Interseções entre a historicidade da língua e a historicidade do texto sob a ótica das Tradições Discursivas | LaborHistórico | 2018

Neste segundo número do dossiê temático sobre estudos na perspectiva das Tradições Discursivas (TD), veiculado pela Revista LaborHistórico, agradecemos mais uma vez ao professor Leonardo Lennertz Marcotulio, Editor da Revista, por viabilizar a publicação da segunda parte de textos sobre TD, e aos autores dos artigos, que constantemente têm estabelecido parcerias para socializar e difundir os estudos sócio-histórico-diacrônicos que estabelecem a interseção entre a historicidade do texto e a historicidade da língua. Considerando que ainda há uma escassa difusão do conceito de Tradição Discursiva no cenário nacional, este dossiê pretende contribuir com outras obras de referência1, já em circulação, para que possam auxiliar teórica e metodologicamente pesquisas nessa área.

Para tanto, é preciso compreender que, da gênese da noção de Tradição Discursiva como paradigma teórico (COSERIU, 1987 2; KOCH, 1997 3) até as pesquisas atuais em TD, o conceito pode ser aplicado a diferentes dimensões de análise: a) a tradicionalidade dos gêneros; b) a tradicionalidade estrutural; c) a tradicionalidade dos tipos; c) a tradicionalidade dos estilos; d) a tradicionalidade linguística (dos modos de dizer). Essas dimensões, apesar de distintas, são complementares uma vez que uma determinada finalidade comunicativa atravessa o filtro das línguas históricas (regras idiomáticas) e o filtro das tradições discursivas (regras discursivas) no momento em que são construídos enunciados falados ou escritos (KABATEK, 2006) 4. Por exemplo, a finalidade de agradecer uma gentileza feita por alguém requer do falante uma seleção lexical e gramatical e uma escolha do melhor modo de dizer, que atenda às condições de produção. Nesse caso, o modo tradicional de dizer mais adequado ao contexto pode variar entre enunciados como: “Agradecida”; “Obrigada”, “Valeu”, “Tô devendo essa”. Leia Mais