Brasil e Israel: diplomacia e sociedades | Norma Breda dos Santos

A Professora Norma Breda, da Universidade de Brasília, adicionou a ainda pouco desenvolvida bibliografia de estudos diplomáticos brasileiros uma valiosa coletânea dedicada às relações entre Brasil e Israel. Ela não somente organizou a coletânea e lhe escreveu o prefácio, como produziu também o mais extenso e abrangente estudo incluído no livro, enriquecido ainda pela substanciosa “Apresentação”, assinada pelo Professor Amado Luiz Cervo, diretor da Coleção Relações Internacionais da Universidade de Brasília.

No seu texto, Norma Breda acompanha com astúcia as posições, em relação a Israel, assumidas por diplomatas brasileiros, durante cinco décadas, nos inúmeros debates em torno da questão árabe-israelense, ocorridos nas Nações Unidas. Cabe aqui ressaltar que, até os anos setenta, tal era o contexto mental em que se pensavam, no Itamaraty, os problemas associados à existência de Israel: O mundo dos Estados árabes reagindo ao aparecimento entre eles do Estado judeu. O Brasil, que possuía bem agregado na sua população um forte contingente de judeus e grandes colônias árabes, tinha todo interesse em manter-se imparcial no conflito, vendo-se inclusive como candidato a mediador em eventual impasse. A autora registra, no contexto da preparação da famosa Resolução n° 242, análises do delegado brasileiro ao Conselho de Segurança, demonstrando a auto-satisfação com a contribuição dada pelo Brasil, forçando as partes a abandonarem suas posições inflexíveis e tornando possível o compromisso encerrado na Resolução. Leia Mais

Korea’s Place in the Sun: A Modern History

Bruce Cumings, autor de Korea’s Place in the Sun: A Modern History (New York: W.W. Norton, 1997) é um dos mais respeitados, e provavelmente o mais polêmico, dentre a meia-dúzia de acadêmicos americanos fluentes em coreano e dedicados a estudar a Coréia. A Coréia na sua milenar história e integridade peninsular. Cumings privilegia, no entanto, o século XX, sendo autoridade no evento-mor do período para os coreanos. Sua obra em dois volumes, Origins of the Korean War, permanecerá por muito tempo como o estudo de referência desse conflito.

O livro mais recente de Cumings, ao qual dedicarei este ensaio, tem como público-alvo estudantes universitários da civilização asiática. Aborda, assim, a Coréia não na sua geografia e estatísticas, mas através da longa vivência de um povo unido por ferrenho orgulho nacional. Cumings evidencia grande empatia por esse povo, que é o da sua família política. Sua mulher, Meredith Woo-Cumings, é uma distinta historiadora coreana: Jung-en Woo. Cumings rejeita, contudo, qualquer idéia de uma homogeneidade étnica dos coreanos. Os habitantes da península – acentua ele – são mistura complexa de povos que por ali cruzaram: chineses, japoneses, mongóis e manchus, e talvez até caucasianos. A situação de península e o limite natural com a China, fornecido desde sempre pelos rios Yalu e Tumen, definiram o cadinho em que todos esses grupos se amalgamaram. Leia Mais

Korea’s Place in the Sun: A Modern History | Bruce Cumings

Bruce Cumings, autor de Korea’s Place in the Sun: A Modern History (New York: W.W. Norton, 1997) é um dos mais respeitados, e provavelmente o mais polêmico, dentre a meia-dúzia de acadêmicos americanos fluentes em coreano e dedicados a estudar a Coréia. A Coréia na sua milenar história e integridade peninsular. Cumings privilegia, no entanto, o século XX, sendo autoridade no evento-mor do período para os coreanos. Sua obra em dois volumes, Origins of the Korean War, permanecerá por muito tempo como o estudo de referência desse conflito.

O livro mais recente de Cumings, ao qual dedicarei este ensaio, tem como público-alvo estudantes universitários da civilização asiática. Aborda, assim, a Coréia não na sua geografia e estatísticas, mas através da longa vivência de um povo unido por ferrenho orgulho nacional. Cumings evidencia grande empatia por esse povo, que é o da sua família política. Sua mulher, Meredith Woo-Cumings, é uma distinta historiadora coreana: Jung-en Woo. Cumings rejeita, contudo, qualquer idéia de uma homogeneidade étnica dos coreanos. Os habitantes da península – acentua ele – são mistura complexa de povos que por ali cruzaram: chineses, japoneses, mongóis e manchus, e talvez até caucasianos. A situação de península e o limite natural com a China, fornecido desde sempre pelos rios Yalu e Tumen, definiram o cadinho em que todos esses grupos se amalgamaram. Leia Mais