Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda identitária | Antonio Risério

Antonio Riserio 2 Esquerda identitária
Antonio Risério| Foto: Walter Craveiro

Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda identitária não se encaixa nos cânones acadêmicos, mas expressa a existência de uma polêmica direcionada à academia, nos espaços de opiniões homogêneas, onde impera o consenso, no caso, os debates acadêmicos do campo educacional e nas ciências sociais. O autor Antonio Risério (1953-) é um conhecido polemista que, tendo sido militante estudantil, preso pela ditadura, trabalhado na campanha e nos governos petistas, hoje se proclama crítico da esquerda, que ele qualifica de fascista e identitária. Na sua formação acadêmica ele possui mestrado em Sociologia. Hoje ele se identifica profissionalmente como escritor.

CR Resenhistas 1 Esquerda identitáriaA obra é um ensaio sobre teoria e política, mas o teor é mais político. Ela está dividida em nove seções ou capítulos e os “anexos”, que compõem mais de um quarto do livro. Seu estilo narrativo demonstra um sentimento bastante amargo e o uso da palavra ressentimento, em um sentido nietzschiano, empregado para se referir à “politização do ressentimento” por parte da esquerda identitária, também é patente nos argumentos do autor. A sua narrativa não possui uma estética agradável, utilizando-se sem rodeios de palavras de baixo calão, abusando dos parênteses para tentar expor suas ideias, e eu ainda notei a economia no uso de preposições e artigos, o que dificulta o exercício de uma leitura mais suave. Leia Mais

Anos 70: Trajetórias | Antônio Risério, Maria C. M. Freire e Maria Rita Kehl

Resultado de um evento multidisciplinar realizado em São Paulo durante os meses de outubro de 2001 a janeiro de 2002, o livro Anos 70: Trajetórias compõe-se de 18 ensaios sobre a década de 1970, no Brasil, divididos em sete blocos temáticos, reunindo os seguintes autores: Nicolau Sevcenko, Antonio Risério, Maria Rita Khel e Cláudio Novaes Pinto Coelho falam sobre “Cultura e Contracultura”; Esther Hamburger, Silvia Borelli e Waldenyr Caldas, sobre “Comunicação e Indústria Cultural”; o debate sobre Literatura reuniu João Adolfo Hansen, Waly Salomão e Carlos A. Messeder Pereira; sobre “Artes Cênicas”, há os textos de Dulce Aquino, Luiz Carlos Maciel e Luiz Fernando Ramos; Luiz Tatit e Marcos Napolitano escrevem sobre “Música”; Paulo Sérgio Duarte e Cristina Freire, sobre “Artes Visuais”; e Daniel Revah, sobre “Educação”.

Como diz a apresentação do livro, os autores convidados viveram os anos 70, e seus textos, portanto, constituem, ao mesmo tempo, o relato pessoal dessa experiência e uma reflexão histórica sobre o período, buscando dar voz à pluralidade sem a preocupação de síntese. De fato, a variedade dos temas e autores favorece o interesse de leitores provenientes de distintas áreas de atuação, como permite também uma visão não unificada sobre o período em foco. Leia Mais