Imprensa no Brasil  / Escritas / 2015

A Escritas: Revista do Curso de História da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Araguaína, apresenta nesta edição o Dossiê Imprensa no Brasil, que possui nove interessantes artigos. No primeiro artigo do Dossiê, Carlos Henrique Ferreira Leite realiza uma reflexão acerca dos periódicos, enquanto fonte e objeto de pesquisa histórica, tendo em vista a produção historiográfica contemporânea.

No segundo, Rodrigo Fialho Silva traz uma discussão historiográfica sobre os autores clássicos que tratam da imprensa no Brasil, destacando os estudos que se debruçaram sobre a província de Minas Gerais. O terceiro artigo, de Leandro Climaco Almeida de Melo Mendonça, analisa-se a imprensa carioca entre 1880 e 1940, retratando como produtores e leitores de textos impressos estamparam suas marcas e experiências de vida nos periódicos desse período. Na sequência, Cláudio Amaral Overné apresenta um estudo sobre a Revista Nacional (1921-1923), impresso pedagógico, que tinha à frente o redator Lourenço Filho.

Esse redator, na visão do autor, tinha como preocupação acabar com o analfabetismo, apoiar a formação de professores e promover o sentimento pela pátria brasileira. Joseanne Zingleara Soares Marinho, por sua vez, discorre sobre a imprensa em Teresina, capital do Piauí, no período de 1930 e 1945, investigando as posições dos jornais em relação ao Governo de Getúlio Vargas. Marcelo de Azevedo Botelho aborda as representações da censura das diversões públicas no jornal A cruz, demonstrando as relações dessas representações com os decretos dos usos e costumes de Jânio Quadros em 1961. Luiz Alberto Gottwald Junior aborda a forma como a mulher cabocla foi representada na TV e no cinema brasileiro na década de 1970, a fim de verificar como diferentes mídias constroem estereótipos em torno de sujeitos históricos com perfis semelhantes. Caroline Silveira Bauer investiga a imprensa gaúcha, especificamente os jornais Correio do Povo e Zero Hora, com o objetivo de verificar a forma como esses jornais realizaram uma gestão da memória sobre a ditadura civil-militar e o terrorismo de Estado durante a transição política. Rafael Vaz da Motta Brandão discute o posicionamento assumido pelo jornal O Globo em relação às políticas de privatizações da década de 1990, tomando como estudo de caso o processo de desestatização do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj).

Apresentamos, também, nesta edição dois artigos na Seção Livre. Um deles, elaborado por Victor Santos Gonçalves, pretende investigar as estratégias usadas por quilombolas, cimarrones e indígenas para fugir da escravidão, nos séculos XVIII e XIX. No outro, Amanda Cieslak Kapp trata dos conteúdos de alguns processos inquisitorias a fim de verificar a possibilidade dos mesmos tratarem de uma adesão à teologia luterana. A intenção da autora é relacionar esses processos com as transformações religiosas que estavam ocorrendo no século XVI.

Por fim, apresentamos a resenha de Márcio Paim sobre a obra Afrocentricidade, de Molefe Kate Asante, publicada em 2014.

A todos que nos agraciarem com a consulta a esse volume, uma boa leitura.

Os Editores

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[DR]

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