Políticas e geopolíticas de tradução. Circulação multilíngue do conhecimento e histórias transnacionais da geografia. Perspectivas brasileiras | Terra Brasilis | 2021

A ideia desse dossiê partiu da sensibilidade de Sergio Nunes Pereira (UFF), a quem agradeço a gentileza do convite e todo o aprendizado nos últimos vinte anos. Imediatamente, concebi tal projeto como uma empreitada coletiva e internacional. Para tanto, tive a fortuna de ter parceiros generosamente inteligentes como Laura Péaud (Université Grenoble Alpes) e Archie Davies (The University of Sheffield), cujos interesses genuínos na construção de histórias da geografia para além dos centros e línguas canônicos atuaram como bússola a sintonizar nossas ideias. Enfim, tendo em vista o ocaso sofrido pelos geotradutores no interior da academia, não posso furtar-me a dizer que o autor estrangeiro que eu mais ansiava ler, e cujas obras sobre espaço até o final do século passado ainda não haviam sido traduzidas para o idioma de Maria Carolina de Jesus, chama-se Henri Lefebvre. Assim, que me seja permitido fazer uma menção honrosa ao trabalho realizado silenciosa e meticulosamente por Margarida Maria de Andrade (USP) e Sergio Martins (UFMG), pois ambos possibilitaram o acesso ao revolucionário Lefebvre no conforto da minha língua brasileira.

Se trata de una toma de postura marcada por mi propia subjetividad e historia: un intelectual blanco, macho, hispanohablante, lleno de contradicciones, pero en esfuerzo de inserción en un proceso de aprendizaje marcado permanentemente por la crisis, la ruptura y la afectación de la relación con otros y otras desplazados y desplazadas en el decir y en el saber. Queremos pensar esta comunicación desde la situación límite del sabernos parte de un espacio de poder, pero en permanente confrontación de uso y reflexión con otras formas de saber, de pensar, de decir y de callar. (Garcés, 2007: 219) Leia Mais