Relações internacionais do Brasil: temas e agendas | Henrique Altemani de Oliveira e Antônio Carlos Lessa

Terreno antes ocupado quase que exclusivamente pela produção estrangeira, o campo editorial brasileiro das relações internacionais vem ganhando, nos últimos anos, adições importantes por parte dos próprios pesquisadores e professores brasileiros dessa área. Ademais da nova edição livro coordenado pelo professor do Irel-UnB, José Flávio Sombra Saraiva, História das relações internacionais contemporâneas: da sociedade global do século XIX à era da globalização (publicado pela primeira vez em 1997, uma segunda vez pelo IBRI, em 2001, e revista pela Saraiva, em 2007, em edição), estes dois volumes sobre os temas e agendas das relações internacionais do Brasil, organizado pelos professores Henrique Altemani e Antonio Carlos Lessa, coordenadores de cursos na PUC-SP e na UnB, constituem o mais recente exemplo de como a produção nacional tem avançado na última década e meia, aproximadamente. Eles constituem, sem dúvida alguma, um complemento importante à bibliografia disponível e parecem destinados a figurar, provavelmente de modo compulsório, nas leituras exigidas nos cursos de relações internacionais e nos concursos de ingresso à carreira diplomática (e talvez tenham sido concebidos expressamente com essa intenção). Leia Mais

Relações Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula | Paulo Fagundes Vizentini

O estudo da política externa brasileira tem se valido dos avanços positivos experimentados por esse campo do conhecimento como um reflexo direto de programas de pesquisa cada vez mais consolidados e do incentivo à produção acadêmica provenientes das esferas pública e privada. Esses avanços, contudo, não representam um esgotamento dos temas a serem apreciados e das questões a serem resolvidas. Pelo contrário, o próprio caráter dinâmico da história faz com que o aperfeiçoamento do conhecimento seja a tarefa a ser buscada, o que de fato é exigido do estudo da história da política exterior do Brasil e dentro do qual o livro Relações Internacionais do Brasil: de Vargas a Lula é produto direto dessa preocupação eminentemente acadêmica.

A obra de Paulo Fagundes Vizentini responde às necessidades quase obsediantes daqueles diplomatas, professores, estudantes ávidos pelo conhecimento dos fatos mais relevantes da nossa história política contemporânea. Nesse sentido, destaque para a quarta parte do livro, na qual o autor enfoca o período de 1990 a 2002, apreciando e relacionando os impactos da globalização neoliberal com o culto irrestrito ao americanismo na passagem dos dois “Fernandos” pela presidência do Brasil, o que teria profundas repercussões sobre os rumos da política exterior do país. Além disso, procura demonstrar a fragilidade do Mercosul enquanto estratégia de inserção internacional, ao mesmo tempo em que aponta para o abandono do projeto nacional, que havia se amparado sobre o nacional-desenvolvimentismo no período anterior. Leia Mais

Cronologia das Relações Internacionais do Brasil || O Brasil e a Liga das Nações (1919–1926) | Eugênio Vargas Garcia

Um jovem autor, Eugênio Vargas Garcia, lança quase que simultaneamente dois trabalhos de relevância para o estudo da política externa brasileira e da inserção do país no cenário internacional. O primeiro é Cronologia das Relações Internacionais do Brasil, um pequeno grande livro que consegue o prodígio de, em pouco mais de duzentas páginas, fixar, em seus marcos essenciais, a trajetória do Brasil em relação ao exterior, dos primórdios da colonização portuguesa ao ano de 1998.

Pode-se dizer que a mais expressiva contribuição oferecida por essa obra reside naquilo que, ao próprio autor, pode parecer algo menor, como se depreende de suas palavras apresentadas na Nota Introdutória. Refiro-me à recuperação do “fato histórico” como elemento insubstituível a um bem estruturado trabalho de interpretação. Com efeito, ao apontar os males de que padece qualquer cronologia, Garcia menciona o factualismo de origem, a arbitrariedade na seleção e no ordenamento dos fatos e a inevitável simplificação que acomete esse tipo de trabalho. Leia Mais

O Estudo das Relações Internacionais do Brasil | Paulo Roberto de Almeida

Estudantes e estudiosos das relações internacionais do Brasil e de sua política externa têm, a partir de agora, uma preocupação a menos. O lançamento de Paulo Roberto de Almeida expõe o estado do conhecimento e as tendências atuais da área de estudo das relações internacionais no Brasil. A obra, com características de manual prático e introdutório, preenche uma lacuna há muito constatada.

Em seu primeiro capítulo – “O Brasil no contexto econômico mundial: 1820-1992” –, as relações econômicas internacionais do Brasil constituem o eixo norteador do rápido retrato traçado sobre as relações externas do país, em uma perspectiva comparada. Em termos de crescimento do PIB, a experiência brasileira foi uma das de maior dinamismo do século XX, mas, no entanto, foi acompanhada por uma alta taxa de crescimento demográfico, a “bomba demográfica”, responsável pela diluição dos frutos da expansão do produto interno bruto. Nestes últimos anos, com o plano de estabilização, iniciado em 1994, os índices de crescimento econômico não repetiram desempenhos anteriores e a inserção do país na globalização financeira geraram turbulências financeiras e uma certa inquietação em relação ao futuro mais imediato. Leia Mais