Capitalismo Global: história econômica e política do século XX | Jeffry A. Frieden

Empolgante e concisa, contudo polêmica. A obra do professor Frieden é empolgante e concisa quanto ao capitalismo e seu dinamizador, o comércio internacional, mas é polêmica quando relata um difícil período vivido pela população do Congo sob tutela do rei Leopoldo II e também quando se refere a Lord Keynes em uma comparação com Schacht, economista alemão. Realmente teria sido mister fazê-la em ambos os casos? Suprimindo, momentaneamente, uma resposta para essa questão, faz-se, sim, necessário dar os devidos créditos ao autor de Capitalismo Global.

Professor titular da Harvard University, Jeffry A. Frieden, além de poliglota (fluente em francês, espanhol, italiano, português e marginally competent em russo, como destacado em seu curriculum vitae), é especialista em economia política internacional. Frieden traz em sua obra um ponto de vista diferenciado da história econômica e política do século XX. O autor busca a gênese do capitalismo global através da explicação e detalhamento dos desdobramentos históricos do comércio internacional. Comércio global que praticamente se iniciou no século XVIII, com o declínio do mercantilismo e a erupção da Revolução Industrial e das novas tecnologias (transporte, comunicação) dela decorrente, e estende-se até este início de século XXI. Leia Mais

O Desafio do Capitalismo Global | Robert Gilpin

Teórico das Relações Internacionais, Robert Gilpin é considerado um dos principais representantes do Realismo Político. Preocupado com as mútuas relações entre segurança e economia, Gilpin fez uma grande contribuição para o desenvolvimento da disciplina Economia Política das Relações Internacionais. Nessa trilha, “O Desafio do Capitalismo Global”, publicado em inglês em 2000, retoma antigas teses do pensamento realista da Teoria da Estabilidade Hegemônica (TEH), segundo a qual uma economia internacional liberal estável só seria possível se sustentada por uma potência hegemônica que garanta a provisão dos bens públicos internacionais: uma ordem internacional liberal, a segurança internacional, um sistema monetário estável e fornecedor de empréstimos, em última instância, internacional. Aplica-se, segundo a TEH, o seguinte postulado: “para que exista uma economia liberal estável é necessário um estabilizador”, com poder político e econômico para levar a cabo a tarefa.

Cético como seu mentor, o historiador econômico Charles Kindleberger, em relação à possibilidade de uma ordem econômica internacional estável regida pelas leis do mercado, Gilpin afirma nessa obra que: “Embora os progressos tecnológicos e o jogo das forças de mercado representem motivos suficientes para ampliar a integração da economia mundial, as políticas de apoio dos Estados mais fortes e as relações de cooperação entre eles constituem a base política necessária para uma economia mundial estável e unificada” (p. 26). Em outros termos, uma sólida base política internacional seria a condição para a governança da economia internacional. Leia Mais