Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França | Arlei Sander Damo

Há uma tese, bastante difundida nos círculos onde o futebol é discutido, que versa sobre a habilidade ímpar do jogador brasileiro diante dos atletas das demais nacionalidades. Graças ao seu dom, este jogador apresentaria um diferencial na maneira de praticar futebol capaz de suplantar qualquer limite técnico. Essa imagem, amplamente explorada no chamado futebol espetacularizado, cujo monopólio pertence à FIFA (Federação Internacional de Futebol) fornece a base para a formação/produção e a venda de jogadores brasileiros.

É este o principal cenário investigado por Arlei Sander Damo em Do dom à profissão – a formação de futebolistas no Brasil e na França. O livro, originalmente uma tese de doutorado4, apresenta minucioso trabalho etnográfico que analisa o processo de formação de jogadores de futebol no Brasil, no Sport Club Internacional, de Porto Alegre, e na França, no Olympique Marseille. O dom, noção amplamente utilizada no meio futebolístico, figura como tema central, pois fornece a base simbólica para o processo de formação dos jogadores brasileiros.

No primeiro capítulo, A diversidade futebolística e a dinâmica das emoções na versão espetacularizada, Damo classifica quatro formas sob as quais o futebol é praticado – bricolado, espetacularizado, comunitário e escolar. Seu interesse reside principalmente sobre a matriz espetacularizada, pois para ele “(…) sem demarcar suas especificidades não haverá como compreender os diferentes sentidos que os agentes sociais atribuem às suas práticas” (p. 49). E para explorar a matriz espetacularizada desenvolve o conceito de clubismo, entendido como “o sentimento que amalgama os torcedores aos seus clubes, caracterizando tal modalidade de vínculo como única e imutável” (p. 51). Portanto, o clubismo é conceito de suma importância na investigação dessa matriz, pois para Damo é o público que fomenta as tramas futebolísticas e suas repercussões nas mais variadas esferas sociais ao estabelecer uma relação totêmica5 com determinado clube de futebol. A matriz espetacularizada gera um verdadeiro mercado, onde as emoções aparecem como lastro e os jogadores, como mercadoria.

Ao final do segundo capítulo, A espetacularização do futebol e a mercadorização dos jogadores, são relatados os traços específicos da política de recrutamento de jogadores por parte do Grêmio e, sobretudo, do Internacional, ambos de Porto Alegre (RS). Ao discutir a política de recrutamento de dois clubes do Sul do país, o autor pretende, a partir de casos específicos, entender como boa parte dos times brasileiros recorre a certo modelo de recrutamento, chamado de híbrido, que é um dos três modelos de formação de atletas no Brasil, descritos ao longo do quarto capítulo – Os modelos de formação/produção -, a saber: a produção endógena, “realizada por um dado centro especializado, vinculado a um clube, visando suprir suas próprias demandas de pés-de-obra” (p. 127); a produção exógena, “processo que, ao inverso do endógeno, forma atletas com vistas ao mercado” (p. 136); e finalmente, a produção híbrida, na qual “os jogadores são produzidos para atender às demandas dos torcedores, mas se o mercado oportunizar, são vendidos prontamente” (p. 144). Deste modo, ao menos em parte, a formação híbrida mantém os elos entre clube e torcedor, quando na produção de atletas sob sua tutela.

A escolha de um clube brasileiro e outro francês para a pesquisa etnográfica justifica-se por se tratarem de dois destacados produtores de futebolistas no contexto globalizado do futebol espetacularizado. Em ambos, a lógica do mercado é hegemônica e orienta as ações dos clubes, mas cada país apresenta forma específica de produzir seus atletas. Talvez a característica que mais diferencie a formação “à brasileira” da formação “à francesa” seja a atenção dada à formação escolar. A aplicação da legislação francesa é rigorosa no tocante à exigência de que os jovens em idade escolar devam, impreterivelmente, freqüentar a escola, como requisito básico para integrar os centros de formação de jogadores de futebol. O mesmo não pode ser dito em relação ao cumprimento da legislação brasileira, que acaba por disponibilizar os jovens em tempo integral para os clubes. Muitos destes jovens, salvo raras exceções, viverão uma rotina de treinos e jogos distante do glamour comumente associado à carreira de jogador de futebol. E quando encerrarem suas carreiras, por volta dos 30 anos, provavelmente terão dificuldades em dar continuidade profissional às suas vidas (posto que não tiveram acesso a outras formações), processo este caracterizado como dificuldade de reconversão (SOUZA et al., 2008).

No capítulo 5, Nos bastidores da configuração colorada, Damo, em analogia à consagrada afirmação de Lévi-Strauss, ressalta a importância dos clubes de futebol afirmando que estes são bons para pensar. Se o futebol moderno se caracteriza pela constante metamorfose dos quadros dos times, isto é, os jogadores peregrinam como se fossem aventureiros de outrora, o que pouco se altera são os clubes. Conforme afirma Rial (2008), a lógica atual é estabelecida pelo “rodar”. A permanência dos jogadores no mesmo clube torna-se cada vez mais fugaz e, consequentemente, os vínculos estabelecidos são transitórios. Contudo, apesar da hegemonia dessa lógica que retira os jogadores do seio do clube antes que os torcedores possam se identificar com eles, os clubes ainda representam o elo identitário e a ligação entre o passado e o presente.

É nessa perspectiva, a do afeto e paixão clubística, que será desenvolvida no mundo futebolístico a idéia romântica de que o jogador deve ter amor pelo clube. Esse discurso vai ser incorporado à formação dos jogadores, pois parte-se do princípio que o atleta das categorias de base, formado no interior do clube, possui uma relação de amor com o time. Ao contrapor uma visão do senso comum, em relação aos jogadores formados pelo próprio clube, Damo afirma que os jogadores da base não têm necessariamente um vínculo afetivo com o clube que representa tal qual os torcedores que formam uma comunidade afetiva estabelecida a partir dos princípios de honra e lealdade em torno do clube de coração. Porém, sem a crença de que pelo menos nas categorias de base é possível jogar por paixão, toda a justificativa para a identificação com o clube se esvaziaria de sentido.

O capítulo seguinte, O espectro do dom, é a base da argumentação de todo o livro. Nele, o autor desenvolve o conceito do dom, diante da recorrência desse termo no meio futebolístico e da ausência de maiores explicações sobre o seu uso e significado. Segundo Damo, o “[…] dom é, fundamentalmente, um termo que preenche um espaço que deveria ser ocupado por outro termo, um coringa, razão pela qual seu significado permanece oculto” (p. 199).

Basicamente, o dom é entendido como sinônimo de talento e, a partir dessa relação, é percebido como dádiva. Para compreendê-lo como sinônimo de talento, Damo desenvolveu a noção de capital futebolístico6. Diante da grande variedade de significados que o dom pode assumir, optou-se por analisá-lo em torno de dois eixos para melhor explicá-lo. Para a sua análise, o dom foi didaticamente dividido em duas categorias: dom/talento e dom/dádiva. O primeiro é entendido como algo inato, passível de aprimoramento; já o dom-dádiva tem como pressuposto certa relação com o divino, em que o sujeito entende-se como predestinado, escolhido pela entidade.

Para contextualizar o dom no cenário futebolístico, Damo faz uso da noção de entourage e da teoria da reciprocidade – esta, de Marcel Mauss (2003), que envolve a tríade dar, receber e retribuir. A entourage e a teoria da reciprocidade permitem que o autor compreenda o “ciclo do dom”. Ou, em outras palavras, a maneira como o dom, “alimentado” por familiares e amigos sempre próximos ao atleta, retorna a eles, na forma de dinheiro e outros bens. Para Damo, “O dom é algo que na origem está no sujeito, mas não lhe pertence. Enfim, não há como possuir sem distribuir, pois é na retribuição que ele se manifesta” (p. 207).

Damo desenvolverá, a partir de sua inserção nos centros de formação/produção de atletas, a hipótese de que a força do dom consiste na crença dos grupos que o reconhecem e o manipulam. Só é possível falar em dom porque não é algo exclusivo dos jogadores, é compartilhado por todos que compõem o mundo do futebol. É pela sua validação por diferentes agentes de um mesmo contexto que o dom pode ser percebido. Porém, torna-se fundamental ressaltar que o jogador que tem o seu dom validado por outros agentes do meio futebolístico (DAMO, 2007; GIGLIO et al, 2008) não está necessariamente num contexto do espetáculo, muito pelo contrário, pode estar longe desses espaços e ter o dom reconhecido e, consequentemente, terá que distribuí-lo e redistribuí-lo da mesma forma.

Jogando na rua, título do capítulo 7, debate a crença de que esse espaço seja o diferencial brasileiro na produção de jogadores de futebol. Pensar o futebol e sua relação com a rua é colocar em debate o aprendizado do brasileiro. Passar horas brincando com a bola faz com que, em algum momento, as habilidades motoras sejam lapidadas e aperfeiçoadas. Fato esse que se choca diretamente com a visão de que somos bons jogadores por essa ser uma questão inata. É preciso reconhecer, contudo, que há uma lógica social que valida o futebol como algo próprio dos meninos. Pelo arbitrário cultural, desde cedo, os meninos são incentivados a praticá-lo, enquanto as meninas devem aprender outras brincadeiras. É pelo futebol que os meninos se fazem meninos, pois por meio da prática desse esporte sua masculinidade será colocada à prova: “Jogando, alguns meninos se descobrem possuidores de atributos especiais no domínio das técnicas futebolísticas: o dom/talento, entendido aqui como um diferencial, produzido a partir da percepção comparativa entre meninos e por vezes meninas” (p. 228).

Nos capítulos 8, 9 e 10, respectivamente, As rotinas de um centro de formação, A lapidação do dom e o futebol moderno e Os mercadores do dom, o autor trata dos dispositivos de formação e produção de atletas e seus sentidos no futebol espetacularizado. Ou, em suas próprias palavras, descreve “o entorno dos campos de futebol do clube” (p. 265) realizando, como sugeriu Pierre Bourdieu7, investigações sobre os atores e espaços responsáveis pela constituição do campo futebolístico “com práticas sociais inteiramente particulares que foram definidas no curso de uma história própria e que só podem ser compreendidas a partir desta história…” (BOURDIEU, 1990, p. 138). Ao descrever e articular as categorias dos tempos de jogo e dos tempos de preparação e indicar quais os espaços e atores sociais associados a essas dimensões no futebol espetacularizado, o autor reafirma, uma vez mais, sua ligação com o sociólogo francês. Para ele, as práticas dos esportes coletivos em geral, e do futebol em particular, “poderiam ser qualificadas de ideais do ponto de vista do modus operandi da noção de habitus” (p. 295), pois:

O melhor exemplo de disposição [que está no cerne da noção de habitus] é, sem dúvida, o sentido do jogo: o jogador, tendo interiorizado profundamente as regularidades de um jogo, faz o que faz no momento em que é preciso fazê-lo, sem ter a necessidade de colocar explicitamente como finalidade o que fazer. Ele não tem necessidade de saber conscientemente o que faz para fazê-lo, e menos ainda de perguntar explicitamente (a não ser em algumas situações críticas) o que os outros podem fazer em resposta […].

Para apresentar essa temática, Damo analisa, no capítulo 8, o longo processo de formação/produção dos futebolistas. A partir da imagem de um funil, categoria nativa, invertido (gargalo para cima, base para baixo), o autor representa os variados ciclos da formação dos atletas e evidencia pontos de estrangulamento que correspondem ao momento de exclusão de futebolistas do processo, demonstrando que a chegada ao gargalo, ou seja, a etapa de recrutamento pelo mercado, é oportunidade para poucos. Segundo seus cálculos, os poucos jovens que superam os momentos de pré-formação e formação (imediatamente anteriores ao período de recrutamento pelo mercado) terão trabalhado em torno de 5.000 horas, o que, ressalta ele, equivaleria a um curso superior, em evidente crítica ao alto grau de investimento realizado sem garantias de retorno – uma vez que, cumpridas essas horas, o atleta pode ou não ser recrutado –, enquanto qualquer estudante que complete um curso com carga horária equivalente, estará habilitado para o exercício profissional em sua área.

No capítulo seguinte, o autor discute o que chama de lapidação do dom a partir da descrição dos momentos de preparação do futebolista e das implicações estéticas e simbólicas correlatas. Aqui o autor, a um só tempo, reitera a importância da classificação dos futebóis – uma vez que trabalha com o pressuposto de que a cada futebol correspondem configurações corporais diferenciadas, gramáticas, que dirigem aos seus praticantes expectativas diferentes – e, por outro lado, indica e descreve quais são os “falantes” do futebol espetacularizado e as regras de enunciação de sua linguagem.

Assim, no futebol espetacularizado, diferentemente do que acontece nos outros futebóis, os momentos de preparação são profundamente marcados pelas demandas da ação eficaz, ou ainda, da ação performática8. Nas palavras do próprio Damo, “todo trabalho de lapidação […] reside na inculcação propriamente corporal de valores como a eficácia e o rendimento. Sem dispor desses princípios o corpo estará despreparado para realizar um espetáculo que agrade aos torcedores no presente” (p. 296). Ou seja, não basta saber que é preciso marcar fortemente um bom atacante, é preciso agir eficazmente, ou, numa palavra, é preciso marcar. É para forjar sujeitos especializados (inscritos num circuito de comunicação e capacitados a “enunciar” fazendo uso da linguagem comum) que se prestam os dispositivos de formação do atleta. Por isso, Damo afirma que os jogos são, por excelência, os tempos das performances, e os treinos os tempos da incorporação das disposições necessárias ao desempenho das funções nos jogos. Ainda neste capítulo, o autor descreve a dinâmica de tempos e procedimentos utilizados para a preparação dos futebolistas, dedicando maior atenção à dimensão do treinamento físico. Para ele, “o treinamento físico, técnico ou tático, ocupa lugar de destaque nesse processo, pois ele é o mecanismo a partir do qual são incorporadas as disposições [corporais] para a performance” (p. 309).

No último capítulo, acompanha alguns dos atores fundamentais à manutenção da legitimidade da dinâmica do funil no futebol espetacularizado, os chamados “olheiros”/agentes e empresários. Estes atores operam como mediadores, para usarmos terminologia de Lévi-Strauss, por dominarem e negociarem com os códigos das classes populares e médias, por circularem entre os “níveis” do funil e por serem responsáveis pela atualização do conceito de “dom” entre os boleiros e seus familiares, o que, por sua vez, realimenta toda a dinâmica empresarial sobre os mesmos.

Em suas considerações finais, Damo reafirma as distâncias entre o futebol profissional e os demais futebóis e descreve a maneira como veio a constituir-se, deixando clara sua escolha de investigar a formação/produção de futebolistas no contexto do futebol espetacularizado. Por último, em face da constatação do autor de que “a história social do treinamento esportivo em seu conjunto e a do futebol brasileiro em particular estão por ser escritas” (p. 308), encerramos a leitura com a certeza de que esta obra representa uma significativa contribuição para novas abordagens acerca de fenômeno social tão complexo quanto a prática do futebol no Brasil.

Notas

4 Defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2005.

5 A versão on-line do Dicionário Houaiss define o totemismo “como crença na existência de parentesco ou de afinidade mística entre um grupo humano (ou pessoa) e um totem”. Totem, por sua vez, aparece denotado na mesma fonte como “animal, planta ou objeto que serve como símbolo sagrado de um grupo social (clã, tribo) e é considerado como seu ancestral ou divindade protetora.” Acessado em: 10 abr. 2009.

6 O termo Capital futebolístico, desenvolvido no capítulo 3, a partir da influência bourdiana, sintetiza o conjunto de atributos e disposições, físicos (as) e sociais, “que permitem a alguém inserir-se legitimamente num dado campo social”, neste caso, no futebol.

7 Em “Programa para uma sociologia do esporte” (1990) e “Como é possível ser esportivo?” (1983).

8 O conceito de performance, base do argumento de Damo neste capítulo, foi desenvolvido por Paul Zumthor (2007). Para ele, “a performance é sempre constitutiva da forma” (p. 30) e “implica competência”, “um saber-ser”. É um saber que implica e comanda uma presença e uma conduta, um Dasein comportando coordenadas espaço-temporais e fisiopsíquicas concretas, uma ordem de valores encarnada em um corpo vivo” (p. 31).

Referências

BOURDIEU, Pierre. Como é possível ser esportivo? In: Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. p. 136-163.

______. Programa para uma sociologia do esporte. In: Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 207-220.

DAMO, Arlei. S. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rothschild Ed., Anpocs, 2007.

GIGLIO, Sérgio S. et al . O dom de jogar bola. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 14, n. 30, p. 67-84, jul./dez. de 2008.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

RIAL, Carmen. Rodar: a circulação dos jogadores de futebol. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 14, n. 30, p. 21-65, jul./dez. de 2008.

SOUZA, Camilo A. M. de. et al . Difícil reconversão: futebol, projeto e destino. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 14, n. 30, p. 85-111, jul./dez. de 2008.

TOLEDO, Luiz H. de. Lógicas no futebol. São Paulo: Hucitec, Fapesp, 2002.

ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.


Resenhistas

Diana Mendes M. Silva – Mestranda em História pela USP. Integrante do GIEF (Grupo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol). E-mail: [email protected]

Paulo Nascimento – Mestrando da Faculdade de Educação da USP. Integrante do GIEF (Grupo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol). E-mail: [email protected]

Sérgio Settani Giglio – Doutorando em Educação Física pela USP. Integrante do GIEF (Grupo Interdisciplinar de Estudos Sobre Futebol) e do GEPEFIC (Grupo de Estudo e Pesquisa Educação Física e Cultura). E-mail: [email protected]


Referências desta Resenha

DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rothschild Ed.; Anpocs, 2007. Resenha de: SILVA, Diana Mendes M.; NASCIMENTO, Paulo; GIGLIO, Sérgio Settani. Revisitando o Dom. Recorde: Revista de História do Esporte, v.3, n.1, jun. 2010. Acessar publicação original [DR]

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