Nação, nacionalidade e nacionalismo na América Latina: séculos XIX-XX / História – Debates e Tendências / 2013

Desde a última década do século XX, os estudos sobre a nação, a nacionalidade e o nacionalismo, como fenômenos históricos, sofreram verdadeira impugnação de seus enfoques por parte de uma literatura conservadora ancorada no pensamento único e nas propostas de pós-modernidade e do fim da História, hoje já desarticulados pelo presente cenário global. Mais do que nunca, podemos dizer que as visões originais sobre nação, nacionalidade e nacionalismo contribuíram – e ainda contribuem – a explicar de maneira eficaz o devir da história contemporânea, desde fins do século XVIII até nossos dias.

No referente ao estritamente historiográfico, podemos identificar algumas correntes referenciais que contribuíram para enriquecer, desde diferentes enfoques e perspectivas, os conceitos de nação, nacionalidade e nacionalismo, desde suas origens. Um primeiro corpus fundacional foi encarnado pelas revoluções liberais. Foi a Revolução Francesa que nos proporcionou uma concepção política de nação, de soberania popular, de liberdade política e de nacionalidade. Para os revolucionários franceses, a nação era uma união de vontades – eleitas livremente –, constituída sobre os cimentos de um contrato social do qual resultava a adesão voluntária de seus membros associados em suas condições de cidadãos livres. A contraposição dessa noção de nação foi proporcionada pelo romantismo alemão, que a associou a um direito natural “essencialista”, apoiado em critérios raciais, culturais e espirituais. Leia Mais