No olho da águia. Unilateralismo e relações internacionais | Argemiro Procópio

O fim da Guerra Fria ocasionou no país vencedor – Estados Unidos – sentimento de euforia de tal monta que um de seus ideólogos, Francis Fukuyama, chegou a decretar o fim da história, ou seja, a democracia liberal como a última etapa das instituições político-econômicas. Naturalmente, a administração cotidiana do presumido último estágio ficaria a cargo dos norte-americanos, que se transformariam no guardião da nova ordem mundial, que seria unipolar, menoscabando outros pólos de poder ou tendências que se configuram hodiernamente.

Todavia, para Argemiro Procópio, professor titular do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, esse conceito apenas mascara o contínuo jogo de poder, que sempre perpassa as relações internacionais. Desse modo, o fim da Guerra Fria não assegura harmonia, nem prosperidade; porém, a supremacia de um pequeno grupo de nações, que, a pretexto de manter a estabilidade com vistas a um interesse universal, subordina o destino de inúmeras outras, tanto política como economicamente. Seria, para ele, a modernização do conceito de espaço vital, tão caro aos expansionistas alemães do século passado. Leia Mais