De vidas y virus. VIH/sida en las culturas hispânicas | Rafael M. Mérida Jiménez

Tiempos de epidemia(s), de pandemia(s); de contagios, hospitalizaciones y muertes; de urgencia, investigación y farmacopornografía1 ; de alegatos médico-sociales, biopolíticos, de protección / control; de soflamas bélicas, nacionalistas y morales; de clasificación de grupos humanos, estadísticas y estigmatizaciones; de redefinición de las relaciones sociales, de comportamientos, y de dinámicas socioculturales; de (in)visibilizaciones, silencios, intereses y activismos encontrados; de confinamientos, culpabilizaciones, incertidumbre y miedo; de miedos líquidos2 . Tiempos de covid-19 3. Me pregunto cómo habría escrito esta reseña hace dos años, cuando se publicó el libro en cuestión, De vidas y virus. VIH/sida en las culturas hispánicas, justo antes de que la covid-19 operara una transformación radical del mundo en el que vivimos y que creo que aún estamos muy lejos de entender en toda su extensión. Me pregunto también si el editor del libro, Rafael M. Mérida Jiménez, y sus colaboradores habrían modificado algunos de sus planteamientos y análisis si lo hubieran escrito ya inmersos en estos tiempos de covid-19. Supongo que no, o no excesivamente en cuanto al contenido en sí y las herramientas analíticas que se despliegan, tanto en el libro como en la reseña, porque la pandemia de sida presenta muchas diferencias con la de covid-19 y ha habido tiempo, durante cuarenta años, para que la primera pase por muy diversas fases en todos los sentidos; pero también creo que de algún modo se notaría, porque el sida y la covid-19 también confluyen en muchos de esos aspectos con los que abro este párrafo y que están muy presentes a la hora de pensar (en) contextos epidémicos diversos, tanto históricos como perfectamente actuales. Leia Mais

Cuando la enfermedad se silencia: sida y toxicidad en el oriente boliviano | Susana Ramirez Hita

Este nuevo estudio de Ramírez Hita (2016) presenta un doble interés para la antropología médica. Por un lado, el valor académico del trabajo con material de campo y fuentes secundarias. Por el otro, el interés de salud pública de problematizar la toxicidad y la relación con el padecimiento del sida.

El estudio, producto de dos consultorías que Ramírez Hita realizó sobre el sida en Bolivia entre 2009 a 2011 y del 2013 al 2015, fue editado en el 2016 y consta de dos partes. La primera sobre la construcción del concepto del sida y la segunda, sobre las condiciones de los servicios de salud y de las personas viviendo con sida. Leia Mais

Ruína e reconstrução: AIDS e drogas injetáveis na cena contemporânea

Poderia ser apenas uma coleção de artigos, mas é verdadeiramente um livro; poderia ser apenas mais um livro, mas também é muito mais que isso: Ruína e reconstrução: Aids e drogas injetáveis na cena contemporânea, de Francisco Inácio Bastos, é uma obra inteira, viva, e um trabalho fundamental da (e para a) saúde coletiva.

O texto de Bastos tem a qualidade, tão rara quanto cada vez mais imprescindível, de tratar da especificidade de uma das áreas prioritárias da ação médico-sanitária na atualidade — a epidemia da Aids neste âmbito, a exposição pelo uso de drogas injetáveis — sem perder de vista o horizonte mais abrangente em que a mesma está inserida como problema prático e desafio teórico. De fato, a amplitude temática, pluralidade metodológica e rigor analítico com que o autor trata seu objeto dificilmente caminham juntos na literatura mais freqüente sobre o assunto. Ao mesmo tempo, encontra-se nesse livro um exemplo concreto de como o diálogo entre conhecimento positivo e reflexão crítica, entre método qualitativo e quantitativo, entre campos disciplinares diversos, assim como entre os diferentes sujeitos desses campos, destinatários tanto quanto agentes das ações de saúde, pode se constituir num caminho fecundo para a conciliação de ciência e humanismo, competência técnica e respeito ao outro, resultados práticos e democracia. Leia Mais

As ciências da Aids e a Aids das ciências: o discurso médico e a construção da Aids | Kenneth Rochel de Camargo Júnior

“Ceci n’est pas un écrit epistemologique”, alerta o autor (p. 17): como o cachimbo de Magritte, não pode deixar de sê-lo. Desde que Latour popularizou a aventura de abrir as “caixas-pretas” da ciência, a epistemologia tornou-se uma das fronteiras do trabalho de pesquisa social; viramos epistemólogos enquanto antropólogos e sociólogos da ciência. Emprestando imagens da medicina, esquartejamos e estripamos, como na anatomia, e chegamos a um perturbador avesso dos artefatos da produção científica, colocando em dúvida a confiança que depositamos no produto final (como tudo pode ser feito com tanta arbitrariedade?); desenvolvemos técnicas de acompanhar o funcionamento do sistema, como na fisiologia, e chegamos a outro perturbador cenário, onde por trás do nobre trabalho da pesquisa científica pululam os vis interesses dos grandes financiamentos ou dos mesquinhos orgulhos pessoais. Ultrapassado o limite tradicional da sociologia da ciência que separa “externalistas” e “internalistas”, viramos voyeurs da abertura das “caixas-pretas” que antes se mantinham invisivelmente na paisagem.

Nestas condições, entender as dimensões sociais da produção científica não é enumerar e estratificar as categorias sociais envolvidas no processo, ou a acessibilidade dos seus resultados, mas olhar para o processo mesmo que gera os enunciados científicos e os consagra. Nem o trabalho se restringe a averiguar a consistência lógica, veracidade, verificabilidade dos enunciados, mas também a entender como são socialmente produzidos, que significados se lhes associam, que funções desempenham, que marcas sociais e culturais trazem implícitas. Por isso a análise social da ciência é e não é um trabalho de epistemologia. Leia Mais