Simone de Beauvoir | Cadernos Pagu | 2019

Há vinte anos Mariza Correa (1999) iniciava a apresentação do dossiê Simone de Beauvoir e os feminismos do século XX , publicado pela cadernos pagu , comentando que sua primeira reação foi pensar que talvez Simone não gostasse de homenagens, mas, frente à importância de sua obra, mais que as merecia.

Este dossiê parte dessa introdução, tão no estilo de Mariza e da convicção de que essa senhora, Simone de Beauvoir, continua merecendo muitas homenagens, pois sua obra multidisciplinar permite sempre novas leituras. Afinal, de fato ser mulher não é um fato da natureza e sim o resultado de uma história, como Simone reafirma em sua primeira entrevista televisiva, em 1975.1 Contudo, o maior interesse da entrevista é por ser esta a primeira em que Simone, então com 68 anos de idade, se declara inequivocamente feminista. Também é interessante notar que a própria entrevista de Simone provavelmente tinha relação com o fato de a questão da mulher ter entrado na pauta da ONU – e 1975 ter sido declarado o Ano Internacional da Mulher. No entanto, Simone, na sua modéstia, não se deu conta de que as lutas feministas que tornaram possível o Ano Internacional da Mulher resultavam, em grande medida, de sua obra teórica, especialmente de O Segundo Sexo (1949). Leia Mais