La Dîme, l’Église et la Société Féodale | Michel Lauwers

Em 1909, Paul Viard, historiador do Direito, introduzia sua tese de doutorado sobre o dízimo eclesiástico afirmando que havia consultado poucas obras recentes para conduzir seu estudo. Segundo seu conhecimento, não existia um livro onde essa história tivesse sido estudada com o desenvolvimento necessário. 2 Quatro anos mais tarde, Viard continuaria sua empreitada publicando a história do dízimo no período seguinte ao analisado por ele em seu doutoramento, Histoire de la dîme ecclésiastique dans le royaume de France aux XIIe et XIIIe siècles (1150-1313). 3 Surgiam, assim, os primeiros estudos aprofundados sobre a questão do pagamento dos dízimos ao longo da Idade Média.

Apesar do trabalho minucioso de Viard, poucos autores se interessaram pelo tema na primeira metade do século XX. O tratamento dado ao dízimo seguia, em grande parte, o modelo clássico estabelecido por Viard pelo qual se buscava as origens bíblicas do dízimo para traçar sua evolução. Segundo essa interpretação, o dízimo teria se expandido no período carolíngio para em seguida ser usurpado pelos laicos até ser, enfim, recuperado pela Igreja em um grande esforço institucional. Entre os séculos XII-XIV teria ocorrido o período da universalidade do dízimo, seu subsequente declínio e sua extinção nos séculos XVII e XVIII. 4 Leia Mais