O povo brasileiro: imagens e representações / Clio – Revista de Pesquisa Histórica / 2001

A Revista CLIO – de pesquisa histórica, a partir deste número, introduz algumas modificações: circulará com um Dossiê, e duas seções: Artigos e Resenhas.

O dossiê intitulado O POVO BRASILEIRO: imagens e representações, trata das ações de resistência de brasileiros, qualificados como homens de cor, camponeses enlouquecidos, curandeiros, cangaceiros, enfim, a “vilíssima canalha”.

Estes trabalhos são o resultado de pesquisas que sugerem a resistência como resposta à marginalização, sofrida por grande parte da população brasileira. Estes estudos, também apresentam as proposições que acompanhavam os movimentos de rebeldia.

Ubiratam de Castro de Araújo mostra como a “política dos homens de cor”, na Bahia, construiu uma rede abrangente com diversos segmentos sociais, que, se não chegou a ter completo êxito, contribuiu para identificar insatisfações nos grupos médios da população, nos negros mestiços de Salvador e nos desertores.

Kalina Wanderlei faz uma reflexão acerca do imaginário que a sociedade urbana da zona açucareira construiu sobre aqueles que compunham as tropas da Coroa portuguesa. Um texto escrito em parceria entre Alexandre Alves e Francisco Lima tem caráter mais especulativo – O que foi feito da escrava Leocádia? Contudo, fez-se uma leitura da forma como os proprietários, através das leis, se relacionavam com’ um “bem semovente”. O fato da escrava ser incluída no inventário dos bens e retalhada juridicamente, mas, não de fato, prova a complexidade da escravidão em uma sociedade supostamente liberal e de como os “furos” da lei podem representar alguma forma de resistência.

Mais tragédia, mais resistência. A da comunidade camponesa igualitária do Sítio do Caldeirão, artigo assinado por Tarcísio Marcos Alves; o trabalho de Elise Jasmin sobre o cangaço. A autora discute a presença de Lampião como “entrave a um projeto de nação unida e civilizada”.

Fechando o dossiê, o professor Carlos Miranda aborda a forma como através das noções de policia médica, medicina urbana e medicina da força de trabalho, o Estado se opôs às práticas dos curandeiros.

Na seção Artigos há dois que tratam da região sertaneja – História da Família de Erivaldo Fagundes Neves, no interior da Bahia e Bumba-Meu-Boi, uma representação social do sertão nordestino, centrado no Piauí, de Tanya Maria Pires Brandão.

Outros três se preocupam com questões sócio-urbanas. O que se refere ao Rio de Janeiro: Cultura e Cidade nos anos 1960-1970, assinado por Cléia Schiavo Weyrauch; Políticas Assistenciais no Recife (1935-1945) escrito por Ricardo Pinto de Medeiros, e o artigo sobre A Ponte Suspensa de Caxangá assinado por Paulo Martin Souto Maior. O último artigo dessa seção discute o conceito de História em Paul Veyne e está assinado por José Jorge Siqueira.

Finalizando esse número apresentamos duas resenhas de dois livros: Rompendo o Silêncio: uma fenomenologia feminista do mal, de Ivone Gebara – autora da resenha, Maria de Fátima Guimarães e Sobre o Tempo, de Norbert Elias, autor da resenha, Antônio Paulo Rezende.

Agradeço a todos os colaboradores que contribuíram para a edição deste número, que é dedicado ao professor Dr. Marco Antônio de Oliveira Paes, falecido este ano.

Socorro Ferraz

Editora


BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz. Apresentação. CLIO – Revista de pesquisa histórica, Recife, v.19, n.1, jan / dez, 2001. Acessar publicação original [DR]

Acessar dossiê

O povo brasileiro: imagens e representações / Clio – Revista de Pesquisa Histórica / 2001

A Revista CLIO – de pesquisa histórica, a partir deste número, introduz algumas modificações: circulará com um Dossiê, e duas seções: Artigos e Resenhas.

O dossiê intitulado O POVO BRASILEIRO: imagens e representações, trata das ações de resistência de brasileiros, qualificados como homens de cor, camponeses enlouquecidos, curandeiros, cangaceiros, enfim, a “vilíssima canalha”.

Estes trabalhos são o resultado de pesquisas que sugerem a resistência como resposta à marginalização, sofrida por grande parte da população brasileira. Estes estudos, também apresentam as proposições que acompanhavam os movimentos de rebeldia.

Ubiratam de Castro de Araújo mostra como a “política dos homens de cor”, na Bahia, construiu uma rede abrangente com diversos segmentos sociais, que, se não chegou a ter completo êxito, contribuiu para identificar insatisfações nos grupos médios da população, nos negros mestiços de Salvador e nos desertores.

Kalina Wanderlei faz uma reflexão acerca do imaginário que a sociedade urbana da zona açucareira construiu sobre aqueles que compunham as tropas da Coroa portuguesa. Um texto escrito em parceria entre Alexandre Alves e Francisco Lima tem caráter mais especulativo – O que foi feito da escrava Leocádia? Contudo, fez-se uma leitura da forma como os proprietários, através das leis, se relacionavam com’ um “bem semovente”. O fato da escrava ser incluída no inventário dos bens e retalhada juridicamente, mas, não de fato, prova a complexidade da escravidão em uma sociedade supostamente liberal e de como os “furos” da lei podem representar alguma forma de resistência.

Mais tragédia, mais resistência. A da comunidade camponesa igualitária do Sítio do Caldeirão, artigo assinado por Tarcísio Marcos Alves; o trabalho de Elise Jasmin sobre o cangaço. A autora discute a presença de Lampião como “entrave a um projeto de nação unida e civilizada”.

Fechando o dossiê, o professor Carlos Miranda aborda a forma como através das noções de policia médica, medicina urbana e medicina da força de trabalho, o Estado se opôs às práticas dos curandeiros.

Na seção Artigos há dois que tratam da região sertaneja – História da Família de Erivaldo Fagundes Neves, no interior da Bahia e Bumba-Meu-Boi, uma representação social do sertão nordestino, centrado no Piauí, de Tanya Maria Pires Brandão.

Outros três se preocupam com questões sócio-urbanas. O que se refere ao Rio de Janeiro: Cultura e Cidade nos anos 1960-1970, assinado por Cléia Schiavo Weyrauch; Políticas Assistenciais no Recife (1935-1945) escrito por Ricardo Pinto de Medeiros, e o artigo sobre A Ponte Suspensa de Caxangá assinado por Paulo Martin Souto Maior. O último artigo dessa seção discute o conceito de História em Paul Veyne e está assinado por José Jorge Siqueira.

Finalizando esse número apresentamos duas resenhas de dois livros: Rompendo o Silêncio: uma fenomenologia feminista do mal, de Ivone Gebara – autora da resenha, Maria de Fátima Guimarães e Sobre o Tempo, de Norbert Elias, autor da resenha, Antônio Paulo Rezende.

Agradeço a todos os colaboradores que contribuíram para a edição deste número, que é dedicado ao professor Dr. Marco Antônio de Oliveira Paes, falecido este ano.

Socorro Ferraz

Editora

BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz. Apresentação. CLIO – Revista de pesquisa histórica, Recife, v.19, n.1, jan / dez, 2001. Acessar publicação original [DR]

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