Políticas públicas para a formação de professores no Brasil: história e projetos em disputa / Revista Trilhas da História / 2019

O presente dossiê, articulado às atuais demandas para as políticas públicas, objetiva promover o debate sobre as políticas de formação de professores em curso no sistema educacional brasileiro conferindo destaque para a contextualização histórica dos processos e projetos formativos.

As políticas educacionais oficializadas pela Lei nº 13.005, de julho de 2014, que aprova do Plano Nacional de Educação de 2014 a 2024, a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que altera a LDB de 1996, promovendo a denominada reforma do Ensino Médio e a definição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), precipitam um amplo debate no sistema educacional brasileiro, sobre as políticas de formação de professores. Debates que se materializam na incidência direta por profundas mudanças na formação de professores, que precisam ser analisadas à luz da história enquanto projetos em disputa.

O artigo que abre o dossiê, “Impactos da BNCC na formação de professores de História para os Anos Iniciais” de autoria de Carollina Lima, discute a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o que se estabeleceu na versão final para a área de História, especialmente para os anos iniciais, bem como os possíveis impactos do documento na formação de professores nos cursos de Pedagogia.

Outro texto que aborda a BNCC é de autoria de Marcelo Pires, sob título “Apontamentos para o professor de história que atua no ensino religioso, partindo da BNCC e do RCG”. O autor analisa o Referencial Curricular do Estado do Rio Grande do Sul, de 2018, norteado pela BNCC de 2017, para tanto faz uma abordagem histórica da legislação e no segundo momento discute as possibilidades teórico-metodológicas para o professor de História que ministre Ensino Religioso.

Ainda quanto ao Ensino de História e as políticas públicas, Eduardo Knack e Lidiane Friderichs, em “Considerações sobre as novas tecnologias, o ensino de história e as eleições de 2018”, abordam as novas tecnologias a partir de conceitos como tempo, espaço, supermodernidade e regimes de historicidade. A utilização das redes sociais nas eleições brasileiras, em 2018, é observada como momento que impõe a necessidade de se pensar a disseminação e uso da informação nas novas tecnologias.

Na sequência temos o texto de Tiago Benfica e Eliamar Folle, “Fincando tábua no chão: a viabilização da escola para Peixoto de Azevedo (1979-1985)”. Os autores apresentam a história da construção de uma escola em forma de mutirão, no interior do Mato Grosso, bem como o processo de institucionalização da mesma e de formação do quadro docente, e a importância desse movimento dos moradores para prover a cidade de uma unidade escolar.

O último texto desta seção, “A formação profissional no SENAI de Três Lagoas-MS à luz da teoria do capital humano: histórias de sujeição as demandas do capital”, assinado por Tarcísio Pereira e Maysa de Sá, analisa o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial-SENAI com vistas a compreender a educação profissionalizante desenvolvida por este sistema. Com foco no SENAI de Três Lagoas, os autores analisam a relação da Educação Profissional com a teoria do capital humano na formação para o mercado de trabalho.

Michelle Fernandes Lima – Professora Doutora (UNICENTRO, Campus de Irati)

Paulo Fioravante Giareta – Professor Doutor (UFMS, Campus de Três Lagoas)

Irati-PR e Três Lagoas-MS, dezembro de 2019


LIMA, Michelle Fernandes; GIARETA, Paulo Fioravante. Apresentação. Revista Trilhas da História. Três Lagoas, v.9, n.17, jul. / dez., 2019. Acessar publicação original [DR]

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