Brasil-Polônia: Diálogos Histórico-Culturais / História – Debates e Tendências / 2020

A exuberante paisagem da Baia de Guanabara se desvela ao olhar sensível e atento dos poetas. A poesia, aliás, assim como a música, nos servem de linguagem para descrever o indescritível. Temos aqui um paradoxo. A linguagem escrita e falada que comumente utilizamos para nos expressar, igualmente nos impõe limitações para descrever com clareza nossos sentimentos, percepções e emoções.

Talvez por isso Tomasz Łychowski utilizou a poesia como forma de registrar suas impressões ao aportar no Rio de Janeiro em 1949. O caminho feito pelo poeta imigrante foi o mesmo de grande parte dos poloneses que desembarcaram na costa brasileira em grandes contingentes a partir do século XIX. Para muitos, a etapa marítima da viagem iniciava-se nos portos de Bremen ou Hamburgo, a partir daí singravam o Atlântico em direção ao Brasil. Apesar de não constituir o destino final da maioria dos imigrantes, a chegada ao Rio de Janeiro certamente ocupava um lugar de destaque no imaginário das famílias, pois representava um marco nessa jornada rumo ao desconhecido. Era o início de uma nova etapa em suas vidas. A maioria deles jamais retornaria à sua terra natal ou veria seus familiares novamente. A tęsknota za domem [1] se tornou uma constante. Leia Mais