O imaginário da realeza: cultura política ao tempo do absolutismo | Marcos Antônio Lopes

Em O Estado monárquico, Emmanuel Ladurie afirma que o “período dito ‘moderno’ de nosso passado [o francês]” estava dividido em duas partes: a primeira, entre 1460 e 1610, constituindo o “estado monárquico”, e a segunda, entre 1610 e 1774, formando o assim denominado “Antigo Regime”. A partir dessa proposta de periodização, pode-se entender que, grosso modo, a Revolução Francesa serviu para sepultar o Antigo Regime (ao menos, na França); contudo, ela não obteve o mesmo sucesso em relação ao interesse de estudiosos por essa parte da História Moderna. Aliás, desde meados do século XIX, na esteira de Tocqueville, o Antigo Regime ocupa páginas e páginas de trabalhos históricos (e de obras ficcionais).

No Brasil, o Antigo Regime mais e mais tem recebido atenção, inclusive a ponto de se propor o estudo de um “antigo regime nos trópicos”, evidenciando os aspectos econômicos, políticos, administrativos e culturais do “Brasil-colônia” em suas relações, ou melhor, no seu pertencimento ao complexo império ultramarino português. Sim, parece que podemos dizer que também vivemos sob um Antigo Regime, de modo que conhecer os elementos dessa configuração sociopolítica pode ser essencial para obtermos melhor compreensão de nosso passado. Leia Mais

Mestres do passado: clássicos da sabedoria política moderna | Marcos Antônio Lopes

Um conjunto variado de temas – eis o que nos revela Mestres do passado, coletânea de ensaios do historiador Marcos Antônio Lopes. A obra apresenta a análise de alguns autores que a tradição interpretativa tem considerado como as grandes figuras do pensamento político moderno. De Maquiavel a Montesquieu, passando por Morus, Hobbes e Locke, o livro reúne uma seleção de filósofos tão diferentes quão interessantes. O autor se empenhou em incluir no grupo figuras menos prováveis de ocorrer numa história do pensamento político. São elas o místico italiano Giordano Bruno, o bispo francês Jacques-Bénigne Bossuet e o intrépido Voltaire, autores que comumente são deixados de lado nas obras do gênero.

O ensaio de abertura do livro intitula-se “Para viver na posteridade: as tradições intelectuais e a permanência das obras de pensamento”. Ao final, o artigo “Esticando conceitos” funciona como um apanhado bastante sugestivo sobre o complexo conceito de política e de Estado tomado numa linha de continuidade que parte de Platão e Aristóteles para chegar a Marx, Weber e Bobbio. Ainda que separados pelos capítulos de exegese de textos clássicos da história da filosofia política moderna, textos que cobrem os séculos XVI, XVII e XVIII, os ensaios em referência são dois momentos nos quais Lopes discorre sobre conceitos operacionais e metodologias interpretativas e acerca de como ler as obras do passado. Leia Mais

Voltaire político: espelhos para príncipes de um novo tempo | Marcos Antônio Lopes

Voltaire, um conservador?

Nesse novo livro, o professor Marcos Antônio Lopes oferece uma interpretação de como Voltaire, considerado pelo autor como o “Plutarco do Iluminismo”, analisou a política de sua época e escreveu sobre ela, descrevendo a organização de sistemas de governo e a maneira como os príncipes e imperadores da época manifestavam sua ação perante o Estado, em suas biografias comparativas. O texto foi originalmente uma tese de doutorado em História, defendida em 1999, na Universidade de São Paulo. Partes da tese já foram publicadas, em versões reformuladas, sob os títulos de: Voltaire literário em 2000, pela Editora Imaginário, e Voltaire historiador em 2001, pela Editora Papirus. O que o leitor encontra neste novo livro é a parte inédita da tese, que também aparece bastante revista pelo autor. O texto foi dividido em cinco capítulos, antecipados por uma introdução e por uma bela apresentação escrita pelo professor Norberto Luiz Guarinello. Leia Mais