A era do saneamento: as bases da política de saúde pública no Brasil | Gilberto Hochman

As temáticas relacionadas ao campo da saúde pública e da medicina têm merecido, nas últimas duas décadas, crescente atenção de historiadores e sociólogos brasileiros. Este fenômeno, aliás, não é circunscrito ao nosso país: trata-se de uma tendência internacional. De fato, nos Estados Unidos a tradição de utilizar abordagens das ciências humanas no estudo da medicina e saúde pública é mais antiga. Rats, lice and history, por exemplo, uma reflexão sobre o impacto das epidemias nas sociedades humanas, foi escrito em 1934 pelo bacteriologista Hans Zinsser (1984), que se dizia impressionado com a “negligência quase completa de historiadores e sociólogos” no estudo do papel desempenhado pelas epidemias no “destino das nações”. Se Zinsser foi um solitário na década de 1930, na de 1950 já existia uma tradição de estudos neste campo, onde se destacavam homens como George Rosen, com seu clássico A history of public health, de 1958, e Erwin Ackerknectht, e seu A short history of medicine, de 1955. Leia Mais