Literatura: interfaces | Perspectiva Histórica | 2020

É com grande prazer que realizamos uma nova publicação da Revista Perspectiva Histórica. Nosso dossiê Literatura: interfaces visa refletir sobre as diversas nuances da literatura e sua relação com variadas áreas da produção do conhecimento, levando-se em consideração a diversidade presentes dos trabalhos científicos publicados em diferentes Programas de Pós-graduação nos últimos anos. A temática desta edição, as profícuas discussões e reflexões empreendidas pelos artigos e todo o repertório teórico acessado reforçam mais uma vez o caráter interdisciplinar que nosso periódico sempre fez questão de adotar.

Iniciamos o número com o artigo da historiadora Luciane Silva de Almeida, que nos apresenta uma análise da forte relação entre o protestantismo, a leitura e a imprensa no sistema literário protestante. Partindo da apreciação de parte a produção literária da Igreja Batista, a autora discute, forma como diversos escritos contribuíram para a expansão e formação da identidade protestante brasileira.

Em seguida, somos levados por Gilson Antunes da Silva a uma discussão sobre a relação entre Jornalismo e Literatura na história da Imprensa da cidade de Valença, localizada no baixo-sul da Bahia. Nesse artigo evidencia-se como o jornal e a literatura prosperaram e contribuíram de forma conjunta para a formação do povo valenciano.

O próximo seguinte, de autoria de Juliet Cerqueira Saraiva Luft e Maria Salete de Souza Nery, analisa o livro Whitney, meu amor, da autora americana Judith McNaught, disticutindo os modelos de feminilidade e masculinidade apresentados na obra, assim como a recepção das leitoras em relação aos perfis apresentados.

Posteriormente, Florentina da Silva Souza e Ana Maria Silva Carmo apresentam e avaliam as representações do negro na argentina, a partir da análise do filme Fiebre Negra, discutindo o imaginário argentino e seus mitos de fundação, assim como temas relacionados ao papel da tradição e da memória na construção da identidade nacional. Em seguida, Hildete Leal dos Santos e Adelino Pereira dos Santos analisam, a partir do arcabouço teórico de Propp, os contos populares da tradição oral da Bahia, identificando as representações femininas neles contidas. As fontes são as versões orais do Conto de Cinderela, presentes em diferentes regiões do interior da Bahia, que foram comparadas com a matriz, escrita por Charles Perrault.

A seção de artigos se encerra como o texto de Derneval Andrade Ferreira e Adelino Pereira dos Santos, no qual eles analisam o romance Jubiabá, de Jorge Amado, discutindo a representação das crenças populares e do racismo presente na obra, tendo como referencial os pressupostos da História Cultural e da Crítica literária. Identifica também a leitura amadiana, que nessa obra, dá visibilidade às relações sociais e raciais presentes na sociedade baiana.

Neste número há uma entrevista com o cineasta Ramon Coutinho, que nos apresenta um pouco de sua trajetória e sua visão sobre a relação entre cinema e literatura.

Finalizamos a publicação com a tradicional seção de resenhas de livros e filmes. Esperamos que nossos leitores tenham prazer em ler os textos presentes nesse número.


Organizadores

Equipe editorial


Referências desta apresentação

Equipe editorial. Apresentação. Perspectiva Histórica. Salvador, v.10, n.15, p.11-12, Jun./jul. 2020. Acessar publicação original [DR]

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