Disputa de un cristiano con un gentil sobre la fe cristiana | Gilberto Crispino

A História se faz com documentos. O ensinamento deixado há algumas décadas por Henri-Irénée Marrou é um dos fundamentos do ofício de historiador. Portanto, na lida cotidiana com estes vestígios do passado, somos responsáveis por trazer a lume algo a respeito das experiências de homens e mulheres de outrora. Infelizmente, por negligência ou simples desconhecimento, tal premissa está a se desbotar sobre as mesas de trabalho de muitos destes profissionais. Cada vez mais, do ensino à pesquisa, as fontes secundárias ampliam seus domínios e ganham ar de autoridades definitivas. São recorrentes os artigos, dissertações e teses nos quais um rosário bibliográfico se abre e se sobrepõe ao contato direto com a documentação histórica.

No caso dos medievalistas da América do Sul, e dos brasileiros em específico, tal situação se agrava em função da escassez de boas bibliotecas com seções dedicadas à Europa medieval e arquivos minimamente organizados. Ainda que a Internet tenha amenizado muitos dos problemas e encurtado as distâncias quase intransponíveis em um passado recente, o quadro requer cuidados. Infelizmente, não podemos fechar os olhos para a realidade: um oceano continua a nos separar literalmente dos bons centros de pesquisa europeus e de seus acervos quase sempre fartos e atualizados (alguns, com invejável rapidez para nós sul-americanos de boa vontade). Dos que iniciam suas pesquisas aos mais experientes, as viagens periódicas de atualização para o Velho Mundo e a importação de material bibliográfico de ponta, sobretudo boas edições críticas, continuam a se impor. Leia Mais