Imigração e relações interétnicas / História – Debates e Tendências / 2014

Em cada momento histórico, fatores específicos particulares foram / são propulsores dos movimentos migratórios, sejam eles internos ou internacionais, mas têm por finalidade última a busca dos migrantes por encontrar melhores condições de sobrevivência para si e os seus. Os impactos provocados pela migração manifestam-se tanto no local de partida quanto no local de chegada e somente são perceptíveis a posteriori. Para o sociólogo Abdelmalek Sayad, é a disponibilidade de trabalho que atrai os e / imigrantes, e é a ausência deste que os relega à condição de não ser e, logo, à condição de dispensáveis, responsabilizados pelos problemas sociais. Assim, o e / imigrante vive em uma constante situação de atração e expulsão.

O e / imigrante é o mesmo e o outro; só surge na sociedade que assim o denomina ao transpor suas fronteiras. A migração coloca em contato direto ou indireto grupos étnicos distintos, em uma relação de alteridade, bem como populações de um mesmo grupo étnico e nacionalidade, mas procedentes de regiões diversas, realocados em um novo espaço. Conforme Fredrik Barth, esse mosaico de origens implica na seleção e (re)atualização de elementos de diferenciação, delimitando e reforçando a fronteira étnica, quando em contato com o outro; todavia, essas fronteiras são diluídas e mutáveis. Para Jeffrey Lesser, a identidade do sujeito é situacional, visto que os grupos étnicos constroem uma identidade homogênea e coesa, que é externalizada, mas internamente elaboram múltiplas identidades, sejam sociais, religiosas, econômicas, políticas, culturais. Leia Mais