Velhice ou terceira idade? | Myriam Moraes Lins de Barros

O interesse das ciências sociais, sobretudo a antropologia, pelo tema da velhice é fenômeno recente, e deve-se, entre outros motivos, à dificuldade que os pesquisadores têm de se voltar para a parcela mais idosa da população e encontrar nela um objeto de reflexão. Durante muitos anos, os estudos antropológicos limitaram-se a considerar os velhos como “informantes privilegiados”, sem, no entanto, conceder-lhes um segundo pensamento. Essa dificuldade provem de uma tendência comum na sociedade ocidental moderna, de valorização da infância e da juventude como temas centrais de atenção não só do ponto de vista social, mas também como objeto de estudo.

Os estudos antropológicos sobre a velhice, particularmente no Brasil, têm acompanhado o próprio movimento de descoberta da mesma por parte da sociedade. A visibilidade dos velhos e da velhice evidenciou-se, sobretudo na última década, não apenas através dos dados demográficos divulgados na imprensa de um modo geral, como também pela experiência cotidiana, que nos faz conviver com um número cada vez maior de idosos(as), tanto no espaço público como no domínio da vida privada. Leia Mais

Projeto emissão: o movimento folclórico brasileiro 1947-1964 | Luís Rodolfo Vilhena

Resenhista

Maria Amélia Garcia de Alencar – Professora dos Departamentos de História da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Católica de Goiás. Doutoranda em História no Programa de Pós-Graduação da Universidade de Brasília – UnB.

Referências desta Resenha

VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto emissão: o movimento folclórico brasileiro 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte; Fundação Getúlio Vargas, 1997. Resenha de: ALENCAR, Maria Amélia Garcia de. História Revista. Goiânia, v.5, n.1-2, p.193-196, jan./dez.2000. Acesso apenas pelo link original [DR]

Projeto e missão: o movimento folclórico brasileiro 1947-1964 | Luís Rodolfo Vilhena

Ao escrever sobre o folclore e o movimento folclorista no Brasil dos anos de 1947 a 1964, Luís Rodolfo Vilhena retomou um dos temas polêmicos de nossa tradição de pensamento: a construção da idéia de nação brasileira. Fez isso de maneira criativa e corajosa porque escolheu examinar o assunto, investigando o sentido que os folcloristas davam aos estudos sobre as tradições populares, tema habitualmente pouco valorizado pelos cientistas sociais, ainda mais no contexto da institucionalização das ciências sociais na década de 1950, quando foi objeto de críticas severas.

No livro, a reconstituição do projeto dos folcloristas da década de 1950 leva Luís Rodolfo a questionar um conjunto de problemas relevantes da vida intelectual brasileira. Começa perscrutando o significado da criação da Comissão Nacional do Folclore (CNFL) em 1947, vinculada ao Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura do Ministério das Relações Exteriores. Discute os limites das escolhas feitas pelos cientistas sociais no processo de institucionalização de suas disciplinas, a excluir campos do saber como o folclore, em nome de uma concepção rigorosa de ciência. Finalmente, revela a qualidade da missão dos folcloristas e analisa o estilo solidário e fraternal que imprimem a suas atividades. Leia Mais