Os cursos de história: lugares, práticas e produções / História da Historiografia / 2013

No final de 2012, a aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei 368 / 09 que regulamenta a profissão de historiador no Brasil produziu um curioso movimento. Por um lado, o reconhecimento e a regulamentação do trabalho que nós, historiadores, realizamos foram celebrados pela nossa categoria, que, vale lembrar, os reivindicava havia décadas; por outro, foram também alvo de críticas diversas, cujo tom geral era o da “preocupação” com as implicações do “monopólio” e do “controle” que supostamente passaremos a exercer sobre o passado a partir de agora.

Embora tais críticas, veiculadas mídia afora, não tenham ficado sem resposta, como sabemos (e decerto por isso diminuíram em volume e intensidade, o que não significa que os críticos estejam convencidos…), nós as retomamos aqui por nelas perceber algo de muito significativo para iluminar o presente dossiê. Centradas na atuação do historiador, deixaram em segundo plano, senão simplesmente ignoraram, aquilo que a antecede e lhe dá sentido: a formação do historiador, como se esta fosse inata, pautada apenas pelo “gosto pelo passado” ou, ainda, redutível ao “acúmulo de conhecimentos históricos”, como sugeriu na Folha de São Paulo o colunista Fernando Rodrigues, infelizmente sem explicitar o que isso significa. Leia Mais