Argentina e Brasil: entre a canção romântica e o rock dos anos 80-90 | ArtCultura | 2021

Mesmo com todo o emblema

Todo o problema

Todo o sistema

Toda Ipanema

A gente vai levando […]

Mesmo com o todavia

Com todo dia

Com todo ia Todo não ia […]

A gente vai levando essa guia

(Chico Buarque e Caetano Veloso)1

Em tempos de terraplanistas, de ecocidas e de negacionistas em que se movem ataques sem tréguas contra a produção científica, a gente vai levando a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, driblando as dificuldades dispostas pelo meio do caminho. Nesta edição, em particular, sobressaem as contribuições que transitam pela “ponte da amizade” intelectual entre o Brasil, a Argentina e o Chile, com especial destaque para a presença de nada menos do que cinco pesquisadores argentinos.

Logo de cara, no minidossiê História & Artes Visuais, são revisitadas rotas já cartografadas em números anteriores, a partir da colaboração de três profissionais com marcante atuação nessas duas áreas. Um dos textos aqui apresentados se conecta à seção Primeira mão, por antecipar o que constará de um livro em fase de finalização. A ele se segue a primeira parte (internacional) do dossiê História & anacronismo, cujo desdobramento (nacional) se dará na próxima edição da revista. Organizado por Alexandre de Sá Avelar (professor do Instituto de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia e pesquisador do CNPq) e Lucila Svampa (professora da Facultad de Ciencias Sociales da Universidad de Buenos Aires e pesquisadora do Conicet), ele incursiona por uma temática que instiga a imaginação histórica, ao refletir sobre uma questão da maior atualidade. Num momento em que se derrubam estátuas, mundo afora, em nome de um ajuste de contas com o passado, questionar as implicações tradicionais do anacronismo é, no mínimo, algo desafiador, por abrir janelas para as múltiplas grafias da História em meio às variadas urdiduras dos tempos.

Na sequência, outro minidossiê se volta para os entrecruzamentos que se estabelecem, com regularidade, na ArtCultura, entre História & Música, um terreno em franco desenvolvimento, que já fertilizou análises significativas para o avanço do conhecimento nesse domínio. Organizado por Adalberto Paranhos (professor do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia e pesquisador do CNPq), ele é portador de uma novidade na história da revista: envereda por temas ainda não explorados nela, como o indica seu próprio título: Argentina e Brasil – entre a canção romântica e o rock dos anos 1980-1990 (com ênfase posta na relação pop rock e hiv/aids, bem como no punk rock). Sua abertura coube a um pesquisador argentino, que transpôs para a tela do computador uma palestra pronunciada num evento promovido pela Anpuh-CE.

Imersos na atmosfera do diálogo entre a História, nossa nave-mãe, e áreas conexas, a seção Artigos privilegia distintas temporalidades em estudos que cobrem diferentes campos temáticos, a ponto de abarcar, entre outras, a literatura, o jornalismo, a biografia política e o mundo do circo. Por último, em Resenhas miram-se três livros recém-lançados, que levam a assinatura de historiadores do Brasil e do exterior. E vamos levando.

Nota

1 “Vai levando” (Chico Buarque e Caetano Veloso), Chico Buarque e Maria Bethânia. LP Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo, Philips, 1975.


Organizador

Adalberto Paranhos – Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Instituto de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-graduação em História e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007.  E-mail: [email protected]


Referências desta apresentação

PARANHOS, Adalberto; PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v. 23, n. 43, p. 5-6, jul./dez. 2021. Acessar publicação original [DR]

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