Teologia arminiana: mitos e realidades | R. E. Olson

INTRODUÇÃO

Quando Dort foi escolhida para sediar o Sínodo Nacional em 1618-1619, a liderança política e o povo já haviam se envolvido na disputa entre o grupo de seguidores de Jacob Armínio, falecido havia nove anos, e os seguidores de Franciscus Gomarus, ou Gomaro (OS CÂNONES DE DORT, s. d., p. 8-11). A influência da política em uma questão confessional invocou a liderança pública dos estados gerais, delegados da Igreja Reformada da Holanda e representantes de igrejas reformadas estrangeiras. Em dezembro de 1618, Episcopius, sucessor de Armínio, e mais 12 pastores apresentaram-se negando a competência do Sínodo como tribunal, pois a maioria contrária à condenação era inevitável. A discussão em torno d’A Remonstrância – cinco pontos doutrinais tomados de um manuscrito de Armínio – não avançou. Após debates infrutíferos, o presidente do Sínodo dispensou a participação do grupo de Episcopius e avançou na elaboração do que conhecemos por “Cânones de Dort”.

A partir da promulgação dos cânones, a doutrina arminiana passou a ser rejeitada pela ala reformada da Igreja. Arminianos nunca foram percebidos no cenário editorial ou acadêmico fazendo alguma defesa consistente dos seus pontos de fé e doutrina. Assim, o propósito da obra de Olson (2013, p. 13) é “explicar a teologia arminiana clássica como ela, de fato, é”. Ex-aluno de nomes como James Montgomery Boice, Olson (2013, p. 12) chama a atenção para os “mitos” criados por teólogos calvinistas sobre a teologia e a fé arminiana reformada, e já reclama no prefácio que “muito do que é dito acerca do arminianismo dentro dos círculos evangélicos, incluindo congregações locais com fortes vozes calvinistas, é simplesmente falso”. Leia Mais