Movimentos sociais urbanos | Mundos do Trabalho | 2012

O que delimita, o que abrange, afinal, a história social do trabalho: os seus temas/problemas próprios ou os modos específicos de abordá-los? A questão persistiu ao logo de toda a organização do dossiê Movimentos sociais urbanos, ora apresentado. A dúvida é ainda mais cabível pelo fato de o convite para organizar o presente número nos ter sido feito supondo-se que o anterior seria dedicado aos movimentos sociais rurais; esse era, portanto, nosso horizonte de expectativas (por razões técnicas, os editores optaram pela inversão dos dossiês).

Nos últimos anos, a história social do trabalho /orienta-se pela superação de dicotomias que demarcaram nosso campo de pesquisas. Nesse movimento, os estudos sobre pós-emancipação reconfiguraram os limites, por exemplo, entre “trabalho escravo” e “trabalho livre”, escravidão e imigração. Do mesmo modo, parece haver o esforço para ultrapassar divisões pouco elucidativas entre rural e urbano, arcaico e moderno, nacional e estrangeiro. Num certo sentido, os pesquisadores caminham para isso, enfatizando as continuidades entre práticas recorrentes nas fazendas escravistas e nas indústrias de ponta do capitalismo mais avançado; as conexões entre o rural e o urbano; as permanências do trabalho dependente, precário ou em condições análogas às da escravidão na chamada I República – apenas para citar exemplos caros aos estudiosos dos mundos do trabalho. Leia Mais