Survivor Memorials: Remembering Trauma and Loss in Contemporary Australia – ATKINSON-PHILLIPS (PHR)

ATKINSON-PHILLIPS, Alison. Survivor Memorials: Remembering Trauma and Loss in Contemporary Australia. Crawley: University of Western Australia Publishing, 2019. 338p. Resenha de: SWAIN, Shurlee. Public History Review, v.27, 2020.

As debate rages about memorials from the past Alison Atkinson-Phillips’ monograph, Survivor Memorials, is particularly timely. However, its focus is not on the past, but on a recent shift in memorial making, the commemoration of trauma amongst the living rather than a focus on the dead. She dates this shift to the 1980s and documents eighty memorials constructed across Australia over the following thirty years. The first half of the book situates these memorials within the wider context of griefwork, memory making and public art. The second explores these theoretical considerations through six case studies. These range from the celebratory memory trail at the site of the Enterprise Migrant Hostel in Springvale, Victoria, through several memorials for Forgotten Australians and bushfire survivors and one remembering a homophobic rape.

These new memorials, Atkinson-Phillips argues, are both personal and political. They offer the opportunity for public performances of mourning, but also bring ‘difficult knowledge’ into public view in the hope that it will be inscribed into community memory. Initially they arose as a result of collaboration between survivor groups and individual artists. But in the wake of inquiries into various categories of historical institutional abuse they have become an integral part of government reparation packages.

This shift, the author suggests, has not been without its complications. Survivors find local site-based memorials more meaningful than the national ones. In part this is because local memorials provide a space for more effective ‘memory work’, creating opportunities for gathering and sharing of stories both in official commemorations and more casual visits. Survivors are only one voice amongst many in the planning of national memorials and often harbour suspicions that the money being directed to commemoration could be being diverted from more practical reparation measures and financial redress that continues to be subject to debate.

Atkinson-Phillips is also concerned with memorials as art, looking at the processes by which they are created, and the toll this sometimes takes on the artist. Collaboration and consultation are key. But consensus is not always possible. The artists who undertake this work often come with experience of similar projects and invest them with additional meaning. Those interviewed for this study all reported spending much more on the project than they were paid. Many also talked of the psychological toll and the need to seek help to avoid secondary trauma.

In the short term, the effectiveness of a memorial depends on its acceptance by the group whose trauma it commemorates. In the long term, however, it needs to be embraced by the wider community amongst which it sits. Controversy as to the experience being commemorated can see the memorial neglected or even attacked. The diminution in the survivor group over time can see the significance of the memorial lost, unless there is a public commitment to keeping the uncomfortable story alive.

Survivor Memorials will be of interest to scholars across a range of disciplines from art through to memory studies. It will also be invaluable for people involved in commemoration projects. Atkinson-Phillips’ study ends in 2015, a point at which she suggested that this trend may have reached its peak. However, in the years since there have been more of the inquiries and natural disasters to which these memorials respond. Those involved in developing commemorative projects will learn much from this study.

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Em um Rabo de Foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar – OLIVEIRA (FH)

OLIVEIRA, Marcus Vinícius Furtado da Silva. Em um Rabo de Foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira (FAP), 2016b. 178 p. Resenha de: DIANA, Elvis de Almeida. Faces da História, Assis, v.4, n.1, p.277-282, jan./jun., 2017.

No mesmo ano em que o poeta brasileiro Ferreira Gullar faleceu, em 2016, o historiador Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira publicou seu livro intitulado Em um rabo de foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar, no qual realiza uma análise da atuação intelectual e política daquele autor durante a segunda metade do século XX, mais especificamente a partir da década de 1960, no período da ditadura militar no Brasil.

Assim como a historiadora Fabiana de Souza Fredrigo1 (UFG) bem pontuou ao prefaciar o livro de Oliveira, “[…] os homens descobrem que a perda não é ausência, mas chave para o desvendamento da sociedade que a engendrou” (FREDRIGO In: OLIVEIRA, 2016b, p. 11, grifos da autora), ponderação que elucida de forma considerável o que o autor buscou realizar em seu livro. Ao se debruçar sobre o envolvimento de Gullar com o Centro Popular de Cultura (CPC), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e as práticas políticas empreendidas pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Oliveira volta a sua atenção para o trauma que Gullar teria sofrido após a instauração da ditadura não somente no Brasil, mas também no país vizinho, Argentina, e no Chile, pouco depois. Estes eventos, segundo Oliveira, contribuíram para o distanciamento daquele poeta brasileiro em relação às ideias pecebistas que ditavam sobre a possibilidade de uma revolução (OLIVEIRA, 2016b).

Nessa direção, conforme a análise de Oliveira sobre os poemas e ensaios de Gullar, o trauma promovido pelas ditaduras militares latino-americanas foi responsável por proporcionar uma reflexão acerca de sua formação política engendrada ao longo da década de 1960, quando atuava movido pelos ideais do PCB e, consequentemente, a visualização de um futuro que possibilitasse e contribuísse para uma nova atuação das esquerdas do Brasil e da América Latina após os golpes militares (OLIVEIRA, 2016b).

Para estes objetivos, a escolha das fontes não se dá de forma aleatória, mas sim, cuidadosamente, e respeita a ordem cronológica de produção e publicação das mesmas (entre os anos de 1963 e 1998). Esta preocupação de Oliveira se mostra pertinente, pois consiste em uma forma de demonstrar como teriam ocorrido as mudanças políticoideológicas de Gullar no decorrer deste intervalo de tempo. Dentre tais fontes, Oliveira direcionou maior atenção aos ensaios: Cultura posta em questão (1963), produzido no momento em que era membro ativo do CPC; Vanguarda e Subdesenvolvimento (1965- 1969), cuja escrita se iniciou no ano seguinte à instauração da ditadura militar no Brasil e em uma conjuntura, segundo o autor, caracterizada por novos engajamentos políticos e estéticos; Sobre arte e sobre poesia (1978-1982), textos nos quais Oliveira identificou as concepções de caráter tanto político quanto artístico de Gullar após ter voltado do exílio no Chile; Indagações de hoje (1971-1987) que, pelo fato de terem sido produzidas antes e depois do exílio, segundo Marcus Vinícius Oliveira, possibilita que percebamos os pontos em que o autor passa, aos poucos, a desviar-se das concepções políticas que possuía quando do momento em que esteve no Chile; Rabo de foguete: os anos de exílio (1998), livro no qual registrou suas memórias do período em que esteve no já citado país andino (apud OLIVEIRA, 2016b).

É a partir da análise das supracitadas fontes, e com os objetivos já apresentados anteriormente por nós, que Oliveira procurará apresentar os questionamentos realizados por Gullar acerca da cultura política comunista e como tais contestações teriam sido geradas por motivos de caráter irracional, devido ao trauma causado pela instauração das ditaduras, e não tanto por questões racionais e/ou teóricas propriamente ditas (OLIVEIRA, 2016b, p. 22). Nesse sentido, as noções de “cultura política” e “trauma”, enfatizados por Oliveira, constituirão o eixo central para sua análise dos ensaios de Ferreira Gullar. Estes dois conceitos “costuram” todo o livro de Oliveira, proporcionando a sustentação necessária para discutir as mudanças e transformações do pensamento e da postura de Gullar frente suas concepções políticas e intelectuais ao longo do período estudado. A ponderação anterior permite que nos dediquemos, a partir de agora, ao aprofundamento em torno dos já referidos conceitos trabalhados por Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira e, assim, apresentemos a estruturação e o desenvolvimento dos capítulos do livro daquele autor.

A obra de Oliveira é composta por três capítulos. No primeiro capítulo, Marcus Vinícius Oliveira volta sua atenção para as discussões teóricas que norteiam a análise do objeto ao qual é dado o enfoque e inicia tal debate com as mais variadas concepções acerca da noção de “cultura política”, mobilizadas por autores tais como Rodrigo Patto Sá Motta, Gabriel Almond, Sidney Verba, Giacomo Sani, Karina Kushnir, Leandro Piquet Carneiro, Richard Inglehart (apud OLIVEIRA, 2016b). No entanto, Oliveira dá ênfase às ponderações que o historiador francês Serge Berstein2 realiza de forma crítica às maneiras de se utilizar este conceito de modo a considerar o caráter “dinâmico”, “plural” e histórico desta noção e, a partir dessa nova visão sobre esta ideia, superar o viés exclusivamente nacional (defendido por autores como Almond e Verba, por exemplo), assim como o caráter “estático” daquele conceito que, por sua vez, é colocado por Inglehart (apud OLIVEIRA, 2016b).

Nessa direção dada por Berstein ao conceito de “cultura política”, Oliveira se aprofunda, procurando ir além, de forma muito pertinente e feliz, na tentativa de avançar na reformulação da já referida apreciação, acreditando que o termo em questão também poderia ser pensado “[…] enquanto uma concepção de mundo, capaz de orientar vontades políticas, que é profundamente radicada em uma determinada experiência do tempo histórico” (OLIVEIRA, 2016b, p. 30).

Para concretizar seu objetivo de aprofundamento deste conceito, Oliveira recorre aos postulados de Antonio Gramsci3 e de Reinhart Koselleck4. No que tange às contribuições do pensador italiano, Oliveira o cita para argumentar sobre a indissociabilidade das relações entre a cultura, a política e os intelectuais dentro de uma construção de variadas concepções de mundo. Por sua vez, no que diz respeito aos postulados do historiador alemão, a intenção de Marcus Oliveira se centra em argumentar que os atos decorrentes das visões filosóficas e políticas acerca da realidade dependeriam da relação entre o “campo de experiência” e o “horizonte de expectativa”5 (apud OLIVEIRA, 2016b, p. 36).

Estas ideias, já muito bem explicadas no primeiro capítulo, darão alicerce às argumentações que Oliveira realiza no capítulo 2 (o mais extenso do livro) intitulado “A cultura política em Ferreira Gullar (1960-1970)”, ao analisar a trajetória intelectual e política daquele poeta desde seu nascimento em São Luís, no Maranhão, sua mudança para a então capital federal, Rio de Janeiro, e todas as transformações de caráter estético e formal que permearam a atuação artística de Gullar ocorridas por lá. Além disso, Oliveira destaca, ainda no início deste capítulo 2, que o seu principal objetivo é entender como Gullar pode ser visto, durante a década de 1960, como uma “amálgama” ou “mistura” de variadas culturas políticas das esquerdas daquele momento (OLIVEIRA, 2016b, p. 46).

Dessa forma, Oliveira obtém sucesso no mapeamento das manifestações de elementos presentes nos textos de Gullar, tais como: o mito da redenção presente na revolução; a influência das ideias de intelectuais do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) referentes ao papel que a arte teria ao criar uma consciência política para o povo brasileiro, ideal este que foi manifestado pelo Centro Popular de Cultura (CPC), do qual Gullar foi membro; a presença dos ideais do PCB, que também encontrou lugar no CPC e focou sua atenção na questão da contradição entre imperialismo e os interesses nacionais propriamente ditos, elementos estes que, para Oliveira, foram os que predominaram no pensamento de Gullar. Nesse sentido, Oliveira demonstra como o contato do CPC com os elementos ideológicos supracitados faz com que, em Gullar, haja uma relação de dominação completa por parte das expectativas em relação às experiências, sendo que aquelas seriam pautadas por uma ideia de tempo possuidor de um caráter linear, teleológico e, consequentemente, dialético, que seria típica das esquerdas defensoras da revolução. Nesse sentido, para Oliveira, essa ideia teria uma finalidade revolucionária e que suprimiria o tempo histórico (OLIVEIRA, 2016b, p. 84).

No entanto, Oliveira argumenta que essa visão de mundo de Gullar começa a mudar após o golpe de 1964, no Brasil, o que fez com que o autor se exilasse em alguns países como Chile, Argentina, Peru e União Soviética entre os anos de 1971 e 1977. É sobre este momento de exílio de Gullar e as rememorações do poeta maranhense que Oliveira centra sua atenção no terceiro e último capítulo do seu livro, ao analisar algumas obras como Indagações de hoje, que foi publicada em 1989, mas que abrange escritos que Gullar produziu entre 1971 e 1985; Sobre Arte e sobre poesia (1978 e 1982); e a narrativa de caráter memorialístico intitulada Rabo de foguete: os anos de exílio, que foi publicada já no final da década de 1990, especificamente em 1998, mas que contém a compilação dos relatos de Gullar referentes ao período em que ficou exilado nos países anteriormente citados. Não é por acaso que esta última obra dá nome à parte do livro de Oliveira, uma vez que este autor procura, ao dar ênfase no livro de memórias de exílio de Gullar, discutir até que ponto o contato que este poeta teve com as ditaduras militares instauradas na Argentina e no Chile teria contribuído diretamente para o desenvolvimento de um trauma responsável pelo desmantelamento gradual de tal “amálgama” (OLIVEIRA, 2016b, p. 106).

E é essa direção que Marcus Vinícius Oliveira toma para argumentar sobre tal reorganização das concepções de mundo de Gullar ao final do exílio vivido por ele naqueles países e sua crítica às esquerdas. A partir do livro de memórias do exílio de Gullar, Oliveira procura discutir, de forma densa e pertinente, as questões referentes ao conceito de “memória” e da possibilidade de narrar o trauma sofrido pelos grupos humanos em determinado momento da história. Neste sentido, Oliveira faz isso dialogando com autores como Michael Pollak, Jacy Alves Seixas, Marcio Seligmann- Silva, Sigmund Freud, Walter Benjamin, Fabiana Fredrigo e Libertad Borges Bittencourt (apud OLIVEIRA, 2016b).

Estas duas últimas autoras realizam uma análise dos ensaios produzidos pelos intelectuais latino-americanos entre os séculos XIX e XX, buscando compreender o desencantamento produzido por uma experiência de caráter traumático, que teria sido provocada pelas independências na América Latina e as relações existentes entre narrativa, temporalidade e trauma (FREDRIGO; BITTENCOURT, 2012 apud OLIVEIRA, 2016b). Nessa direção, Oliveira busca, em diálogo com as autoras, discutir como os intelectuais latino-americanos, por meio das várias narrativas produzidas por eles, preocuparam-se em reelaborar de forma recorrente tais experiências traumáticas, o que fez com que o subcontinente latino-americano sempre ficasse evidenciado como a região das utopias (OLIVEIRA, 2016b).

Nesse sentido, acreditamos ser cabível destacar que, no livro Em um rabo de foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar, não é a primeira vez que a ideia de trauma é operacionalizada com sucesso por Oliveira para compreender os problemas que ecoam ao longo da história dos países latino-americanos. Em outro trabalho, também datado de 2016 e intitulado Agonia peruana no século XX: Mariátegui e Flores Galindo, Marcus Vinicius Oliveira busca analisar como os ensaios elaborados pelos intelectuais peruanos José Carlos Mariátegui e Alberto Flores Galindo, no decorrer do século XX, podem representar as formas que estes autores encontraram de lidar com os traumas advindos daqueles eventos da história latino-americana, especificamente a do Peru (OLIVEIRA, 2016a).

Retornando ao diálogo que Oliveira realiza com Fredrigo e Bittencourt ao objetivar, ainda no terceiro e último capítulo, desenvolver seu argumento central Em um rabo de foguete, o autor busca compreender o exercício de rememoração como fator que proporcionaria a manifestação de várias temporalidades, as quais teriam a capacidade de reestruturar a realidade, processo no qual o trauma teria papel essencial.

Neste sentido, segundo Oliveira, o trauma poderia ser concebido como um passado que persiste em fazer-se notável no presente, fenômeno este que condicionaria a memória pelo fato de que esta última estaria muito ligada à recorrência irracional aos traumas provocados pela ditadura militar (OLIVEIRA, 2016b, p. 115-116).

No entanto, segundo Oliveira, o caso de Gullar possui uma particularidade que o diferencia dos exemplos trabalhados por Fredrigo e Bittencourt, pois, nas concepções do poeta maranhense, o trauma contribui não para reelaborar as possibilidades utópicas apontadas pelas autoras, mas, ao contrário, serviria para nulificá-las completamente.

Este fato, segundo Oliveira, pode ser visto com mais precisão nos escritos produzidos por Gullar no período em que o poeta brasileiro ficou exilado no Chile, pois estes registros explicitariam como a concepção acerca do passado teria destaque em detrimento da noção relacionada ao futuro. Neste sentido, as “expectativas” seriam invalidadas por causa da “experiência” vivida por Gullar e isso evidenciaria, na ótica de Oliveira, o desencanto de Gullar pela ideia de revolução e dos ideias pecebistas comungados por aquele poeta no decorrer da década de 1960 (OLIVEIRA, 2016, p. 116).

Neste sentido, podemos afirmar que Em um rabo de foguete, Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira nos oferece bases que possibilitam pensarmos sobre o papel dos intelectuais diante dos diversos caminhos que a sociedade possui a sua frente ao longo dos tempos, assim como a participação e importância dos mesmos no eterno exercício de se ponderar sobre seu passado e seu futuro a partir das inquietações e dúvidas que o seu presente proporciona. Sobre este ponto, estamos de acordo com Fabiana Fredrigo, ainda no prefácio do livro de OIliveira, quando a historiadora, mais um vez, pontua de forma precisa que “entre a revolução e o cancelamento da utopia, há o reformismo” (FREDRIGO In: OLIVEIRA, 2016b, p. 17, grifos da autora). Além disso, acreditamos que o livro de Oliveira também pode ser considerado uma contribuição relevante para os estudos realizados na área da História Intelectual e da História Política, ao relacionar as discussões sobre os intelectuais, processos políticos, psicologia, filosofia, literatura e poesia.

Notas

1. De forma mais específica, ao trabalhar com o conceito de “cultura política” elaborado por Serge Berstein, Marcus Vinícius Oliveira privilegia a leitura do capítulo intitulado “A cultura política”, de autoria daquele historiador francês e que compõe a obra Para uma história cultural (1998, p. 349-363), organizada pelos também historiadores franceses Jean-François Sirinelli e Jean-Pierre Rioux. Nesse sentido, a linha seguida por tais historiadores franceses como, por exemplo, Berstein, Sirinelli entre vários outros se centra, assim como Rioux argumenta na introdução do referido livro, na análise da relação considerável entre os processos políticos e as manifestações culturais ligados a fatores de caráter social, religioso, artístico e intelectual (1998, p. 14).

2. Para sua leitura acerca das ideias de Antonio Gramsci, Marcus Vinícius Oliveira se embasa nos Cadernos do Cárcere (2011; 2014; 2014b; 2014c; 2014d apud OLIVEIRA, 2016) escritos pelo pensador italiano.

3. No que tange às contribuições de Koselleck, Oliveira dedica especial atenção às obras Crítica e Crise (1999 apud OLIVEIRA, 2016) e Futuro Passado. Contribuição à semântica dos tempos históricos (2006 apud OLIVEIRA, 2016) daquele historiador alemão.

4. A fim de explicar melhor estes dois conceitos que auxiliam Oliveira em sua análise sobre os textos de Gullar, acreditamos ser pertinente e válido apresentar, de forma breve, o que o próprio Koselleck compreende por “espaço de experiência” e “horizonte de expectativa”. Segundo o historiador alemão, esses conceitos formam um par indissolúvel, sendo que a “experiência” representaria o “passado atual”, enquanto a “expectativa” poderia ser concebida como o futuro que ainda não foi vivido, mas que já faz notar-se presente (KOSELLECK, 2006, p. 310).

Referências

FREDRIGO, Fabiana de Souza. Guerras e escritas: a correspondência de Simón Bolívar (1799-1830). 1. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

______. Prefácio. In. OLIVEIRA, Marcus Vinícius Furtado da Silva. Em um Rabo de Foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira (FAP), 2016b.

KOSELLECK, Reinhard. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução: Wilma Patrícia Maas, Carlos Almeida Pereira; revisão da tradução: César Benjamin. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006.

OLIVEIRA, Marcus Vinícius Furtado da Silva. Agonia peruana no século XX: Mariátegui e Flores Galindo. Espaço Acadêmico, n. 178, março/2016, p. 8-18. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/28357/16202.

Acesso em: 21/03/2017.

OLIVEIRA, Marcus Vinícius Furtado da Silva. Em um Rabo de Foguete: trauma e cultura política em Ferreira Gullar. Brasília: Fundação Astrojildo Pereira (FAP), 2016b.

RIOUX, Jean-Pierre. Introdução. Um domínio e um olhar. In. RIOUX, Jean-Pierre; SIRINELLI, Jean-François. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998.

Elvis de Almeida Diana – Mestre em História pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, campus de Franca.

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