Cem anos de Paulo Freire: cultura material, educação e liberdade | Revista Arqueologia Pública | 2021

No ano do centenário do educador Paulo Freire convidamos a todos arqueólogos e especialistas nas temáticas do patrimônio, memória e educação a colaborar com a construção de reflexões sobre as relações entre a Educação e Cultura Material, promovidas em ambientes escolares ou não, como práticas de liberdade. Paulo Freire foi recebido como subversivo por alguns setores da sociedade ao longo de toda sua vida como educador e, ainda nos dias de hoje, é rejeitado por determinados campos de poder. O que em sua obra e em nossas práticas pode tornar a educação tão perigosa? Qual o potencial de uma educação partilhada atrelada à cultura material? A educação como prática da liberdade seria capaz de romper a existência do “homem simples esmagado, diminuído e acomodado (…) tragicamente assustado, temendo a convivência autêntica e até duvidando de sua possibilidade” (Freire, 1967: 44)? Seria capaz de desnudar a sociedade como meio para desvendá-la e permitir uma compreensão ativa e atuante sobre os contextos políticos e históricos no qual nos inserimos (Freire, 1986: 15/17)? A educação como prática da liberdade mantém-se como um tema atual e urgente.

Finalizando o dossiê, podemos abertamente afirmar que a proposta temática foi bem recebida pelos arqueólogos, educadores, historiadores, gestores públicos, entre outros especialistas no campo da memória, patrimônio e cultura material. No total, foram aprovados doze textos, entre artigos, entrevista e uma tradução inédita de uma entrevista dada por Paulo Freire, em Geneva, no ano de 1970. Em comum, os textos trazem como eixo central a reflexão ativa sobre cultura material, educação e liberdade. A temática é provocadora, e, claro, serve como uma plataforma para a construção de novos diálogos e práticas de ação. Nessa edição, portanto, você encontrará a seguinte estrutura: Leia Mais