Las raíces del antiperonismo. Orígenes históricos e ideológicos | Jorge Nállim

Complexo, heterogêneo e ambíguo. Tais adjetivos podem ser usados para definir o peronismo, fenômeno político de difícil definição e que até hoje desperta profundas paixões e polariza a Argentina. Desde a primeira presidência do coronel Juan Domingo Perón (1946-1955), muitas têm sido as tentativas de compreender esse movimento político. O que nem sempre se nota é que seu oposto, o antiperonismo, também foi profundamente fluído, variando ao longo do tempo e sendo composto, em cada época, por grupos ideologicamente muito diversos, como liberais, comunistas, socialistas, radicais2 e outros.

Nas últimas décadas, o antiperonismo foi objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas políticos na Argentina e fora dela. Na maioria desses casos, os acadêmicos propuseram análises específicas, restritas a diferentes instituições ou grupos sociais3 , buscando compreender as particularidades das críticas de cada um. Por isso, é tão bem-vinda a obra do historiador argentino Jorge Nállim, que se propõe a fazer uma análise socialmente e temporalmente bem mais dilatada. Nela, o autor busca compreender como “confluíram [nas ideias antiperonistas] uma série de visões, conceitos, preconceitos, ideologias e setores sociais e políticos que tinham se forjado ao longo das décadas anteriores”4 (NÁLLIM, 2014, p. 258, tradução nossa). Para isso, ele investiga uma ampla variedade de fontes documentais, com privilégio para revistas e jornais argentinos. Leia Mais