La biblia del proletariado: traductores y edictores de El capital en el mundo hispanohablante | Horacio Tarcus

“O Capital” segue sendo uma das grandes obras da Modernidade, porém, tão referenciada quanto pouco lida e pouco estudada. A magnitude e a complexidade de seu conteúdo certamente contribuem para isso: trata-se de vários tomos, alcançando, a depender da edição, até 700 páginas. O que faz da obra um clássico é o fato de, apesar de mais de 150 anos da sua primeira “aparição” e das evidentes mudanças que nos separam do século XIX, expressa um pensamento incontornável, do qual partem os que insistem em decifrar o mundo contemporâneo. Partindo da hipótese de que as diferentes expressões do capitalismo requeriam uma análise profunda, rigorosa e científica – como pretendeu seu autor–, Marx buscou, com esse empreendimento intelectual de notório fôlego, explicar as leis e dinâmicas próprias do âmago do capitalismo. Longe de ser uma obra acadêmica, o trabalho destinava-se a contribuir com o movimento socialista do qual Marx era um militante, a partir da ideia de que não seria possível vencer o verdadeiro inimigo dos trabalhadores (e da humanidade) sem que estes conhecessem profundamente os mecanismos essenciais de seu funcionamento. Como esse trabalho chegou às mãos de seus leitores e leitoras, como foi interpretado, quem o publicou, quais os formatos das primeiras edições, como circulou entre os meios socialistas e entre operários e operárias? As edições acessíveis, hoje, no mercado editorial, correspondem aos originais escritos a punho por Marx? Qual a contribuição de Engels nesse processo? Como e quando foram vertidos os diferentes livros para as línguas dos países da periferia do capitalismo? Leia Mais