Iconografia e cultura material da morte no Mundo Antigo | Revista M. | 2022

Morte apos a morte na mitologia grega Imagem Super Interessante
Morte após a morte na mitologia grega | Imagem: Super Interessante

O DOSSIÊ Iconografia e cultura material da morte no Mundo Antigo é composto por doze artigos que versam sobre diferentes abordagens teóricometodológicas das culturas visual e material da morte nos mundos egípcio, persa, grego, romano, céltico e viking. Trata-se de um dossiê multilíngue, com contribuições em inglês e francês, além do idioma nacional, para o qual contribuem quatorze autores, entre os quais, somando-se aos pesquisadores brasileiros, aqueles ligados nomeadamente a instituições britânicas, gregas e francesas.

Os três primeiros textos abordam o Oriente Antigo. Dois artigos sobre o mundo egípcio trazem contribuições significativas sobre a iconografia funerária, refletindo sobre as interações das imagens com o mundo dos vivos e suas funções em relação ao mundo dos mortos. No artigo Caminhando com Amenemhet em seu funeral: afetando e sendo afetado na Tumba Tebana 123, José Roberto Pellini interpreta as cenas nas paredes das tumbas faraônicas enquanto elementos discursivos com funções que se completam por meio das interações com os vivos. Dessa forma, as imagens criam e afetam o público que frequenta o ambiente funerário, provocando ações e ativando seus significados para os mortos. A interação entre o mundo dos vivos e o dos mortos se dá por meio do mundo visual. Leia Mais

História e Iconografia / Sæculum / 2008

Está em suas mãos o número 19, de Sæculum, a revista do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Nesse número, apresentamos o dossiê História e Iconografia que, numa das definições mais clássicas, significa “arte de representar por meio da imagem”. E. H. Gombrich se reporta à “representação pictórica” para nomear o seu mais famoso livro no duplo sentido de “arte e ilusão”. Irwing Panofsky foi um inovador no método iconológico que ultrapassa a simples imagem narrada dando um novo “significado às artes visuais”.

Seis artigos compõem o dossiê História e Iconografia, que estão assim estruturados: abrindo o volume, o de Thereza Baumann (Museu Nacional / UFRJ), discute as primeiras imagens européias sobre o Novo Mundo e seus habitantes; em seguida, o de Isis Pimentel de Castro (UFMG), analisa telas de Pedro Américo e Vitor Meireles; na seqüência, o de Maraliz de Castro Vieira Christo (UFJF), versa sobre a tela A Batalha de Campo Grande (1871), de Pedro Américo; logo após, o de Robson Xavier da Costa (UFPB) tem como foco a pintura Naïf, de artistas paraibanos contemporâneos; segue-se o artigo de Emerson Dionísio G. de Oliveira, que aponta para a representação iconográfica do mito bandeirante, na obra de Benedito Calixto; e, por fim, o de María Dolores Fuentes Bajo e María Dolores Pérez Murillo, apresenta a memória filmada da América Latina através de uma significativa filmografia.

Aos especialistas uma questão se colocou na própria estruturação desse dossiê: filmografia está inserida em iconografia? Consideramos que sim, pois, se a fotografia, nas definições dicionarizadas, se inclui no rol das fontes iconográficas e se a película cinematográfica nada mais é do que uma série fotográfica projetada no tempo, criando a impressão de movimento, então não devemos ter dúvida: cinema é iconografia. O nosso dossiê confirma isso e Peter Burke não estava muito distante de nós, ao escolher um subtítulo característico da objetividade inglesa, numa de suas mais recentes obras: “o uso da imagem como evidência histórica”.

Mais quatro artigos que enfocam temas variados, compõem o número 19 de Sæculum. O primeiro, de Adriana Romeiro, relata a “história trágica” da fome na época da mineração nos sertões de Minas Gerais; o segundo, de Carolina Lopez Israel, discute um motim popular na Espanha setecentista; o terceiro, de Iraquitan de Oliveira Caminha, analisa as relações entre humanismo e terror, a partir da obra homônima de Merleau-Ponty; e o quarto, de Fernando Magalhães, questiona o “bom terror” em nosso tempo presente.

Ainda compõe o dossiê a resenha de Carla Mary S. Oliveira, O cotidiano oitocentista pelos olhos de Debret, sobre a obra de Julio Bandeira e Pedro Corrêa Lago, Debret e o Brasil: obra completa (1816-1831), recentemente lançada, para a satisfação dos “iconografistas”.

Os Editores.


Equipe Editorial. Editorial. Sæculum, João Pessoa, n.19, 2008. Acessar publicação original

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