Revisionismos, negacionismos e usos políticos do passado | Cadernos de Pesquisa do CDHIS | 2021

Negacionismos Defesa da ciencia tambem foi pauta dos atos contra a gestao Bolsonaro Negacionismos
Defesa da ciência também foi pauta dos atos contra a gestão Bolsonaro | Foto: Sergio Lima/ AFP

Nas três últimas décadas a publicação de obras relacionadas aos usos do passado cresceu no campo historiográfico brasileiro. A polêmica sobre as inovações dos estudos sobre o escravismo e a divulgação da tradução de Os Assassinos da Memória, de Pierre Vidal-Naquet (1988), acentuaram o debate de historiadoras e historiadores profissionais acerca das representações sobre o passado e de seus usos políticos, além do papel da ideologia na fabricação desses discursos e as implicações éticas presentes na escrita sobre temas sensíveis, como o escravismo, o holocausto judeu e outros genocídios.

A consolidação dessa discussão e os movimentos de revisão de temas variados, prática típica da historiografia, permitiram que a academia nacional avançasse rumo à produção de conhecimento sobre objetos clássicos como revisionismo e negacionismo. Alguns autores dedicaram seus trabalhos à reflexão sobre tais conceitos ou práticas a eles associados a partir de debates sobre o negacionismo da barbárie nazista (JESUS, 2006), os revisionismos sobre a ditadura civil-militar brasileira (MELO, 2014; 2017) e, em parte, sobre as correntes revisionistas da historiografia sobre a União Soviética e sobre a Ásia (SEGRILLO, 2010; 2017). Para além do debate estritamente acadêmico houve também a tentativa de trazer a discussão para meios de maior acesso, como canais do Youtube ou podcasts em diversas plataformas, como o Leitura ObrigaHISTÓRIA e o História FM. Leia Mais