As diversas faces da pobreza: histórias dos pobres na longa duração | Revista Latino-Americana de História | 2020

A pobreza, enquanto mote de pesquisa, há algum tempo despertou interesse de um público amplo das ciências humanas, dentre eles claro, historiadores e historiadoras. O pioneiro estudo de Stuart Woolf já encarava a pobreza como um tema global, visto que eram os mecanismos que controlavam ou assistiam as camadas pobres da população que variavam conforme o contexto e o local de análise. Desde fins da Idade Média até a consolidação dos Estados modernos, pobres se relacionavam às instituições que promoviam a assistência e a prática cristã da caridade ou, posteriormente, a filantropia governativa. Neste sentido, controlar este setor da população significava controlar a ordem pública, visto que eram essas lógicas que estavam por traz de muitas dessas instituições ou políticas estatais.

Uma das questões centrais em torno da pobreza vieram em mudanças recentes e alteraram as perspectivas em relação à temática, pesquisas em âmbito da história social deixaram de relacionar esse grupo como uma massa amorfa diluída, pura e simplesmente, num contexto de marginalidade. Atualmente, pesquisas têm tratado a esses ou essas como atores ou atoras sociais, que pertencem a um grupo, família, com nome e atribuições, ou seja, que interagem com o sistema social ao qual pertencem através de práticas e estratégias de sobrevivência. Leia Mais