Construindo mecanismos de progressão das aprendizagens históricas

Cliche 2 Imagine timelines Progressão das aprendizagens
Clichê 2 – Imagine timelines: One or more timelines representing different periods of history, each with icons or small pictures representing important historical events or figures from those periods. Watercolor –ar 745:423 | Imagem: IF/IA/Midjourney (2023)

 

Colegas, boa noite.

Hoje vamos tratar da construção de mecanismos de progressão das aprendizagens. Para enfrentar a matéria, é necessário conhecer ao menos uma das taxonomias empregadas no planejamento educacional. Escolhi a de Benjamin Bloom por ser a mais criticada e a mais empregada em livros didáticos, manuais do professor e manuais de construção de itens para concursos.

Os objetivos dessa fala são:

  1. Definir progressão da aprendizagem;
  2. Definir taxonomias educacionais;
  3. Caracterizar a Taxonomia de B. Bloom / L. Anderson
  4. Aplicar a Taxonomia de B. Bloom / L. Anderson.

1. Por que estudar progressões das aprendizagens históricas?

Eventualmente, em cursos e oficinas de formação continuada de professores, sou questionado sobre a possibilidade de empregar uma mesma habilidade no planejamento para faixas etárias distantes uma das outras, como 9 e 14 anos. Eu respondo que as habilidades inventariadas pelos filósofos, psicólogos e neurocientistas não se ampliaram muito em quantidade, nos últimos três séculos.

À mesma questão, respondo também que a complexidade maior ou menor de um objetivo educacional, expectativa de aprendizagem, meta de uma tarefa ou item de prova não está depositada apenas no verbo ou no complemento do verbo ou nas circunstâncias mediante as quais os alunos desenvolverão a tarefa. É a combinação, por exemplo, de uma habilidade (verbo) e de um complemento (substantivo) que reside a maior ou maior dificuldade para os alunos.

Dizendo de outro modo, a habilidade de “conhecer” não guarda, em si mesma, menor complexidade que a habilidade de “criticar”, como muito de nós decorou, lendo a Taxonomia de Benjamim Bloom. No estabelecimento de níveis de complexidade – tarefa básica da progressão das aprendizagens com vistas ao planejamento de ensino –, o que pesa é a combinação.

Assim, conhecer as “letras do alfabeto” empregado na língua portuguesa e conhecer os processos de “fusão nuclear” apresentam o mesmo verbo. O complemento, no entanto, quando combinado ao verbo, apresenta dificuldades diferenciadas.

O complemento do primeiro objetivo – “letras do alfabeto” – é algo concreto e significativo para a maioria dos brasileiros. Já o complemento do segundo objetivo – “fusão nuclear” – exige bastante abstração e não é do conhecimento da maioria. Ele exige do aluno muito mais informação sobre os conceitos envolvidos, como também maior entendimento e capacidade de relacionamento entre as coisas que realizam os conceitos que dão visibilidade ao processo de fusão nuclear: átomo, núcleo, energia, elementos químicos e estabilidade. Quando essas combinações são oferecidas aos alunos de diferentes faixas etárias e até estratos sócio-econômicos bastante diferenciados, a dificuldade do segundo pode aumentar ainda mais.

Por esta razão psicológica, é importante dominar os princípios de alguma taxonomia para planejar expectativas de aprendizagem para alunos situados em diferentes séries/anos da escolarização básica.

2. Definições operacionais de progressão das aprendizagens

O que quero dizer com a expressão “progressão das aprendizagens”?

Costumamos significar progressão como uma mudança em direção ao melhor. É um significado bem próximo ao sentido expresso por vários filósofos entre os fins do século XVIII e fins do século XIX.

No ambiente educacional, progressão das aprendizagens também guarda esse significado. Mas não apenas esta ideia de mudança para melhor. Progressão é uma tarefa planejada pelo gestor do currículo.

Progressão é uma ferramenta que ganha visibilidade nos programas que hierarquizam habilidades, conhecimentos e capacidades.

Vem daí a definição proposta: “É uma sequência de momentos didáticos planejada a partir da distribuição criteriosa dos conhecimentos e habilidades e capacidades ao longo de uma atividade, unidade ou de um curso”.

Esses critérios são predominantemente lógicos, psicológicos, cronológicos e espaciais. O que normalmente pomos em progressão ou em sequência são exatamente aqueles elementos que estudamos no primeiro encontro deste curso: os verbos, os complementos e as circunstâncias. Vejamos, agora, o significado de Taxonomia.

3. Taxonomias educacionais

O pessoal das ciências da vida não vai estranhar o nome. Taxonomia é um instrumento de classificação. Os demais colegas também conhecem as taxonomias que classificam as palavras da língua portuguesa (verbo, substantivo, adjetivo etc.).

Neste curso, taxonomia educacional é um modelo de classificação de habilidades, conhecimentos e capacidades selecionáveis como objetivos gerais de cursos, objetivos específicos de componente curricular, expectativas de aprendizagem para o trabalho semanal, enunciado de atividades e enunciado de itens de prova.

As taxonomias, contudo, não devem ser encaradas como leis. Elas funcionam como princípios reguladores que podem ser adaptados às classificações sobre a aprendizagens que concebemos na vida prática de docente.

Os filósofos e os psicólogos são os principais autores de taxonomias. Eles estão entre os que mais se preocupam com as interrogações clássicas sobre a produção do conhecimento. Eles tentam responder questões do tipo: o que é possível conhecer, quais são as formas de conhecer e quais poderes da nossa mente estão envolvidos no conhecer.

Quem pensa uma classificação desses poderes do conhecer, em geral, expressa a sua taxonomia mediante uma matriz. Essa figura contempla os conhecimentos e as habilidades circunscritos, respectivamente, em linhas e em colunas. Entre os especialistas, as mais citadas taxonomias do nosso século são as dispostas neste quadro 1.

Quadro 1. Taxonomia dos processos mentais (1959-20013)
Bloom
(1959)
 
Anderson e Krathwohl
(2001)
 
Marzano e Kendall
(2007)
 
Haladyna e Rodrigues
(2013)
 
Avaliar
Criar
Recuperar
Expressar-se,
Sintetizar
Avaliar
Compreender
Quantificar e Analisar
Analisar
Analisar
Analisar
Aplicar
Aplicar
Usar o conhecimento
Compreender
Compreender
Planejar
Compreender
Conhecer
Lembrar
Estar atento ou
Motivar-se
Lembrar

 

 

Produzido pelo autor a partir da leitura de Bloom (1959), Anderson e K. Krathwohl (2001), Marzano e J. Kendall (2007) e de Haladyna e Rodrigues (2013).

Dessa listagem, explorei, hoje, apenas a taxonomia de Bloom (1977), que foi revisada por um grupo de pesquisadores estadunidenses, coordenado por Lorin Anderson (2001). Além disso, tratarei somente dos termos relacionados à atividade cognitiva. Os termos indicadores das dimensões afetiva e psicomotora não serão tratados, considerando que a maioria de vocês demonstrou interesse pelo planejamento de aprendizagens de conhecimentos curriculares. Para uma visão geral de todas as dimensões – cognitiva, afetiva e psicomotora, vocês podem consultar A taxonomia de objetivos educacionais de José Florêncio Rodrigues Júnior (2016), sugestão que colhi aqui mesmo com esta turma.

As taxonomias dos psicólogos não são as únicas a orientarem a construção de programas de curso e matrizes de exame como o ENADE e o ENEM. Além da Taxonomia de Bloom/Anderson e das classificações que construímos em nossa experiência docente, conhecemos as taxonomias dos estudiosos que teorizam sobre a natureza de conhecimentos específicos, como História, Biologia, Geometria e Física.

Potencialmente, todo discurso designado como “teoria de” (Teoria da História, Teoria da Arqueologia etc.) apresenta esboços de taxionomia específica.

Na minha área, por exemplo, o Teórico Jörn Rüsen prescreve uma ideia aprendizagem histórica. Ao prescrever aprendizagem, também produz uma teoria do desenvolvimento acoplada a uma teoria do conhecimento histórico, privilegiando três habilidades mentais: rememorar (ou experimentar o passado), interpretar (ou produzir sentido sobre o ocorrido) e orientar-se (ou tomar uma decisão sobre a sua vida, baseada naquela interpretação sobre o passado).

Os teóricos gerais da Educação e da Aprendizagem também produzem os insumos para taxonomias e escalas de progressão. Uma das iniciativas mais conhecidas está implícita na maioria dos currículos prescritos, editados e praticados no Ocidente. Refiro-me à lista de habilidades, conhecimentos e valores que Jean Piaget prescreveu ao longo da carreira. Observem o quadro 2.

Quadro 2 – Princípios de desenvolvimento, habilidades e valores envolvidas na aquisição do conhecimento segundo Jean Piaget
Questões
Proposições
Como ocorre o desenvolvimento?
Desenvolvimento da criança significa desenvolvimento mental. Ele resulta da sucessão de três modos de pensamento e ação (esquemas): sensório-motores (0a 2 anos), simbólicos (2 a 7 anos) e operacionais (concreto – 7 a 11 anos, e formal – 11 ou 12 anos em diante).
Quais os determinantes do desenvolvimento?
A “maturação dos sistemas nervoso e endócrino” (dimensão física/orgânica/biológica), “o exercício e a experiência adquirida na ação efetuada sobre os objetos” (dimensão cognitiva), as “interações e transmissões sociais” (dimensão afetiva).
Como o conhecimento é adquirido?
A “incorporação do universo a si próprio” (compreensão e explicação do real pelo homem) é um processo (contínuo) de equilibração. Contempla o surgimento de uma necessidade (desequilíbrio) que mobiliza o sujeito (criança ou adulto) a agir (interesse) para satisfazer tal necessidade (equilíbrio). É uma “sequência de compensações ativas do sujeito em resposta às perturbações exteriores.”
Que funções / habilidades estão envolvidas no pensar e na aquisição do conhecimento?*
No Estágio pré-operacional ou esquemas simbólicos: imitação diferida, jogo simbólico (de ficção), desenho (imagem gráfica), imagem mental, e evocação verbal (de acontecimentos não atuais), lembrança-imagem (memória), e linguagem.
No Estágio das operações concretas (raciocínio a partir do agrupamento de objetos): seriação, classificação, aquisição das ideias de número (inteiro), de medidas de espaço, tempo, velocidade, e idéias de causa e acaso.
No Estágio das operações formais (raciocínio a partir do agrupamento de hipóteses): combinatória (combinação de idéias ou hipóteses por implicação, disjunção, exclusão, incompatibilidade e implicação recíproca, e inferência a partir dessas hipóteses), proporções (espaciais, velocidades métricas, equilíbrio), sistemas duplos de referência (reciprocidade), e probabilidades (assimilação de acaso).
Quadro construído a partir da leitura de Piaget e Inhelder (1990) e Piaget (1972).
(*) Neste quadro, transpus apenas os esquemas piagetianos relacionados à escolaridade conhecida no Brasil como Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Observem os termos destacados. Ao imaginar o funcionamento da mente de uma criança (ao teorizar sobre a aquisição do conhecimento), Piaget estabelece hipoteticamente o que pode e o que não pode uma criança fazer em cada etapa do seu desenvolvimento. Em outros termos, ele cria uma hierarquização de poderes – uma classificação de habilidades – traduzidas em verbos e dispostos em ordem crescente de potencial complexidade. Assim, o imaginar ficcional (uma habilidade do estágio pré-operacional) é potencialmente mais simples que a habilidade de conjecturar (formular hipóteses). Vejamos agora a proposta de classificação de Bloom e Anderson.

Quaisquer outras teorias do desenvolvimento humano ou da aprendizagem escolar apresentam taxonomias. Basta observar com atenção as topologias de natureza humana (as capacidades ideais-típicas de cada ser humano) e as orientações de ensino (as capacidades e estratégias ideais-típicas requeridas a cada professor) apresentadas por seus autores. Vejam o caso de Lev. S. Vigotsky. Todos conhecem a sua ideia de “desenvolvimento proximal”. Poucos, entretanto, associam a progressão das aprendizagens por ele proposta, que é também um critério taxonômico: atividades que o professor deve fazer para que o aluno aprenda; atividades que o professor deve executar com o aluno; e atividades que o aluno deve executar sozinho.

Quadro 3. Progressão das aprendizagens para a Língua Portuguesa
Objetivos de aprendizagem
Anos
Ler em voz alta, com fluência, em diferentes situações.
I
A
C
Localizar informações explícitas em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou por outro leitor experiente.
I/A
A/C
C
Localizar informações explícitas em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
I
A/C
A/C
Realizar inferências em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos pelo professor ou por outro leitor experiente.
I/A
A/C
A/C
Realizar inferências em textos de diferentes gêneros e temáticas, lidos com autonomia.
I
A
A/C
Legenda: I – Introduzir; A – Aprofundar; C – Consolidar. Fonte: Brasil, 2012, p.49.

Idêntica é a situação daqueles currículos prescritos que estabelecem expectativas de aprendizagem de modo hierarquizado. Veja o caso dos objetos de aprendizagem para a leitura, apresentados pelos Elementos conceituais e metodológicos para a definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização dos primeiros três anos do Ensino Fundamental (2012). Observem a legenda – Introduzir, Aprofundar e Consolidar. São ações sugeridas ao professor. São previsões sobre o que é possível e não é possível desenvolver com os alunos. São, enfim, sugestões de progressão da aprendizagem, ainda que não percebamos, à primeira vista, quais as teorias da aprendizagem orientam o planejamento do ensino da Língua Portuguesa exemplificado com o quadro 2.

4. A taxonomia de Bloom

A Taxonomia de Bloom foi produzida em 1954 e revisada em 2001, por Lorin Anderson. Sua função inicial era padronizar a elaboração dos objetivos educacionais dos currículos e programas da educação básica estadunidense. Não é obra solitária de Bloom, mas ficou conhecida com este nome porque foi Bloom o relator e copidesque da proposta.

Na verdade, dezenas de professores e especialistas em aprendizagem dos Estados Unidos se reuniram para decidir um glossário educacional mínimo que viabilizasse programas de avaliação que possibilitassem a comparação de resultados. Sem conceitos comuns (aplicáveis à palavra “compreender”, por exemplo) não haveria condições de comparar resultados. Essa foi a intenção inicial dos especialistas ao buscarem fixar um inventário de habilidades, conhecimentos e valores e de estabelecerem uma hierarquização entre esses elementos básicos da sintaxe de qualquer objetivo educacional.

Os fins padronizados, originalmente pensados pelos estadunidenses, não mais predominam entre nós. Mas necessidade de hierarquizar aprendizagens, por meio de verbos, principalmente, ainda são a regra.

Para Bloom, a elaboração de objetivos educacionais deveria respeitar uma hierarquia típico-ideal generalizada: do mais simples conhecer ao mais complexo criticar.

Bloom também codificou uma praticada hierarquização dos conhecimentos: do mais detalhado conhecimento factual ao mais universal conhecimento expresso em leis.

No início do nosso século, Anderson revisou a Taxonomia de Bloom a partir das recentes conquistas em psicologia da aprendizagem. As principais mudanças no formato original foram: a introdução da habilidade de criar (disposto como título da coluna 6) e a inserção do conhecimento metacognitivo (disposto como título da linha 4).

A Taxonomia de Bloom/Anderson ganhou então a seguinte configuração (Figura 1): seis habilidades mentais ou processos cognitivos e quatro tipos de conhecimento.

COGNITIVOS

Figura 1. Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson

Agora vamos aplicar a taxonomia de Bloom/Anderson a uma situação em nossas áreas de domínio profissional. Como trabalho com a formação de professores, vou aplicar a uma situação comum no início dos cursos de graduação: a produção da resenha, um instrumento de comunicação acadêmica.

Se eu ministro um curso de Introdução à Comunicação Científica no qual a primeira unidade está reservada à produção de uma resenha crítica, a expectativa de aprendizagem correspondente a esse módulo temporal ganhará o enunciado transcrito no lado esquerdo dessa matriz: “Ao final dessa unidade, você deverá ser capaz de produzir uma resenha, respeitando o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas.” (Figura 2)

Observe que o objetivo (redigir uma resenha) ocupa a célula (3C) formada pela habilidade 3 (aplicar) e pelo conhecimento C (técnica de redigir resenhas).

Expectativa de aprendizagem 1

Ao final dessa unidade, você deverá ser capaz de redigir uma resenha de livro, respeitando o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Figura 2. Redigindo a expectativa de aprendizagem a partir da Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson.

Mas, para viabilizar essa expectativa, esse enunciado é insuficiente. Você deve traduzir a expectativa em atividades. Deve planejar atividades que correspondam aos tipos e à quantidade de procedimentos que caracterizam o padrão da resposta, ou seja, a resenha segundo as normas.

Em uma situação ideal típica (e caricata), orientado pela hierarquia proposta na Taxonomia de Bloom/Anderson, o professor inventaria as habilidades envolvidas na tarefa, a elaboração de uma resenha.

Em seguida, transforma cada uma dessas habilidades em uma atividade de ensino-aprendizagem e, por fim, dispõe essas atividades em progressão do simples ao complexo.

É assim que tem origem as três atividades dispostas nesta matriz: 1. Identificar gêneros de comunicação científica; 2. sintetizar as ideias centrais por meio de um resumo; e 3. atribuir valor às ideias centrais.

Atividade 1

Identificar gêneros de comunicação científica…

Figura 3. Redigindo a atividade 1 a partir da Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson.

Veja que a primeira atividade (Figura 3), 1ª (Identificar gêneros de comunicação científica) está formada pelo encontro da habilidade 1 (recuperar na memória de longo prazo) com o conhecimento A (terminologia científica).

Atividade 2

Sintetizar as ideias centrais por meio de um resumo, dentro dos padrões da ABNT…

Figura 4. Redigindo a atividade 2 a partir da Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson.

Observe que a segunda atividade (Figura 4), 2B (sintetizar as ideias centrais por meio de um resumo) é construída a partir do cruzamento da habilidade 1 (compreender – abstrair ideias assessórias) e com o conhecimento B (conceito – problemas e proposições).

Atividade 3

Julgar inconsistências, imprecisões e/ou incoerências das ideias centrais do autor no livro…

Figura 5. Redigindo a atividade 3 a partir da Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson.

Perceba, finalmente, que a terceira atividade (Figura 5) 5B (atribuir valor às ideias centrais) é construída a partir do cruzamento da habilidade 5 (criticar– julgar inconsistências, imprecisões e/ou incoerências) com o conhecimento B (problemas e proposições).

Traduzida a expectativa em atividades, sua matriz ganhará a seguinte configuração (Figura 6) e o aluno estará plenamente esclarecido sobre o que você irá propor e o que você esperará dele ao final da unidade.

Expectativa de aprendizagem

Ao final dessa unidade, você deverá ser capaz de redigir uma resenha, respeitando o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas para o respectivo gênero textual.

Atividades

  1. Identificar gêneros de comunicação científica segundo normas da ABNT…
  2. Sintetizar as ideias centrais por meio de um resumo…
  3. Julgar inconsistências, imprecisões e/ou incoerências das ideias centrais…
  4. Componha [CRIE] o texto da resenha, combinando os resultados das três tarefas anteriores.

Figura 6. Redigindo expectativa e atividades a partir da Taxonomia de B. Bloom e L. Anderson.

Como afirmei no tópico anterior, a exemplificação caricata com a redação de uma resenha serve para descrever o passo a passo em escala micro. A progressão das aprendizagens é planejada em nível macro para escalonar atividades que visam o cumprimento de expectativas de aprendizagem na duração de meses, anos, ciclos ou etapas da escolarização básica.

Com algumas oras de trabalho e, evidentemente, anos de experiência em seu domínio curricular, você será capaz de chegar a resultados como os que apresento no quadro 4.

Outra vantagem é evitar a repetição de atividades que o aluno já domina ou aproveitá-las como base para a aprendizagem de tarefas mais complexas na unidade seguinte.

 Quadro 4. Aprendizagem de conhecimentos factuais e conceituais para o Ensino de História dos Anos Iniciais – Informações relacionadas, apresentadas em forma de categorias e modelos, relativas aos objetos do historiador: sujeitos, artefatos / lugares e acontecimentos
Expectativas para o 1º Ano
Expectativas para o 3º Ano
Expectativas para o 5º Ano
Objetivos do ensino de história – constituir a identidade individual a partir da reflexão sobre a própria memória, a memória de pessoas próximas e a historiografia acerca de sujeitos, artefatos e acontecimentos relativos à vida do aluno, família, escola e cidade, no presente e no passado relativo à duração de uma vida humana
Objetivos do ensino de história – constituir a identidade individual e orientar para a ação, partindo da reflexão sobre a o presente, o passado e o futuro de si próprio, do seu Estado e do Brasil
Habilidades – nomear, descrever, identificar, compreender, aplicar
Habilidades – identificar, recordar, reconhecer, registrar, compreender
Conhecimentos – categorias (fatos relacionados), generalizações (processos ou causas) e estruturas/modelos
Conhecimentos – fatos relacionados, processos, estruturas/modelos
Expectativas para o 1º Ano
Expectativas para o 3º Ano
Expectativas para o 5º Ano
· Nomear e descrever por meio de representações orais e gráficas alguns artefatos, ocupações e diversões do passado da criança
· Identificar e compreender o significado de categorias que regem a convivência familiar e escolar, tais como: regra, mandar, obedecer e direito
· Empregar vocabulário indicador de tempo
· Nomear e descrever por meio de representações orais e gráficas alguns artefatos, ocupações e diversões do passado da criança
· Identificar e compreender o significado de categorias que regem a convivência familiar e escolar e comunitária, tais como: regra, mandar, obedecer e direito, grupo, colaboração, sociedade, exploração, consumo, valor
· Empregar vocabulário indicador de tempo
· Recordar e compreender o significado de categorias, generalizações e estruturas relacionadas à experiência do político, tais como: emancipação, independência, revolução, poder, democracia, autoritarismo, nação e estado
· Recordar e compreender o significado de categorias, generalizações e estruturas relacionadas à experiência do econômico, tais como: necessidade, consumo, trabalho, exploração, cooperação, mercadoria, produção, globalização
· Recordar e compreender o significado de categorias, generalizações e estruturas relacionadas à produção do conhecimento histórico, tais como: mudança, permanência, duração, período, periodização, tempo, fonte, interpretação e história

Conclusão

Neste último encontro, tentei corresponder a mais uma demanda apresentada por vocês. Tratei da ideia de taxonomia e do seu emprego no planejamento das progressões de aprendizagens. Aqui, apresentei definições de progressão e taxonomias, caracterizei e apliquei a taxonomia de Bloom/Anderson à minha situação de trabalho. Agora, proponho que façam o mesmo com situações provenientes do cotidiano de vocês com os diferentes componentes curriculares representados neste curso.

Aconselho com comecem com uma matriz (ainda que, depois, seja abandonada). As vantagens dessa disposição em matriz são muitas. Você tem o controle dos processos e pode mensurar onde o aluno/turma vai bem e onde está encontrando problemas. Pode redistribuir as horas, incluir ou excluir procedimentos sem ter que começar “do zero”.

Nosso encontro por aqui se encerra, com cópias dos livros que consultamos para a construção das “leituras”. Não esqueçam que a taxonomia de Bloom, revisada por Anderson, é apenas uma entre várias possibilidades em circulação no Brasil.

Peço, por fim, que preencham os formulários de avaliação do curso e, o mais importante, de autoavaliação. Não há necessidade de identificação. A função da coleta em formulário é, apenas, fornecer feedback à instituição que patrocina esta iniciativa e auxiliar o professor na melhoria do trabalho ofertado em cursos futuros.

Mais uma vez, muito obrigado!

Referências

ANDERSON, L. W. et al. Taxonomy for learning, teaching and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy or educational objectives. New York: Longman, 2001.

BLOOM, Benjamin S., ENGELHART, D. Marx e FURST, J. Edward et. al. Taxonomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 6 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1956].

BRASIL. Ministério da Educação. Elementos conceituais e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2012.

PIAGET, Jean. Os estádios de desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente. In: LEITE, Dante Moreira. O desenvolvimento a criança: leituras básicas. São Paulo: Companhia Editora Nacional/Universidade de São Paulo, 1972. pp. 199-208.

PIAGET, Jean; INHELDER, Bärbel. A Psicologia da criança. 11 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

RODRIGUES JÚNIOR, José Florêncio. A taxonomia de objetivos educacionais. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 2016.

RÜSEN, Jörn. O desenvolvimento da competência narrativa na aprendizagem histórica: uma hipótese ontogenética relativa à consciência moral. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende. Jörn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: Editora da UFPR, 2010. p.51-77.


Para citar este texto

FREITAS, Itamar. Construindo mecanismos de progressão das aprendizagens históricas. Resenha Crítica. Aracaju/Crato, 01 junho 2023. Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/a-cursos/construindo-mecanismos-de-progressao-das-aprendizagens-historicas/>.

Progressão das aprendizagens para teorias gerais da educação escolar

Cliche 1 Imagine timelines Progressão das aprendizagens
Clichê 1 – Imagine timelines: One or more timelines representing different periods of history, each with icons or small pictures representing important historical events or figures from those periods. Watercolor –ar 745:423 | Imagem: IF/IA/Midjourney (2023)

 

Introdução

Colegas, boa oite!

Ontem, encerramos um minicurso sobre Inteligência Artificial e Ensino de História. Ali, reiterei que a estrutura sintática de uma expectativa de aprendizagem (ou objetivo específico de um curso). Vimos que os principais elementos do comando de um objetivo geral, de uma expectativa de aprendizagem, de uma atividade ou de um item de prova são: sujeito, verbo, complemento do verbo e circunstância.

Na interação desta noite, vou tratar apenas da disposição dos objetos de aprendizagem no tempo de um curso. Vou tratar da sequência didática, que envolve os modos planejar a hierarquização de habilidades e conhecimentos.

E vou tratar desse assunto em três etapas: definindo progressão, apresentando ferramentas para o planejamento da progressão, que são as taxonomias e, por fim, aplicando duas dessas taxonomias na construção de sequências didáticas de conhecimentos declarativos.

1. Progressão

No ensino superior, temos o costume aplicar o mesmo Plano de Curso em qualquer ano da graduação. Supomos que todos os alunos já estão “crescidos” e “maduros”. O próprio qualificativo – “superior” – é, muitas vezes, entendido como “fase” final de uma formação escolar exigida pela sociedade. Uma formação que se inicia de estudos gerais sobre a vida e se finda com a especialização profissional.

Até aí, a maioria concorda: as aulas devem respeitar as “dimensões” cognitiva, física e afetiva dos alunos e as complexidades das futuras tarefas profissionais. O problema começa quando somos chamados a justificar e anunciar os critérios empregados na “programação” dessas sequências didáticas.

E não é qualquer sequência didática. É uma sequência em progressão. Uma sequência planejada a partir da distribuição criteriosa dos conhecimentos e habilidades e capacidades ao longo do tempo acadêmico.

Na base dessa ideia de progressão está o princípio de que a formação acadêmica significa também um processo de maturação do corpo discente em seus aspectos físico, cognitivo e afetivo.[1] Até aí, temos consenso. Mas como por em prática esse princípio? Como evitar que as progressões sejam planejadas de modo não arbitrário?

Para a resolução desse problema, contamos com os estudos de filósofos, psicólogos e dos profissionais das neurociências.

 2. Taxonomias

Filósofos e psicólogos, principalmente, têm aprofundado estudos sobre as nossas possibilidades, instrumentos, objetos e hierarquias do conhecer (que aqui eu emprego como sinônimo de aprender).

Nessa busca, pensadores como I. Kant, J. Dewey, J. Piaget e S. Wygotsky[2] foram movidos por questões do tipo: Conhecemos pela razão, pelos sentidos ou pela razão e os sentidos simultaneamente? Como se constitui a mente? Quantos e quais são os poderes da mente? Existe uma hierarquia entre esses poderes?

As respostas mais conhecidas estão no senso comum: as faculdades humanas são, por exemplo: sensação, pensamento e vontade ou sensação, pensamento e memória.

Nos últimos 60 anos, porém, cada uma dessas habilidades macro foi subdividida e hierarquizada de tal maneira que possuímos dezenas de mapas ideais-típicos de como a mente funciona. Esses mapas são chamados Taxonomias dos objetivos educacionais ou Taxonomias das aprendizagens.

Para este curso, separamos as duas das mais referidas pelos psicólogos e teóricos do currículo: a Taxonomia dos objetivos educacionais de Benjamin Bloom, em versão revisada por Lorin Anderson (2001), e a Taxonomia SOLO (1982), de John Biggs e Kevin Collins. [Structure of the Observed Learning Outcome).

Quando pensamos em taxonomias, imaginamos verbos e habilidades mentais. Na prática, as taxonomias são multidimensionais, isto é, tipificam habilidades mentais e também as coisas que devem ser retidas, aplicadas, construídas ou avaliadas. Taxonomias, em síntese, tratam dos dois principais componentes do objeto de aprendizagem: a habilidade e o conhecimento ou, como vimos na aula 1, o verbo e o complemento do verbo.

2.1. Taxonomia revisada de Bloom

A taxonomia revisada de Bloom[3] é um modelo clássico de explicação sobre o funcionamento da mente. É clássico por causa do universalismo que a sustenta. Lembra as classificações que reinaram entre os séculos XVI e XIX, entre a Filosofia e as Ciências Naturais, sobretudo em relação às habilidades mentais.

Assim, para Bloom e seus revisores, os humanos partilhariam das mesmas potencialidades cognitivas hierarquizadas entre as mais simples e as mais complexas. Todos seriam passíveis de lembrar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar.

A Taxonomia revisada de Boom também tipifica o conhecimento. Para o psicólogo, os produtos da mente poderiam ser classificados como: factuais (terminologia, por exemplo), conceituais (teoria da evolução, teorema de Pitágoras), processuais (técnicas de pintura) e metacognitivos (conhecimento do aluno sobre as suas próprias estratégias de aprendizagem). 

2.2 Taxonomia de Biggs e Collins

Comparada à Taxonomia revisada de Bloom, a Taxonomia de Biggs e Collins é um modelo alternativo.[4] Claro que os autores pensam em humanos típico-ideais, como Bloom e Anderson. Mas eles deixam aberta a possibilidade de fazermos o percurso em sentido contrário, quando quisermos estabelecer a hieraquização dos objetos de aprendizagem: pensamos a tarefa em sua ideal perfeição e, em seguida, fazemos as gradações do mais complexo ao mais simples, dentro de determinados critérios.

As habilidades são semelhantes às de Bloom: memorizar, classificar, aplicar e generalizar, por exemplo, mas as formas de hierarquizá-las diferem. Ao invés de estabelecerem seis níveis hierárquicos, eles oferecem quatro, caracterizados pela qualidade da resposta do aluno.

Estes níveis são: uniestrutural (memorize ou identifique), multiestrutural (descreva ou classifique), relacional (compare ou explique) e abstrato-estendida (elabore hipóteses ou generalize).[5]

Como vemos, a complexidade da tarefa é oferecida pelo tipo de habilidade mobilizada pelo aluno. Em uma proposta para o ensino superior, Biggs e Tang informam sobre outro nível de progressão que tem a ver com a natureza do objeto de aprendizagem.[6]

Se o objeto são símbolos e proposições, por exemplo, algo que o aluno recebe dá voz do professor ou dos textos que ele indica e é instado a verbalizar (“isso é um…”, “isso é do tipo…”, “isso serve para…”, “tal personagem fez…” etc.,) ele recebe o nome de declarativo. Se o objeto são esses mesmos símbolos e proposições, mas também técnicas e instrumentos que o aluno é instado a resolver um problema em seu campo profissional, el recebe o nome de funcional.

3. Progressão dos conhecimentos declarativos

Já vimos duas propostas de hierarquização de conhecimentos e habilidades. Vamos, agora, empregá-las na construção de comandos de atividades em progressão.

Na proposta de Bloom e Anderson, a aplicação dos níveis de hieraquização é, dominantemente, a priori. Na proposta de Biggs e Collins, a aplicação dos níveis de hierarquização é dominantemente a posteriori. Considere a atividade “resenha”. Em geral, as atividades são dispostas em ordem crescente de complexidade, segundo a Taxonomia de Bloom e Anderson. O professor pensa o produto resenha como mobilizador das habilidades de apresentar autor e obra, identificar contexto de produção da obra, identificar ideias centrais, sintetizar ideias centrais e criticar ideias centrais do livro resenhado. A progressão tomou, então a figuração que esse segue.

Aplicando a Taxonomia de Biggs e Collins, a programação das atividades de um curso de introdução à metodologia científica, que inclui como expectativa de aprendizagem a elaboração de uma resenha, não necessariamente começaria pela imposição desses passos: ler, analisar, sintetizar e criticar. Ciente das dificuldades e das potencialidades dos alunos, como também das demandas e dos padrões de exigência acadêmico-profissional, o professor começaria pelo fim, ou seja, pelos resultados esperados segundo o referido padrão.

Em seguida, hierarquizaria os níveis de desempenho do aluno a partir da divisão quadripartite: uniestrutural, multiestrutural, relacional e abstrato-estendido.

Conclusões

Com essa exemplificação, encerramos nossa exposição. Esperamos que você tenha compreendido que a progressão das aprendizagens, no contexto desta fala, é o modo de dispor objetos de aprendizagem no tempo acadêmico discriminado por um curso.

Dentre várias possibilidades de progressão, vocês podem lançar mão da Taxonomia de Bloom e Anderson e da Taxonomia de Biggs e Collins.

Pelos primeiros, você pode hierarquizar comandos de atividades em até seis níveis. Pelos últimos, você pode hierarquizar comandos de atividades em até quatro níveis.

Usando Bloom e Anderson, priorizarão o enquadramento do aluno em tipologia cognitiva universal. Usando Biggs e Tang priorizarão o enquadramento das respostas do aluno em padrões estabelecidos pelo mundo do trabalho.

Notas

[1] Coste; Coste (2000).

[2] Freitas (2011a; 2011b).

[3] Anderson et al (2001, p.vi-vii).

[4] Biggs; Collins (1982, p.24-25).

[5] Biggs; Collins (1982, p.84-85); Biggs; Tang (2011, p.122-123).

[6] Biggs; Tang (2011, p.81-83).

Referências

BIGGS, John B.; COLLINS, Kevin F. Evaluating the quality of learning: The SOLO Taxonomy (Structure of the Observed Learning Outcome). New York: Academic Press, 1982.

BIGGS, John Biggs; TANG, Catherine Tang. Teaching for Quality Learning at University: What the Student Does. 4ed. New York: Open University Press, 2011.

BLOOM, Benjamin S., ENGELHART, D. Marx e FURST, J. Edward et. al. Taxonomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 6 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1956].

COSTE, Daniel; VÉRONIQUE, Daniel. La notion de progression. Lyon: École Normale Supérieure Fontenay/Saint-Cloud; Université de la Sorbonne nouvelle-Paris 3, 2000.

FREITAS ANDERSON, L. W.; KRATHWOHL, K. R. A. Taxonomy for learning, teaching and assessing: a revision of Bloom’s taxonomy or educational objectives. New York: Longman, 2001.

FREITAS, Itamar. Perspectivas desenvolvimentais, aprendizagem e possibilidades de progressão a partir da obra de Lev Semenovich Vigotsky Aracaju, 7 fev. 2011a. Disponível em< https://itamarfo.blogspot.com/search/label/Progress%C3%A3o> Capturado em 12 jun. 2020.

FREITAS, Itamar. Perspectivas desenvolvimentais, aprendizagem e possibilidades de progressão a partir da obra de Jerome Bruner. Aracaju, 4 mar. 2011b, Disponível em< https://itamarfo.blogspot.com/search/label/Progress%C3%A3o> Capturado em 12 jun. 2020.


Para citar este texto

FREITAS, Itamar. Progressão das aprendizagens para teorias gerais da educação escolar. Resenha Crítica. Aracaju/Crato, 01 junho 2023. Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/todas-as-categorias/progressao-das-aprendizagens-para-teorias-gerais-da-educacao-escolar/>.