História do estruturalismo – DOSSE (S-RH)

DOSSE, François. História do estruturalismo. Tradução de Álvaro Cabral; revisão técnica de Marcia Mansor D’Alessio. Bauru: Edusc, 2007. v. 1: O campo do signo – 1945/1966. 513 p. – v. 2: O canto do cisne – de 1967 a nossos dias. 575 p. Resenha de: CARVALHO, Francismar Alex Lopes. “A consciência desperta e inquieta do saber moderno”: Uma História do Estruturalismo. sÆculum Revista de História, João Pessoa, v.18, jan/ jun. 2008.

Dentre os méritos desta importante obra do historiador francês François Dosse, pode-se destacar a acuidade com que seu autor escapou de uma dupla tentação muito comum no acirrado campo de batalha teórica das ciências humanas: por um lado, cair em posicionamentos unilaterais em favor da primazia das estruturas ou dos indivíduos, que não raro impedem que se compreenda a interação entre estes e aquelas; por outro, evitou a atitude desqualificadora que consiste em “jogar sobre [as correntes teóricas precedentes] a placa de chumbo do esquecimento, e partir assim mais livremente numa direção oposta”.2 Cuidados como esses fazem de História do estruturalismo, que aparece agora em nova edição3, um panorama vigoroso da história intelectual do século XX, obrigatório mesmo àqueles que não partilham do quadro teórico estruturalista. Pois mais do que acompanhar o desenvolvimento das idéias estruturalistas, o que Dosse realiza em seu livro é uma audaciosa articulação entre contextos históricos, concorrências institucionais e combates teóricos, tendo como eixo central a problemática do contraponto entre as diversas formas de ver as estruturas em que os homens encontram-se encerrados e as várias correntes que se opõem a tais perspectivas e valorizam os homens como sujeitos de sua própria história. Leia Mais