duas décadas, o país apresentou um crescimento comparativamente baixo e perdeu espaço no comércio mundial; no entanto, a abertura de novos mercados de alto potencial importador, como a China, a Índia e a Rússia, e a abrangente agenda de negociações comerciais em que o país está envolvido são favoráveis atualmente às exportações brasileiras.

O objetivo de Markwald e de todos os estudiosos cujos trabalhos são expostos nessa obra é o de alcançar diagnósticos mais precisos com relação aos obstáculos ao crescimento das exportações assim como dar sugestões para uma política comercial mais avançada diante da falta de evidências de que o desempenho exportador brasileiro esteja próximo de sua capacidade máxima. Leia Mais

Perspectivas: Brasil e Argentina | José María LLadós

O livro reúne vinte e cinco estudos de acadêmicos, técnicos, diplomatas e autoridades governamentais. Os autores, brasileiros e argentinos em número equilibrado, expõem o conhecimento com a autoridade de quem está familiarizado com os temas, senão mesmo de quem é protagonista na área de ação. O estilo formal e documentado das contribuições em nada se assemelha a conferências, mas sim a trabalhos escritos para fins de publicação científica. Contudo, os textos foram previamente discutidos em seminário binacional promovido pelo Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O livro se insere em uma série de publicações desse Instituto, cuja finalidade precípua é a de apoiar a Presidência da República e as autoridades setoriais do Governo nas responsabilidades de formulação de estratégias políticas.

O livro estuda os progressos e as possibilidades da economia, da vida política e da sociedade, no Brasil e na Argentina. Duas preocupações norteiam as análises, feitas por especialistas no respectivo setor: as convergências que aproximam as realidades internas de cada país e lhes conferem certa unidade de feição e as diferenças que as distinguem e lhes conferem perfil próprio. Esses traços resultam provavelmente da orientação metodológica que os organizadores transmitiram aos autores, cujos textos foram encomendados. O livro foi escrito com a finalidade de exibir um diagnóstico exaustivo das duas comunidades, nas dimensões horizontal e vertical. A finalidade cognitiva é óbvia, tanto quanto a normativa. Sem diagnósticos corretos, as possibilidades de cooperação bilateral e o próprio processo de integração inevitavelmente incorrem em erros de decisão, o que provoca ressentimentos e reações imprevisíveis, como se tem observado nos anos recentes. Leia Mais