Reflexiones sobre educación geográfica: revisión disciplinar e innovación didáctica | Alfonso Garcia de la Vega

Esta obra, organizada pelo professor Alfonso Garcia de la Vega, da Universidad Autónoma de Madrid (UAM), reúne textos oriundos de diferentes investigações e experiências docentes que culminaram em contribuições no campo da Didática em Geografia. Os pesquisadores que participam desta edição fazem parte de dois importantes grupos dedicados as pesquisas, conhecidos por promoverem amplas investigações sobre o fortalecimento teórico-conceitual do ensino em Geografia na Espanha e na América Latina: o ‘Grupo de Didáctica de La Geografia de la AGE’ (Asociación de Geógrafos Espanholes) e a ‘Red Latinoamericana de Didáctica de la Geografía’ (RedLadGeo). Tais grupos são compostos por professores ligados a diferentes universidades espanholas e latino-americanas, que ao longo dos anos vem colaborando com robustas investigações sobre a importância do conhecimento geográfico na formação docente e dos alunos.

São trazidas neste livro discussões aplicadas que promovem aprofundamento em questões inerentes a aplicação de recursos didáticos nas aulas de Geografia, permeando pelos debates sobre estrutura e desenvolvimento curricular, além de considerações sobre a pertinência de alguns temas e conteúdos presentes na Geografia escolar para a formação cidadã dos alunos. As reflexões sobre o ensino-aprendizagem de Geografia são apresentadas a partir de problematizações sobre a formação inicial e continuada dos docentes, definições e aspectos curriculares e aplicações de atividades didáticas na prática docente.

O livro reúne dezoito capítulos, os quais podem ser inferidos quatro agrupamentos temáticos. O primeiro agrupamento aborda a formação inicial e continuada dos professores, apontando como a formulação de planejamentos didáticos contemplam distintas habilidades geográficas a partir da proposição de trabalho com temas considerados contra-hegemônicos. O segundo agrupamento textual contempla as discussões de temas gerais presentes em diferentes currículos oficiais, em associação à compreensão de alguns conceitos e categorias de análise espacial. O bloco subsequente complementa os textos anteriores, com análises sobre o desenvolvimento dos conhecimentos geográficos nos currículos oficiais de Brasil e Espanha, apontando os fundamentos epistemológicos presentes na didática de Geografia. Os textos finais correspondem a colaborações sobre a aplicação de recursos didáticos e metodologias complementares que efetivam a educação geográfica, a partir de abordagens do cotidiano com o uso de ferramentas cartográficas colaborativas.

Em uma adoção de um critério de categorização, a edição publicada apresenta colaborações relacionadas as seguintes vertentes: a formação inicial e continuada do professor de Geografia; presença de temas centrais no ensino de Geografia em associação com as categorias de análise do espaço geográfico e raciocínio geográfico; análise do currículo escolar a partir dos marcos legais dos países pertencentes aos grupos que colaboraram com esta publicação; e aplicação de ferramentas inerentes à linguagem cartográfica contextualizadas com a realidade do aluno para a construção do pensamento espacial. Como se trata de colaborações que permeiam variados temas e vertentes ligadas ao campo da Didática e ao ensino de Geografia, é realizado nesta resenha uma explanação geral sobre o enredo de cada capítulo deste livro, apresentando as considerações e características mais relevantes de cada artigo.

O primeiro capítulo, “¿Enseñar Geografía o educar desde la Geografía?” de autoria de Francisco F. Garcia Pérez, apresenta-nos uma discussão sobre o atual paradigma do ensino de Geografia. A partir de propostas e experiências curriculares já conhecidas em alguns países, o autor apresenta um ponto de inflexão sobre qual abordagem curricular irá contemplar na formação do aluno competências básicas a respeito do conhecimento espacial, compondo uma perspectiva crítica sobre o espaço geográfico. Deste modo é debatido como seria o cumprimento de tal perspectiva a partir de duas abordagens sobre a organização curriculares comumente empregadas: o trabalho com temas e conteúdos de caráter geográfico, tendo por base um enfoque curricular integrado, articulado com um conjunto de disciplinas de uma mesma área; ou empregar uma organização curricular estritamente disciplinar e independente. Em ambas as formas há pontos de avanços e limites no debate, os quais possuem como pano de fundo à dinâmica escolar habitual.

O segundo texto, “Educación geográfica e investigación educativa en la formación de profesores” assinado pelas professoras Maria Victória Fernandez Caso e Raquel Gurevich, apresenta uma experiência entre o trabalho docente com a prática de investigação. Neste texto são contextualizadas realidades de diferentes instituições de ensino localizadas na cidade de Buenos Aires, na qual houve uma profícua interação entre diferentes instâncias formativas (inicial e continuada), promovendo trocas mútuas sobre o saber pedagógico de Geografia e um enriquecido debate a respeito da formação docente e os vínculos que esta etapa estabelece entre a prática aplicada com as teorias educacionais.

No terceiro capítulo intitulado “La didáctica de la geografía y los retos de leer el mundo como un todo” a autora María Raquel Pulgarín Silva destaca as colaborações da RedLadgeo com os debates realizados sobre as fundamentações teóricas e epistemológicas empregadas no ensino de Geografia. Sob o mote de promover uma leitura totalizante do mundo como desafio posto ao ensino de Geografia, o texto apresenta uma discussão sobre os objetivos da didática de Geografia e qual lugar dela diante das demais didáticas específicas pertencentes às temáticas que também abordam os aspectos do espaço geográfico. O texto busca reforçar a condição da Geografia, enquanto disciplina escolar, de possibilitar a compreensão ampla sobre o mundo numa perspectiva curricular em que o espaço poderá ser lido a partir de inter-relações e interdependências, problematizando questões contemporâneas como: predominância da ocupação urbana, exploração dos recursos naturais, desigual distribuição de riquezas, insegurança alimentar e violência social. Neste caso, o texto também reforça a necessidade de estabelecer uma fundamentação conceitual inerente à ciência geográfica e ao contexto geral do ensino.

No quarto capítulo, que traz o título “Ensinar Geografia para formar um pensamento espacial: uma reflexão da didática da Geografia focada na formação de conceitos”, a professora Lana de Souza Cavalcanti nos apresenta uma reflexão sobre o domínio de uma didática de Geografia voltada para a formação de conceitos. No exposto, ressalta-se a importância de se estabelecer uma abordagem de conteúdos e objetos geográficos a partir da formação de conceitos. Tal condição é importante, pois auxilia no entendimento de como os conceitos formados pela educação geográfica ajudam a operar habilidades inerentes ao pensamento geográfico. Para isso a autora recorre às contribuições vigostkianas sobre mediação e formulações de sistemas de conceitos, para que os alunos tenham condições de realizar algumas operações e que tenham acesso às ferramentas intelectuais. Estes procedimentos mentais, como: abstrações, sínteses, generalizações e correlações, permitem compreender a complexidade da dimensão espacial do objeto ou conteúdo geográfico problematizado. A autora ainda destaca que estabelecer uma didática para a formação de conceitos afasta a possibilidade de estabelecer um ensino escolar em Geografia cuja finalidade estará apenas na instrução de conteúdos prescritos pelo currículo. Por outro lado, o ensino pautado na formação de conceitos, desdobrados em uma apurada articulação com as categorias de análise espacial, oferece condições para que o aluno aproprie importantes ferramentas e condições propícias para o estabelecimento de um pensamento espacial.

No quinto capítulo, “A educação geográfica e o estudo do lugar” a professora Helena Copetti Callai reúne algumas contribuições relativas às investigações que resultaram em propostas pedagógicas para um contínuo e sistemático processo de construção do conhecimento em Geografia. A autora sustenta ao longo do texto que as pesquisas e investigações sobre o ensino de Geografia estão se constituindo como a possibilidade de contribuir efetivamente na organização curricular da disciplina e também na formação de professores. Além disso, outra relevante contribuição das pesquisas e investigações está no fato de inserir discussões mais aprofundadas sobre a educação brasileira, no que diz respeito à elaboração de políticas públicas educacionais para os contextos da Educação Básica, ensino superior e formação profissional, assim como a produção e análise de materiais didáticos. Estas contribuições inserem a Geografia escolar nos debates sobre a compreensão da realidade escolar, por meio de suas categorias e conceitos empregados.

O capítulo seis, “Concepción e imagen de ciudad. Una indagación desde la Educación” aborda a concepção de cidade a partir da educação escolar. O texto é assinado pelos autores Nubia Moreno Lache e Alexader Cely Rodriguez e é resultante de uma investigação realizada com professores em formação e jovens escolares residentes em cidades localizadas na Colômbia, Brasil e Chile. O mote do texto e da pesquisa é o fato da acentuada mudança de como as pessoas vivenciam e concebem as cidades no contexto contemporâneo. As mudanças apontadas concebem as cidades como um conjunto de imagens catalogadas em duas visões: uma institucional e outra como resultante de processos sociais. Deste modo, é destacado ao longo do texto que a educação e a cultura urbana são aportes importantes para o ensino e aprendizagem da cidade, a partir de reflexões sobre como os sujeitos podem atuar ativamente como agentes de construção social ao estudar, vivenciar e perceber o meio urbano. A construção e articulação do texto com a didática de Geografia estão no fato de ter a cidade como tema e objeto de aprendizagem, a partir do emprego de algumas metodologias de ensino.

No sétimo capítulo, “A concepção de natureza, o discurso da mídia e a formação para a cidadania” de autoria de Eliana Marta Barbosa de Moraes, é apresentado uma reflexão sobre a concepção do conceito de natureza. No texto, a autora faz uma indagação relativa a compreensão do conceito pelos sujeitos escolares, a partir de abordagens didáticas subsidiadas por reportagens de jornais locais. A autora destaca que recorrentemente os professores do ensino básico fazem o uso de textos jornalísticos para dar encaminhamentos de aprendizagem sobre a temática a partir de informações publicadas pela mídia, fazendo um contraste com os demais materiais didáticos. Neste sentido, considerando que não há abordagem ou conhecimento neutro, sobretudo para esta temática, a autora indica que há uma necessidade de se estabelecer leituras críticas das notícias veiculadas para que a ação e formação continuada do docente contemple uma formação cidadã para a construção do espaço geográfico.

No oitavo capítulo, “El escenario geográfico en el estudio de paisaje. Propuestas metodológicas en la enseñanza de la Geografía” o professor Alfonso Garcia de La Vega nos apresenta uma revisão de algumas propostas mais notáveis presentes nas estruturas educacionais formais e não formais para o ensino de paisagem. Trata-se de abordagens baseadas na resolução de problemas, em que são definidos e caracterizados ‘cenários ou palco geográficos’ presente no espaço como recurso metodológico. Para o autor a seleção de cenários geográficos pelo docente compõe a peça principal de um planejamento didático construtivista em Geografia, em que as habilidades e as operações inerentes ao raciocínio geográfico são plenamente contempladas. O autor ainda destaca que a abordagem da categoria paisagem dentro da perspectiva crítica pode conter diversos conteúdos transversais, mas a identificação dos aspectos geográficos, como reconhecer, identificar, associar, comparar e correlacionar, constituem a unidade didática mínima para a compreensão da paisagem a partir da disciplina escolar.

O nono capítulo com o título “Enseñar y aprender el tiempo atmosférico y clima” traz contribuições sobre o ensino e aprendizagem de conteúdos relacionados sobre tempo atmosférico e clima. Os autores Rafael Sebastían Alcaraz e Emilia María Tanda Monllor também partem do pressuposto que a concepção inicial sobre as definições de Tempo e Clima são construídas com o auxílio dos meios de comunicação e fazem parte da tradição escolar. Com base nisso, o texto oferece princípios e diretrizes de como abordar os conteúdos para a estruturação de uma proposta didática, apontando que devido à facilidade de acesso a informações, o desafio posto para a temática não é mais obter recursos ou materiais didáticos, mas ter e aplicar critérios para selecionar tais informações de modo que possa ser problematizado e trabalhado no ensino de Geografia, atendendo uma perspectiva mais crítica e propositiva.

No décimo texto, “A importância da geografia no currículo e no contexto escolar” a professora Sonia Maria Vanzella Castellar enfatiza a importância da Geografia, tanto no currículo quanto no contexto escolar. A autoria faz uma defesa robusta da disciplina geográfica como uma condição essencial para o aluno raciocinar espacialmente de forma científica, a partir da adoção de critérios que permitem a formulação de conexões entre diferentes escalas presentes nas dimensões culturais, econômicas, ambientais e sociais do espaço. A autora sustenta ao longo do texto que a aprendizagem dos alunos em Geografia faz parte de uma preparação para o sujeito pensar de maneira crítica os conteúdos, inclusive fora da realidade escolar. Este importante aspecto se faz necessário para reforçar, sobretudo aos gestores públicos, a pertinência da disciplina para a formação e o desenvolvimento intelectual do aluno, assim como a força atribuída para o currículo escolar.

No texto seguinte, “El currículo de Geografía em España: evoluión y tendências actuales” Rafael de Miguel González apresenta um panorama da evolução curricular de Geografia na Espanha e as tendências atuais da disciplina. O autor utilizou uma revisão historiográfica do currículo espanhol centrada nos conteúdos relacionados a Geografia, nos três níveis formativos vigentes. A metodologia foi empregada para analisar as leis e decretos federais que traçaram as diretrizes educacionais na Espanha desde a década de 1990 até 2006, legislações que influenciam o ensino atual da disciplina. O autor pondera que a atual tendência da Educação Geográfica é tornar o conhecimento escolar inerente à ciência geográfica mais atrativo para o aluno. Para isso é necessário estabelecer que a aprendizagem seja desenvolvida e sustentada em bases teórico-conceituais para o  desenvolvimento do pensamento espacial, assim como a formação social atenta para os desafios inerentes a ocupação do espaço geográfico no atual século.

No décimo segundo texto, “Ensino de geografia nos anos iniciais: alteridade e anacronismos discursivos” de autoria de Rafael Straforini, traça considerações teóricas sobre os currículos da Geografia escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no sentido de compreender a organização curricular a partir da superação entre o que é proposto e o implementado. As considerações confrontam diferente marcos históricos relativos à organização educacional brasileira, sistematizados em documentos, guias e leis formuladas a partir da década de 1930. É trazida também para o leitor uma discussão a respeito das práticas curriculares cotidianas das professoras que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental sobre os conteúdos classificados como geográficos. O texto utiliza a categoria alteridade como método de investigação para tecer reflexões sobre o que é praticado no espaço escolar, sobretudo na transição de fases do nível de ensino problematizado. O texto também merece destaque por apresentar uma linguagem bastante sensível e que dá visibilidade às professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

No décimo terceiro capítulo, “La construcción del conocimiento geográfico em educacíon primaria: uma genealogia personal” Xosé Souto González também faz uma abordagem sobre a presença dos conhecimentos de Geografia nos anos iniciais a partir de uma metodologia na qual invoca uma retrospectiva de sua trajetória profissional. São debatidas questões relacionadas às particularidades de uma Geografia Escolar, concebida pela sistematização dos conhecimentos geográficos no âmbito das ciências da educação, destacando as influências da evolução das teorias pedagógicas para a formulação dos objetivos didáticos e educativos do ensino de Geografia. Também são aprofundadas questões sobre estabelecer uma sequencia didática nos anos iniciais que contemple os conteúdos didáticos em relação ao desenvolvimento de habilidades de conceitos, com uma tentativa de propor um escalonamento de ações que auxiliariam no desenvolvimento de habilidades comunicativas e interpretativas dos alunos, fundamentadas nos processos inerentes ao desenvolvimento do raciocínio geográfico. Ainda é trabalhada no texto a proposição de problemas sociais que podem ser articulados com os conteúdos geográficos para alunos que estão nesta fase de ensino, com condições de mobilizar os conhecimentos geográficos.

No décimo quarto capítulo, “Contribuições de Vigotsky e de Bachelard para a construção do conhecimento profissional do professor de geografia”, Vanilton Camilo de Souza destaca como a formação do professor de Geografia se apoia nas influências de  Vygotsky e Bachelard para a construção do conhecimento profissional. O autor esclarece que a atuação docente possuem dimensões singulares, na qual a perspectiva de atuação de uma racionalidade crítico-reflexivo é necessária para superar a dicotomia ‘teoria e prática’. Deste modo é apresentada uma discussão das potencialidades teóricas e epistemológicas de Vygostsky e Bachelard para a construção do conhecimento geográfico. As contribuições vygostkianas são relativas às problematizações das funções psíquicas superiores e da importância dos conceitos de mediação cognitiva e didática para a construção do conhecimento do professor de Geografia. Já as colaborações bachelardiana se referem às considerações do filósofo sobre a importância do conhecimento científico para a superação dos obstáculos epistemológicos, assim como a função de retificar e regularizar os erros relativos aos desvios, enganos e irrealidades que possivelmente podem estar presentes no cotidiano escolar. Estas contribuições teóricas são consideradas e apresentadas pelo autor como pertinentes para se pensar e efetivar uma Didática da Geografia, embora não estejam formuladas especificamente para o ensino.

No décimo quinto artigo, “Fragmentación del espacio escolar público: mecanismos de seleccíon con la producción de fronteras y apartheid escolares” Marcelo Garrido Pereira faz uma reflexão sobre o modelo instalado na educação pública chilena, na qual ocorre uma fragmentação do espaço escolar público. No texto há uma preocupação com os impactos causados no espaço e cotidiano escolar a partir da instauração de uma política educacional pautada na seleção escolar por desempenho, ocasionando fronteiras físicas e abstratas que segmentam o espaço escolar. Segundo o autor isso vem criando ‘guetos’ educativos, em que as oportunidades oferecidas aos alunos estão diretamente influenciadas pela posição em que este ocupa sem que a mesma garanta um futuro diferente para o estudante.

No texto que compõem o décimo sexto capítulo, intitulado “Propuesta metodológica para leer e interpretar el paisaje por medio de herramientas cartográficas virtuales”, Óscar Jerez García apresenta uma proposta metodológica de leitura, interpretação e análise das paisagens geográficas a partir de informações, fontes e recursos cartográficos de livre acesso pela internet. Ao longo do texto são problematizadas as duas faces do uso irrestrito das ferramentas ‘on-line’. Como vantagem, o autor destaca que a variabilidade de recursos e aplicações motiva e instiga a curiosidade dos alunos, proporcionando a contextualização de diferentes temas. Por outro lado, os produtos cartográficos na internet carecerem de técnicas e convenções que podem confundir ou dificultar a leitura e interpretação dos recursos cartográficos.

No décimo sétimo capítulo, “La construcción social del lugar habitado a través de La cartografia colaborativa: aprendiendo a expressar La propia realidad espacial” José Jesús Delgado Peña e María Purificación Subires Mancera tratam do uso de metodologias ativas para aprender a realidade espacial do aluno. São problematizados a aplicação destas metodologias combinadas com os recursos da ‘web 2.0’ como possibilidade de trabalho e desenvolvimento de uma cartografia colaborativa. Também são apresentadas experiências de ensino que utilizaram aplicações para a criação de mapas livres, tornando-se como uma criação social do conhecimento, uma vez que amplia o desenvolvimento de uma consciência sobre a realidade em que o aluno está inserido.

E no último capítulo, “Retos para la construcción de la educación geográfica como disciplina educativa en Chile” Fabián Araya Palacios apresenta uma visão ampla sobre a construção de uma educação geográfica como disciplina educativa no Chile. É analisada a importância da disciplina de Geografia para a formação dos cidadãos conscientes das condições do território em que ocupam. O texto é resultado de uma investigação fundamentada em fontes documentais e bibliográficas sobre educação geográfica, complementando as entrevistas realizadas com docentes e estudantes em nível superiores vinculados a educação geográfica. Ao longo do capítulo é reforçada a relevância da disciplina escolar para estabelecer uma formação para a cidadania a partir do desenvolvimento do pensamento espacial e a formação geográfica das futuras gerações. O texto também aborda os desafios envolvidos para a educação geográfica chilena, como contribuir e incluir propostas para o uso de novas tecnologias para o ensino de Geografia, no intuito de desenvolver competências e consciências espaciais compatíveis e capazes de resolver diversos problemas espaciais.


Resenhista

Heitor Silva Sabota – Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor da Secretaria Estadual de Educação de Goiás (SEDUCE). E-mail: [email protected]


Referências desta Resenha

GARCIA DE LA VEGA, Alfonso (Org). Reflexiones sobre educación geográfica: revisión disciplinar e innovación didáctica. Madrid: Ediciones UAM, 2018.  Resenha de: SABOTA, Heitor Silva.  Revista Brasileira de Educação em Geografia. Campinas, v. 10, n. 19, p. 661-669, jan./jun. 2020. Acessar publicação original

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