Oswaldo Corrêa Gonçalves, arquiteto cidadão | Gino Caldatto Barbosa

Gino Caldatto Babosa Foto Matheus Tage Oswaldo Corrêa Gonçalves
Gino Caldatto Babosa | Foto: Matheus Tagé

Para a apresentação deste minucioso trabalho sobre a vida e a obra de Oswaldo Correa Gonçalves, meu caro colega e amigo, realizado pelos jovens Ruy Eduardo Debbs Franco e Gino Caldatto Barbosa, penso em esboçar uma lembrança pessoal, pois conheci o arquiteto praticamente desde que cursei a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Para isso, reuni as mais importantes imagens que guardei de Oswaldo, e que podem ser resumidas em quatro retratos parciais de sua e de minha vida. Aliás, embora ambos tenhamos nos modificado ao longo desses sessenta anos, essas imagens demonstram que, curiosamente, permanecemos idênticos: afinal, não sou capaz de lembrar de visões e atitudes desde a minha mais longínqua infância? O mesmo pode ser dito de nosso biografado. Pretendo, por fim, apresentar a síntese dessas imagens. Leia Mais

Biselli Katchborian Arquitetos | Francesco Perrotta-Bosch

“O arquiteto que se proponha acertar o passo com a tecnologia sabe agora que terá a seu lado uma companheira rápida e que, a fim de manter o ritmo, pode ser que ele tenha de seguir os futuristas e deixar de lado toda sua carga cultural, inclusive a indumentária profissional pela qual ele é reconhecido como arquiteto”.
Reyner Banham

Eles encontram coerência na correlação entre a nave espacial Mars Pathfinder e a cúpula que Brunelleschi projetou para a Catedral de Santa Maria del Fiore. O avião britânico Supermarine Spitfire é associado às caravelas Santa Maria, Pinta e Nina. De algum modo, a dupla conserva o espanto do ser do século 19 que testemunhou a invenção da lâmpada elétrica e do homem do século 20 que viu a força das reações nucleares. A admiração pelo funcionamento das máquinas revela-se quando uma parede é metaforicamente descrita como uma fuselagem, e as engrenagens de um motor subsidiam o vocabulário da operação de um aeroporto. A chave para a compreensão da obra arquitetônica de Mario Biselli e Artur Katchborian está no que os fascina. Leia Mais

Pedro Paulo de Melo Saraiva, arquiteto | Luis Espallargas Gimenez

Um livro sobre a produção de um arquiteto é publicação que encerra necessariamente dois autores. O primeiro, arquiteto, autor de obra construída reconhecida, com suficiente interesse artístico para constituir necessária documentação iconográfica e literária e merecer integrar, de algum modo, a história da arquitetura. O segundo, escritor, autor do livro, com olhar cultivado para apresentar tal legado arquitetônico ao leitor, inaugurar percurso para a apreciação da obra edificada entre interessados e pares de profissão. Das relações e convergências entre estes dois autores surgem os livros monográficos de arquitetura. Dentre os volumes que tecem a história dos artefatos, diversos enfoques podem orientar a narrativa: a maior importância ao percurso biográfico, a descrição de contextos históricos ou a ênfase em aspectos culturais relacionados à produção. Sob este aspecto, o livro Pedro Paulo de Melo Saraiva, arquiteto é obra singular, ao arriscar conferir aos edifícios relevância suficiente para conduzir a narrativa.

O lançamento do livro sobre Pedro Paulo de Melo Saraiva é um fato a celebrar. O livro, que recebeu menção honrosa na premiação do Instituto de Arquitetos do Brasil departamento São Paulo – IABsp de 2018, é o primeiro número de uma coleção de livros monográficos de arquitetura brasileira produzida e editada pela Romano Guerra. Para além de reunir e apresentar o conjunto da obra de um arquiteto com edifícios de grande relevância na produção nacional, define a opção pela qualidade da arquitetura a ser publicada. É ainda pequena a quantidade de publicações sobre arquitetos brasileiros, sobretudo aqueles que estiveram longamente compromissados com a atividade profissional, atendendo às demandas comerciais e comuns da arquitetura, que constrói a maior parte das cidades. Leia Mais