Formação da diplomacia econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais do Império | Paulo Roberto de Almeida

Globalização, patentes, OMC e aviões brasileiros são alguns dos temas com crescente aparição nos meios de comunicação. Este fato já seria suficiente para que o leitor voltasse sua curiosidade para estes assuntos. Ainda, se considerarmos que a compreensão destes tópicos é essencial para um melhor posicionamento do Brasil em um contexto de crescente internacionalização das sociedades, será fácil concluir que todo esforço na criação de uma opinião pública melhor informada deva ser bem recebido. A publicação de Formação da diplomacia econômica no Brasil – as relações econômicas internacionais no Império de Paulo Roberto de Almeida é uma dessas tentativas.

Edição conjunta da Editora SENAC e FUNAG (Fundação Alexandre de Gusmão), este livro é o primeiro de uma projetada trilogia que pretende avançar o estudo do tema até o presente. Apesar disso, verifica-se que este primeiro volume editado em 2001 é um livro que se auto-sustenta tanto em conteúdo como pela suas quase 680 páginas. Leia Mais

Conflit et coopération dans les relations économiques internationales. Le cas de l’Uruguay Round | Alice Landau

Quando a Rodada Uruguai foi lançada em setembro de 1986, muitos não viam muito claro como algo tão ambicioso pudesse algum dia cumprir com seus objetivos. Bastava uma rápida leitura da Declaração de Punta del Este para que céticos e pessimistas se justificassem: um mandato de quatro anos, uma série de novos temas na pauta de negociação, referências às necessidades dos países em desenvolvimento, duas partes ou tracks de negociação – uma formalmente fora, outra dentro do contexto do GATT, referências a possíveis disciplinas setoriais, e assim por diante. Depois de sete anos de negociação, para surpresa e alívio de todos, a oitava e maior rodada do GATT chegava ao seu final e brindava o mundo do comércio internacional com uma nova instituição: a Organização Mundial do Comércio. Em sua obra, Alice Landau resume e retrata o que foi a Rodada Uruguai; para fazê-lo, não se limita ao pathos da negociação, porém busca no mundo real os fatores que a tornaram um dos maiores esforços conjuntos das nações desde a elaboração da Carta das Nações Unidas em 1945.

É grande a tentação de falar da Rodada Uruguai como se ela fosse fruto apenas de suas próprias prioridades ou por si só existisse. Contrariamente a outros autores, Landau não se limitou a relatar os detalhes das posições negociadoras de tal ou tal país, nem tampouco de perder a si e a seus leitores nas minúcias da diplomacie redactionelle que resultou nos diversos acordos da OMC. Em lugar disso, a autora logra fundamentar a premissa de que a Rodada se inseriu num contexto muito complexo de eventos, estratégias, mobilizações e relações de poder. Logra também, ao distanciar-se das prioridades específicas das negociações per se, fazer justiça à Rodada Uruguai e à criação da OMC como fatores à la fois assimiladores e criadores de novas realidades econômicas e estratégicas. Leia Mais