La saga de Fridthjóf el valiente y otras sagas islandesas – ANÔNIMO (S-RH)

ANÔNIMO. La saga de Fridthjóf el valiente y otras sagas islandesas. Tradução de Santiago Ibáñez Lluch. Madrid: Miraguano, 2009, 365 p. Resenha de: LANGER, Johnni. História e memória dos vikings. sÆculum REVISTA DE HISTÓRIA, João Pessoa, [23] jul./ dez. 2010.

Desde o momento em que foram amplamente divulgadas durante o século XIX, as sagas islandesas2 constituem um material imprescindível para o estudo da história dos povos escandinavos durante a Era Viking. Mas, por isso mesmo, são motivos de intenso debate pelos especialistas: até que ponto esse material literário, composto entre os séculos XIII e XIV, pode ser utilizado para a pesquisa de sociedades que viveram entre os séculos IX e XI? Tradicionalmente, as sagas islandesas eram vistas como o registro por escrito de tradições advindas de uma memória social, conservada fidedignamente pela tradição oral – mas para os historiadores, o subgrupo das sagas de família tinha maior interesse, devido às suas características de possuírem um estilo mais “realista”, em contraposição as chamadas sagas lendárias, de conotações mais fantásticas.

A polêmica intensificou-se, e hoje não se contrapõe mais o oral com o escrito (ambas existiram paralelamente e com mútua dependência) e qualquer tipo de saga possui reflexos sociais e interesse histórico, independente de seu estilo literário. Um dos tipos de sagas islandesas que vem sofrendo maior reavaliação por parte dos acadêmicos são as fornaldarsögur (sagas lendárias). Estas narrativas descrevem aventuras fantásticas ocorridas na época dos vikings (século IX ao XI), tendo como base material nativo e folclórico, mas também com muitas influências externas (romances de cavalaria, material céltico, árabe, persa, bizantino)3, com o objetivo básico de entreter a aristocracia islandesa do século XIII4. Mesmo não tendo um valor histórico como as sagas de famílias, as narrativas lendárias estão sendo utilizadas como fontes para o estudo da literatura, da ideologia, monarquia, valores éticos e morais, gênero, entre outros, tanto do período em que foram compostas quanto da época que retratam. Leia Mais