Lire la Bible au Moyen Âge. Essais d’Herméneutique Médiévale | Gilbert Dahan

O que compreendemos especificamente destas passagens de Foucault?:

A Renascença se imobilizava diante do fato bruto de que havia linguagem: na espessura do mundo, um grafismo misturado às coisas ou correndo sob elas; signos dispostos sobre os manuscritos ou sobre os fólios dos livros. E todas essas marcas insistentes exigiam uma linguagem segunda – a do comentário, da exegese, da erudição -, para fazer falar e tornar enfim móvel a linguagem que permanecia adormecida nelas; o ser da linguagem precedia, como por uma insistência muda, o que se podia ler nele e as palavras com as quais faziam-lhe ressoar. 1

Entre as periodizações historiográficas não existe de fato um “entre”, mas as reflexões de Foucault entreabrem uma passagem problemática que deixa se exprimir um conflito hermenêutico “entre” o Renascimento e a Época Clássica. Ele assinala a decadência do comentário e o início do reino da crítica. Exceptuando-se o entendimento filosófico de um livro já muito lido e relido, bem conhecido dos especialistas, o que sabemos de fato sobre o período anterior quando o comentário se desenvolvia e se complexificava? O que é a exegese medieval? Leia Mais